O Sindicato dos Advogados do Estado de Goiás (Saeg) informou que ajuizou nesta quarta-feira (25), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um procedimento de controle administrativo, com pedido de liminar, contra o ato administrativo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) que aprovou projeto que institui a licença-prêmio para os magistrados do Estado, alegando o princípio da paridade com os membros do Ministério Público, que recebem o benefício.“O Saeg busca a liminar para a suspensão da decisão da Corte Especial, que aprovou o projeto antes do envio para a Assembleia Legislativa, e para que medidas como essa não voltem a acontecer”, diz a entidade em nota.Na peça, o Saeg pondera que os pagamentos retroativos à vigência da lei do Ministério Público implicariam o pagamento de retroativos de 20 anos, o que teria um impacto, segundo estudo apresentado pela própria Diretoria Financeira do TJ, de R$ 18 milhões por mês, “gerando um passivo gigantesco ao ser suportado pelos cofres públicos, por conta do caráter de retroatividade de 20 anos do ato administrativo ora impugnado”.O presidente do Saeg, Alexandre Caiado, ressalta que o Judiciário goiano tem tido atualmente uma atuação precária, justamente pelo quantitativo de serventuários da Justiça e também de magistrados, que existem em número insuficiente para dar conta das demandas.Caiado chama a atenção para o fato de o projeto do TJ prever, para compensar o aumento com a despesa, a extinção de 402 cargos efetivos de servidores do próprio Tribunal. “Eventual confirmação dessa tentativa (de extinção dos cargos e instituição de licença-prêmio) imporá, ainda mais, a precarização do Judiciário em Goiás e uma considerável perda de sua efetividade, considerando a saída encontrada pelo TJ-GO para sua implantação, com a extinção de cargos de servidores para dar privilégios aos magistrados”, considera Alexandre Caiado.TJ-GOO projeto de lei que institui a licença-prêmio de três meses a cada cinco anos trabalhados aos magistrados e a gratificação de 10% para o magistrado lotado a mais de 12 meses em unidades jurisdicionais de difícil provimento ainda não foi analisado pelos deputados estaduais e não há uma data definida para tal. A proposta, se aprovada, abre a possibilidade de pagamento retroativo do benefício nos últimos 20 anos.-Imagem (1.1580478)