Além de estabelecer novo limite de gastos com pessoal e tornar rígidas as regras para concessão de reajuste, o pacote de ajuste fiscal do governo goiano estabelece fim dos quinquênios, congelamento de promoções, corte de gratificações e revogação de auxílios concedidos recentemente. O Estado já havia anunciado na semana passada o corte de 20% de cargos comissionados e 30% das despesas com ajuda de custo e de horas extras e gratificações, além da extinção de 50 conselhos e respectivos cargos em comissão.Representantes de servidores públicos reclamam que grande parte das medidas não era esperada, como cortes de gratificações no sistema prisional, no Vapt Vupt e na segurança no Entorno do Distrito Federal, além do fim dos quinquênios - que chegou a ser proposto no ano passado pelo governo, mas houve recuo por conta das críticas do funcionalismo. O Fórum em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos de Goiás, formado pelas entidades do funcionalismo, divulgou ontem uma carta aberta aos deputados, com reclamação de que o segmento é punido pelas medidas do governo. “Ao longo dos últimos seis anos os servidores foram eleitos pelo governo como fonte de um propalado desequilíbrio nas contas do erário”, diz o documento, que critica gastos com shows e verba secreta e denúncias de desvios em órgãos do Estado, além de renúncia fiscal.Os servidores vestiram ontem camisas em que se lia: “Deputado, tira do seu”. Eles propõem redução dos salários de parlamentares e do governador. Além do protestos de parte do funcionalismo do Estado, houve também manifestação em frente à Assembleia de servidores da Universidade Federal de Goiás e dos Institutos Federais contra a PEC 55, aprovada ontem pelo Senado, e a proposta de reforma da Previdência.Na PEC encaminhada ontem, o governo afirma que “atingiu-se, no mês de outubro, o insustentável índice de 78,6% de comprometimento da Receita Líquida do Tesouro com despesas com pessoal”. O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Goiás (Sindipúblico) afirmou que entrará com mandado de segurança para que os servidores possam acessar as galerias da Assembleia para protestar e buscar diálogo com os deputados sobre o pacote. Representantes do Sindipúblico estiveram ontem em solenidade de posse no Tribunal de Contas do Estado e falaram rapidamente com o governador Marconi Perillo (PSDB), que prometeu marcar audiência com os servidores.