Com o objetivo de garantir coesão para votar o pacote de aprofundamento do ajuste fiscal em Goiás, a reunião do governador Marconi Perillo (PSDB) com deputados da base do governo estadual na Assembleia Legislativa foi marcada pelo argumento de que as medidas propostas são necessárias para evitar o “colapso” nas contas públicas estaduais, assim como para garantir a presença de dinheiro federal no Estado. Marconi estava acompanhado pelo procurador-geral do Estado, Alexandre Tocantins, pelo presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Manoel Xavier, e pelos secretários João Furtado (Casa Civil), Joaquim Mesquita (Gestão e Planejamento), Tayrone di Martino (Governo) e Ana Carla Abrão (Fazenda), que foi escalada para apresentar a situação financeira do Estado.Em sua fala, Ana Carla também tentou sensibilizar os parlamentares. Conforme o apurado, a secretária da Fazenda usou o argumento de que, nas condições atuais, não é mais possível simplesmente “gastar dinheiro no Estado e ir atrás de recursos junto à União”. Deputados que estavam presentes classificaram as medidas como “difíceis”, mas necessárias devido ao momento atual, de crise econômica. No entanto, governistas afirmam que é difícil prever tranquilidade para a tramitação das matérias. A atenção especial do governo está na Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) que prevê um teto para os gastos públicos por 10 anos. Diferente dos demais projetos do pacote, esta matéria exige quórum qualificado e depende do apoio de 27 dos 41 deputados estaduais. Líder do Governo, José Vitti (PSDB) defendeu ontem que os colegas devem ter “responsabilidade com a governabilidade”. Ele argumenta que o “colapso com certeza chegará” sem a adoção das medidas propostas pelo Palácio das Esmeraldas. Líder da oposição, José Nelto (PMDB) criticou o pacote. Para ele, as medidas penalizam especialmente os servidores, com quem Marconi “acaba de assinar o divórcio definitivo”.