O Goiânia inicia, nesta quarta-feira (27), a pré-temporada para a disputa do Campeonato Goiano de 2024. O Galo estreia no Goianão no dia 18 de janeiro, contra o Goiás, na Serrinha.

Neste primeiro momento, 27 jogadores iniciam os treinos pelo Goiânia. As atividades vão ser realizadas no CT do Centro Oeste. Os clubes fizeram uma parceria e o Galo usará as dependências da equipe, que está na disputa da Divisão de Acesso, durante a preparação para o Goianão.

“Adiantamos os exames dos atletas e amanhã (quarta, 27) já vamos para o campo. Foi um combinado com os atletas, iremos ter folga na virada do ano, mas nosso planejamento é ir direto, sem pausa nas atividades, para chegarmos fortes no Goianão”, falou o presidente Alexandre Godoi.

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A parceria entre os clubes também conta com empréstimos. Os atacantes Sávio e Gustavo Vintecinco, que jogaram pelo Centro Oeste na última edição da Divisão de Acesso, integram o elenco do Goiânia para o próximo Campeonato Goiano.

O dirigente explicou que o elenco do Goiânia não está fechado. O clube ainda busca de três a quatro peças antes do início do Estadual. O planejamento do dirigente é buscar um centroavante, um zagueiro e um volante. Ele vai avaliar com a comissão técnica, liderada por Glauber Ramos, se há necessidade da contratação de outro lateral direito.

“Montamos um time mais forte, jovem e digno para vestir a camisa do Goiânia. Nossa meta é errar menos em 2024, erramos muito em 2022 na montagem do elenco deste ano. Acredito que montamos um time forte para buscar os objetivos da equipe. Queremos voltar à Copa do Brasil e uma vaga na Série D (de 2025)”, completou o presidente do Galo.

Depois do acesso à Divisão de Acesso pelo Trindade, o técnico Glauber Ramos volta a comandar uma equipe na elite do Goianão. Ele foi vice-campeão com o Goiás em 2022.

“O Glauber tem um histórico de bons trabalhos e esperamos muito dele. É vencedor, por onde passou conquistou objetivos e tem feito bom trabalho conosco. É um cara bom de grupo e inteligente. Confio no trabalho dele e que conquistaremos nossos objetivos”, elogiou Alexandre Godoi.

Veja o elenco do Goiânia: 
Goleiros: Léo Rosa, Felipe Mosquete e Mayke 
Zagueiros: Guilherme Marques, Eduardo Leite, Ryan Leite, Victor Bandeira e Marcão 
Laterais: Murilo Pereira, Cristofer, Magner, Lucas Piauí e Kevin 
Volantes: Wallace Bonilha, Lincon, Daniel Di Paula, Samuel Davi e Vinicius Matheus 
Meias: Patrick, Richard Gaúcho e Anthony 
Atacantes: Ian Suet, Paulo Henrique, Alex Barros, Gustavo Vintecinco, Sávio e Herbert

Com 27 jogadores e parceria para local de treinos, Goiânia começa pré-temporada

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Goianão 2024

A cada 19 jogos, o Goiás mudou a comissão técnica desde que alterou seu estatuto, no fim de 2023, e extinguiu o cargo de presidente executivo para instituir um Conselho Administrativo. Vagner Mancini vai iniciar a segunda passagem pelo clube esmeraldino, depois da saída de Jair Ventura, e concluir a quarta mudança no cargo.

O Goiás mudou seu estatuto no dia 23 de novembro de 2023. Na ocasião, o clube aprovou o fim da direção executiva e da figura do presidente para instituir um Conselho Administrativo.

Desde então, foram quatro mudanças no comando técnico da equipe. A média é de uma alteração no cargo a cada 19 partidas.

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Todas as mudanças de técnicos no Goiás no período a partir de novembro de 2023 tiveram uma situação em comum: pressão interna de conselheiros junto ao Conselho de Administração, que faz reuniões com o diretor executivo (CEO) e recebe conselhos de dirigentes antes de votar para tomar decisões no clube esmeraldino.

O conselho é formado por um presidente (Aroldo Guidão), um vice-presidente (José Stival), um conselheiro efetivo (Marco Antônio Castro), um suplente (Marcus Ulysses de Oliveira) e dois membros independentes (os cargos estão vagos).

O POPULAR procurou dirigentes do departamento de futebol do clube e do Conselho de Administração, mas ninguém retornou os contatos até a publicação desta matéria.

A quarta mudança vai ser confirmada nesta semana com o retorno de Vagner Mancini, que vai assumir o cargo depois da saída de Jair Ventura.

O primeiro treinador do Goiás no atual modelo de gestão foi Zé Ricardo. O treinador comandou a equipe esmeraldina em 16 partidas. Ele foi demitido, depois de exatos três meses no cargo, após eliminações consecutivas no Campeonato Goiano (quartas de final para o Goiânia) e Copa Verde (quartas de final para o Vila Nova).

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Zé Ricardo foi o primeiro treinador do Goiás no atual modelo de gestão (Wesley Costa)

Para o lugar, o Goiás contratou o técnico Márcio Zanardi. O treinador esteve à frente da equipe esmeraldina em 21 jogos no período de quatro meses e quatro dias. A demissão do profissional ocorreu após forte pressão de conselheiros, irritados com a oscilação da equipe na Série B de 2024.

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Zanardi comandou o Goiás em parte da Série B de 2024 (Wesley Costa)

O técnico Vagner Mancini foi contratado na sequência. O treinador comandou o Goiás em 21 partidas, por três meses e 19 dias. Ele foi o único profissional que não foi demitido.

No final do ano passado, após divergências internas, Vagner Mancini desistiu de renovar seu contrato com o Goiás mesmo com o desejo do diretor de futebol Lucas Andrino. O treinador deixou a equipe esmeraldina após o fim da Série B.

Para o lugar dele, o Goiás contratou Jair Ventura. O carioca permaneceu no cargo por 20 jogos (em um, ele foi substituído pelo auxiliar Emilio Faro), coincidentemente no período de por três meses e 19 dias, o mesmo de Mancini na primeira passagem.

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Jair Ventura deixou o comando do Goiás depois de três meses e 19 dias (Wesley Costa)

A demissão de Jair Ventura ocorreu pela insatisfação com mais uma eliminação no Goianão, desta vez na semifinal para o rival Vila Nova, e o desempenho da equipe, que não convenceu nem mesmo em vitórias e classificações, como para a final da Copa Verde.

Desde o início da temporada, o Goiás recebe críticas por causa da sequência de atuações ruins. A situação ficou pior com as derrotas para os principais rivais, Atlético-GO e Vila Nova, ainda na fase de classificação do Campeonato Goiano, e se agravou com a eliminação para o time colorado, na semifinal do Estadual.

Há alguns jogos, desde meados de fevereiro, Jair Ventura passou a ser o principal alvo de protestos de parte da torcida do Goiás. Durante algumas partidas, até mesmo em casos de vitórias e classificações, o treinador era vaiado e xingado por alguns torcedores.

Em seu retorno ao Goiás, Vagner Mancini terá a mesma missão de 2024: liderar a equipe na busca do acesso à Série A, mas terá de fazer isso em um ambiente que deve seguir marcado por pressão interna, que pode ser amenizada com resultados em campo.

O treinador é aguardado em Goiânia para iniciar a segunda passagem pelo Goiás.&nbsp;A nova comissão técnica também vai contar com os auxiliares Réver e Cláudio Andrade, além do preparador físico Lucas Itaberaba. Todos estavam no clube esmeraldino em 2024, na primeira passagem de Vagner Mancini pelo time goiano.

Confira mais detalhes dos técnicos do Goiás no atual modelo de gestão: 
Zé Ricardo 
16 jogos: 9 vitórias, 6 empates e 1 derrota (68,8% de aproveitamento) 
Eliminado nas quartas de final da Copa Verde e Goianão

Márcio Zanardi 
21 jogos: 8 vitórias, 4 empates e 9 derrotas (44,4% de aproveitamento) 
Deixou o clube na 9ª colocação da Série B e perdeu o jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil

Vagner Mancini 
21 jogos: 11 vitórias, 6 empates e 4 derrotas (61,9% de aproveitamento) 
Comandou campanha de recuperação na Série B, mas ficou a um ponto do acesso (5º colocado)

Jair Ventura 
20* jogos: 8 vitórias, 8 empates e 4 derrotas (53,3% de aproveitamento) 
Foi demitido após eliminação no Goianão e oscilação de desempenho. 
*Uma partida, a vitória de 2 a 0 sobre o União-MT, na Copa Verde, o Goiás foi comandado por Emilio Faro, auxiliar de Jair Ventura

A cada 19 jogos, Goiás troca de treinador desde que mudou modelo de gestão

Rotatividade

Apesar da desvantagem na final do Campeonato Goiano, os torcedores do Vila Nova mantêm a confiança na reversão do resultado e no título do Estadual, no próximo final de semana. Com ingressos em mãos para a decisão no Serra Dourada, o discurso é de superação após a derrota por 2 a 0 para o Anápolis, no Jonas Duarte, no jogo de ida da final do Estadual.

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Nesta terça-feira (25), já foi ultrapassada a marca de 10 mil ingressos vendidos, segundo o clube. O corretor imobiliário Rogério Vieira, de 24 anos, garantiu cinco bilhetes, para ele e o resto da família, sobretudo após a promoção anunciada pela diretoria de R$ 10 a meia-entrada na arquibancada. Segundo ele, o Vila Nova vai devolver o placar de 2 a 0 e ser campeão nos pênaltis.

“Não vou mentir, desmotivou sim (a derrota na ida), mas a questão do ingresso acessível a 10 reais e o fato de tudo ser mais difícil para o Vila Nova motivam. É a paixão, algo que não dá para explicar. Chega a parecer masoquismo, o torcedor sofrer e estar no domingo lá”, comentou ao POPULAR.

Pedro Ferraz, de 60 anos, também compartilha da mesma confiança. O mecânico aeronáutico adquiriu ingressos extras para doar a amigos torcedores do Vila Nova que não tiverem dinheiro para comprar. Torcedor desde 1973, ele estava no jogo do mais recente título colorado no Goianão, em 2005, e quer voltar a sentir aquela emoção.

“Nós perdemos para nós mesmos, mas nesta semana vamos corrigir isso, o time vai jogar diferente. Eu acredito, estou com uma fé muito grande. Estou meio adormecido, acho que a emoção (do título) seria até em dobro. Estou contagiado com a ideia de que vamos virar isso aí, sinceramente”, contou o torcedor.

O casal formado pela cabeleireira Sara Mirian, de 26 anos, e pelo segurança Weverton Neves, de 30, sempre está nos jogos do Vila Nova, tanto dentro quanto fora de casa. No próximo final de semana, não será diferente. “Continuamos confiantes, não queremos perder as esperanças. Temos esperanças até o último minuto, a torcida está junto com o time”, disse Sara.

Weverton seguiu uma linha de pensamento semelhante. “Vamos sempre confiar. No começo, na hora que perdeu (o jogo de ida), a gente ficou meio assim, mas passou um pouquinho e já estamos com a autoestima lá em cima”, afirmou.

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Para reverter a vantagem do Anápolis na final, o Vila Nova terá de conseguir algo nunca antes feito em finais diretas do Goianão disputadas em dois jogos, um de ida e outro de volta. Jamais, até hoje, um time que perdeu por pelo menos dois gols de diferença na primeira partida foi capaz de ser campeão.

“Chance de reverter tem, basta jogar bola, entrar com vontade e garra. O Anápolis não é essa unanimidade toda, não está jogando esse futebol grande, não. O Vila teve chances de ganhar, não ganhou por incompetência no ataque”, opinou o motorista de caminhão Orcino Bento, de 67 anos.

Apesar do nível de confiança, algo corroborado pela estudante Luana Araújo, de 24 anos, que falou que neste momento o amor pelo clube fala mais alto, os torcedores colorados não deixaram de criticar a equipe pelo que aconteceu no Jonas Duarte no último domingo (23).

“Eu vou porque torço para o Vila Nova desde 1970. O clube, em organização e estrutura, está bom, mas, em matéria de time, está uma negação, um vexame. Briga durante o tempo todo, mas chega no momento da decisão, o Vila decepciona sempre, e não foi diferente contra o Anápolis”, adicionou Orcino.

Para o motoqueiro Roberto Ribeiro, de 37 anos, todo ano realmente é a mesma história: o time briga e no final decepciona. Mesmo assim, ele vai torcer para que a equipe dê a volta por cima e seja campeão.

Outros torcedores vão ao jogo decisivo mais pelo amor ao time do que propriamente pela confiança na virada. “Infelizmente, eu vou. Acho que o Vila não vai conseguir reverter o placar, mas precisa da torcida para jogar, então por isso vou torcer. Critico, mas mesmo assim vou para apoiar”, declarou Artur Castro, de 25 anos, que trabalha com field marketing.

O psicólogo Ciro Gonçalves, de 41 anos, pensa parecido. “Iria de qualquer jeito. É a nossa sina, não é diferente da trajetória do Vila. A torcida estará lá. Vou por amor ao time primeiro, mas vai ter a virada”, destacou.

O duelo decisivo entre Vila Nova e Anápolis, pela volta da final do Campeonato Goiano, está marcado para o próximo domingo (30), a partir das 17 horas, no Serra Dourada. Para ser campeão, o Tigre precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença para forçar a disputa de pênaltis, ou por três gols de diferença para ficar com a taça no tempo normal.

Torcedores do Vila Nova lamentam desvantagem, mas mantêm esperanças por título do Goianão: "É a paixão"

A voz do povo

A história do primeiro e mais importante título do Anápolis, conquistado no dia 28 de novembro de 1965, no Estádio Jonas Duarte, na vitória (3 a 2) sobre o Vila Nova, revela traços do “futebol raiz” praticado no Brasil naquela década e está registrada nas páginas do POPULAR. Tanto nos dias anteriores ao jogo decisivo como após o Galo da Comarca se tornar campeão do Estadual, quase 60 anos atrás, as páginas do jornal se tornaram documentos históricos de um período sem sites, internet e transmissão de TV.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

A impressão do jornal não era colorida. Os textos eram escritos nas antigas máquinas de datilografia e, depois, as páginas eram montadas sobre as chapas. O jornal impresso não dispunha dos recursos tecnológicos atuais, mas fazia as coberturas serem aguardadas com ansiedade. É comum encontrar com ex-jogadores as páginas de jornais de quando atuavam. As coberturas se tornaram valiosas fontes de pesquisa e dados.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="font-size: 12px;" target="_blank">🔔&nbsp;</a><a href="https://conteudo.opopular.com.br/news-goianao-2025" style="font-size: 12px;">Quer receber por e-mail todas as notícias e reportagens sobre a decisão entre Vila Nova e Anápolis? Assine a newsletter da final do Goianão</a>

O rádio era o outro veículo que levava à torcida o que se passava nos jogos. Como não havia circulação do jornal na segunda-feira, a edição seguinte (de terça-feira, 30 de novembro) descreveu a síntese da partida, com duas fotos. Numa delas, o atacante Deca aparece no lance para marcar um dos dois gols dele no marcante triunfo do Galo da Comarca. O time perdia por 2 a 0, mas tomou uma dura do técnico Caxambu e conseguiu a virada empurrado pela torcida.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/esporte/vila-nova-x-anapolis-noticias-da-final-do-goian-o-1.3245106" target="_blank">Vila Nova x Anápolis: notícias da final do Goianão</a> 
<a href="https://opopular.com.br/esporte/gol-relampago-de-meia-do-anapolis-muda-rumo-da-final-e-coroa-aniversario-1.3244775" target="_blank">Gol relâmpago de meia do Anápolis muda rumo da final e coroa aniversário</a></div>

“Na Luta de Grandes o Anápolis Foi Maior” é o título da página de Esportes no dia 30 de novembro que resume o peso daquela partida. Não se tratava de uma final direta como a deste domingo (30), entre os dois clubes, mas de jogo válido pela penúltima rodada do Goianão. Ao Anápolis, bastava vencer para se tornar campeão goiano e o primeiro time do interior a romper o predomínio das equipes da capital - até 1965, Goiânia, Atlético-GO e Vila Nova formavam o trio de ganhadores da competição, enquanto o Goiás viria a ser campeão pela primeira vez no ano seguinte 1966.

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Página de Esporte da edição de 30 de novembro de 1965: cobertura foi publicada na terça-feira após a conquista (Reprodução)

A narrativa do jogo abre a página, e três colunistas do POPULAR - Baltazar de Castro (coluna Preto no Branco), Draulas Vaz (Tribuna Livre) e Amir Sabbag (Rolando a Bola) - enriquecem a cobertura com detalhes dos bastidores. Numa delas, Amir Sabbag revela que cada campeão deve receber 360 mil cruzeiros de bicho e que um dirigente do Anápolis à época, Ronaldo Jaime, se compromete a distribuir mais 100 mil cruzeiros. O bicho, a premiação por vitória, é uma tradição enraizada no futebol brasileiro.

A edição do jornal no domingo (28), no dia da partida, traz a apresentação do jogo, o contexto, o que estava em disputa e as fotos de dois personagens que poderiam ser decisivos. O título foi simples, curto e direto: “Romualdo e Parrila na decisão”. Em uma das duas imagens, Romualdo está agachado e segura a bola sem luvas, algo comum aos goleiros daqueles tempos. No outro lado, aparece Nelson Parrila, o goleador do Galo tradizo do futebol paulista, domina a bola no peito. Por duas vezes, aquele atacante de voz mansa e pausada foi artilheiro do Goianão: 1965 (16 gols) e 1966 (17 gols).

O Anápolis era formado por uma maioria de jogadores migrantes, como o paulista Nelson Parrila. Os relatos são de que somente dois titulares no jogo do título eram nascidos em Goiás: o zagueiro Paraguaio, oriundo de Rio Verde, e, como anapolino da gema e representante da Comarca, o sóbrio volante Genésio, o único atleta vivo daquela formação titular.

Genésio José dos Santos tem 82 anos, vive em Anápolis ao lado da família, está debilitado pelo mal de Alzheimer, mas transparece emoção ao ser indagado sobre o passado no futebol. “Era volante”, foi uma das poucas frases que o ex-jogador falou em contato com O POPULAR nesta terça-feira (25).

Como há quase 60 anos, quando o POPULAR mostrou para Goiás o Anápolis como o primeiro clube do interior goiano campeão, o tempo não para e o principal jornal diário goiano voltou às raízes, ao encontro de um craque do passado. O estilo de fazer jornal mudou radicalmente, assim como a forma de se ver e abordar o tema futebol. Mas a emoção dos personagens, como na foto que retrata a disparada do meia Locatelli após fazer o primeiro gol da final de domingo (23) para o Anápolis, se mantém viva e atual no POPULAR.

Na história: como o POPULAR retratou o título do Anápolis do Goianão de 1965

Goianão

A torcida do Anápolis não será maioria na última e decisiva partida do Campeonato Goiano, na tarde do próximo domingo (30), no Estádio Serra Dourada, contra o Vila Nova. Visitante, o Galo da Comarca tem direito a uma carga de 10% - 3,8 mil ingressos - dos 38 mil bilhetes à venda. Porém, os torcedores do Galo da Comarca se articulam, prometem marcar presença em Goiânia e empurrar a equipe tricolor rumo à conquista, que seria a segunda do Estadual do primeiro campeão do interior (campeão em 1965).

A forma da conquista pode ser inédita, pois o Anápolis nunca foi campeão da elite na capital goiana - o time foi derrotado pelo Vila Nova em 1995 e perdeu para o Goiás em 1996 (nas duas vezes, o Galo só precisava do empate). Nesta última, sofreu com a perda do título nos pênaltis (5 a 4).

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="font-size: 12px;" target="_blank">🔔&nbsp;</a><a href="https://conteudo.opopular.com.br/news-goianao-2025" style="font-size: 12px;">Quer receber por e-mail todas as notícias e reportagens sobre a decisão entre Vila Nova e Anápolis? Assine a newsletter da final do Goianão</a>

O ambiente de otimismo toma conta dos torcedores. Agora, chegou a vez de voltar a soltar o grito de campeão, como em 1965, quando bateu o Vila Nova por 3 a 2 em casa, no Estádio Jonas Duarte. Na ocasião, não foi uma final direta, mas a penúltima rodada do Estadual.

Em carros, nas “caronas solidárias”, motos, vans e lotação de ônibus, a torcida vai abraçar a equipe, na qual confiam muito. Na manhã desta terça-feira (25), o POPULAR esteve no CT do Alto da Boa Vista, onde torcedores fizeram fila para comprar ingressos. Nas ruas e no comércio da cidade, o otimismo também é marca da galera tricolor.

“Sou torcedora do Anápolis há 40 anos, desde que cheguei aqui. É o time da alegria, da esperança, tem tudo para ser campeão. Ficamos tensos domingo (23), o Vila nos sufocou no primeiro tempo, mas fizemos os dois gols no final. No intervalo, o nosso técnico (Ângelo Luiz) organizou o time, que voltou mais organizado. Agora, é nosso coração que pulsa e os dos jogadores, também”, afirmou Graça Rocha, de 64 anos. Vestida com a camisa branca do Anápolis, a torcedora exibia confiança na fila, em que garantiu ingresso para a decisão em Goiânia.

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Graça Rocha garantiu o ingresso para a final (Fábio Lima / O Popular)

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Os tricolores apontam a formação atual como “time da virada”. Em três partidas e situações embaraçosas, o Anápolis cantou de Galo quando perdia no terreiro dele. Isso se fortaleceu após o empate heroico com a Abecat, pois perdia por 2 a 0 e fez os gols do empate após os 40 minutos. A derrota eliminava nas quartas de final o melhor time da 1ª fase. Além de empatar, o Anápolis errou dois pênaltis e de novo sofreu para reagir e ganhar nas cobranças alternadas.

Na vitória (3 a 2) sobre o Atlético-GO pela semifinal, o time abriu o placar e levou a virada no primeiro tempo. O Dragão parecia ter o jogo sob controle, mas dois gols garantiram o Galo da Comarca na final. Na vitória sobre o Vila Nova (2 a 0), o time atuou com dez atletas boa parte do jogo - Rubinho foi expulso no primeiro tempo. Vini Locatelli e Samuel Michels foram precisos e fizeram os gols nos acréscimos.

Os irmãos Renato Teixeira Costa, de 38 anos, e Rodrigo Costa Teixeira, de 41 anos, são açougueiros, têm sobrenomes invertidos e são torcedores do Galo. A bandeira do time está estampada no ponto comercial deles, no Mercado Municipal. Ambos articularam a lotação de dois carros, com dez pessoas, para levarem as vibrações positivas ao Anápolis em Goiânia no próximo domingo (30). Na visão deles, chegou a hora e a vez de verem o clube ganhar o segundo título do Estadual.

“Temos um elenco bom, um time que joga com vontade. Nosso técnico sabe mexer na equipe. Está dando certo, vai dar certo. O Anápolis é merecedor. O meu palpite é (vitória) do Galo por 2 a 1”, previu Renato. Segundo ele, o goleiro Paulo Henrique se agigantou com defesas salvadoras e parecia que o jogo ficaria 0 a 0. “Não esperava dois gols nos acréscimos do jogo”, disse.

Para Rodrigo, presente na final de 1995, “o conjunto é o forte do time, pois os jogadores que entram durante o jogo têm sido decisivos” e isso traz boa expectativa. Ele cita o primeiro gol no jogo de ida, de Locatelli, que entrou em campo no minuto anterior (46 minutos) e marcou o gol no minuto seguinte (47 minutos). Rodrigo acredita que o Galo será campeão com empate de 1 a 1.