A corrida é uma prática esportiva que exige do corpo, e no tempo seco essas exigências se tornam ainda maiores. Em mais um capítulo da série especial Corre que Dá, do POPULAR, atletas descrevem como é correr nessas condições e especialistas explicam os efeitos que a desidratação pode causar.

Laidilce Zatta, de 40 anos, começou a correr em 2013 por incentivo de sua personal trainer. Porém, somente em 2023 ela começou a investir mais na corrida, e foi quando decidiu completar a sua primeira meia-maratona (21 km).

A enfermeira, que é natural de Rio Bonito-RJ, mas mora em Goiânia há 34 anos, treina três vezes na semana na Avenida Ricardo Paranhos, nas ruas do Setor Marista e no Parque Areião nos seguintes períodos: terça à noite, a partir das 19h30, e nas quintas e sábados pela manhã, às 7 horas. Em épocas como a atual, em que o tempo está mais seco, a prática fica mais difícil.

“Correr nesse clima quente e seco é desafiador. Nem sempre tenho motivação, mas tenho disciplina. O cansaço é muito maior durante e após o treino. Tento manter uma rotina de três litros de água por dia, alimentação mais leve, hidratação com bebidas isotônicas no dia anterior ao treino e após o treino de corrida”, conta a corredora, que evita praticar o esporte “quando o sol está muito forte” e utiliza roupas confortáveis e apropriadas para corrida, além de manter o uso do filtro solar apropriado para corridas, viseiras e óculos de sol com proteção.

As medidas tomadas por Laidilce Zatta em meio ao tempo seco de Goiânia vão de encontro ao que diz a nutricionista Giullia Ferreira, de 27 anos.&nbsp;

A profissional afirma que as principais questões para se preocupar durante a prática de exercícios físicos em tempos quentes e secos como o de Goiânia são a desidratação e fadiga precoce.

Para evitar tais problemas, Giullia ressalta que é importante investir em alimentos com qualidade nutricional e que forneçam energia de forma equilibrada, com quantidade adequada de carboidratos (principalmente antes do treino) para ter um bom desempenho, como frutas e sucos de fruta, aveia e pães.

Depois da prática de exercício físico, a nutricionista reforça que é importante focar na recuperação muscular e no aporte de energia com uma combinação estratégica de alimentos ricos em proteína e alimentos ricos em carboidrato, como vitaminas, iogurte com frutas e até sorvetes com frutas e whey.

“No clima seco de Goiânia, a perda de líquidos pode ser maior sem que a pessoa perceba pois há menos suor visível. É extremamente importante se atentar a hidratação, com um consumo adequado de água ao longo do dia (cerca de 0,030 a 0,050 mL por kg de peso corporal). Além disso, para observar se está bem hidratado é importante avaliar se a urina está com coloração clara e com uma frequência regular ao longo do dia”, explica Giullia.

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Laidilce Zatta tem o hábito de tomar três litros de água por dia (Fábio Lima)

O professor de Educação Física Lucas Oliveira Duque, também de 27 anos, aconselha que sejam feitos quatro ajustes quando a pessoa decide correr no tempo seco.

“O primeiro ajuste diz respeito à questão da hidratação, que ocorre pré, intra e pós-treino. Nós precisamos nos atentar à reposição de água e eletrólitos. Essa reposição de eletrólitos precisa ser muito bem administrada e controlada, de preferência por um nutricionista. Nesse tempo seco, a desidratação nos faz não somente perder água, mas também perder uma quantidade significativa de sais, o que pode comprometer o funcionamento da musculatura do corpo e dos sistemas vascular, cardiorrespiratório e hormonal”, frisa.

O segundo ajuste mencionado por Lucas é o controle da intensidade da sessão de treino. Segundo ele, as sessões não podem ser muito prolongadas, porque isso acentuaria o efeito da baixa umidade relativa do ar sobre o atleta. A intensidade, a duração, o volume e o tempo de sessão precisam ser menores.

Isso implica no terceiro ajuste, que é o horário da sessão, que de preferência seja finalizada antes das 7 horas ou 7h30, e iniciada, caso o atleta prefira correr ao fim do dia, após as 18h30 ou 19 horas. Assim, os efeitos do sol sobre o desempenho do atleta podem ser mitigados. Por fim, vem o último conselho do professor.

“Um quarto ajuste, em tom de dica, é buscar lugares mais arborizados. Fazer treinos no Parque Areião, Parque Flamboyant vai ser mais benéfico devido à presença de água e árvores do que fazer simplesmente em um local com muitos prédios, muito verticalizado e sem área verde”, complementa.

Raul Ferro, de 53 anos, trabalha como gestor de inovações tecnológicas e nasceu na cidade de Paraúna, no interior de Goiás. Ele começou a correr regularmente em dezembro de 2022, com o propósito de emagrecimento e manutenção da saúde. Atualmente, Raul corre quatro vezes por semana, com a maioria dos treinos iniciando antes das 5:30.

Raul também costuma correr na Avenida Ricardo Paranhos. Mas, quando o percurso é maior do que 15 km, ele sai das imediações do local e parte para a Avenida T-63, no sentido contrário aos ciclistas. Durante o tempo mais seco, ele reajusta a rotina de treinos e vai para lugares mais arborizados.

“Por conta desse tempo tão seco, iniciamos nossos treinos perto das 5 horas e damos preferência por programar nossas rotas de forma a passar pelo Parque Areião e/ou Vaca Brava, onde podemos contar com melhor conforto de umidade. Aumentamos a hidratação em uma quantidade considerável, até porque perco muito suor durante a atividade”, conta Raul.

IMPLICAÇÕES 
Para entender melhor como o tempo seco e a intensa desidratação afeta o corpo humano, o professor Lucas Oliveira explica o processo.

“As implicações de um treino de corrida feito durante o tempo seco vão repercutir tanto a nível central quanto a nível periférico. As periféricas são as mais comuns, que a gente consegue ver, ouvir e até mesmo passar por elas com mais frequência, como cãibras, esgotamento, cansaço, queda da performance. As repercussões centrais são as mais perigosas, porque a pessoa pode entrar em um quadro de desidratação tão severo que isso vai implicar em queda de pressão, alteração brusca da temperatura corporal, um quadro em que a pessoa perde parcialmente a consciência e o controle de seus movimentos, durante a execução ou imediatamente depois de um treino”, explica profissional.

De volta à alimentação, Giullia afirma que focar em alimentos ricos em água antes e depois da prática de exercício também é uma estratégia interessante para manter a hidratação, evitar a fadiga e queda no desempenho. Alguns desses alimentos são melão, melancia, laranja, abacaxi, mamão, maçã, abobrinha, alface, pepino e tomate.

“Sucos, além de refrescantes, também auxiliam na hidratação, principalmente o suco de beterraba antes do treino, pois é ótimo para otimizar o desempenho. A beterraba contém nitrato, que promove vasodilatação, melhorando o desempenho físico em atividades de endurance e treinos intensos como corrida, ciclismo e crossfit”, acrescenta.

No tempo seco, de acordo com a nutricionista, é imprescindível que a pessoa não fique longos períodos sem se alimentar. Na refeição pré-treino (30 a 60 minutos antes), é bom dar preferência a alimentos ricos em carboidrato, evitando gorduras em excesso que podem causar desconfortos gastrointestinais. Também é essencial que as pessoas entrem em contato com profissionais para seguir rotinas mais específicas para cada organismo.

“A reidratação após o exercício também é extremamente importante e pode ser feita com água, água de coco ou bebidas isotônicas, dependendo da intensidade e duração do exercício. E o principal é manter a hidratação ao longo do dia, mantendo sempre uma garrafinha de água do lado, sendo o consumo de chás uma estratégia interessante para aumentar a hidratação”.

Corre que dá: Especialistas dão dicas para corridas no tempo seco

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SÉRIE ESPECIAL

Webstories - Queimadas e calor em Goiás

Goiás tem 220 dos 246 municípios sob risco potencial de incêndios florestais ou urbanos, ocasionado por fatores como umidade do ar abaixo de 30%, temperatura acima de 30º C, e ventos com velocidade acima de 30 quilômetros por hora (km/h) – condições que levam ao chamado “fator 30/30/30”. Esse é o maior número de cidades sob risco desde o início do período de estiagem neste ano e reflete no total de ocorrências do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) no combate ao fogo. Conforme a corporação, há hoje equipes atuando para apagar 43 queimadas com extensão de mais 200 hectares em todo o Estado, sendo o Nordeste goiano a região mais afetada.

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O prognóstico feito pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) para a segunda (8), terça (9) e quarta-feira (10) varia frequentemente ao longo da semana, conforme muda a combinação de fatores em cada município. Contudo, com uma massa de ar quente que atua como bloqueio atmosférico, a temperatura tem se elevado e a umidade ficado ainda mais baixa, chegando a patamares alarmantes, diz o gerente do Cimehgo. Os dois fatores, somados aos ventos fortes que propagam o fogo e dificultam o trabalho dos militares e de brigadistas, além da quantidade de material orgânico seco, criam um ambiente propício para grandes extensões de área queimada.

Neste ano, até o momento, foi queimada uma área total de 344,5 mil hectares em todo o Estado. Em setembro, o número já chega a 92 mil hectares, praticamente a metade do registrado em todo o mês de agosto, que contabilizou 175,5 mil hectares sob fogo. A extensão do território total atingido pelas chamas também equivale à metade do total do ano passado, quando 706,6 mil hectares foram queimados. Somente o mês de setembro de 2024 foi responsável por 370 mil hectares afetados.

Para ter ideia, considerando apenas o incêndio que marca quase um mês de duração entre os municípios de Nova Roma e Monte Alegre de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, no Nordeste do Estado, já foi queimada uma área total de 82,6 mil hectares, o equivalente a 121 mil campos de futebol de tamanho oficial, segundo a corporação. Vale destacar que ambas as cidades estão na lista daquelas de risco de incêndios. Capitão do CBM-GO, Lucas Reis explica que a extensão da área sob fogo na região faz com que o quantitativo total de área queimada neste ano seja superior ao registrado no mesmo período do ano passado. “Até agosto, estávamos com área queimada e quantidade de ocorrências semelhante ao ano passado. Mas no final de agosto e começo de setembro tivemos um aumento drástico, e agora está um pouco pior”, cita.

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Massa de ar quente funciona como bloqueio atmosférico e mantém calor (Diomício Gomes / O Popular)

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Ele explica que, como grande parte dos incêndios tem se concentrado na região Nordeste do Estado, as equipes têm encontrado um cenário difícil para o combate. “Esse ano a região mais seca e com mais tempo sem chuva é o Nordeste, e ali são áreas de difícil acesso, bastante vegetação e menos povoadas. Fica mais difícil controlar (o fogo) e muitas vezes temos de aguardar esses incêndios saírem dessas áreas para fazermos o combate. Lá (em Nova Roma e Monte Alegre), eram três incêndios que se fundiram em um só. Temos uma parte controlada, mas há uma frente em direção a Nova Roma. Até dois dias atrás, não tínhamos acesso, mas ontem e hoje (segunda e terça) as equipes estão fazendo o combate direto para evitar que se aproxime da cidade. Acredito que em mais dois dias devem conseguir”, comenta.

Outras queimadas que foram combatidas pelos bombeiros militares nos últimos dias estavam localizadas na região do Parque Estadual da Serra Dourada, em Goiás, e nas proximidades do Parque Estadual da Terra Ronca, em Guarani de Goiás. Conforme o capitão do CBM-GO, contudo, ambos estão sob controle. “Houve rompimento da rede elétrica na zona rural há três dias, colocando em risco o parque (Serra Dourada). A expectativa é que a ocorrência termine ainda hoje. Já está controlado, mas ainda não foi finalizado. A finalização ocorre quando não tem mais chance de reignição do fogo”, explica Reis, sobre o primeiro caso. “Temos também um incêndio grande em Guarani de Goiás há cerca de quatro dias. Nossas equipes estão atuando há 96 horas ininterruptas no local. A parte em Goiás já está controlada, mas há queimadas no topo de serras na Bahia.” Nesta terça, militares também atuaram em um incêndio em vegetação no Parque Vitória, em Senador Canedo.

Incêndio em Pirenópolis

O Morro do Frota, também conhecido como Morro das Antenas, um dos principais cartões-postais da cidade de Pirenópolis, está em chamas desde a noite de segunda-feira. O incêndio teria se iniciado por volta das 20 horas, atingindo a vegetação nativa do local em uma área próxima à Cachoeira Bonsucesso. No momento em que moradores acionaram o CBM-GO, a linha de fogo já se encontrava em grandes proporções devido às condições climáticas no local, com forte ocorrência de ventos.

Segundo informações repassadas aos bombeiros, o fogo foi criminoso. O combate foi iniciado imediatamente à chegada das equipes no local, com o auxílio dos brigadistas e dos moradores locais. Conforme o major CBM Cristiano Severino de Carvalho, o incêndio teve origem em uma área próxima à Cachoeira Bonsucesso e teria se dividido e seguido por duas linhas diferentes, uma em sentido ao Morro do Frota e a outra, em direção ao Parque Estadual dos Pireneus. Ele conta ainda que as equipes haviam conseguido executar um grande progresso durante a madrugada de segunda-feira e que, na manhã desta terça-feira, haviam conseguido concluir a linha de fogo no sentido Morro do Frota.

Por volta das 11 horas desta terça, contudo, houve uma regressão nessa mesma linha e o fogo avançou para o Morro das Antenas. O combate foi interrompido por algumas horas devido às condições do local, tanto pela questão do relevo acidentado quanto pelo fato de as chamas estarem muito altas. A segunda linha, em direção ao Parque Estadual dos Pirineus, continua sendo combatida sem recesso pelas melhores condições no local. Até a retomada das equipes, cerca de 500 hectares já haviam sido atingidos.

No final de agosto, a região de Pirenópolis já havia passado por um incêndio de grandes proporções. O outro incêndio teve início na noite do dia 30 daquele mês, nas proximidades de uma região conhecida como Cidade de Pedra. Fortes ventos, relevo acidentado e vegetação densa dificultaram o trabalho das equipes em campo. Cerca de 4,3 mil hectares foram queimados. O fogo acabou provocando a interdição da Cachoeira dos Dragões e teria ameaçado outras áreas de interesse ambiental e turístico da cidade. O fogo foi combatido por etapas pelas equipes, entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro. 
 
(Laysa Milograma é estagiária da UniAlfa em convênio com GJC)

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<h2>Calor e baixa umidade se intensificam até fim de semana</h2>

Com a massa de ar quente que atua como um bloqueio atmosférico de influência em todo o estado, as temperaturas máximas têm aumentado e a umidade, se reduzido ainda mais, marcando o auge da seca em Goiás. Nesta terça (9), as máximas chegaram a 41°C na região Oeste, conforme dados do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também emitiu nesta terça alerta vermelho para baixa umidade, que deve ficar abaixo de 12%.

Com o avanço de várias frentes frias em julho e agosto, que ocasionaram pancadas de chuvas isoladas, especialmente nas regiões Sudoeste e Sul, que contam com 11 dias sem chuva, e na região Central, com 77 dias sem precipitação, a época mais seca e mais quente acabou sendo menos perceptível para os goianos, diante de uma sensação de maior conforto térmico. Contudo, desde a última semana, o calor tem sido mais percebido. Gerente do Cimehgo, André Amorim explica que isso ocorre porque “o calor vai fadigando as pessoas de maneira excessiva”.

“Semana passada foi quente e o final de semana foi mais quente ainda. A umidade também deu uma queda. Estava em 18% e agora está em 14%. Na cidade de Goiás, marcou 12%, bem abaixo do mínimo ideal para o ser humano, que é de 60%. Goiás tem batido altas temperaturas. Hoje (terça), Itumbiara e Iporá tiveram 36°C; São Miguel do Araguaia, 38°C; e Porangatu, 37°C. Em Goiânia, na região do autódromo, bateu 35°C, e no Centro deve ter ficado em 38°C”, explica, ao citar que o calor e tempo seco ainda devem piorar até o final de semana.

Amorim, contudo, dá um prognóstico que pode amenizar as altas temperaturas e a baixa umidade na próxima semana. A partir de segunda-feira (15), o avanço de uma frente fria pode ocasionar pancadas de chuvas isoladas, especialmente na região Centro-Sul de Goiás. “Essa massa de ar quente funciona como bloqueio atmosférico e mantém as temperaturas altíssimas. Na próxima semana, nos dias 15 e 16, teremos avanço de frente fria e, por isso, poderemos ter pancadas de chuva ocorrendo em Goiás, mas não é o começo do período chuvoso. Pode vir a chuva, mas não vai dar sequência. Será como nas últimas (frentes frias), chove e para, e volta o calor. Mas, momentaneamente, a temperatura cai e traz um alívio”, explica.

O gerente do Cimehgo pondera ainda que a precipitação pode contribuir para a redução do número de cidades com risco potencial de incêndios. “Hoje estamos com maior quantidade (de municípios em risco). A massa de ar quente e seco aumenta o risco, mas se chover, vai dar uma freada na temperatura e, momentaneamente, vamos ter um fôlego em cima dessa situação (de queimadas no estado)”, pondera. A região mais afetada pelos incêndios, contudo, não deve ser aliviada pela frente fria. Nas regiões Norte e Oeste, já são 128 dias sem precipitação. Enquanto isso, a região Leste (que engloba o Nordeste goiano) tem 126 dias. “No Centro-Norte do estado sempre demora mais para chegar a chuva”, acrescenta André.

<h2>Loja de pneus é destruída por chamas em Goiânia</h2>

Ao mesmo tempo em que áreas verdes na zona urbana e rural são assoladas por incêndios, edificações e comércios também têm sido afetados pelo fogo e, com temperaturas altas e baixa umidade, o controle das chamas se torna mais difícil para equipes do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás (CBM-GO). Na manhã desta terça-feira (9), uma loja de pneus situada no Parque Oeste Industrial foi destruída após um incêndio atingir o local. Com a ocorrência, uma densa fumaça preta pôde ser vista de vários pontos da capital goiana.

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Fumaça preta no Parque Oeste Industrial pôde ser vista de várias regiões (Diomício Gomes / O Popular)

A corporação divulgou pela manhã que o fogo atingiu uma loja com cerca de 4 mil pneus, “demandando intenso esforço operacional devido ao alto potencial de propagação e à complexidade do cenário”. O incêndio foi controlado pela tarde após o uso de 120 mil litros de água em decorrência de reignições que ocorreram durante o trabalho.

Desde o início do mês de setembro, já foram registradas 588 queimadas na área urbana, sendo 43 em residências, 31 em veículos, 18 em armazéns, galpões e pontos de entulho e 11 em comércios, mas a maior parte (449) em terrenos baldios ou áreas verdes urbanas.

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Goiás tem 220 municípios com alto risco de incêndios

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Estiagem

Goiânia foi <a href="https://opopular.com.br/esporte/corrida-com-proposito-maratona-em-movimento-une-esporte-e-causa-social-1.3306744" target="_self">palco no último domingo (31) da 12ª Maratona EM Movimento</a> e dentre os 1.663 corredores, o grande destaque foi “seu” Francisco Lima. O corredor de 92 anos completou a maratona e chamou a atenção de todos os presentes no evento esportivo.&nbsp;

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“Seu” Francisco Lima completou o percurso de 42.199 km em 4h25min. A prova passou por diversos bairros da região&nbsp;leste da capital e o atleta chamou a atenção pela disposição e tranquilidade durante o percurso.&nbsp;

O corredor de 92 anos tem a sua história com a corrida contada no <a href="https://www.youtube.com/watch?v=M-_LvfhFrQk" target="_blank">documentário “Na trilha da vida”,</a> produzido pela Tupi Filmes, com direção do diretor Raimundo Alves da Silva. O curta de 17 minutos desvenda como a corrida de rua moldou a personalidade de “seu” Francisco Lima, que tem uma disciplina admirável e de acordo com suas contas já completou mais de 100 maratonas.&nbsp;

<h2>Maratona EM Movimento&nbsp;</h2>

A Maratona EM Movimento, teve a Olympikus como marca esportiva oficial da prova, e fez parte do calendário comemorativo dos 50 anos da Olympikus que desde 1975, vem construindo uma longa relação com o esporte brasileiro.&nbsp;

Além disso, a prova tem como causa central a conscientização da Esclerose Múltipla, promovendo conscientização, inclusão e qualidade de vida por meio da prática esportiva.&nbsp;&nbsp;

Corredor de 92 anos completa maratona de 42 km em Goiânia

ATIVO E VIVO

Correr a distância de uma maratona em Goiânia é o desafio que atletas vão encarar no próximo domingo (31). A nobre prova de 42,195 km desperta fascínio ao mesmo tempo em que assusta corredores. Na série especial Corre que Dá, do POPULAR, atletas e professores contaram como é correr uma maratona na capital goiana.Cada cidade tem as suas particularidades. No caso de Goiânia, o tempo seco, as altas temperaturas e os aclives e declives nos trajetos são marcas registradas e fatores que precisam ser levados em conta para quem deseja praticar esporte. É o que aponta Moara Souza, professora de Educação Física, de 37 anos.“Por se tratar de correr uma maratona aqui em Goiânia, já são dois desafios, devido à altimetria das provas. O ciclo é de superação pois, além dos treinos de corrida, temos de incluir trajeto com kms de subida. Fica mais desafiador ainda”, explicou. Altimetria é a ciência de medição de alturas ou elevações, junto à interpretação desses resultados. Jannison Santana, de 31 anos, vai participar da 12ª Maratona Internacional de Goiânia em Movimento no próximo domingo (31) e correrá a distância de uma maratona pela primeira vez.O corredor citou as elevações da capital como obstáculos relevantes. “A principal diferença é o percurso extremamente difícil devido ao sobe e desce. A maioria das maratonas opta por percursos mais planos, o que não acontece nesta”, comentou o barbeiro.Jannison, que é natural de Curionópolis (BA), mas mora em Goiânia desde 2012, começou a praticar corrida durante a pandemia e participou de sua primeira prova em 2023. Desde então, foram mais de 50 corridas em Goiânia e na Região Metropolitana. Ele também contou que conciliar família, trabalho e treinos, muitas vezes, dedicando três horas por dia a esses treinamentos, é sempre um desafio a ser superado no ciclo de preparação.No ciclo atual, para participar pela 1ª vez da Maratona de Goiânia, ele contou com treinos montados por um profissional de Educação Física e teve acompanhamento de fisioterapeuta e nutricionista. “Desde o início de 2025, estou focado em participar de uma maratona, por isso fiz algumas meias no primeiro semestre e o ciclo específico para maratona durou 12 semanas”, disse Jannison.Além dos desafios da altimetria, da administração de tempo e da intensidade do ciclo de preparação, o tempo seco e o trajeto da prova foram citados por Jannison como aspectos que merecem atenção.“O percurso difícil, o tempo seco e o horário de largada fazem dessa prova uma das mais difíceis do Brasil. No entanto, sabendo de tudo isso, o treinamento, a estratégia de hidratação e suplementação já são pensados e o desafio é se manter bem hidratado nas semanas posteriores à prova e principalmente durante a prova”, disse.O goianiense Thiago Cluvinel, de 38 anos, que trabalha como analista de prevenção de perdas, também vai participar da Maratona de Goiânia pela 1ª vez. Ele começou a correr em 2018 e gosta de praticar em trilhas, em ambientes de natureza. Para correr os 42,195 km, ele vem se preparando há mais de um ano e as atividades não envolvem velocidade, mas sim resistência e constância.“Goiânia tem percursos com muitas subidas longas, clima seco, e isso a diferencia muito de outros lugares mais populares em termos de corrida de rua. Particularmente, treino muito em diversos ambientes, sol, chuva, pois meus treinos envolvem longas distâncias e algumas horas de treino”, comentou.A professora Moara Souza comentou que a procura por 42 km não é tão grande em Goiânia em relação a outras distâncias por causa do clima quente e seco, principalmente na atual época do ano, quando correr uma maratona fica ainda mais difícil do que já é.“O atleta precisa de uma estratégia do início ao fim, sem errar na suplementação. Em relação aos treinos específicos, é deixar o atleta o mais forte possível para terminar uma prova bem. Isso inclui treinos com subidas e em horários quentes, divididos em treinos leves, intervalados e longos”, declarou Moara.A professora de Educação Física e funcionária pública Thayssa Alves, de 32 anos, diverge um pouco da visão de Moara em relação à procura por corridas de 42 km em Goiânia.“Mesmo tendo apenas duas maratonas oficiais no ano, a procura é muito boa. Os corredores daqui valorizam bastante a chance de correr em casa porque normalmente precisam viajar para outras capitais para encontrar provas longas. Além disso, Goiânia tem uma comunidade de corrida muito ativa, com assessorias e grupos que incentivam a participação. Como o percurso é desafiador, com muitas subidas, muitos atletas encaram como uma oportunidade de superação pessoal”, opinou.A autônoma goianiense Soraya Maria, de 50 anos, vai disputar uma maratona em Goiânia pela 5ª vez. Ela faz academia desde os 17 anos, corre desde 2014 e já participou também de provas na distância em Porto Alegre, Brasília e Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina.“Já participei de várias corridas e fiz dez maratonas. Estou me preparando há meses, fiz o Desafio Cidade Maravilhosa no Rio de Janeiro. Não diferencio qualquer corrida. Só diferencio o clima das diversas regiões, como frio no Rio Grande do Sul e calor no Rio de Janeiro. O tempo seco exige mais hidratação”, contou Soraya.O biomédico Claudian Rocha de Carvalho, de 38 anos, que nasceu em Grajaú (MA) e mora em Goiânia desde 2012, também não é um novato em maratonas. Ele iniciou corridas de rua há quatro anos e tem três maratonas concluídas com tempo abaixo de 4 horas. O seu melhor tempo foi no ano passado, com 3h30 justamente em Goiânia.Além disso, Claudian também disputou várias meias e cerca de 140 corridas de 10 e 5 km. O biomédico revelou que já conseguiu cerca de 35 pódios, entre geral e faixa etária, e falou sobre as diferenças de correr 42 km em Goiânia e em outros locais.“Essa maratona tem um grande diferencial, que é o percurso desafiador, um dos mais difíceis do Brasil. O clima seco realmente não ajuda, além das inúmeras dezenas de subidas. Correr em outros lugares, como por exemplo Brasília, tem uma grande diferença. Lá não tem tanta subida, só que o clima é diferente. Já me acostumei a correr aqui em Goiânia”, ponderou Claudian.A professora Thayssa Alves ressaltou a importância de, antes de se comprometer a uma correr uma maratona, conhecer o local para saber quais atitudes tomar.“Em Goiânia, o atleta precisa se preparar não só para a distância, mas para as características da cidade. O relevo exige muito, então é fundamental incluir treinos em subida e descida, além de fortalecimento muscular para suportar o esforço. Outro ponto é o clima. Em época seca, a hidratação precisa ser redobrada e o corpo deve estar adaptado ao calor e à baixa umidade. Durante a prova, é importante controlar o ritmo, principalmente nas subidas, e usar estratégias de reposição de sais minerais. Quem consegue se preparar bem chega com vantagem para encarar Goiânia”, complementou.O trajeto de 42 km da 12ª Maratona Internacional de Goiânia em Movimento começa e termina no Paço Municipal e passa por bairros como Park Lozandes, Alphaville Araguaia, Jardim Brasil, Residencial Clea Borges, Alphaville Flamboyant e Vila Jardim Vitória. A prova será realizada a partir das 5h55 do próximo domingo (31).

Corre que dá: como será o desafio de correr uma maratona em Goiânia

Corrida de rua

Atlético-GO, Goiás e Vila Nova têm a intenção de solidificar cada vez mais a marca de suas respectivas corridas de rua. Por meio da organização e da presença de torcedores, os times buscam fortalecer a marca e retribuir a paixão de quem apoia as equipes, faça chuva ou faça sol. Os três clubes buscam empresas especializadas em organização de corridas de rua para formatar seus eventos.Ewerton Murtosa, gerente executivo do Atlético-GO, revelou que a ideia da Corrida do Dragão vem maturando. Em 2019, o clube fez uma corrida comemorativa, do Antônio Accioly até o CT do Urias Magalhães, com funcionários, comissão técnica e parentes. De lá para cá, os dirigentes foram amadurecendo a ideia.“Sempre fui uma pessoa que gosta muito de correr. Desde a minha adolescência, eu corria. Me veio à cabeça, há muitos anos, fazer uma corrida de rua do Atlético-GO, na comemoração de aniversário. Eu vinha há algum tempo tentando convencer o Adson (Batista, presidente). O Atlético-GO não visava lucro financeiro, mas dar um presente para a torcida”, contou.Na 1ª edição da Corrida do Dragão, em 2023, foram pouco mais de mil pessoas inscritas. Em 2024, 1,5 mil. Em 2025, 2 mil. O projeto para o ano que vem é estender o número de inscrições para 3 mil, pois o público está se interessando e o evento virou tradição no aniversário do clube, em 2 de abril. Tudo é feito com expertise, segundo o dirigente.O gerente executivo do Atlético-GO explicou que a Corrida do Dragão procura oferecer brindes de parceiros, bandas com show ao vivo, tendas, tudo para potencializar a experiência. Quanto ao trajeto, sempre esteve nos planos um percurso dentro do Bairro de Campinas, por causa das origens do clube. “A estratégia para atrair cada dia mais público é sempre organização e oferecer um produto de qualidade”, complementou.A Corrida do Verdão, segundo a diretora de marketing e comunicação do Goiás, Jéssica Rezende, nasceu como resposta direta a um desejo antigo da torcida esmeraldina. Durante anos, o clube recebeu inúmeros pedidos em jogos, redes sociais e conversas com sócios para realizar uma corrida oficial com a marca do Goiás.Além de atender esse apelo, o clube viu na corrida uma oportunidade de fortalecer o vínculo com a torcida, promovendo um evento que vai além do futebol, estimula práticas saudáveis e o bem-estar, associa a imagem do clube ao incentivo ao esporte e gera receita com inscrições, patrocínios e ativações, com possibilidade de reinvestir na estrutura e no relacionamento com os torcedores.“Essa é a primeira corrida de rua oficial promovida pelo clube, e foi pensada com todo cuidado para se tornar um evento anual no calendário esmeraldino. O Goiás atua como promotor e idealizador, mas conta com empresa especializada em provas de rua para cuidar da parte técnica e logística, garantindo segurança, qualidade e experiência positiva para os participantes”, explicou Jéssica Rezende.Assim como o Vila Nova, há uma corrida infantil com percursos adaptados por faixa etária (de 40 a 200 metros).“A Corrida do Verdão já nasce com força por ser um evento pedido pela torcida, mas o clube aposta em outras frentes para ampliar sua adesão, como ações de comunicação nas redes sociais e fortalecimento das parcerias com marcas, garantindo brindes atrativos e experiências no dia da prova”, concluiu Jéssica Rezende.Na Vila Run, o diretor de esportes olímpicos do Vila Nova, Willian Mendes, disse que o evento é tratado de maneira profissional pelo departamento de comunicação, marketing e esportes olímpicos. Todos se reúnem para entregar a melhor corrida possível.“A criação da corrida de rua surge a partir do momento em que o Vila recria o departamento de esportes olímpicos, já que tinha nos anos 70. Consequentemente, isso causa crescimento da marca, leva o esporte para o povo e movimenta a nossa torcida. Nós entendemos que futebol vai além das quatro linhas, e a corrida de rua tem todo um propósito. As corridas não visam retorno financeiro, mas uma festa bonita e bem organizada”, descreveu.Neste ano, o número de inscritos chegou a 3 mil pessoas e o Vila Nova já projeta 2026, com a missão de trazer o melhor para a torcida. “A estratégia para atrair é a organização, compromisso, sentimento de pertencimento que só o nosso clube tem, relacionado à questão da torcida, que movimenta a comunidade. Nós procuramos ouvir do mais simples ao mais capacitado, responder a todos”, acrescentou Willian Mendes.O Vila Nova pensa em dobrar o número de participantes e isso só aumenta a responsabilidade de quem organiza o evento. Cada funcionário vai trabalhar para alcançar o objetivo, pois Willian Mendes reitera que é satisfatório ver os torcedores se emocionando ao ultrapassar a linha de chegada e diz que isso cria identidade.“Um detalhe importante é que nosso trajeto foi criado onde surgiu o Vila Nova. Nós passamos nos pontos do Setor Vila Nova onde teve o primeiro campo, a primeira reunião para montagem do time, sair e terminar no OBA. Outro detalhe importante é a participação das crianças, pois, a partir daí, oxigenamos todo o processo de torcida porque nem todo mundo é obrigado a gostar de futebol.”