O Ministério Público de Goiás (MP-GO), através do Grupo Especial de Atuação em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deve tomar providências sobre a briga entre torcedores de Goiás e Vila Nova que antecedeu o clássico do último domingo (1). Com base no termo de ajustamento de conduta (TAC), que envolve identificação de membros de torcida organizada, o MP-GO buscará punir os envolvidos no confronto.Por meio de sua assessoria, o órgão informou a orientação do promotor Diego Osório, coordenador do GFUT. O MP-GO pretende entrar em contato com promotores de Aparecida de Goiânia para aplicar medida cautelar e impedir os envolvidos de ficar perto do estádio em horário de jogo.As polícias civil e militar não informaram as identidades dos envolvidos na confusão. No entanto, o tenente Cridiney Teixeira confirmou que dez torcedores do Goiás foram presos. No entanto, no final da tarde de ontem, apenas duas pessoas seguiam detidas. Segundo o policial militar, esses dois foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio.O comandante da operação informou, ainda, que o confronto causou três vítimas, dois baleados e um atropelamento. “Além das prisões, apreendemos três veículos – dois carros e uma motocicleta - e armas que portavam os torcedores do Goiás. Neste caso, os torcedores do Vila Nova foram vítimas, eles se concentravam para irem ao estádio”, disse Cridiney Teixeira. A partida do último domingo (1) era mando de campo do Tigre, com torcida única da equipe, no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga.O inquérito foi enviado ao 4º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia. O departamento responsável confirmou dois homens baleados e atropelamentos, no entanto, alegou que os nomes das vítimas não foram narrados no inquérito.Os dois clubes lamentaram o ocorrido. O Goiás diz esperar que os envolvidos no confronto sejam devidamente punidos pelas autoridades competentes. O Vila Nova lembrou os inúmeros casos semelhantes que ocorrem em Goiânia e arredores antes de clássicos entre as duas equipes. “O clube entende que eventos como este impossibilita aquilo que é mais tradicional em um clássico, um jogo de duas torcidas em comunhão e prezando pela rivalidade sadia, como não acontece na capital há alguns anos”, disse o Tigre em nota.Em novembro de 2018, após morte de um torcedor do Vila Nova, Ryan Oliveira, o POPULAR fez balanço de 21 mortes por confronto entre torcidas organizadas desde 2009. Depois deste período, mais três casos marcaram negativamente a rivalidade em Goiás.Em janeiro do ano passado, o esmeraldino Rondinelly Borges de Oliveira foi morto antes de um clássico entre Goiás e Vila Nova, em Senador Canedo. No mês de setembro, Kayo Rodrigo dos Santos Soares sofreu uma tentativa de homicídio ao sair de um jogo do Vila Nova uniformizado. O agressor foi preso em flagrante.Outra confusão ocorreu após o clássico do 1º turno desta edição do Goinão. Matheus Henrique de Abreu foi agredido e ficou na UTI. Na última semana, o torcedor do Vila Nova iniciou a reabilitação.Segundo o tenente Cridiney Teixeira, a Polícia Militar faz o que pode para prevenir confusões entre torcidas em dias de clássicos. “Reforçamos o policiamento, fazemos o trabalho preventivo em terminais, corredores”, afirmou o PM.O MP-GO não informou novas medidas pretendidas para combater os conflitos fora do estádio. A orientação do órgão para clássicos é de torcida única.