Ao mesmo tempo que ajusta o elenco com renovações e dispensas, a diretoria do Goiás trabalha o nome de um treinador para assumir a equipe em 2022. A escolha está nas mãos do presidente Paulo Rogério Pinheiro, que já avisou que pretende contratar um treinador mais experiente e que possa levar o clube esmeraldino a buscar a primeira metade da tabela.Qual seria o perfil ideal de treinador para assumir o projeto do Goiás no retorno à Série A do Brasileiro? O POPULAR ouviu especialistas do mercado da bola para dar pistas de como não errar em escolha tão importante.Após ver três treinadores comandarem a equipe na Série B, o Goiás pretende contratar um nome que consiga tocar um projeto mais duradouro à frente do clube. A contratação de um novo treinador é assunto liderado por Paulo Rogério Pinheiro, que já disse que o favorito é Dorival Júnior, embora o treinador esteja com problemas familiares. Não é possível dizer se aceitará um convite esmeraldino.Para se chegar ao nome ideal para o início de temporada é preciso colocar na balança uma série de fatores, principalmente objetivos do clube e qual é orçamento que estará disponível. Na Serrinha, há o entendimento de que um esforço financeiro é necessário, mas tudo dentro de um equilíbrio que tem sido o mote da atual gestão. “O perfil (de treinador) tem de acompanhar a cultura do clube, o planejamento traçado, as metas estipuladas. O primeiro ponto é saber o que o clube quer e onde quer chegar. O próximo passo é saber uma série de fatores como o valor disponível a ser investido e qual o tipo de mercado deseja atacar”, explicou João Paulo Medina, fundador e presidente da Universidade de Futebol. Esse raciocínio é semelhante ao adotado pelo executivo de futebol Ocimar Bolicenho, fundador da Associação Brasileira dos Executivos de Futebol (ABEX). O profissional disse que o mais importante é o clube ter bem claro o que pretende para a temporada. “De preferência, o clube precisa ter os objetivos e saber a preferência por um estilo de treinador e quais as condições orçamentárias para contratá-lo. Tem opções para todos os gostos no mercado”, frisou.Ocimar Bolicenho lembrou que é importante que os clubes tenham um departamento de futebol bem estruturado com pessoas técnicas e que possam contribuir com os dirigentes estatutários. Para João Paulo Medina, os achismos precisam ser eliminados neste processo seletivo. “Que não seja apenas pelos resultados obtidos no passado. O sarrafo do futebol brasileiro está aumentando e não existe mais espaço para achismos”, refletiu.O início de temporada apresenta nuances específicas no trabalho de um clube e da comissão técnica. É momento de elaborar programação para pré-temporada e também a hora de reformulações no elenco. Por isso, a figura do treinador é importante neste momento, mas não deve ser imprescindível, como explica Ocimar Bolicenho.“É um conjunto de coisas. O treinador precisa conhecer bem o mercado, mas o corpo diretivo do clube também precisa conhecê-lo. A opinião do treinador tem de ser um componente, mas não pode ser a única e nem a principal na hora de contratar”, salientou.Para João Paulo Medina, o investimento em recursos humanos e ferramentas da ciência do esporte é fundamental para reduzir a dependência dos clubes em relação ao treinador de futebol na hora de formar elencos. “Enquanto o clube não tiver uma estrutura, é melhor que continue com o treinador sendo importante na montagem do elenco. Hoje, existem ferramentas quantitativas e qualitativas, os clubes estão se estruturando e criando departamentos de análise de mercado, não somente análise de desempenho”, concluiu o especialista.“Temos de escolher um treinador e seus auxiliares técnicos que tenham uma trajetória no mercado, adaptando a ideia de futebol do clube. Tem que se buscar a identidade do clube, o ideal é esse, a identificação do DNA do clube para se desenvolver um trabalho de acordo com a realidade do clube”, avaliou Marcelo Segurado, que participou de montagens de equipes com sucesso no Goiás e hoje trabalha como executivo de futebol no Santa Cruz.“É importante um treinador que mescle atletas da base com jogadores experientes e que respeite a hierarquia interna de funcionamento do clube”, completou o executivo.Mesmo em busca de um nome para a próxima temporada, a diretoria esmeraldina trabalha com calma porque tem confiança no trabalho de Glauber Ramos. O treinador que conduziu o time na reta final para o acesso na Série B está se qualificando neste período de férias e concluindo a Licença PRO da CBF. Além do crescimento teórico, o treinador está trocando experiências com diversos treinadores do futebol brasileiro. O clube não descarta iniciar a temporada com uma solução caseira para chegar com calma ao nome certo para assumir o clube.