-Imagem (Image_1.1195689)À frente da definição das medidas do chamado Programa de Austeridade pelo Crescimento, que tramita na Assembleia Legislativa, a secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão, afirma que é impossível alcançar o equilíbrio fiscal se não houver ações nas duas frentes: não apenas de despesas, mas também de receitas. Daí a posição enfática dela contra a possibilidade de recuo na criação do Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), composto com porcentual de incentivos fiscais.“Passamos dois anos cortando, cortando, cortando, e continuamos em trajetória de desequilíbrio. Este é um programa de austeridade que significa mudança estrutural na trajetória de gastos e receitas”, afirma, para completar: “Fizemos ajustes que somam mais de R$ 5 bilhões. Vamos ficar sangrando todos os anos e com recursos suficientes só para pagar a folha e a dívida. O Estado precisa investir. O FEF foi discutido com este objetivo, que é inclusive uma cobrança dos empresários”.Para Ana Carla, o exemplo de Estados quebrados, como o Rio de Janeiro, favorece a discussão do pacote em Goiás. “Hoje há uma clareza maior da necessidade das medidas. Todos que são atingidos têm manifestações legítimas de insatisfação, mas não vejo ninguém questionando a necessidade de medidas de austeridade e de recursos para investir”, diz.Segundo ela, a receptividade ao programa é bem maior do que quando foi proposta a Lei de Responsabilidade Fiscal estadual, há um ano. “Temos a possibilidade hoje de assistir ao contrafactual, que é o Rio de Janeiro. É um exemplo de quem não fez lá atrás e agora vai ter de fazer com muita dor”, diz.Com base no exemplo do Rio, ela minimiza os efeitos negativos do FEF, como alardeiam empresários. “Pessoal fala que as empresas vão embora de Goiás. Então imagina o Rio de Janeiro: pode dar 100% de isenção de ICMS; alguma empresa vai se instalar lá?”Sobre reclamações de servidores de cortes de benefícios inclusive aprovados recentemente, ela admite falta de planejamento nas concessões. “Temos agora uma clareza muito maior sobre as distorções nos planos de cargos e salários. Ao longo de muitos anos, olhamos as categorias de forma estanque. Ficou insustentável. Muito desse projeto é um freio de arrumação.”