No cotidiano, Marcos Medeiros ressalta que ele e Nonô trabalham para deixar o goleiro em condições de atuar. “O meu segredo é trabalhar situações de jogo o tempo todo, usando a potência do chute com as duas pernas”, detalha o treinador de goleiros. Em uma sessão de treinos antes de falar ao POPULAR, Medeiros calculou cerca de 350 chutes, dele e de Nonô, no treino específico.Para a sessão da tarde, seriam mais 150 para o aquecimento, antes do trabalho de posicionamento do time. Com um detalhe importante. “Eu não gosto de repetir trabalho. Procuro sempre fazer treinos diferentes, criar um trabalho novo. A movimentação é essencial e (goleiro) tem de estar preparado para fazer a defesa.”Na preparação em curso, a primeira preocupação será condicionar os goleiros, física e tecnicamente, para iniciar a temporada. Para os jogos, há a preparação de vídeos curtos sobre os adversários para dar informações relevantes sobre detalhes como jogadas de bola parada, as finalizações de média e longa distância, os cruzamentos, entre outros.É necessário estar atento às exigências e novidades da posição. Atualmente, exige-se que o goleiro jogue com os pés. Nem sempre é algo prático. Medeiros reconhece que a tendência chegou para ficar e que o goleiro não pode mais “dar balões” quando tem a bola.“Toda novidade é bem-vinda, mas não pode extrapolar. O goleiro, quanto mais simples for, mais funcional será. Se for usar os pés, tem de fazer a bola rodar sem se comprometer”, detalha o preparador. No clube, Márcio e Jean foram além, pois se tornaram artilheiros à custa de muitos treinamentos, pois tinham técnica e facilidade para bater na bola. Medeiros conta que ele e Márcio faziam sessões extras de treinos para aperfeiçoar as cobranças de faltas e pênaltis.CarreiraMarcos Medeiros tem 45 anos. Chegou ao Atlético-GO em 2006, após o vice do Goianão e na preparação para a Série C daquele ano. Veio na comissão técnica integrada por Carlos Rabello (treinador) e Luiz Carlos Goiano (ex-jogador e auxiliar). Os primeiros goleiros preparados foram Donizeti, Régis e Daniel. Em 2007, quem chegou e tomou conta da posição, por quase uma década, foi Márcio, totalmente desacreditado após uma passagem rápida pelo Fortaleza.Medeiros era goleiro promissor no interior paulista. Fez parte de um ciclo de preparação da seleção brasileira infantil, em 1991, ao lado de Gléguer (Guarani) e Rogério Turiúba (São Paulo e que esteve no Atlético-GO, em 1998).O jovem camisa 1 passou por uma experiência inesperada. Uma mudança de rumos no Novorizontino-SP fez com que o clube fechasse as portas em 1998. Os goleiros foram para o Bragantino-SP. Eram oito. Marcos Medeiros planejou mudar o rumo profissional, tinha de 22 para 23 anos. Então, recebeu uma ligação de Veludo (ex-técnico da seleção brasileira feminina) para trabalhar na base do Guarani.Passou a ser treinador de goleiros. Logo, estava no elenco principal preparando Gléguer (companheiro de seleção), Pitarelli e Edervan. “Eu era mais jovem do que eles”, se recorda Medeiros.Passou pelo futebol paranaense, CRB-AL, União São João-SP e passou cinco temporadas no futebol japonês (2001 a 2005). Então, voltou ao futebol brasileiro em 2006, para trabalhar no Atlético Sorocaba-SP, antes de iniciar o maior ciclo da carreira, no Atlético-GO.