O 12 de outubro é conhecido, entre outras datas do calendário nacional, como o dia das crianças. E, três delas, bem precoces ainda, se destacaram na 3ª etapa do Campeonato Goiás Superbike, disputado na manhã e tarde deste domingo (21), no autódromo de Goiânia, por cerca de 70 pilotos goianos, do Distrito Federal, de Minas Gerais e São Paulo, entre outros estados que têm pilotos que são federados em Goiás. Para Caíque Lanna, Raquel Vaz e Davi Gama, a motovelocidade não é só coisa de gente grande sob comando de criança. É diversão levada a sério, como o trio mostrou na categoria sport 300 light, na qual o pódio ganhou o sorriso infantil dos três. Gosto que revela, ainda, esforço físico, treinamento e concentração para pilotar motocicletas que pesam cerca de 150kg e que, no retão do autódromo e em plena velocidade, podem atingir até 180km/h.A prova também teve a disputa, em família, pela vitória na categoria super sport 600cc, entre os irmãos Indiana Munoz e Kioman de Jesus Navarro. Melhor para Indiana, que venceu e assumiu a liderança da categoria, faltando duas etapas - dias 25 de novembro (4ª etapa) e 16 de dezembro (5ª etapa) - para o término da temporada. Como detalhe, a menina Raquel Annanda Vaz, de 11 anos, é enteada de Indiana Munoz - ela é filha de Wendell Vaz, chefe de equipe na motovelocidade. Literalmente, é uma família, sobre motos, nas pistas.Influência familiar é algo que move Caíque Lanna Menezes, de 13 anos. Líder da sport light 300cc, com 100% de aproveitamento - venceu as três provas - Caíque Lanna conta que ganhou uma minimoto do pai, Carlos, quando tinha 5 anos. Tomou gosto, começou a correr e já traça planos, apesar da pouca idade. "Quero ir para a Espanha correr. Em 2019, quem sabe", disse o garoto, oriundo de Brasília, que vê no país europeu mais provas, visibilidade e condições de progredir no mundo da velocidade.Outro garoto de Brasília, Davi Gama tem 11 anos, mede 1,53m, pesa 40kg e tem, sob inteira responsabilidade na pista, uma Yamaha R3 300cc. Ele ficou em 3º lugar, ontem. "Comecei a andar forte neste ano. Já corri em Interlagos (São Paulo). Por enquanto, estamos treinando para subir degraus. Quero correr as outras etapas. Sonho em disputar a Moto GP (principal categoria da motovelocidade mundial)", disse Davi, que é incentivado pelo pai, André Gama, que foi piloto nas temporadas 2013 e 2014.A pequena piloto Raquel Vaz, de 11 anos, chegou à motovelocidade pelo incentivo familiar. O pai, Wendell Vaz, é preparador da equipe. A madrasta, Indiana Munoz, é piloto, assim como o tio, também piloto, Kioman de Jesus. "Ela (Raquel Vaz) tem potencial. Estamos preparando, trabalhando para que seja uma piloto competitiva. Temos preocupação com alimentação, com estudos, acompanhamento psicológico", disse Indiana Munoz, que é instrutora de motos e que prepara a enteada para competir."Sou muito cobrada. Mas já me acostumei muito rápido às provas e aos treinos. Comecei aos 8 anos e espero, quem sabea, chegar à MotoGP." Sonho, projeto, imaginação, não importa o nome que pode ser dado à pretensão de Raquel Vaz. Neste domingo, no meio dos meninos que dividiram o pódio com ela e de pilotos mais velhos, Raquel chegou em 2º lugar. Do jeitinho ainda tímido dela, festejou o pódio. E se lembrou da estreia, que teve sequência tripla de tombos no autódromo de Goiânia."Não foi muito bom (risos). Na volta de apresentação, caí logo na saída. Levantei a minha moto e tive outra queda, no bico de pato. Andei um pouco mais, mas voltei a cair, no início da reta", descreveu a piloto, ressaltando que os tombos serviram como primeiras lições, e batismo, no mundo da motovelocidade. Serviram para que ela se familiarizasse com as motos, as retas e curvas, a velocidade e com os concorrentes, como Caíque Lanna e Davi Gama.