Campeão do Estadual, surpresa e semifinalista na terceira participação na Copa Sul-Americana, segunda melhor campanha na história do clube na Copa do Brasil com presença nas quartas de final, rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. A lista descreve a temporada do Atlético-GO, começou positiva, mas termina de maneira negativa.Na última rodada do Brasileiro, neste domingo (13), o Atlético-GO só empatou com o América-MG, por 1 a 1, e teve seu rebaixamento decretado na Arena Independência, em Belo Horizonte.Tudo indicava que 2022 seria um ano histórico e vitorioso para o Atlético-GO. Não há dúvidas de que o Dragão escreveu uma bela história quase até o último capítulo, que ficará com a mancha na página por causa do rebaixamento.O descenso que se concretiza é o terceiro do clube nos pontos corridos desde que retornou à elite nacional. Os outros foram nas séries A de 2012 e 2017. A queda atual ocorre na sétima participação no atual formato do Brasileirão: 2010, 2011, 2012, 2017, 2020, 2021 e 2022. No próximo ano (2023), o Atlético-GO terá de buscar o acesso disputando a deficitária Série B. Porém, sem a concorrência de grandes agremiações, como Cruzeiro e Grêmio.O Dragão planejava ter a quarta participação seguida na elite nacional, o que seria uma marca considerável e que turbinaria ainda mais os cofres do clube. A queda é vista como contradição, pois o título do Goianão e os resultados das copas apontavam outro sentido.O discurso do presidente do clube, Adson Batista, de que “a prioridade do Atlético-GO é o Campeonato Brasileiro” deixou de ser seguido à risca em momentos em que o calendário exigia elenco com qualidade e quantidade, concentração e resultados. As copas atropelaram o que foi apontado como prioritário no clube - o Brasileirão.Fora da Série A, o Dragão jogará a Série B e, após projeção internacional conseguida via Copa Sul-Americana, ficará fora do torneio continental no próximo ano.Numa perspectiva mais otimista, só voltará a disputar a Sula em 2025 - terá de conquistar o acesso em 2023, fazer boa campanha na Série A 2024 e nela garantir vaga à disputa continental em 2025.O planejamento de Adson Batista não se mostrou acertado, pois ele não conseguiu encontrar um técnico que conseguisse equilibrar elenco e resultados nos torneios paralelos. O fracasso atleticano teve rodízio de treinadores no Brasileirão. O clube teve quatro técnicos no torneio: Umberto Louzer (seis jogos), Jorginho (18), Eduardo Baptista (quatro jogos) e, por último, o interino Eduardo Souza.Foi Eduardo Souza quem obteve os melhores resultados desde que assumiu o elenco, no início de outubro - sob comando dele, o time chegou a ter uma invencibilidade de cinco partidas (três vitórias e dois empates), trazendo novamente o apoio da torcida. Nos quatro jogos seguintes, no entanto, sofreu duras derrotas ou empates, mesmo com o time atuando bem - perdeu para São Paulo e Santos e empatou com Fortaleza e Athletico-PR.Neste domingo (13), o Atlético-GO precisava ganhar e torcer por um tropeço do Cuiabá. Nada disso aconteceu. O Dragão empatou com o Coelho, por 1 a 1, e viu o Cuiabá bater o Coritiba por 2 a 1.Em termos de elenco, as estratégias do dirigente atleticano não se encaixaram às necessidades. No início da Série A, o grupo não passava de 25 opções e alguns jogadores passaram a atuar sucessivamente, como Jorginho, Marlon Freitas, Wellington Rato e Gabriel Baralhas. Sentiram o desgaste.Houve uma crise interna, em que o então preparador de goleiros, Marcos Medeiros, foi demitido após falhas do goleiro Luan Polli. Reserva, Ronaldo virou titular, mostrou qualidades, mas se contundiu no ombro em jogo da Sul-Americana e não jogou mais na temporada. Voltou aos treinos há pouco tempo. Renan assumiu titularidade e convive com elogios e críticas, entre elas as do próprio Adson Batista.Na segunda janela de transferências da CBF no ano (dias 18 de julho a 15 de agosto), o Dragão fez 11 contratações, mas apenas o zagueiro Lucas Gazal é titular entre os que chegaram ao clube: Pedro Paulo e Diego Loureiro (goleiros), Lucas Gazal, Klaus, Camutanga e Emerson Santos (zagueiros), Willian Maranhão e Rhaldney (volantes), Kelvin, Ricardinho, João Peglow (atacantes).Para piorar, e alheio ao que foi planejado, Ronaldo (ombro), Emerson Santos e Ramon Menezes (tendão de Aquiles) se lesionaram de forma mais séria e não puderam jogar mais na temporada a partir do momento em que se machucaram.Os números (aproveitamento) podem explicar a queda à Série B. O desempenho ruim é uma das explicações para o descenso. O time teve três sequências negativas: seis jogos da 1ª à 6ª rodadas (três empates e três derrotas), sete derrotas seguidas (coincidindo com as oitavas de final da Sul-Americana e entre oitavas e quartas de final da Copa do Brasil) e repetiu outra série de sete tropeços (dois empates e cinco derrotas nas quartas e semifinal da Copa Sul-Americana). Ou seja, em 20 partidas e 60 pontos disputados, o Atlético-GO obteve cinco pontos, menos de 10% de aproveitamento.Adson Batista projeta o retorno imediato. O presidente do Atlético-GO disse que formará um elenco forte no próximo ano e argumenta que tem uma base pronta: Ronaldo, Pedro Paulo, Léo (goleiros), Dudu, Luan Sales, Jefferson, Arthur Henrique (laterais), Michel, Lucas Gazal, Ramon Menezes (zagueiros), Gabriel Baralhas, Rhaldiney (volantes), Shaylon, Jorginho, Wellington Rato (meias), Airton, Luiz Fernando, Léo Pereira e Shaylon (atacantes). Porém, deve perder alguns deles em futuras negociações.Leia também:- Country Clube sedia finais do Campeonato Brasileiro de Peteca- Presidente do Goiás brinca com rebaixamento do Atlético-GO