A poucos passos do paraíso, sete clubes vivem disputa intensa por quatro vagas na elite do futebol nacional. Botafogo e Coritiba estão algumas casas à frente de um pelotão com cinco clubes que se debatem para disputa a Série A do Campeonato Brasileiro em 2022.O Goiás está inserido nesta disputa e tem como desafio não deixar escapar a classificação após passar quase todo o campeonato dentro do G4. Com o empate entre CSA e o Avaí, o time esmeraldino inicia a 35ª rodada na 5ª colocação.A projeção é que sejam necessários mais de 60 pontos para conquista do acesso. Nesta linha, Botafogo e Coritiba já atingiram essa marca e só ficam fora do G4 se algo extraordinário acontecer nesta reta final de competição. “Creio que vai terminar com o último clube subindo com 60 pontos ou mais, não acredito que os clubes concorrentes vão tropeçar sucessivamente a ponto de subir com menos de 60”, avaliou o comentarista José Roberto Silva, da Rádio CBN/Goiânia.O equilíbrio entre os concorrentes faz com que outro fator seja observado. Os critérios de desempate podem definir o acesso. Foi assim com o Goiás em 2018, quando subiu com 60 pontos conquistados e só foi superior à Ponte Preta porque obteve duas vitórias a mais. Neste aspecto, o Goiás tem problemas nesta temporada. O time esmeraldino tem menos triunfos que quatro dos seis concorrentes e não tem mais vitórias que nenhum deles.“Esses cinco candidatos para essas duas vagas que restam estão em níveis parecidos, com atuações parecidas e até irregularidades parecidas. Se tivesse de cravar dois, me parece que CSA e Guarani estão com uma pequena vantagem”, comentou Raphael Prates, comentarista da CBN e ESPN. Para ele, a reta final será emocionante e o CSA leva vantagem sobre a concorrência nos critérios de desempate.Por isso, o Goiás tem de se livrar da sina dos empates para se posicionar melhor no número de vitórias, primeiro critério de desempate na Série B. “O Goiás, no desempate, em uma sequência natural com resultados parecidos, só ganha do CRB. Isso é um problema”, ressaltou José Roberto Silva.Nesta reta final, a diretoria do Goiás fez um movimento arriscado ao demitir o técnico Marcelo Cabo e apostar no interino Glauber Ramos. O clube esmeraldino foi o único entre os principais concorrentes a mudar a comissão técnica faltando pouco tempo para o término da competição nacional.Os dois primeiros colocados na tabela possuem trabalhos sólidos de treinadores. No Botafogo, Enderson Moreira assumiu o time em momento delicado e tem 74,2% de aproveitamento em 22 jogos. No Coritiba, vice-líder, o paraguaio Gustavo Morínigo está à frente da equipe há 53 jogos. Claudinei Oliveira é técnico do Avaí desde dezembro de 2020, enquanto Mozart Santos completou o 14º jogo no comando do CSA. Allan Aal está no CRB desde o início da Série B, mesma situação de Daniel Paulista no Guarani.“A situação do Goiás preocupa porque, já com o Marcelo Cabo, não vinha conseguindo alguns resultados, mas a troca foi muito repentina e surpreendente a poucas rodadas do final”, analisou Raphael Prates. Para José Roberto Silva, a troca no comando a poucos jogos do fim do campeonato não foi um acerto da diretoria, embora reconheça capacidade em Glauber Ramos. “Achei loucura desde o começo, desde a demissão do Pintado. A demissão do Pintado foi desnecessária, a do Marcelo Cabo muito mais”, falou o comentarista da CBN/Goiânia.