A realização da Caminhada Ecológica exige dos atletas disciplina, treinamento, preparação física e emocional, disposição, cooperação, força de vontade de cada um. Porém, o percurso de Trindade até Aruanã, onde eles se banham no Rio Araguaia, envolve outros personagens. São os membros e líderes das equipes de apoio, que são os anjos da guarda de quem caminha.Os coordenadores planejam, organizam, preparam, executam e literalmente colocam os atletas para andar em boas condições durante cinco dias. Os atletas caminham, as equipes de apoio encaminham. É a melhor definição sobre as atividades desenvolvidas desde o congresso técnico, no início da tarde desta segunda-feira (18), até a conclusão dos 310km do projeto. Na 29ª edição, devem trabalhar cerca de 80 voluntários nas respectivas equipes.Leia também:+ Caminhada Ecológica volta à estrada após dois anosHá equipes de apoio da Nutrição, Enfermagem, Fisioterapia, Massagem, Educação Física, Logística e Comunicação. Além delas, bombeiros na unidade de resgate (UR), batedores da Polícia Militar, os motoristas das vans, a turma do trailer da Unimed e alguns especialistas, como o médico Ruy Rocha. Todos interagem entre si, com os atletas e o coordenador técnico do projeto, Antônio Celso da Fonseca.O time da Educação Física, composto por profissionais da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc), é coordenado por Ivan Silveira de Avelar e terá cinco profissionais. No início e no fechamento de cada dia, é preciso que os atletas façam o aquecimento e o alongamento.Por volta das 4h30, antes dos primeiros passos na estrada, é obrigatório que cada um se aqueça e não se esqueça de que o corpo precisa funcionar bem. Na relargada, às 14h30, outra sessão de aquecimento. Nas pausas para o almoço e antes do encerramento de cada jornada, alongamentos.No primeiro e rápido aquecimento, na porta da Basílica de Trindade, Ivan Avelar explica que começa a detectar como está o condicionamento físico de cada atleta. “Temos um olhar específico sobre cada um”, diz o professor. A estrada vai revelando detalhes, além dos dados e informações coletados anteriormente, desde a seletiva.A Educação Física também fica de olho na hidratação e na sincronia entre as vans, para que estejam próximas e não deixem faltar água aos atletas. A partir do segundo dia, quando o cansaço e o desgaste apertam, a ordem é que cada veículo não fique mais do que 300m de distância um do outro.Cada membro das equipes, dentro das vans, ajuda na distribuição da água. Ivan ensina que, a partir das 8h30 (manhã) e 15 horas (tarde), o sol aperta.Na mesma passada, mas em função diferente, a equipe da Fisioterapia acompanha cada atleta na estrada e também é vigilante. Se há necessidade de um acompanhamento, de um spray para aliviar a dor, é trabalho para essa turma.A equipe iniciou nas edições passadas o trabalho preventivo para lesões, através da crioterapia (uso de baixas temperaturas, com a aplicação de gelo, no corpo de cada atleta antes do almoço e à noite).Aí, entra em ação a equipe de Logística, que leva tambores e vasilhas de plástico e transporta o gelo, para as sessões. “Os atletas começaram a entender a importância da crioterapia e colaboram”, cita a fisioterapeuta Helena Ribeiro da Silva, coordenadora da equipe da PUC-GO e com experiência no projeto desde quando também foi acadêmica da instituição.Helena terá, sob responsabilidade, cinco acadêmicos - dois são formandos. A avaliação sobre as reações dos atletas é constante no grupo dela. “Tudo é feito para sanar dores e prevenir as lesões”, resume a coordenadora. Há a consciência de que o terreno, a temperatura, os atos de acelerar, frear e distanciar levam o corpo à exaustão.Nas pausas para descanso, as equipes de Fisioterapia, Massoterapia e Enfermagem trabalham duro. Afinal, o corpo de cada atleta é sagrado e exige cuidados especiais das equipes de apoio.