A 3ª Divisão do Campeonato Goiano começa neste final de semana com novidades na fórmula de disputa, nas equipes participantes e na gestão dos clubes, em que ex-jogadores são dirigentes. Criada em 2002, quando o primeiro campeão foi a Aparecidense, a Terceirona é o primeiro degrau que um clube interessado em chegar à elite precisa subir, antes de passar pela Divisão de Acesso.Na temporada 2026, a Terceirona terá o segundo maior número de participantes na história do torneio - 12 clubes, atrás dos 13 times que jogaram ano passado. A competição começa neste sábado (6) e termina no feriado de 15 de novembro. Serão mais de dois meses de torneio para ABD (de Santo Antônio de Goiás, jogará em Trindade), América (Morrinhos), Aparecida (Aparecida de Goiânia), Rioverdense (Rio Verde), AEV (de Guapó, joga em Inhumas), Bom Jesus (Bom Jesus de Goiás), Guanabara City (Goiânia), Itumbiara, Mineiros, Pires do Rio, Santa Helena e a principal novidade, o Crixás, clube fundado no dia 21 de agosto de 2009, que é o caçula da competição e estreia com pretensões de chegar à Segundona.Em alguns casos, o que chama a atenção é a distância entre as cidades - o Crixás terá de viajar cerca de 1,5 mil km (ida e volta) para enfrentar o Mineiros no dia 5 de outubro (5ª rodada). A fórmula de disputa da 3ª Divisão terá novo formato, com as partidas em turno único (cada equipe joga onze vezes) no sistema de pontos corridos. Os três primeiros garantem o acesso. Como terá uma vaga a mais à Segundona, este formato movimenta as agremiações, pois antes só campeão e vice garantiam presença na Segundona.Ao contrário do Goianão e da Divisão de Acesso, em que os clubes podem ter até 23 jogadores na súmula de jogo, na Terceirona há limite para 20 atletas, com mais uma ressalva - dos 20, 12 não podem ultrapassar 23 anos (nascidos a partir do dia 1º de janeiro de 2002).Além da presença de jovens atletas, a Terceirona tem alguns ex-jogadores na gestão dos clubes, como a dupla Anderson Luiz dos Santos e Flávio Caqui (Guanabara City, o único clube de Goiânia no torneio), o ex-atacante Zé Silvestre (Mineiros), Jander Marçal (novo presidente do Pires do Rio) e Brener Francisco Couto (tem 30 anos, passou pela base do Goiás e do Vila Nova e comanda o Crixás, que jogará no Estádio Beira Rio, ao lado do Rio Vermelho).“Somos o caçulinha da competição. Estamos esperançosos no acesso. Nosso projeto é audacioso, é chegar à 1ª Divisão em quatro anos”, previu Brener Couto. O Crixás terá como diretor de futebol o presidente do Goiânia, Alexandre Godoi. O Galo se tornou SAF, mas Godoi ainda preside o clube (associação). O técnico será Glauber Ramos (ex-Goiás, Goiânia e Trindade) e o elenco tem alguns nomes que passaram pelo Goiânia, como o atacante Gustavo Vintecinco (rescindiu contrato com a Ponte Preta, da Série C, recentemente). Entre os jogadores da região, estão o zagueiro Geromel e o lateral Arlan.O mais antigo na lista dos 12 participantes é o América, fundado em 1937 e que reivindica o reconhecimento do título de campeão goiano de 1957. A tradicional equipe de Morrinhos promete brigar pelo acesso. “Estamos nos reorganizando como clube e pretendemos ficar com uma das vagas”, disse o presidente do Leão do Sul, Antônio Aparecido Pereira da Silva.O dirigente buscou no interior paulista o técnico Oliveira e terá alguns jogadores da cidade e que atuaram no Morrinhos, como o atacante Roniel e o experiente volante Roger Goiano, de 39 anos, que havia anunciado a aposentadoria como atleta profissional, mas decidiu participara do projeto do clube.O Mineiros é presidido por Zé Silvestre (ex-Goiás e Inhumas). A comissão técnica terá pai e filho: Vilson Tadei (treinador e ex-jogador do São Paulo e Grêmio) e Mayco Tadei (auxiliar). A gestão de futebol tem o ex-jogador e técnico Everton Goiano. Um dos nomes conhecidos do Mecão é o goleiro Cleriston (ex-Vila Nova e Crac). Bosco (volante) e André Alagoano (zagueiro) têm experiência. Tradicional no Sudoeste, o Mineiros quer recuperar espaço que teve no estado nas décadas de 80 e 90.No projeto de retomada, estão o Bom Jesus e o Pires do Rio. O Bom Jesus está fora dos torneios desde 2017. “Fizemos um projeto para subir”, garante o presidente do clube, Ivon Rocha Lima. Ele terá o técnico Gilberto Pereira (campeão da Terceirona de 2019 no Goiatuba, da Segundona de 2021 no Goiatuba e de 2022, pelo Inhumas). Alguns atletas vieram do Rio Verde e do Trindade e outros passaram pelo Goiatuba.No Pires do Rio, Jander Marçal assumiu o clube no lugar do ex-zagueiro e presidente Pedrinho, que morreu no início deste ano. Ano passado, o Pirão teve de atuar como time itinerante, sem os laudos do Estádio Edson Monteiro de Godoy. O clube festeja 90 anos neste domingo (dia 7 de setembro) e o Estádio Edson Monteiro de Godoy foi liberado nesta sexta-feira (5) para receber os jogos, inclusive a estreia, diante da AEV, O técnico é Romeu (ex-jogador do Goiás) e os auxiliares são Paulo César Jabuticaba e Gilberto Ganda (também ex-jogadores).Na quarta temporada na Terceirona, o Guanabara City planeja o primeiro acesso. É o único representante da capital no torneio e aposta em pratas da casa vice-campeões do Goiano Sub-20 (1ª Divisão), resultado que garante vaga na Copa São Paulo de 2026. O “padrinho” do novo clube goianiense é o atacante Carlos Vinícius (após algumas temporadas no futebol europeu, voltou ao País e fechou com o Grêmio).“Fizemos campanha excelente no Goiano Sub-20. Agora, queremos dar outro salto e subir de divisão”, afirma Anderson Santos, que atuou ao lado do gestor do clube, Flávio Caqui, na base do Atlético-GO.