O Atlético-GO está próximo de sacramentar aquela que pode ser considerada a maior façanha do clube em 85 anos de existência - decidir pela primeira vez o título da Copa Sul-Americana, o segundo torneio internacional de relevância na hierarquia do futebol da América do Sul. Na estreia do técnico Eduardo Baptista, o Dragão voltou a ser intenso, competitivo, eficiente e copeiro, como tem sido todas as vezes em que jogou em casa. Valorizando a posse de bola e usando os lados do campo, o Atlético-GO não deu chances ao São Paulo, vencendo com autoridade por 3 a 1, na noite desta quinta-feira (1º), no Estádio Serra Dourada, no jogo que teve recorde de público na temporada - 29.947 pagantes.Na primeira partida semifinal brasileira da Sul-Americana, o Dragão abre vantagem de dois gols e poderá usá-la no jogo de volta, na próxima quinta-feira (8), em São Paulo. O Atlético-GO pode até perder por um gol de diferença que vai estar na decisão do torneio.Na vitória rubro-negra, os gols foram marcados por Jorginho (primeiro tempo), Shaylon e Léo Pereira (no segundo tempo, em duas substituições que mudaram o rumo da partida, até então empatada por 1 a 1). Numa noite em que a "lei do ex" esteve em alta no Serra Dourada, o ex-atleticano descontou para o tricolor no primeiro tempo, enquanto Shaylon recolocou o time atleticano à frente na etapa final. Finalmente, Léo Pereira foi decisivo e fechou a vitória rubro-negra.O copeiro time atleticano fecha a agenda de jogos dele, em Goiânia, com a incrível marca de 100% de aproveitamento na Copa Sul-Americana, pois conquista seis vitórias nas seis partidas disputadas em casa.Na partida de volta, precisa corrigir os problemas defensivos e não ser reativo, como foi nas quartas de final, diante do Corinthians, na Copa do Brasil, em que acabou goleado na capital paulista.Leia também:+ Atlético-GO registra maiores público e renda do futebol goiano em 2022Pela primeira vez, Atlético-GO e São Paulo disputaram uma fase eliminatória de um torneio oficial - antes, se enfrentaram apenas pelo Campeonato Brasileiro. Em jogo, dois projetos distintos de clubes no tratamento dispensado à competição internacional.A equipe paulista vê a Sul-Americana como a mais viável nesta temporada, em termos de título e de voltar a conquistá-la como fez há dez anos, em 2012, e de chegar à Copa Libertadores 2023.No lado atleticano, está o sonho de disputar pela primeira vez à final de um torneio internacional em 85 anos de existência. Aliado a isso, o desejo de continuar fazendo história. O clube goiano jamais havia chegado tão longe. Na semifinal, poderá abrir espaço para fazer a caminhada até Córdoba (Argentina), dentro de um mês, no dia 1º de outubro, quando o título da Sul-Americana será decidido em um jogo único.No duelo brasileiro, as duas agremiações adotaram sistemas táticos diferentes. O tricolor manteve a linha de três zagueiros, adotada por Rogério Ceni há alguns meses, enquanto o estreante treinador Eduardo Baptista decidiu mudar a formação no meio-campo atleticano, em que o volante Edson Fernando ganhou a preferência para reforçar o setor.O rubro-negro deixou de ter um dos atacantes de lado, mas fez aposta na experiência continental do argentino Diego Churín e na habilidade de Wellington Rato. Suspenso, Luiz Fernando desfalcou o ataque.Desfalcado de Luizito e posicionado de maneira diferente, o Atlético-GO não poderia atuar de forma retraída em casa. Em parte do primeiro tempo, o jogo se mostrou equilibrado e marcado pelos erros defensivos e individuais nos dois lados.O Dragão passou a rodar mais a bola no meio-campo. A estratégia deu certo no lance ensaiado e que se mostra eficaz quando bem executado. Gabriel Baralhas e Marlon Freitas trocaram passes pela direita. O capitão acionou Dudu com lindo passe. O lateral recebeu livre, deixou Jorginho desmarcado no meio da área. O camisa 10 tocou de primeira, a bola resvalou no corpo do goleiro Jandrei e a torcida rubro-negra festejou. Gol e delírio rubro-negro. Atlético 1 a 0, aos 10 minutos.A vantagem no placar chegou cedo demais e o Dragão não soube utilizá-la, pois também teve o instante de desacerto na metade da etapa inicial. Aposta de Eduardo Baptista, Edson Fernando perdeu a bola na linha intermediária, reclamou falta no lance e deixou o sistema defensivo exposto. Rodrigo Nestor fez o cruzamento para o meio da área. A dupla de zaga do Atlético-GO errou o posicionamento e deixou o ex-atleticano Luciano cabecear no canto - 1 a 1, aos 22 minutos.A jogada foi revisada pelo VAR, mas o gol do tricolor foi confirmado pela arbitragem. Neste ano, é a terceira vez que Luciano faz valer a "lei do ex" diante do ex-clube, pois também marcou dois gols na vitória de 2 a 1 no Estádio Antônio Accioly, pela Série A.O São Paulo poderia ficar mais tranquilo em campo, mas não foi isso o que o meia Igor Gomes mostrou na etapa inicial. O jogador recebeu cartão amarelo num lance sem perigo. Foi castigado na sequência, em outra entrada dura ao tentar evitar a arrancada de Edson Fernando. Igor Gomes foi expulso e o técnico Rogério Ceni remontou o sistema tático. Trocou um dos zagueiros, Ferraresi, pelo meia Patrick. O volante Wellington entrou no lugar de Reinaldo.Na tentativa de sair da nova estratégia do adversário, Eduardo Baptista apostou no ex-são-paulino Shaylon. Na noite de reencontros com as origens, assim como Luciano, Shaylon repetiu a "lei do ex". Novamente Marlon Freitas avançou pelo lado direito. No cruzamento rasteiro, falha de Jandrei, que não cortou e deixou Shaylon, mesmo caído, empurrar para o gol vazio. Atlético-GO 2 a 1 aos 10 minutos e segundo gol seguido de Shaylon - marcou o de honra na derrota para o Goiás pela Série A.A outra substituição do estreante treinador atleticano também se mostrou eficaz. Léo Pereira, o velocista do time, deu uma arrancada pela esquerda, ganhou a disputa individual e de velocidade com Diego Costa. Na saída de Jandrei, chutou rasteiro. Belo gol de Léo Pereira aos 32 minutos do segundo tempo. Atlético-GO 3 a 1.FICHA TÉCNICAAtlético-GO: Renan; Dudu (Hayner), Wanderson, Klaus, Jefferson (Arthur Henrique); Gabriel Baralhas (Shaylon), Edson Fernando (Rhaldney), Marlon Freitas, Jorginho; Diego Churín e Wellington Rato (Léo Pereira). Técnico: Eduardo BaptistaSão Paulo: Jandrei; Diego Costa, Ferraresi (Patrick) e Léo; Igor Vinicius, Pablo Maia (Rodrigo Neves), Rodrigo Nestor (Alisson), Igor Gomes e Reinaldo (Wellington); Luciano (Marcos Guilherme) e Calleri. Técnico: Rogério CeniLocal: Estádio Serra Dourada (Goiânia-GO). Árbitro: Jesus Valenzuela (Venezuela). Assistentes: Carlos Lopes e Túlio Moreno (ambos da Venezuela). VAR: Juan Soto (Venezuela). Gols: Jorginho aos 10 minutos, Luciano aos 22' do 1º tempo; Shaylon aos 10 minutos, Léo Pereira aos 32' do 2º tempo. Expulsão: Igor Gomes (1º tempo). Público: 29.512 pagantes. Renda: R$ 1.422.075,00.-Imagem (1.2521490)-Imagem (1.2521491)-Imagem (1.2521469)-Imagem (1.2521468)