O início do Campeonato Goiano mostra que a falta de paciência e erros de gestão assombram trabalhos de treinadores. Os resultados obtidos nas primeiras quatro rodadas da atual edição do Goianão foram cruciais para mudanças no comando. Até agora, o torneio estadual derrubou três profissionais após a 4ª rodada: Pachequinho (Anapolina), Márcio Fernandes (Aparecidense) e Júnior Baiano (Itumbiara). Os três times não perderam mais tempo. Edson Júnior se despede do Goianésia, no domingo, para assumir a Aparecidense na segunda-feira. Toninho Cecílio, que estava sem clube desde março de 2018, quando comandou o Água Santa, na 2ª Divisão do Paulista, será técnico da Rubra. Vitor Hugo, campeão invicto da Divisão de Acesso pelo Rio Verde em 2016 e que já trabalhou no Itumbiara, foi procurado pela diretoria e pode reassumir o tricolor.O Goianão ainda é baseado por resultados imediatos, independentemente do tempo de preparação de cada equipe. O contexto não é diferente em âmbito nacional. “O futebol brasileiro está na UTI”, crava João Paulo Medina, fundador e presidente da Universidade do Futebol.Na opinião do especialista, as equipes brasileiras não conseguem criar planos de ações para as competições que vão disputar ao longo das temporadas. “A causa principal é que os clubes, de forma geral, não têm projeto de futebol. Se o clube sabe o que quer, é mais fácil buscar no mercado o perfil de treinador que encaixa com o planejado. O resultado, porém, ainda é importante”, salienta João Paulo Medina.Dos três clubes que anunciaram saídas de treinadores ontem, Anapolina e Itumbiara confirmaram que as más atuações e resultados obtidos até a 4ª rodada foram os motivos para as demissões de Pachequinho e Júnior Baiano. “A ideia era manter até o final, mas os resultados e o que foi apresentado em campo me fizeram tomar uma decisão rápida para sacudir a equipe e tentar obter algo diferente”, justificou o presidente da Anapolina, Pedro Canedo. “Isso é normal, é um campeonato rápido. Tenho de tentar qualificar o time e entendo que, da forma que estávamos jogando, dificilmente iríamos conseguir o nosso objetivo”, concluiu.João Paulo Medina acredita que os clubes possuem dirigentes que não buscam avaliar de forma detalhada todas as causas da má fase. “O dirigente não tem preparo, começa a pressão pelos resultados, falta a análise e a decisão acaba sendo de trocar (o técnico). Não acho que é errada a troca, mas é preciso entender todas as causas que levam à falta de resultados”, opina o especialista.-Imagem (1.1720051)