Na manhã do próximo sábado (22), a partir das 8 horas, as mulheres que têm interesse na escalada ou já estão inseridas no universo da modalidade terão uma manhã de interação e aprendizado no “Escale Delas”. As inscrições estão disponíveis, e as 20 primeiras inscritas receberão um kit exclusivo.

Esta é a 4ª edição do “Escale Delas”, evento exclusivo para mulheres cis, trans e pessoas não binárias, promovido pela academia Escale, em parceria com o Femme Ranking, que visa promover e ensinar a escalada para o público feminino.&nbsp;

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As inscrições variam de R$ 35,00 (para mensalistas - pacotes Mensal e Fanático) a R$ 65,00 (para o público em geral). Além disso, todas as inscritas ganham R$ 60,00 de desconto na compra de qualquer plano da Escale Escalada.

A programação do evento inclui uma aula de yoga com Geórgia Rodrigues (cada inscrita deve levar seu tapete de yoga) e um café da manhã. Além disso, será realizada uma troca de ideias com a nutricionista Dayanne Dalia e, para finalizar, uma oficina de escalada.&nbsp;

O evento é destinado para mulheres maiores de 18 anos ou menores acompanhadas de outra mulher como responsável.

Ficha Técnica&nbsp;

Escale Delas - 4ª edição&nbsp;

Data: 22 de março&nbsp;

Horário: das 8 horas às 13 horas&nbsp;

Local:&nbsp;Escale Escalada (Rua C 156, N 63, Qd. 328, Lt. 19, Jd. América, Goiânia, Brazil 74.275-160)

Link para inscrição: <a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfJOslGkqNWdgmI81F2fKa1CkcnDD-mHtJa-hDNxJ_Qmwzt6g/viewform">Aqui</a>

(Renata Akutsu é estagiária do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)

Academia de escalada promove evento para conectar mulheres ao esporte

Esporte

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Matéria - Esporte

Oportunidade

O documentário “Rocha: Substantivo Feminino”, um&nbsp;curta-metragem&nbsp;sobre a escalada feminina, será exibido na próxima sexta-feira (21), a partir das 20h30. A exibição será gratuita e acontecerá na&nbsp;Academia de Escalada Escale, em Goiânia, no Jardim América.

O documentário foi gravado no Parque Estadual dos Pireneus, em Pirenópolis-GO, mesmo local em que surgiu o Rocha, movimento coletivo de escaladoras que sonham com uma maior representatividade no esporte.&nbsp;

O documentário “Rocha: Substantivo Feminino” surgiu a partir do coletivo, como uma forma de as escaladoras contarem a escala feminina compartilhando suas histórias no esporte e incentivando outras mulheres a iniciarem a modalidade.&nbsp;

Toda a produção do documentário foi feita por uma equipe 100% feminina, desde o roteiro e as entrevistas até as gravações, edições e divulgações.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/esporte/aos-14-anos-jovem-goiana-inicia-temporada-na-selec-o-brasileira-de-escalada-1.3219564">Aos 14 anos, jovem goiana inicia temporada na seleção brasileira de escalada</a></div>

Exibição do documentário

“Rocha: Substantivo Feminino”

Data: 21/02

Horário: 20h30

Local: Escale, Academia de Escalada&nbsp;

Valor: a exibição será gratuita&nbsp;

(Renata Akutsu é estagiária do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)

&nbsp;

Documentário sobre escalada feminina será exibido em Goiânia

Produção 

A jovem goiana Luiza Fagionato, de 14 anos, vai começar o ano de 2025 com a experiência de integrar a seleção brasileira juvenil de escalada. A partir desta terça-feira (14), a escaladora tem seu primeiro compromisso como integrante da equipe em um training camp com outros atletas convocados. Todos passarão 12 dias na sede da Confederação Brasileira de Escalada (CBEscalada), em Curitiba-PR, vivendo palestras e treinamentos. A iniciativa é parte da preparação para o ciclo de 2025 que está se iniciando.

<cite>Fiquei feliz com a oportunidade de poder estar lá com todos os atletas. Conhecer todo mundo melhor. Conhecer mais sobre a escalada e sobre como vai funcionar esse ano”, comentou a atleta Luiza Fagionato.</cite>

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Luiza ganhou a convocação como um presente de aniversário especial em 2024. A 1ª convocação foi confirmada no dia em que a jovem completou 14 anos. O resultado foi definido após o término da última competição da temporada passada, o Campeonato Brasileiro de Escalada Guiada, no início de dezembro.

Na classificação geral do ano, Luiza Fagionato foi a 2ª colocada do sub-20, considerando os atletas das três divisões (sub-14, sub-16 e sub-18). No entanto, a líder do ranking atingiu a idade máxima e não poderá ser convocada para a seleção juvenil, o que classifica a jovem goiana para a vaga.

Com a posição no ranking, Luiza Fagionato se qualifica para o Programa Bolsa Atleta, do Governo Federal. O valor ajudará com os gastos de inscrição e deslocamento para as competições, além dos treinamentos e equipamentos. Os três primeiros colocados da classificação sub-20 têm direito à bolsa. Quando os compromissos são pela seleção brasileira, os gastos são custeados pela CBEscalada.

Até o momento, o calendário de competições não foi divulgado pela CBEscalada.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.opopular.com.br/esporte/pioneirismo-conheca-jordana-agapito-goiana-que-faz-historia-na-escalada-1.3174883" style="font-size: 12px;">Pioneirismo: conheça Jordana Agapito, goiana que faz história na escalada</a>&nbsp;</div>

A escalada tem crescido no Brasil e no mundo nos últimos dez anos, desde que foi incluída como modalidade olímpica - sua estreia ocorreu nos Jogos de Tóquio, em 2021. No Brasil, as duas modalidades mais conhecidas são boulder e guiada.

As competições brasileiras têm as duas modalidades, pois a soma das notas é o que define o ranking nacional. “Para ser da seleção, ela precisa ir bem nas duas competições”, destacou Rafael Gomes, técnico de Luiza Fagionato e dono de uma academia de escalada em Goiânia.

O boulder é a modalidade na qual o equipamento de segurança é um colchão no chão, para evitar o impacto nas eventuais quedas. Além disso, as paredes possuem cerca de 4,5m. Já na escalada guiada, o atleta fica pendurado por uma corda de segurança, ao escalar paredes de aproximadamente 15 metros de altura.

Luiza treina na Escale, uma academia que possui paredes adaptadas à modalidade boulder. Para as competições de escalada guiada, Rafael Gomes conta que “improvisa através do muro, para ela treinar de maneira correta”.

Além de boulder e guiada, existe a escalada de velocidade, que também faz parte do quadro olímpico e consiste em chegar ao topo da parede o mais rápido possível. No entanto, as competições da modalidade não são comuns no Brasil.

Luiza Fagionato tem uma rotina com quatro dias de treino na academia de escalada, além de dois dias de preparo físico. Há dias mais tranquilos. “Ela é muito jovem para a gente puxar o ritmo, no ano passado ela tinha 13 anos. Então, para a saúde da atleta, gosto de deixá-la livre para se divertir, brincar, trocar ideias com os amigos. Não tem uma rotina séria aos sábados, mas, a partir do momento, que vai aumentando a idade, começa a ser mais regrado”, destacou Rafael Gomes.

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Início 

Luiza começou no esporte com 6 anos, quando decidiu brincar em uma parede de escalada na academia em que praticava outras modalidades esportivas. Ela não tinha a idade mínima para fazer as aulas e, logo na primeira vez escalando, conseguiu alcançar alturas que nem os alunos conseguiam. Assim, conseguiu autorização para iniciar com as aulas.

Depois de alguns anos fazendo aulas de escalada, surgiu a primeira oportunidade para participar de uma competição. Com 11 anos, Luiza se inscreveu em um festival em Brasília, que também era uma etapa da Copa do Brasil de Escalada.

“Ela foi e, com 11 anos, passou para a final adulta. Essa foi a primeira dificuldade dela, por causa do isolamento com atletas profissionais e ela com 11 anos”, contou Marcelo Fagionato, pai da Luiza.

Depois da 1ª participação, Luiza Fagionato continuou com os treinamentos e participou de competições e festivais. O destaque foi a 1ª etapa da Copa do Brasil de Escalada de 2024, em Franca-SP, em abril. A goiana foi campeã juvenil da etapa.

A vitória em Franca-SP foi importante para a atleta porque Luiza tinha acabado de retornar de uma lesão no dedo e precisou ficar, aproximadamente, cinco meses em recuperação. A etapa foi a 1ª competição após o retorno.

Apesar de amar a escalada e de reconhecer o crescimento da modalidade no Brasil, Luiza ainda não sabe se quer seguir carreira profissional. “Não sei, é difícil. Porque a escalada ainda é um esporte muito pequeno aqui no Brasil, não dá muito retorno. Acho que é mais por diversão”, concluiu a atleta.

<div attr-cid="policy:1.3219586" attr-version="policy:1.3219586:1736804820" class="p-smartmidiabox">
<div attr-cid="policy:1.3219601" attr-version="policy:1.3219601:1736805186" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3219601" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3219601', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3219601">Luiza Fagionato (1.3219601)</a></div>
</div>

Já esteve lá

Luiza Fagionato não é a primeira atleta goiana a ser convocada para a seleção brasileira de escalada. O goiano Pedro Namba, atualmente com 21 anos, conseguiu uma vaga na equipe juvenil e participou do ciclo em 2022. O jovem contou que a experiência e a troca de conhecimento com os outros atletas da equipe são as melhores partes.

“Foi uma experiência incrível, ter a oportunidade de viajar com os outros atletas da seleção, treinar, conversar, aprender com eles foi algo diferencial para mim, essa troca entre os atletas é algo muito positivo no esporte que favorece todos os lados”, destacou Pedro Namba.

Pedro Namba disputou sua primeira competição internacional, o Campeonato Mundial Juvenil de Escalada, em 2022, com 19 anos. O atleta destacou que a interação com os competidores de outros países foi importante para seu desenvolvimento.

“Não tive a performance que esperava, mas lembro que foi um diferencial para mim. Desde que eu comecei a escalar, assistia aos campeonatos mundiais e ficavam admirando aqueles atletas, para mim eles eram algo quase inalcançável. Poder participar junto com eles, conversar, escalar os mesmos boulders, me tirou um pouco desse barreira mental que eu tinha. Consegui enxergar que aqueles caras eram que nem eu e que, se eu treinasse mais um pouco, fizesse alguns ajustes, era possível alcançá-los. Isso fez a minha escalada evoluir muito”, concluiu Pedro Namba.

(Renata Akutsu é estagiária do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)

Luiza Fagionato

Aos 14 anos, jovem goiana inicia temporada na seleção brasileira de escalada

Destaque

O filme goiano "Bonito por Natureza" venceu o Rio Mountain Festival (RMF), Mostra Internacional de Filmes de Montanha, no último domingo (10), no Rio de Janeiro. Na mostra competitiva da 19ª edição do festival, a obra faturou o Prêmio Terra Brasilis, de Melhor Filme Brasileiro.

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A obra, de 2024 e que tem 28 minutos de duração, conta a trajetória da escaladora Jordana Agapito na conquista da Bonito por Natureza, via de escalada em Cocalzinho de Goiás, de graduação V12, em 2022. A atleta, hoje aos 36 anos, foi a primeira mulher a escalar a via.

A empreitada tornou Jordana a primeira mulher da América Latina a escalar uma via boulder de graduação V12. Boulder é a modalidade de escalada em que o atleta não possui o suporte de uma corda, apenas a proteção de um colchão no solo.

Leia também:

<a href="https://opopular.com.br/esporte/pioneirismo-conheca-jordana-agapito-goiana-que-faz-historia-na-escalada-1.3174883">+ Pioneirismo: conheça Jordana Agapito, goiana que faz história na escalada</a>

O filme "Bonito por Natureza" conta a história da conquista de Jordana e também mostra reflexões da atleta goiana sobre o papel da escalada em sua vida e a presença da mulher na modalidade e no espaço outdoor. A direção é de Alan Schvarsberg, brasiliense que vive na Chapada dos Veadeiros.

O filme ainda não está disponível no streaming, e Jordana tem participado de eventos de exibição pelo País. A próxima exibição será na próxima quarta-feira (13), em Curitiba.

<img attr-cid="policy:1.3198018" attr-version="policy:1.3198018:1731359924" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3198018/cartaz_bonito.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
"Bonito por Natureza", filme goiano premiado no Rio ()

Jordana é uma das principais escaladoras em rocha do País e fez história no último dia 7 de setembro. A goiana escalou a via de maior grau de dificuldade na escalada esportiva guiada até hoje. O feito foi conquistado no Morro do Macaco, em Pirenópolis.

A graduação da via conquistada por Jordana é 11A. A via possui cerca de 35 metros, e o percurso foi feito em aproximadamente oito minutos no dia 7 de setembro, depois de dois anos de dedicação ao feito.

O Rio Mountain Festival teve mais de cem filmes inscritos e uma seleção de 29 obras que celebram o espírito dos esportes de montanha. Os premiados foram divulgados no último domingo (10).

Jordana está envolvida em outra produção cinematográfica. É o documentário “Rocha: Substantivo Feminino”, que começou a ser gravado na região do Parque Estadual da Serra dos Pireneus, em Cocalzinho de Goiás, no primeiro semestre. A obra conta a história da escalada feminina na região, terá entrevistas com escaladoras e espera promover debates com objetivo de ter a inserção de mais mulheres no esporte.

<h2>Conheça Jordana Agapito</h2>

Jordana começou na escalada em 2012, em Cocalzinho de Goiás, um dos melhores picos de boulder do país. Se apaixonou pelo esporte, pela conexão direta com a natureza e pela possibilidade de utilizar a escalada como ferramenta de autoconhecimento e evolução pessoal e coletiva.

Escalou por todo o Brasil, morou um ano em uma van nos Estados Unidos escalando em vários estados e fez expedições para a Patagônia argentina e para a África do Sul.

Além das conquistas das vias V12 boulder e 11A na escalada guiada, foi ganhadora, em 2023, do prêmio Mosquetão de Ouro justamente com a cadena (conclusão) do seu segundo V12, o boulder Bonito por Natureza, em 2022, que virou tema de seu filme.

Atualmente integra ativamente iniciativas com foco na visibilidade da escalada feminina (@rochasubstantivofeminino@femmeranking) e segue dedicada em continuar explorando e evoluindo.

Filme goiano sobre escalada vence festival internacional no Rio

Cinema

Jordana Agapito

Uma busca de dois anos terminou no último dia 7 de setembro para a goiana Jordana Agapito, escaladora de 36 anos que se tornou a mulher brasileira que escalou a via de maior grau de dificuldade na escalada esportiva guiada até hoje. O feito foi conquistado no Morro do Macaco, em Pirenópolis, local que se tornou o “quintal” da goianiense nos últimos tempos.

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A graduação da via conquistada por Jordana é 11A, seguindo a tabela brasileira, que é diferença da francesa, utilizada como parâmetro para a escalada outdoor mundial. A via possui cerca de 35 metros, e o percurso foi feito em aproximadamente oito minutos. “Começa uma escalada fácil, tem um platô de pedra em que você senta, tira as mãos e descansa. Aí vem uma placa negativa, de 40 graus, que é a parte mais difícil da via e a gente chama de crux. Vai dali até o final sem parar. Até o topo”, descreveu Jordana, que, ao longo dos dois anos em que buscou a escalada perfeita na via, memorizou cada trecho, do início ao fim, para o grande dia.

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Jordana Agapito, escaladora goiana de 36 anos (Wesley Costa / O Popular)

&nbsp;

No último dia 7, a goiana não foi até o parque visando completar a trajetória nesta data, mas as condições colaboraram, e Jordana chegou ao topo da rocha na 1ª tentativa, após dois anos de preparação. Ela foi a 6ª pessoa a encadenar este pico, ou seja, escalar toda a superfície sem cair ou usar nada para se pendurar.

“É um processo mental. Eu escalava a via 24 horas por dia. Acordava e pensava nela, ia comer alguma coisa e ia dormir pensando. E existe a temporada de escalada, escalamos melhor no frio, porque tem mais aderência. Um projeto desse nível precisa das condições ideais para poder executar”, contou Jordana.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/de-quase-sucata-para-uma-vida-util-de-pelo-menos-mais-20-anos-1.3169403" target="_blank">De quase sucata para uma vida útil de pelo menos mais 20 anos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/esporte/fora-de-casa-anapolis-busca-vaga-inedita-em-decis-o-nacional-1.3174830" target="_blank">Fora de casa, Anápolis busca vaga inédita em decisão nacional</a></div>

Desde que decidiu escalar este percurso, Jordana definiu um prazo de aproximadamente dois anos para concluir. A ideia era encadenar até agosto de 2024, mas as condições não estavam mais favoráveis e a atleta decidiu se afastar um pouco e conquistar outros objetivos. Contudo, depois de retornar de uma viagem, Jordana decidiu voltar ao Morro do Macaco, de forma despretensiosa. Foi a ocasião em que completou o trajeto.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/esporte/documentario-vai-contar-historia-da-escalada-feminina-no-parque-dos-pireneus-1.3143942">+ Documentário vai contar história da escalada feminina no Parque dos Pireneus</a></div>

“Foi um momento de muita emoção, muita gratidão, realização. Foi um projeto em que trabalhei muito duro. Sabia que ia ser um desafio grande. Então, foi um sentimento de realização mesmo. E imediatamente, quando cheguei ao topo, comecei a chorar, foi bem emocionante e as pessoas também se emocionaram muito. Minha primeira sensação foi de muita gratidão e de alívio por ter completado esse ciclo”, disse a goiana.

Para Jordana, o processo para escalar a rocha começou há dois anos, e só a adaptação levou cerca de dois meses. “Peguei isso como projeto, não estava mais escalando outras coisas, passei praticamente dois anos escalando a mesma coisa, no mesmo lugar”, completou Jordana.

Jordana comentou um pouco sobre a preparação e o caminho até alcançar o topo. “Eu executava isoladamente os movimentos, depois ligava tudo [tanto na academia de escalada, como na parede de pedra mesmo]. Tudo é memorizado antes, decorado.”

A preparação para escalar a via 11A contou com o apoio de Rafael Gomes, treinador físico e amigo de Jordana, que acompanhou todo o processo. “Ela foi lá e fez toda a tarefa de casa, escalou as vias que dão bagagem para a evolução do processo até chegar o momento. Ela tinha encadenado todas as outras, só sobrou a via. Várias horas de caminhada até o pico, muitas horas de conversa sobre a parte técnica e tática, muitas horas de treinamento físico e de escalada. Foram meses entre idas e vindas ao Morro do Macaco”, contou.

<img attr-cid="policy:1.3174882" attr-version="policy:1.3174882:1726273811" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3174882/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Jordana Agapito no Morro do Macaco, em que concluiu escalada de nível 11A (Fábio Moreira)

No Brasil, a via esportiva de maior graduação já escalada foi a de classificação 12B, concluída pelo paulista Felipe Camargo, um dos que já subiram o Morro do Macaco, de graduação 11A, agora conquistado por Jordana.

Trajetória 

Jordana nasceu e cresceu em Goiânia. A atleta é formada em Publicidade e Propaganda, fez carreira na área, mas acaba de apostar tudo em viver do esporte. A goiana teve contato com a escalada, pela primeira vez, em 2012, quando tinha 24 anos.

“Vi uma foto de uma mulher escalando na internet, no momento em que estava procurando uma coisa diferente para fazer. Quis fazer aquilo e aqui em Goiás não temos a cultura. No Brasil, tem muito pouco, imagina em Goiás, que nem tem montanha. Então, eu liguei na academia de escalada mais próxima da minha casa”, contou Jordana.

A atleta começou na modalidade Boulder, na qual o atleta não possui o suporte de uma corda, apenas de um colchão no solo - o crash pad. “Dá para escalar sozinho, mas geralmente tem alguém ali fazendo a sua segurança, te direcionando. De repente, você se pendulou e vai cair fora do Pad, então a pessoa te direciona”, disse Jordana.

A goiana explica que a escalada é lifestyle, independentemente da modalidade escolhida. “Eu trabalhava até sexta. Saía sexta de Goiânia, escalava a madrugada inteira e ia direto para sábado e domingo. Depois, voltava. Comecei a viajar, até que chegou um ponto que eu queria viver a escalada. Então, eu juntei uma grana e fiquei três anos fora do mercado”, contou Jordana sobre o período em que viajou e escalou. Neste período, de 2016 a 2018, a goiana decidiu viver a escalada e viajou pelo Brasil, passando por Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas também teve experiências em outros países, como Argentina, África do Sul e Estados Unidos.

Depois de anos praticando Boulder, a atleta decidiu se aventurar na modalidade de via esportiva, que possui o suporte de cordas. Além disso, hoje a atleta se dedica apenas ao esporte e não trabalha mais com marketing.

“Estou vivendo de escalada há dois meses. Não tem uma fonte de renda que vai cair todo mês, estou captando recurso para filme, tenho dois patrocinadores e redes sociais. Então, vou me desenvolvendo dessa maneira. Ainda é uma aposta”, descreveu.

<h2>Em duas modalidades, goiana elevou o nível do esporte</h2>

Escalar uma via de graduação 11A, na modalidade esportiva, não foi o primeiro recorde da goiana. Jordana Agapito também foi a primeira mulher da América Latina a completar uma linha de Boulder graduada em V12, o que ela fez duas vezes: primeiro em 2015, depois em 2022. A classificação de dificuldade varia de V1 a V17.

A via Bonito por Natureza, que foi a que ela escalou em 2022, fica localizada em Cocalzinho de Goiás. A empreitada virou filme. O local é um pico consolidado e é onde Jordana começou sua trajetória no mundo outdoor. “Comecei escalando em Cocalzinho, que é um dos melhores picos de Boulder do país. Tem muitas linhas abertas”, contou.

Técnico e amigo de Jordana, Rafael Gomes destacou a importância da atleta para a cena da escalada no Brasil, nas diversas modalidades do esporte.

“Jordana é uma mulher determinada, obcecada, extremamente disciplinada e completamente apaixonada pela escalada. Mostrou para todas as pessoas que não existe limite quando se tem disciplina, determinação e foco. É a segunda vez que ela puxa o nível da escalada, a primeira na modalidade Boulder e agora na guiada. Isso mostra que, quando você quer algo, basta correr atrás com humildade, respeitar o processo, e ter disciplina que é possível alcançar o objetivo”, contou Rafael.

Depois da experiência que teve de passar três anos fora do Brasil para escalar, entre 2016 e 2018, a goiana concluiu que queria retornar ao pico. “Voltei para o Brasil e decidi que naquele ano eu ia escalar o que eu mais gostaria em Cocal. E aconteceram vários boulders que eu queria, tipo o Bonito por Natureza, que virou filme”, contou.

Além de Boulder e via esportiva, Jordana também teve uma experiência com Big Wall, que consiste em escalar uma grande parede de pedra. Foi na Pedra Riscada, na cidade de São José do Divino (MG). Jordana e Rafael escalaram uma pedra de 900m. Foram dois dias dormindo na pedra. Em experiências do tipo, os escaladoras armam uma barraca e dormem pendurados por cordas, em dois pontos, para segurança. Tudo é feito desse jeito, das necessidades básicas à alimentação.

<h3>Rotina</h3>

A rotina de atleta de Jordana exige treinos de escalada e de preparação física específica para a modalidade, além de yoga. “Eu tenho o Rafael [GOMES]que é meu treinador físico, meu coach, meu amigo, meu parceiro de escalada. Ele tem 24 anos de escalada nas costas e é professor.” Os dois se conhecem desde 2012.

Na semana, a rotina consiste em dois dias de treinamento físico por semana, com sessões de uma hora, além de dois dias de trabalho na academia de escalada e duas ou três vezes de atividades na rocha. Jordana tem uma alimentação variada e balanceada. “Como pouco açúcar, não como carne. Mas é bem tranquilo. Não piro, não.”

A atleta destacou algumas diferenças das atividades na academia de escalada e na prática outdoor. “O trabalho de pés é diferente porque, às vezes, na rocha é muito mais minucioso. A intimidade com a rocha é diferente do que no ginásio, o tipo de agarra que a gente pega. E a motivação. Eu me motivo muito na rocha. Aqui [NO GINÁSIO], para mim, é treinamento.”

<div attr-cid="policy:1.3174897" attr-version="policy:1.3174897:1726275482" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3174897" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3174897', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3174897">Jordana Agapito (1.3174897)</a></div>

<h4>Futuro&nbsp;</h4>

Jordana ainda não sabe o próximo objetivo, mas sabe que o encontrará em breve. Além disso, a goiana destacou como se sentiu realizada com o apoio recebe do público que acompanha o esporte.

“Eu estou muito feliz com o reconhecimento das pessoas, da comunidade inteira, de todo mundo que torceu. Muito feliz mesmo. Acho que estamos dando passos importantes na escalada feminina, e fico muito orgulhosa de participar disso.”

Para quem quer iniciar no esporte, a orientação é procurar um local específico. “Minha dica é primeiro ir em uma academia de escalada porque vai ter alguém para te receber, te ensinar, é onde você vai se conectar com as pessoas. Escalada é networking”, concluiu a atleta. “Quando eu estava no 1º ou 2º mês de escalada, um grande amigo me falou que eu precisava ir para Cocalzinho. Eu achava que escalada na pedra era só para profissional.”

(Renata Akutsu é estagiária do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)