O Atlético-GO usou a conta do clube no Twitter para manifestar repúdio quanto à ofensa racial que teria sido cometida por um torcedor do clube contra o volante Fellipe Bastos, do Goiás, após o clássico em que o alviverde venceu o rubro-negro por 1 a 0 neste domingo (8), no Estádio Antonio Accioly. Na postagem, o Dragão usou as fotos de alguns jogadores.Pela ordem, os atletas que têm imagens utilizadas são o volante e capitão Marlon Freitas, o zagueiro Wanderson, o lateral Hayner e o goleiro Renan. Todos são negros e, na mensagem publicada pelo clube, representam que há jogadores negros no elenco atleticano.Leia também:+ Fellipe Bastos registra queixa de injúria racial, e Polícia Civil abre inquérito+ Volante do Goiás denuncia racismo de torcedor do Atlético-GO uso das imagens dos atletas do Atlético-GO foi criticado por usuários do Twitter. “Erraram muito feio nessa. Basicamente só ficou: ‘Não somos racistas, temos até atletas negros’. A nota em si não serviu para nada”, disse um usuário em resposta à postagem atleticana.Na Copa Sul-Americana de 2021, o atacante Zé Roberto, então no Atlético-GO, denunciou que o volante Marlon Freitas, que segue no clube, foi chamado de “negro” por um adversário no empate de 1 a 1 com o Newell´s Old Boys (Argentina), em Rosario, no dia 25 de maio, na última rodada da fase de grupos. O episódio foi denunciado em entrevista à TV Conmebol.Na nota, o Dragão diz repudiar o caso ocorrido com o volante Fellipe Bastos e garante que está fazendo “minucioso processo de investigação” para apurar o fato.O clube iniciou a busca por imagens ou provas que possam apontar o culpado pelos xingamentos que teriam sido dirigidos ao atleta. Nesta segunda-feira (9), as câmeras de monitoramento do estádio foram novamente verificadas e, segundo informação do advogado e diretor administrativo do clube, Marcos Egídio, nada foi visto.Segundo Marcos Egídio, o clube também está disposto a colaborar com as investigações da Polícia Civil, assim que for solicitado.Na conta no Twitter, o clube disse que apura o caso com “devidos cuidados para não acusar ninguém de forma indevida”. Sobre os procedimentos que o clube utiliza, Marcos Egídio diz que é preciso seguir alguns fatos: saber o que aconteceu, se há provas e identificar o responsável.Segundo ele, dentro do estádio há cerca de 20 câmeras de monitoramento que captam o movimento interno, mas que ainda não foi possível verificar algum suspeito nas imagens disponíveis. “O clube vai colaborar dentro das possibilidades”, destacou Marcos Egídio.Segundo o dirigente, o clube e a torcida não aceitam esse tipo de situação. Na Série B de 2019, em novembro, o Atlético-GO venceu o Paraná por 1 a 0 e um torcedor foi denunciado pelo zagueiro Eduardo Bauermann e a própria torcida ajudou a Polícia Militar na prisão do acusado. O caso foi passado à justiça, lembrou o dirigente.O presidente do Atlético-GO, Adson Batista, também garantiu a intenção de colaborar no que for possível e que também busca provas. “No caso de punição, você só pune quando tem prova. Nós não conseguimos ainda ter prova, estamos buscando provas. Não sei quem é. Não posso catar um (torcedor ou pessoa) no meio da rua e falar que foi ele. Estamos apurando, procurando as imagens nas câmeras, mas não conseguimos ainda”, frisou o presidente do Atlético-GO.“A minha opinião é de que repudio isso. Não sou racista, não concordo com racismo. Agora, precisa ter provas porque não tenho como acusar ninguém que não tenha prova”, ressaltou o presidente do Dragão. Após o jogo, o técnico Umberto Louzer se solidarizou com Fellipe Bastos, ainda durante a entrevista coletiva do jogador do Goiás.