Ano passado, o Atlético-GO sofreu na reta final do Brasileirão com a série de quatro empates seguidos que chegaram a ameaçar o time de descenso. Na atual temporada, o Dragão vive outra situação que vai se tornando preocupante e dramática: a de sofrer gols nos últimos minutos das partidas quando está em vantagem no placar. São empates e derrotas, como a virada sofrida diante do Antofagasta (Chile), pela Copa Sul-Americana, quando a equipe rubro-negra vencia de 1 a 0 e levou gols aos 42 e aos 45 minutos do segundo tempo.O revés, após duas vitórias nas rodadas anteriores do torneio, custou uma condição melhor na luta pela única vaga nas oitavas de final.O time atleticano também passou por isso nas últimas partidas, em que estava na dianteira do placar e permitiu reação de adversários, como nos empates contra Flamengo e Botafogo (1 a 1, pela Série A do Brasileiro) e Cuiabá (também 1 a 1, pela 3ª fase da Copa do Brasil). Por causa disso, o time não leva vantagem para decidir a vaga na Copa do Brasil no dia 11 de maio e, além disso, está na parte baixa da tabela do Brasileirão. Os apagões dos minutos finais preocupam.Leia tambémTécnico do Dragão diz que momento é de reflexãoCBF define próximos jogos do Atlético-GO na Série AComo no futebol prevalece a lógica de que o resultado é o que mais importa, os tropeços trazem desconfiança, cobranças e desequilíbrio, mesmo que o rendimento do time seja considerado bom. Levantamento do POPULAR mostra que, neste ano, o Atlético-GO jogou 25 vezes e sofreu 23 gols. Desses, nove (39,1%) foram marcados pelos adversários após os 30 minutos do segundo tempo - confira arte detalhada no final deste texto. O Dragão estava à frente no placar na maioria dos jogos em que foi vazado no final, à exceção do clássico em que foi derrotado pelo Vila Nova (2 a 0, com gol de pênalti de Arthur Rezende, aos 50 minutos).Uma das preocupações era a bola aérea, nas cobranças de escanteios. Mas, no empate com o Botafogo, o gol foi contra do atacante uruguaio Leandro Barcia, e, diante do Antofagasta, o time reclama de uma penalidade favorável à equipe chilena quando vencia por 1 a 0.O técnico do Atlético-GO, Umberto Louzer, explicou nas últimas entrevistas que tem se preocupado em trabalhar a bola aérea defensiva ao ser indagado sobre os escanteios.No interior do Chile, o time desperdiçou várias chances de gol, não soube segurar a vantagem de 1 a 0 e viu o lanterna da chave e da Liga Chilena virar o jogo.O que fazer numa situação como essa? “É preciso ver como o time está sofrendo esses gols, fazer um trabalho específico. Como não há tempo para treinos, é necessário ter equilíbrio para lidar com esse fator, a pressão existente. O emocional precisa ser trabalhado também”, recomenda o ex-atacante do Atlético-GO, Gilsinho, que foi um dos capitães na conquista do título da Série B 2016 e participou das campanhas do título do Goianão 2019 e do acesso à Série A 2020.Gilsinho se recorda do episódio de 2016, na reabertura do Olímpico. O Dragão vencia o Joinville-SC por 1 a 0 quando, já nos acréscimos, o meia Marquinho, encarregado de segurar a bola, fez um passe errado e permitiu o empate do adversário. Os jogadores abraçaram o colega, que saiu de campo chorando. No vestiário, o técnico Marcelo Cabo, em vez de uma cobrança dura, previu que, a partir daquele episódio, o time caminharia para ser campeão da Série B. E, de fato, foi.No futebol, as cobranças são normais na visão de Gilsinho. Mas, além delas, ele recomenda passar confiança aos jogadores e à comissão técnica para sanar o problema. Ano passado, quando o time sofria com a sequência de empates e completaria o quinto jogo se empatasse com o Bahia, Janderson fez, nos acréscimos, o gol da vitória que provocou festa da torcida e as reações explosivas da comissão técnica e dos jogadores. A equipe ganhou o jogo (2 a 1) e a confiança que, por pouco, não resultou na conquista de uma vaga na fase preliminar da Libertadores.No Goianão 2022, o time sofreu gol olímpico (de Matheuzinho) nos acréscimos, mas encontrou equilíbrio para garantir presença na decisão e conquistar o título sobre o Goiás. Porém, os gols originados em escanteios incomodavam. Um deles, no empate de 1 a 1 com o Cuiabá, custou a titularidade do goleiro Luan Polli e causou a demissão do preparador de goleiros, Marcos Medeiros.Em Antofagasta, na quarta-feira (27), a equipe não aproveitou as chances criadas, reclamou do pênalti favorável aos chilenos e mostrou desequilíbrio nos minutos finais.-Imagem (1.2446574)