Com apoio oficial de 30 dos 41 deputados estaduais, o governador Marconi Perillo (PSDB) não corre risco de ser alvo de processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) após denúncia por corrupção passiva e crime contra a administração pública feita pelo Ministério Público Federal (MPF) com base em investigações da Operação Monte Carlo. Conforme determina a Constituição Estadual, o ministro Humberto Martins, do STJ, solicitou, em despacho de 29 de março, que a Assembleia Legislativa de Goiás autorize ação penal contra o governador.O aval do Legislativo tem de ser aprovado por dois terços dos deputados (27). O recebimento da denúncia pelo STJ, após autorização da Casa, implicaria em suspensão das funções do governador, ainda de acordo com a Constituição. Este ponto é um dos principais argumentos dos parlamentares contra a aprovação da ação penal.Em 2013, em denúncia de outro caso, a Assembleia rejeitou a abertura de processo contra o governador por 30 votos a 6, em uma tramitação que durou 1 ano e 7 meses.Deputados governistas, incluindo o presidente da Casa, José Vitti (PSDB), afirmam que a denúncia é “matéria requentada” e o caso Cachoeira, no que diz respeito ao governo, é “página virada”. “Isso é uma questão absolutamente debatida, arquivada, superada. Estão requentando algo que já é matéria vencida”, afirma o presidente.O líder do Governo na Assembleia, Francisco Oliveira (PSDB), diz que a votação do pedido será “tranquila” e que a base aliada não aceita expor o governador. “Estão criando um factóide político sem pé nem cabeça. Isso tudo já foi amplamente investigado e arquivado na CPI (do caso Cachoeira no Congresso, em 2012). Não vamos deixar o Marconi exposto politicamente sem necessidade.”Questionado sobre o fato de o governador afirmar ser favorável às investigações, certo de que será absolvido, Francisco usa as eleições como argumento: “Não é melhor (autorizar o processo) porque o STJ é demorado e temos eleição no ano que vem. Não vamos prejudicar nosso maior líder e ficar a reboque de uma questão politiqueira.”Líder do PMDB na Casa, o deputado José Nelto diz que, se não há nada a temer, o governador deveria determinar aos aliados que votem a favor da ação. Em discurso no plenário, ele criticou a exigência estabelecida na Constituição Estadual, lembrando que na maioria dos estados brasileiros não há essa prerrogativa.Três outros deputados da oposição - Bruno Peixoto, Wagner Siqueira (ambos do PMDB) e Isaura Lemos (PCdoB) - fizeram discursos no pequeno expediente e sequer citaram o caso.-Imagem (Image_1.1253636)-Imagem (Image_1.1253637)