Visivelmente emocionado, o técnico do Atlético-GO celebrou com alívio a vitória de 1 a 0 do Dragão contra a Chapecoense, que selou a permanência da equipe goiana na Série A. O triunfo levou o time atleticano aos 47 pontos e colocou o clube rubro-negro dentro da faixa de classifcaição à Sul-Americana e a dois pontos do 8º colocado, que fecha as posições que garantem vaga à Libertadores.Marcelo Cabo estreou pelo Atlético 16 dias depois de ter sido demitido do Goiás, a seis jogos do fim da Série B. De férias no Rio de Janeiro, o treinador não viu risco em voltar para o Dragão e “manchar” sua história pelo clube com um rebaixamento.“Eu não quis preservar minha história pelo Atlético. Título, acesso, Sul-Americana. Eu dei a minha cara a tapa pelo Atlético e vou dar sempre. Interrompi minhas férias para atender o chamado do Adson. O telefone tocou 1h30, quatro horas eu estava no (aeroporto) Santos Dumont para voar e dar treino à tarde. Não tenho contrato, eu quis acordo de olho no olho com o Adson. Eu tinha uma missão, abraçar meu amigo e irmão Adson neste momento. Não posso esquecer do Jorginho, que começou esse trabalho do Barroca que deu continuidade, do João Paulo (Sanches) e do Eduardo (Souza), que colaboraram muito para esse momento aqui”, afirmou Marcelo Cabo, em coletiva.O treinador revelou o desejo de permanecer no Atlético para 2022. Segundo o técnico, nos próximos dias ele vai conversar com o presidente Adson Batista para planejar a próxima temporada e a possibilidade de permanência no cargo.“Eu tenho o desejo de ficar, de começar um trabalho, formar um elenco, sentar com companheiros de comissão técnica e Adson. O Adson ainda não falou de 2022, mas vamos planejar. Eu tenho o desejo de continuar no Atlético. Vamos conversar sobre tudo agora. Eu cheguei em uma situação emergencial, mas quero dizer para a torcida do Atlético que o Atlético é minha prioridade para 2022. Claro que vamos conversar, sentar para falar sobre planejamento e contrato. O desejo não é só meu, é da família.”Antes de responder a entrevistas, o treinador fez um breve pronunciamento na qual lembrou de momentos da sua chegada e que cumpriu a missão de manter o Atlético na elite nacional.“O Adson me deu uma missão. Missão dada, é missão cumprida. Ele falou que queria a permanência. Eu desejei de coração dar esse presente de Natal para a torcida do Dragão, desfrutem. Quem pensa que foi fácil, não foi fácil. Temos gigantes do futebol brasileiro em termos de orçamento brigando para sair da zona de rebaixamento ou atrás do Atlético. Com humildade, trabalho, eu voltei para a minha casa, interrompi as minhas férias e tinha a obrigação de deixar o Atlético na Série A”, afirmou o treinador.A meta do Dragão agora é confirmar vaga em uma competição internacional. Com 47 pontos, o Atlético ocupa a 11ª colocação, dentro da faixa de classificação à Sul-Americana. O time goiano, porém, tem dois pontos de diferença para o América-MG, que aparece na 8ª posição e fecha a faixa de classificação à pré-Libertadores. Nas rodadas finais, a equipe atleticana visita o Inter e encerra o Brasileiro contra o Flamengo, no Accioly.“Os 47 pontos nos deixam na colocação da Sul-Americana e vamos defender esse posicionamento nos próximos dois jogos. Eu sempre fui claro com meus jogadores que a primeira meta era a permanência, a segunda é a Sul-Americana e a terceira é a Libertadores. A gente agora vai defender a Sul-Americana, é desejo do nosso presidente (Adson Batista). Temos que ter equilíbrio, sabedoria e pés nos chão. O caminho até aqui não foi fácil, por isso valorizo esses jogadores”, frisou Marcelo Cabo.Confira outros temas da coletiva do técnico do Atlético-GO:Má atuação contra a ChapeEu acredito que estivemos mal mesmo no primeiro tempo, fomos muito abaixo. Talvez tenha sido a pior atuação desde que eu cheguei. Não sei. A gente trabalhou tudo que tinha trabalho em termos psicológico, tivemos perdas importantes, do João (Paulo), do André (Luís) e agora o Pedro (Henrique) sentiu. Não encarnamos o espírito de final. O intervalo foi bom, a gente corrigiu, voltamos melhor, equilibramos o jogo e terminamos melhor que a Chape. Fizemos um gol de sorte, foi um cruzamento que a bola acabou entrando.Números ruins na partidaO Atlético vive um momento em que a gente não precisa se pegar em estatísticas, números. Só tem que se pegar de fato. O fato é que o Atlético está na Série A. Foi uma atuação aquém, a gente chega ao sexto jogo de invencibilidade. O que importante é que o Atlético vai jogar a Série A em 2022, será o terceiro ano na Série A. Isso é importante para o projeto do clube.Permanência de Arthur HenriqueÉ, a diretoria já conversou internamente sobre o Arthur. É uma questão que vai ter de ser estudada, analisada. Era um jogador, quando cheguei, que não estava sendo utilizado. A circunstância levou eu a colocá-lo, ele correspondeu. É jogador que a torcida precisa enaltecer, já foi terceira opção, mas treinava muito. Hoje é titular, caiu nas graças de todos. Internamente vamos tratar da continuidade dele ou não, passa pelo nosso presidente.