Atualizada às 20h26 - 11/12/2017O procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, encaminhou nesta segunda-feira (11) uma recomendação ao governador Marconi Perillo (PSDB) para que retire de tramitação na Assembleia Legislativa o projeto de lei que cria o cargo de procurador autárquico no Estado.A recomendação relembra que os cargos de procuradores autárquicos foram instituídos por meio de emenda à Constituição Federal, dando aos magistrados representação judicial, consultoria e o assessoramento jurídico das autarquias e fundações estaduais. No entanto, pondera que o artigo teve sua constitucionalidade questionada pela Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) no Supremo Tribunal Federal (STF).De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a proposta que tramita no parlamento goiano permite a criação de um tipo de "procuradoria paralela", vedada pelo ordenamento jurídico no Brasil e também proibida pela STF, estabelecendo como forma de entrada a transposição de cargos públicos e não o concurso público, violando a Carta Magna do País.OUTRA RECOMENDAÇÃOEm fevereiro de 2015, o então procurador-geral de Justiça goiano, Lauro Machado Nogueira, já havia enviado uma recomendação à Marconi sobre a criação do cargo.À época, Nogueira orientou que a proposta não deveria sequer ser encaminhado à Assembleia. Porém, na última quarta (6), o projeto começou a ser debatido na Casa.RESPOSTAEm nota enviada ao POPULAR, a assessoria do governador Marconi Perillo afirmou que o chefe do Executivo estadual solicitou ao líder do governo na Assembleia, deputado estadual Francisco Oliveira (PSDB), a devolução do projeto referente aos procuradores autárquicos.Confira a íntegra do texto abaixo:"NOTA DO GOVERNADOR MARCONI PERILLOSolicitei ao líder do governo na Assembleia, deputado Francisco Oliveira, a devolução do projeto referente aos procuradores autárquicos. A fim de que não pairem dúvidas sobre a constitucionalidade do projeto, aguardarei o voto do ministro Luiz Barroso, do STF, sobre a matéria."