A conquista do primeiro ouro olímpico do Brasil no vôlei masculino, em 1992, entrou para a história e mudou a vida de um jovem catarinense, que tinha 10 anos quando a seleção brasileira derrotou a Holanda por 3 sets a 0, em Barcelona, na Espanha. O sonho de Evandro Batista, até aquele momento, era se tornar piloto da aeronáutica. Ver Tande, Marcelo Negrão, Giovane e outros atletas em ação mostrou que o vôlei seria seu futuro.O começo foi como central. Depois, Evandro passou a atuar como ponteiro. Com a necessidade de ter um levantador no time, o atleta se encontrou na posição que ocupa. Atualmente, é um dos líderes do Goiás Vôlei na disputa da Superliga.As lembranças ainda estão vivas na memória do atleta de 40 anos. “Eu era molecão. Lembro que foi a primeira vez que acompanhei uma equipe de vôlei e torci como se fosse a seleção brasileira de futebol”, contou o levantador do time esmeraldino.Assistir aos jogos do Brasil nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, era um compromisso para a família do jogador. “Só tinha uma TV em casa, na sala, e a família inteira assistia aos jogos. Eu era o que mais vibrava. O jogo mais marcante foi a vitória (3 sets a 1) contra Cuba, pé de guerra, provocações, um jogaço. A final foi até mais tranquila depois dessa prova de fogo”, salientou Evandro, que começou a jogar vôlei com 13 anos.Depois de acompanhar os Jogos de 1992, o catarinense passou a praticar o esporte na escola em Joinville. “Foi até engraçado que a minha escola não pôde participar dos jogos escolares e fui convidado para jogar por outra. O pessoal do Bom Jesus, que representava o Joinville na época, estava com olheiros e me chamaram treinar”, lembrou Evandro, que, depois desse convite, cresceu no esporte, construiu carreira, rodou o mundo e ainda quer mais.O levantador já defendeu equipes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e, agora, está em Goiás. Além disso, jogou na Itália e em Portugal. Depois de quase parar de jogar em 2021, Evandro mudou de ideia após conversar com Ricardo Picinin, gestor do Goiás Vôlei. “Os caras sabem que quase parei antes de vir para cá. Estava com a ideia de aposentar em Blumenau, perto da minha cidade, por alguns motivos pessoais. Quando o Piccinin, que foi meu técnico no Minas, me ligou, já perguntou se eu estava pronto para o desafio. Falei que, só de receber a ligação, era para ter certeza que estava. Me motivaram e mostraram que eu ainda posso ir mais longe”, contou Evandro, que não pensa em aposentar e quer seguir como uma referência no Goiás Vôlei.Evandro é um dos líderes da equipe esmeraldina, que disputa a Superliga. É o primeiro clube goiano que entra em quadra na disputa de jogos pela elite do vôlei nacional.“Se sou titular, tenho que fazer de tudo para manter minha posição. Se sou reserva, tenho que trabalhar para poder jogar. ‘Trabalho em equipe’ são as palavras chave, não se pode estar à frente da equipe. Aprendo demais com 40 anos, Marcão (técnico) e Ítalo (auxiliar) sempre mostram algo a mais no jeito de jogar. Sabia que, quando fui contratado, não era só para jogar, mas para liderar, dar toque nos jovens”, falou o levantador do time alviverde.Para ele, a participação do Goiás Vôlei na Superliga e a consolidação do projeto poderão ser importantes para o futuro do esporte goiano. “Uma coisa que fiquei impressionado aqui e espero que nosso projeto ajude outros em Goiânia, é a quantidade de pessoas que amam o voleibol. Tudo que desejo é que a gente consiga bater nossos objetivos, não só para o Goiás Vôlei se solidificar, mas para que outros projetos possam crescer. Talvez ter um Campeonato Goiano do nível do Paulista”, projetou Evandro.