Atlético-GO e Vila Nova iniciam, na tarde deste sábado (19), às 16h30, no Estádio Antonio Accioly, uma das semifinais do Campeonato Goiano. As equipes voltam a se enfrentar, pela terceira vez em um curto espaço de dois meses, em partidas duplas que levarão um deles à final do Estadual. Será um embate marcado pela rivalidade que vem esquentando ao longo dos últimos anos, mesmo que os times não tenham se encontrado em nenhuma decisão direta pelo título local.(Detalhes do confronto no fim deste texto: retrospecto, histórico nas semis, arbitragem, prováveis escalações)Dragão e Tigre disputam a semifinal goianiense que terá capítulo seguinte na próxima terça-feira (22) no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA). Não há vantagem, a não ser o fato de que a equipe vilanovense decide em casa, no OBA, por ter alcançado a melhor campanha, somadas 1ª fase e quartas de final. Além disso, o Vila Nova chega em melhor momento. O time colorado vem de duas vitórias sobre o rubro-negro (3 a 2 e 2 a 0), resultados que levantaram a autoestima da equipe.Leia também:+ Atlético-GO terá Léo Pereira no ataque titular+ Meia do Vila Nova sonha com tri estadualO clube do Bairro de Campinas procura se ajustar sob comando do técnico Umberto Louzer, invicto no trabalho iniciado há menos de um mês - quatro vitórias e dois empates, no Goianão e na Copa do Brasil. Higo Magalhães, muito identificado com o Vila Nova, desde a passagem pelas categorias de base como zagueiro, completou 50 jogos na vitória de 3 a 1 sobre o Goianésia, no sábado passado (12).O clássico terá jogadores talentosos e exibindo bom futebol no começo desta temporada. Podem ser decisivos. Shaylon, no Atlético-GO, e Matheuzinho, do Vila Nova, têm semelhanças e diferenças, virtudes e defeitos, fases de ascensão e momentos de queda. Em 2022, o potencial de cada um reluz. São poucos jogos, mas suficientes para a mudança de página dos dois jogadores.Como semelhanças, têm a perna esquerda como referenciais no trato fino com a bola. Shaylon tem mostrado um toque de qualidade num time que tem habilidade de jogadores como Jorginho e Wellington Rato. Geralmente utilizado no segundo tempo, aproveita cada minuto para fazer assistências e gols. No último jogo, foi titular, o que deve se repetir neste sábado (19). É um articulador que costuma não dar mais do que três toques na bola em cada lance.Matheuzinho readquire no Vila Nova o nível técnico exibido nas duas temporadas que passou no Dragão (2019 e 2020). Justifica a condição de contratação de impacto do Vila neste ano e não tem decepcionado. Costuma carregar mais a bola, na faixa direita do campo, mas sabe acelerar lances na diagonal.Promessas na base do São Paulo - Matheuzinho depois chegou ao Corinthians para dar sequência à fase de iniciação da carreira -, os dois foram destaques neste período de formação. Shaylon saiu da Chapecoense-SC para brilhar no time sub-20 do tricolor paulista. O auge se deu em 2016 com cinco títulos na categoria.Integrado ao elenco principal por Rogério Ceni, em 2017, o jovem Shaylon não se firmou na sequência, com Diego Aguirre e Hernán Crespo. Matheuzinho chegou ao elenco profissional corintiano em 2011, sob direção de Tite. Levantou a taça do Brasileiro daquele ano e brilhou na Copa São Paulo de 2012.Nos dois gigantes paulistas, os dois não se firmaram. Após desligamento das equipes, chegaram ao futebol goiano para dar um novo direcionamento em cada trajetória como atletas.Avesso às entrevistas, apesar de não se eximir delas, o discreto Shaylon ocupa um espaço na formação de Umberto Louzer que seria de um atacante de ofício. Só uma vez, na vitória sobre o Nova Venécia-ES, atuou nos 90 minutos e foi letal no primeiro tempo, com dois gols em quatro conclusões.Articulador com a bola nos pés, Shaylon muda o ritmo do Atlético-GO em pouco tempo, como na goleada de 3 a 0 sobre o União-MT, na Copa do Brasil. Foram só 16 minutos em campo, mas suficientes para deixar Airton livre num lance de gol e também marcar uma pintura, com toque sutil sobre o goleiro.Midiático, Matheuzinho não dispensa um dedo de prosa quando convidado para uma entrevista. Após pouco mais de um ano no Juventude-RS, reencontra a alegria de jogar no futebol goiano e vai se identificando com a torcida vilanovense. Era xodó dos atleticanos.Anunciado na virada do ano pelo novo clube, parece não se importar com o jejum de 16 anos sem títulos do Goianão do Vila Nova. Se conquistar a taça, justificará o investimento. Já fez valer a “lei do ex” uma vez, na vitória do Tigre por 2 a 0 no Accioly, e pode repeti-la na semifinal.No clássico deste sábado (19), as expectativas sobre Shaylon e Matheuzinho são as de dois clubes iguais em conquistas de títulos do Goianão - 15 para cada lado -, de duas torcidas que amargaram a perda dele ano passado na semifinal (Atlético-GO) e na final (Vila Nova). O atalho para a decisão poderá ser aberto, escrito e finalizado pelos talentos dos dois. Quem for decisivo, seguirá. Quem não for, lamentará.-Imagem (1.2422415)