A seleção brasileira está bem perto de fazer sua estreia na Copa do Mundo do Catar - joga contra a Sérvia, quinta-feira (24), às 16 horas, pela 1ª rodada - e a sensação é de otimismo por uma boa campanha do Brasil no Oriente Médio. Com um trabalho mais maduro e com um leque mais diverso e opções para o ataque, a seleção brasileira ganha contornos de favoritismo. É a visão que têm dois treinadores com experiência em Copa do Mundo e que passaram pelo futebol goiano nos últimos anos.Jorginho, ex-técnico de Atlético-GO e Goiás, conquistou a principal competição do futebol em 1994, nos Estados Unidos, como lateral direito do Brasil. Quatro anos antes, o jogador tinha experimentado também o sabor amargo da derrota ao ser eliminado pela Argentina, nas oitavas de final, da Copa da Itália.Além da experiência como jogador nessas duas edições de Copa do Mundo, Jorginho também participou da Copa do Mundo na África do Sul, em 2010. Naquela ocasião, era um auxiliar técnico bastante atuante na comissão liderada por Dunga, seu colega em campo das copas de 1990 e 1994.Com essa experiência, Jorginho enxerga no trabalho do técnico Tite uma condição que permite à seleção competir com força no Catar. “A expectativa, realmente, é de uma grande Copa do Mundo para o Brasil. Acredito que, com seis anos do Tite à frente da seleção, deu o tempo necessário para que ele pudesse escolher os melhores jogadores. Ele teve a experiência em 2018, que foi fundamental, já que, em 2018 (na Rússia), ele era um estreante em Copa do Mundo”, comentou o tetracampeão.Jorginho apoia sua opinião positiva sobre a expectativa com a seleção no amadurecimento do trabalho desenvolvido por Tite ao longo dos últimos quatro anos. O treinador vê a seleção “com um padrão tático muito bem definido” e “com uma geração muito boa de jogadores, que, com qualidades individuais, estão executando os papéis muito bem no plano tático do Tite”.O técnico Marcelo Cabo, que já treinou Atlético-GO, Goiás e Vila Nova, também tem experiência em mais de uma edição de Copa do Mundo. Em 2006, o treinador, que hoje está no Remo, era auxiliar técnico de Marcos Paquetá na comissão técnica da Arábia Saudita. Na Alemanha, o treinador pôde ter sua primeira experiência em uma competição do porte da Copa. No ciclo seguinte, Marcelo Cabo foi convidado pela CBF a participar, como observador, da comissão de Dunga e Jorginho.Cabo acredita que a seleção brasileira chega com a melhor expectativa dos últimos anos. “É uma seleção equilibrada, com muito poderio ofensivo e muitas opções para o ataque. A manutenção do Tite, de uma Copa para outra, foi muito importante para que ele pudesse trazer a bagagem de 2018, entre acertos e erros. É fundamental que profissional e estafe sejam profundos conhecedores de Copa do Mundo, pois é competição atípica”, comentou Marcelo Cabo.Os dois treinadores têm opiniões um pouco divergentes sobre o fato de a seleção brasileira não ter feito confrontos contra grandes potências europeias neste ciclo para o Catar. Ambos entendem que a culpa disso ter acontecido não foi da CBF, mas Jorginho acredita que o fato pode, de alguma maneira, ser um negativo para o Brasil.Marcelo Cabo, por outro lado, vê a globalização do futebol como um ponto de dissolução desse problema. “A maioria dos nossos atletas joga na Europa e conhece os adversários, pelo menos individualmente”, disse Marcelo Cabo.Leia também:- CBF isola seleção de especulações sobre sucessor de Tite- No 2º dia da Copa, goianos estreiam na arbitragem