Acesso à Série A é algo que marca, deixa o nome gravado na história e é lembrado com carinho por quem sobe de divisão. O Goiás está próximo de conquistar o 5º acesso à elite nacional de sua história, o terceiro no formato dos pontos corridos. Para isso ocorrer sem depender de outros resultados, basta vencer o Guarani nesta segunda-feira (22), pela 37ª rodada da Série B.A história dos acessos do Goiás à Série A estão nos anos 1994, 1999, 2012 e 2018. Nos dois primeiros, a Série B era disputada em formato diferente do atual, com classificação na 1ª fase e mata-mata - em 1999, ainda houve um quadrangular. Todos os acessos, segundo personagens que atuaram no clube esmeraldino, marcaram as carreiras.O primeiro dos quatro acessos do Goiás teve um trunfo, o estádio Serra Dourada. Na época, não havia a exigência de campos com a mesma dimensão no futebol brasileiro - se tornou padrão nas séries A e B em 2016. “Nossa arma era o Serra Dourada. O campo era grande e o adversário não conseguia jogar na retranca. Nosso time era forte pelos flancos. No segundo tempo, o adversário não aguentava o ritmo. Nós conhecíamos bem o campo, a estratégia era desgastar o adversário no primeiro tempo e matar o jogo no segundo. Tínhamos um jogo de muita pressão e nosso time era muito físico”, contou o ex-lateral direito do Goiás Zé Teodoro, que falou que muitos gols foram marcados na etapa final: 11 dos 19 que time fez como mandante.O jogo do acesso foi na vitória de 2 a 0 contra o Desportiva-ES, pela volta da semifinal, que garantiu ao time esmeraldino a vaga na decisão. Apenas os finalistas subiram de divisão. O Juventude, que venceu o clube goiano na final, também subiu.Cinco anos depois, o Goiás voltou a disputar a Série B. Desta vez, voltou à Série A com título e conquistou o acesso diante do maior rival, o Vila Nova.“A forma como ocorreu o acesso foi o que me marcou, por ser contra o maior rival no Serra Dourada lotado. Saímos do estádio no Corpo de Bombeiros para comemorar o acesso. O jogo foi na quarta-feira (8/12/1999). No domingo (12/12/1999), empatamos com o Santa Cruz e conseguimos o título”, lembrou o ex-zagueiro do Goiás Sílvio Criciúma, que, assim como Zé Teodoro, vê o formato dos pontos corridos como mais justo.“O melhor vai chegar, são várias rodadas e o time pode administrar bem os momentos da competição. Quando você tem o mata-mata, como foi em 1999, nós fizemos uma fase classificatória com sobra, mas o mata-mata pode ser um jogo injusto porque pode ter um erro de arbitragem, expulsão, algo que fica difícil de reverter”, opinou o ex-defensor, que hoje trabalha como técnico e chegou a comandar o Goiás em 13 rodadas na Série B de 2017.Nos pontos corridos, o Goiás conquistou dois acessos. O primeiro deles foi em 2012, em uma das edições mais equilibradas da história da Série B. Na ocasião, o time esmeraldino conquistou o segundo título, mas a média de pontuação no G4 foi a maior registrada até hoje: 73 pontos - o São Caetano, com 71, terminou em 5º e não subiu. O jogo do acesso da equipe goiana foi contra o Grêmio Barueri, no Serra Dourada, na 36ª rodada.“Nos últimos anos nenhuma competição foi tão disputada como 2012. Se um time fizer 71 pontos hoje, é campeão disparado”, disse o ex-lateral direito Vítor, que hoje é treinador de futebol. “Acho que o acesso de 2012 foi o mais difícil do Goiás porque a Série B foi muito disputada, nível alto. O que mais me marcou foi a arrancada que tivemos no 2º turno e que nos levou ao título”, destacou o ex-defensor, que disputou 343 jogos pelo clube esmeraldino e, assim como o volante Gilberto Júnior que conquistou o acesso em 2018, disse que o elenco era muito unido.“Isso passava confiança para todos. O que me marcou foi a união da equipe e essa certeza que íamos dar a volta por cima. Nas reuniões que nós tínhamos, sempre frisávamos nisso: ‘vamos chegar lá’”, declarou o volante Gilberto Júnior, que jogou no Goiás entre 2018 e 2020.O acesso de 2018 foi conquistado depois de uma arrancada que o clube teve a partir da 8ª rodada, quando venceu o primeiro jogo na competição, por 3 a 1 diante do rival Atlético-GO. Antes, havia empatado dois jogos e perdido cinco.“Foi um campeonato superdifícil, a Série B foi bastante disputada naquele ano. Passamos por um momento difícil no início da competição, porém a experiência do nosso elenco ajudou muito (a dar a volta por cima)”, salientou Gilberto Júnior, que participou de 32 jogos na Série B de 2018, incluindo o jogo do acesso diante do Oeste, em Barueri, na 37ª rodada.