Quer dicas para a São Silvestre, maior corrida de rua da América Latina? A série Corre que dá, do POPULAR, oferece preciosas orientações de três profissionais de Educação Física com experiências em corrida de rua, que falaram à reportagem sobre as particularidades da prova e o cenário de correr em aglomerações.

O evento será no próximo dia 31 de dezembro, na cidade de São Paulo, na especial 100ª edição da São Silvestre, com 55 mil inscritos.

Para o professor de corrida Marcione Santos, de 51 anos, natural de Avelinópolis, a principal recomendação é ir preparado para a diversão. Isso porque, para os atletas amadores, a São Silvestre serve para coroar uma temporada de treinos e competições, e a grande quantidade de pessoas acaba impossibilitando um foco maior na performance.

“O principal desafio da prova é, em primeiro lugar, estar preparado para completar os 15 km, independentemente do ritmo. É importante uma boa periodização, pelo menos três meses antes da prova, para evitar um sofrimento maior e até mesmo lesões. Em segundo lugar, vencer o desafio de subir a temida (Avenida) Brigadeiro”, acrescentou.

O treinador aconselha os atletas a tentar se posicionar próximos aos pelotões de Elite A ou Elite B, ou adquirir o kit Premium, que dá acesso a uma posição com menos aglomeração. Segundo Marcione, os atletas que naturalmente fazem parte desses pelotões já fogem totalmente da aglomeração, mas isso só vale para quem possui tempos comprovados em provas oficiais, com “permit” da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) ou de federações.

José Adriano Bispo tem 40 anos, é professor de Educação Física e atuou durante 15 anos como treinador de corrida nível três da CBAt e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Nascido em Santa Rosa (TO), ele morou em Goiânia de 1995 a 2008. Hoje, vive em Senador Canedo. Ele também deu alguns conselhos para a São Silvestre.

“A primeira dica é não se assustar, curtir a energia e, quando der a largada, manter o corpo firme direcionado para frente, com muita atenção no percurso. Mesmo quando estiver aberto com menos fluxo, jamais mude de direção sem se certificar das pessoas que estão atrás de você e tenha muita atenção, pois pessoas podem mudar de direção na sua frente sem perceber que estão entrando na sua rota”, alertou.

José Adriano complementou que é importante controlar o ritmo assim que a corrida começar. Se a pessoa não tiver experiência em corridas de 15 km, que é a distância da São Silvestre, o ideal é começar em um ritmo bem confortável e não ter vergonha de andar durante o percurso, se for necessário.

Assim como Marcione, José citou a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, quase no final da prova, que tem cerca de 2 km de inclinação. De acordo com ele, é fundamental administrar a energia durante a corrida para esse momento. Além disso, o professor concluiu falando sobre o quanto a prova é agradável, principalmente por causa da energia do público.

“Quem está indo para celebrar não vai atrapalhar em nada. Pelo contrário, só vai deixar a festa ainda melhor. Quem está indo para melhorar o tempo precisa se lembrar de chegar cedo na largada e entrar na onda correspondente ao seu pace (ritmo). Isso vai te ajudar a fazer uma boa corrida.”

Para o treinador de corrida e personal trainer goianiense Eduardo Ramos, de 27 anos, é essencial cuidar bastante do descanso e da alimentação, que são elementos fundamentais para conseguir correr bem a prova. Assim como seus companheiros de profissão, ele alertou para o trecho da Avenida Brigadeiro e destacou as especificidades da São Silvestre.

“A quantidade de pessoas no percurso pode atrapalhar, mas isso vai da interpretação de cada um. Como boa parte do pessoal do mundo da corrida já sabe que a São Silvestre é uma corrida festiva, quem quer fazer um tempo bom, ou alguma coisa do tipo, compra um kit VIP que fica lá na frente. Mas em relação ao contingente de pessoas, a grande maioria já vai com essa mentalidade, sabendo que realmente vai ter muitas pessoas e que isso vai atrapalhar o desempenho”, disse.

Eduardo Ramos comentou que a corrida festiva fica mais encantadora por causa do brilho do pessoal correr fantasiado. Por causa da quantidade de competidores, ele aconselha todos a não ziguezaguear pela pista, deixando o fluxo do pelotão seguir para que os competidores consigam correr da melhor maneira possível, sem incidentes pelo caminho.

Corre que dá: Treinadores dão dicas para a São Silvestre

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