O clássico sul-americano desejado por muitos na semifinal da Copa do Mundo do Catar não vai ocorrer por causa da queda do Brasil frente à Croácia nas quartas - derrota nos pênaltis por 4 a 2. A seleção europeia avançou e é quem vai enfrentar a Argentina. Apesar disso, a admiração dos fãs da seleção brasileira entre os moradores de países do Oriente Médio e do leste asiático não foi abalada. Aliás, Brasil e Argentina dominam a preferência na região, mas ganharam Marrocos como “rival”.Marrocos enfrenta a França nesta quarta-feira (14) nas semifinais do Mundial. À medida que o time foi avançando, maior foi ficando o volume de pessoas com camisetas, bandeiras e qualquer adereço vermelho e verde que lembre as cores do país. Hoje, os fãs de Marrocos, não necessariamente marroquinos, são maioria em Doha e região.“Torço para Marrocos pois tenho orgulho do que estão fazendo na Copa do Mundo, como árabe e pela cultura islâmica. Eles estão fazendo história, estou orgulhoso deles e quero mostrar meu apoio a eles”, comentou o Khalee Alroweie, de 24 anos, que veio do Kuwait para engrossar a apaixonada torcida marroquina nos estádios.O Kuwait é o número 149 do ranking da Fifa, em sua atualização mais recente, divulgada antes da Copa. “É um futebol que está se desenvolvendo, mas gostamos muito desse esporte”, disse Khalee, que explica que ter uma Copa do Mundo no Oriente Médio deu a oportunidade para ele acompanhar de perto ídolos, até então, inatingíveis. “Viemos aqui para ver futebol, ver de perto jogadores que amamos. Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, todos esses ídolos.”Henlandu Hashana, de 34 anos, é uma prova do discurso de Khalee. Ele é do Sri Lanka, país que ocupa a posição de número 207 no ranking da Fifa - só acima de Ilhas Virgens Americanas, Ilhas Virgens Britânicas, Anguila e San Marino. Nem por isso, o torcedor deixa de demonstrar o entusiasmo ao desfilar com sua camisa do Brasil, com o número 10 às costas e o nome de Pelé estampado. “É o maior de todos os tempos”, decreta.“Ver a seleção brasileira faz parte da minha vida. Sempre acompanhei o Brasil e vi jogadores fantásticos como Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos… O Pelé é uma lenda e hoje temos o Neymar como maior destaque”, pontuou Henlandu, que não teve abalada sua admiração pelo futebol brasileiro nem mesmo com a eliminação do time nas quartas de final do Mundial do Catar.A resignação de Henlandu é compreensível, sobretudo ao analisar a situação do futebol no Sri-Lanka, um país de cerca de 22 milhões de habitantes, distante 3,6 mil quilômetros do Catar. “É um futebol que está se desenvolvendo. Primeiro temos de pensar em ficar entre os 100 melhores do mundo, mas, sendo realista, isso não deve acontecer antes dos próximos 10 anos”, previu.Já para Fahad Almayahi, 49 anos, de Omã, a rivalidade entre Brasil e Argentina não é motivo para dividir sua paixão. A camisa da seleção argentina não estava nada discreta abaixo do uniforme amarelo da equipe pentacampeã mundial. Ao ser abordado pela reportagem do POPULAR, ele tentou disfarçar, mas foi logo delatado pelo irmão Samir, que o acompanhava vestido com uma camisa azul do Brasil.Fahad esperava ver a equipe de Tite conquistar a sexta estrela em terras cataris. Agora, sobrou apenas a Argentina para torcer. “Vocês têm os melhores jogadores do mundo. Nós gostamos de assistir ao Brasil jogar, pois vemos habilidades que entretêm os fãs. Sem o Brasil, torcerei para que os argentinos sejam campeões”, destacou Fahad, que não obteve apoio de Samir. “Temos um só coração. Ficarei com o Brasil, sempre”, concluiu.O kuwaitiano Khalee tem postura parecida com Fahad. Ciente das limitações da equipe marroquina, ele tem uma aposta inusitada sobre quem levantará a taça no domingo (18), no Estádio Lusail. “O Messi será campeão. Não a Argentina, mas, sim, o Messi”, reiterou o torcedor.Leia também:- Argentina x Croácia: um craque ficará sem disputar a final no Catar- Inspirado em técnicos do passado, Scaloni flerta com glória da Argentina no presente-Imagem (1.2577104)-Imagem (1.2577103)