Desde a semana passada no Atlético-GO, o meia-atacante Chico, de 29 anos, espera disputar bem a Série A do Brasileiro, competição em que ele tem experiência anterior - ano passado, fez 11 jogos pelo Ceará no torneio. O jogador tem o sonho de ser convocado pela seleção da Coreia do Sul, já que tem dupla nacionalidade por ser filho de pais sul-coreanos que deixaram a terra natal pra viver no Paraguai.Dois irmãos de Chico são paraguaios, mas ele nasceu em Cascavel (PR) e foi criado no Paraguai. Por isso, o sotaque foi perceptível na coletiva de apresentação, por videoconferência, na tarde desta segunda-feira (10). Ele pronuncia "Dragón", "puendo". O jogador pretende trabalhar para chegar à seleção da Coreia do Sul, escola que tem tradição na disputa da Copa do Mundo e, em termos continentais, é uma das forças do futebol asiático. Para isso, Chico busca projeção no Dragão e, em tempos de pandemia do coronavírus, diz que está confiante em passar por essa etapa difícil. O Dragão estreia no Brasileiro nesta quarta-feira (12), diante do Flamengo, no Estádio Olímpico, às 20h30.O nome do jogador é Francisco Hyun Sol-Kim, mas ganhou o apelido de Chico e diz aprender com as duas culturas: a brasileira e a oriental. Procura aliar as duas na carreira e continua trabalhando pelo sonho da convocação. "Tenho dupla nacionalidade. É um dos sonhos que sempre carrego na minha vida. Desde criança, tenho esse sonho e, pra isso, tenho lutado bastante. Ano passado, consegui mostrar meu futebol no time do Ceará. Mas, neste ano, com a camisa do Dragão, gostaria de me firmar e isso (seleção da Coreia do Sul), tenho certeza, é uma consequência. Eu podendo me firmar aqui, fazendo um bom campeonato, a seleção naturalmente vai acontecer. É uma motivação para todo dia vir aqui fazer meu melhor e me aprimorar cada vez mais", projetou o jogador, que pode atuar mais aberto ou mais recuado, segundo ele, no meio de campo."Toda vez que bate o cansaço, uma coisa ruim, esse sonho (de seleção sul-coreana) me dá força para continuar a lutar. Vou dar o meu melhor para um dia chegar lá", emendou, ao ser indagado se é possível ver um ataque, na Coreia do Sul, formado por Chico e Son, destaque da equipe e que atua no futebol inglês.Na carreira, Chico diz que tenta aliar as diversidades culturais para jogar e, também, viver. "Realmente, passei por várias culturas, vários (estilos de) futebol. Tento colocar essa parte de cultura dentro de campo. Na Coreia (do Sul), por exemplo, a gente coloca muito a disciplina. Tento colocar disciplina dentro e fora de campo e a alegria do brasileiro de jogar", explicou.Na semana em que chegou ao Atlético, o clube tinha casos de Covid-19 no elenco. Assim mesmo, Chico afirma que há cuidados com a saúde dos atletas e funcionários no CT do Dragão. "O clube está dando todo suporte, toda a higiene possível e estamos bastante tranquilos porque estamos fazendo os testes. Então, pessoalmente, estou muito confiante que podemos entrar com força máxima. Essa higiene, esse cuidado, todo jogador aqui tem a consciência."Na visão de Chico, a saúde de qualquer pessoa está em primeiro lugar. "Pessoalmente, vejo muito a parte da saúde. Com isso (Covid-19), não dá pra brincar. A gente deve pensar mais pela vida da pessoa, pois não são somente os jogadores que entram dentro de campo, mas tem uma equipe, tem todas as pessoas que fazem parte. É melhor ter cuidado do que colocar em risco", opinou, ao se referir aos casos de atletas positivos para Covid-19 e de jogos adiados do Brasileirão, no fim de semana, por causa disso - o do Goiás, contra o São Paulo, foi um deles.