Desafiar-se é o lema que resume a vida esportiva da nadadora goianiense Paula Karoline Rodrigues de Oliveira. A atleta de 39 anos vive a natação desde pequena e a busca por novos desafios sempre esteve em sua rotina. Depois de nadar 24km e 28km em travessias nos últimos anos, a competidora está prestes a percorrer a maior distância da sua carreira em uma prova: serão 38km na tradicional travessia do Leme ao Pontal, no Rio de Janeiro.

(Confira, no fim do texto, recordes e outros dados da travessia do Leme ao Pontal)

Sabe a música do Tim Maia? “Do Leme ao Pontal… Não há nada igual”... Esse é o combustível que Paula Karoline carrega para encarar a travessia que resumidamente vai de uma ponta (sul) a outra (oeste) do Rio de Janeiro em águas abertas. Durante anos, a nadadora planejou viver o momento que começa para ela a partir da próxima quinta-feira (6).

A travessia do Leme ao Pontal faz parte da tríplice coroa sul-americana. Ou seja, é um dos principais desafios dessa parte do continente. Os outros dois são as travessias de Beagle, entre Argentina e Chile, e do Rio de la Plata, entre Argentina e Uruguai.

Percorrer (e concluir) a travessia carioca é um dos sonhos de Paula Karoline. E ela planejou viver esse momento quando completará 40 anos, o que vai ocorrer no próximo dia 8.

<img attr-cid="policy:1.3226339" attr-version="policy:1.3226339:1738380645" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3226339/paulakaroline3.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Paula Karoline fará travessia do Leme ao Pontal, no Rio, em comemoração aos seus 40 anos (Diomício Gomes / O Popular)

&nbsp;

“É uma prova bem difícil, precisa de alguns pré-requisitos para participar, como enviar para a organização meu histórico de provas e treinos longos. Fiz outras provas nos últimos anos, de 24km (em Bertioga, em 2021) e 28km (em Uberlândia, há dois anos), e amadureci a ideia de participar do Leme ao Pontal. Meu planejamento é fazer o desafio no meu aniversário de 40 anos, então tomei a decisão há dois anos. A maratona aquática é uma escadinha e vou para o próximo degrau”, comentou a atleta, que pode se tornar a primeira pessoa de Goiás a concluir a travessia carioca.

Paula Karoline diz que o desafio do Leme ao Pontal será um marco em sua vida. A nadadora costuma dizer que não há limite para a realização de sonhos e, dessa forma, ela aumenta o número de conquistas e realizações de momentos únicos.

“É um desafio que será um marco, é uma prova muito importante por tudo que envolve. Há o planejamento de anos, eu faço aniversário de 40 anos. É a prova de que idade não é limite para realizar nossos sonhos”, acrescentou a competidora.

O desafio do Leme ao Pontal é difícil de ser concluído por uma série de fatores que estão fora do controle. A distância é um deles. São 38km pela orla carioca, da pedra do Leme, a partir do Posto 1, na zona sul do Rio de Janeiro, até o Pontal, no final da orla, no Posto 12, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste.

Outros fatores imprevisíveis aumentam o nível da dificuldade. Por regulamento, pelo menos uma hora da travessia tem de ser realizada no período noturno. A organização, no entanto, recomenda que o nado comece entre 23 horas e meia-noite, o que aumenta a quantidade de horas no escuro. Será por volta deste horário que Paula Karoline pretende começar seu desafio.

“É uma travessia em mar aberto, então o atleta está sujeito a correntes oceânicas que mudam da noite para o dia. A temperatura pode começar com 23 graus e despencar para 16 graus, por exemplo. A travessia não é em linha reta, o vento pode ser favorável em um ponto e em outro local, não. Tem trecho (próximo do morro do Vidigal) em que o mar bate em pedra e volta, criando uma corrente aleatória e, muita vezes, contra. Isso gera refluxo grande nos nadadores”, detalhou o nadador Adherbal Treidler de Oliveira, um dos fundadores do desafio do Leme ao Pontal e um dos poucos atletas que completaram a tríplice coroa dos desafios.

Vento, ondulações e temperatura da água são pontos imprevisíveis que são considerados pelos atletas (e organização) para decidir em qual janela o desafio vai começar - janela é a maneira de falar em qual dia a prova vai começar. Paula Karoline terá sete janelas para fazer o percurso do Leme ao Pontal. A nadadora e a organização já fazem estudos de avaliação de clima, vento e temperatura, por exemplo, para definir em qual dia ela inicia a prova. As janelas da goiana vão de 6 a 13 de fevereiro.

“A distância, eu trabalho imaginando que são tijolinhos por tijolinhos. O que diferencia o desafio são as imprevisibilidades. Há mudanças climáticas grandes, tem que começar a prova na madrugada, você não vê nada durante horas, tem variação de temperatura e isso pode até ocasionar hipotermia. A prova é marcada por várias surpresas. São fatores que não estão no nosso controle que fazem o desafio ser tão difícil”, disse Paula Karoline, que se preparou exclusivamente para o desafio durante seis meses.

Foram treinos de segunda a sábado, com duas horas de atividades na piscina ao longo dos últimos seis meses. Uma vez por mês, ela foi a Brasília e treinou no Lago Paranoá, o que permite que a nadadora permaneça por mais tempo na água e atinja distâncias maiores em um local aberto, algo que ela vai encontrar no desafio carioca.

Paula Karoline quer viver de maneira intensa a experiência do Leme ao Pontal. Por isso, não se cobra tanto em relação a meta de tempo, quebrar recordes ou algo do tipo. A goiana até tem o plano de concluir a prova em período entre 10h30 e 11 horas, mas nadar do Leme ao Pontal é um momento que ela esperou por anos para viver e define como “diferente” por ser a realização de um sonho de carreira.

Nado noturno exigiu preparação mental

A preparação para um desafio do nível da travessia do Leme ao Pontal vai além de horas e horas dentro de uma piscina, lago ou mar nos treinamentos. Existem detalhes, como apoio psicológico e preocupação com alimentação, que fazem toda a diferença e estiveram presentes na preparação da nadadora Paula Karoline Rodrigues de Oliveira nos últimos seis meses.

Um dos principais receios da nadadora goiana é com o nado noturno. O desafio exige que o nadador faça parte do percurso na madrugada. Paula Karoline vai nadar sozinha. Uma pessoa da organização e seu treinador (e marido) Rodrigo Ribeiro vão acompanhá-la em um barco, mas ela não poderá ter nenhum contato com a embarcação ou alguém que esteja nela e nem pisar no fundo. Se isso ocorrer, será desclassificada.

<img attr-cid="policy:1.3226340" attr-version="policy:1.3226340:1738380656" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3226340/paulakaroline1.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Nadadora goiana Paula Karoline Rodrigues de Oliveira (Diomício Gomes / O Popular)

&nbsp;

Para não sofrer tanto com a parte noturna, Paula Karoline buscou ajuda psicológica. Ao longo da preparação, fez algumas consultas com a psicóloga do esporte e nadadora Daniela de Oliveira. O tratamento segue até alguns dias depois do desafio.

Na travessia do Leme ao Pontal, Paula Karoline não pode usar relógio. É algo previsto no regulamento e de certa maneira aumenta a dificuldade. Com isso, a atleta não terá noção do tempo que nadou e da distância percorrida. Essa ausência pode causar a perda do foco.

“Pensamentos, ação e emoção são aspectos que acontecem ao mesmo tempo em nós. O trabalho passa então a ser focado na regulação emocional, com diferentes técnicas. Existem trabalhos com visualização da prova, de estratégia de localização ao definir pontos para que o atleta se sinta um pouco mais seguro. Tudo é planejado para o atleta ter o controle dentro de um cenário imprevisível, como nadar nas águas abertas”, comentou a psicóloga que acompanha Paula Karoline.

A nadadora goiana diz que chega bem para o desafio, em todos os aspectos, incluindo o mental. “Nas partes física, aeróbica e mental. Não é algo fácil começar uma prova à noite, então trabalhei para me sentir tranquila”, afirmou.

Como é uma prova longa e no mar, Paula Karoline precisa manter hidratação durante o desafio. Por causa do gosto de água salgada na boca, a nadadora vai se alimentar com doces, como chocolate e gel. Ela também vai tomar água natural e água de coco ao longo do percurso. “Não posso colocar os pés no chão, então ele (Rodrigo Ribeiro, treinador) vai me entregar em um suporte anexado em uma varinha. Eu só pego, sem contato com ele”, detalhou Paula Karoline, que faz acompanhamento com o nutricionista esportivo Allys Vilela. “Ela chega a este desafio com a melhor relação massa magra/porcentual de gordura desde que iniciou sua trajetória em provas de ultramaratonas”, avaliou o treinador Rodrigo Ribeiro.

Nos últimos anos, a atleta fez longas travessias e aumentou o volume de treinos para o desafio do Leme ao Pontal.

“O volume total nadado foi em torno de 25% superior comparado à preparação dos 28km (de Uberlândia, em 2023). Como há o componente de variabilidade do tempo, incluímos o uso de materiais drag, que aumentam a resistência no nado. O uso destes materiais, tais como dragsox, power bag e paraquedas, pode gerar uma resistência aumentada de mais de 50% ao deslocamento do nadador”, salientou o técnico.

CONHEÇA O DESAFIO

Travessia do Leme ao Pontal 
Local: Rio de Janeiro 
Distância: 36km 
Recordes individuais: 
Glauco Luís de Oliveira Rangel-BRA (solo masculino, sem neoprene) - 7h13min, em 9/10/2018 
Betina Martins Lorscheitter-BRA (solo feminino, sem neoprene) - 8h54min, em 18/10/2018 
Thiago Toshio Rebollo-BRA (solo masculino, com neoprene) - 7h02min, em 15/12/2017 
Aby Ortega González-MEX (solo feminino, com neoprene) - 8h02min, em 16/12/2022

Quem já fez a travessia solo: 79 nadadores

Do Brasil: 
30 de São Paulo 
17 do Rio de Janeiro 
5 de Minas Gerais 
5 do Rio Grande do Sul 
4 do Paraná 
2 de Espírito Santo, Bahia, Amazonas 
1 de Rio Grande do Norte, Pará, Distrito Federal, Ceará, Alagoas

De outros países: 
Argentina: 3 
México: 1 
Uruguai: 1 
Espanha: 1 
Colômbia: 1

Nadadora goiana encara desafio nas águas do Leme ao Pontal

Esporte

Esporte - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Esporte

Águas abertas

A nadadora goiana Paula Karoline Rodrigues de Oliveira, de 39 anos, completou nesta quinta-feira (6) a tradicional travessia do Leme ao Pontal, de 36km, no Rio de Janeiro, em 9h27min. A atleta é a primeira pessoa de Goiás a concluir a ultramaratona aquática carioca e conquistou o terceiro melhor tempo entre as mulheres que fizeram a prova sem roupa de neoprene.

O desafio de 36km tem largada no Leme, na zona Sul do Rio de Janeiro, e chegada na praia do Pontal, na zona Oeste da cidade. A largada da travessia ocorreu pouco depois da 1h da manhã desta quinta-feira (6). Paula Karoline nadou no escuro por horas até que o dia clareasse, depois das 5h.

A principal dificuldade foram os trechos de correnteza contra. "Tive um pouco de corrente contra no início e muita corrente contra no final, nos 4km finais. A água estava boa, 26 graus. O nascer do sol veio umas 5h30. A prova foi boa, temperatura boa, organização impecável, com um barco conosco e o árbitro da prova fiscalizando", descreveu Paula Karoline.

"Teve um vento muito difícil mesmo nos 4km finais, quando era para aproximar da pedra (do Pontal) e finalizar a prova. O restante foi tranquilo", contou a nadadora após nadar os 36km do Leme ao Pontal e se tornar a 81ª pessoa a concluir a travessia no modo solo - há a possibilidade de revezamento.

A travessia pode ser percorrida sem, caso de Paula Karoline, e com roupa de neoprene, que dá ao atleta ganho em flutuação e velocidade. Entre as mulheres que fizeram a prova solo e sem neoprene, a nadadora goiana fez o terceiro melhor tempo, atrás apenas da recordista Betina Lorscheitter (8h54) e Beatriz Nantes (9h17).

A travessia de Paula Karoline estava prevista para sexta-feira (7), mas foi antecipada por causa das condições climáticas e do mar. "O tempo que a Paula fez é excelente, sobretudo pelas condições. A LPSA (Leme to Pontal Swimming Association, fundadora e organizadora da travessia) preconiza as melhores condições possíveis para o nadador desempenhar uma boa performance. Isso implica em data com menor possibilidade de vento e correntes contra e temperatura mais baixa. Mas, diante das condições de sexta, antecipamos", explicou Rodrigo Ribeiro, treinador e marido de Paula Karoline, sobre as condições de corrente contra.

"A corrente contrária foi presente em grande parte do tempo do desafio. Foi a maior dificuldade, mas superável por conta das séries que fizemos, principalmente usando material de resistência. Ela terminou&nbsp;sem dor no ombro, sem dor nos braços", descreveu Rodrigo sobre a preparação.

"Foi muito positivo e é uma forma de dar visibilidade à natação goiana, para&nbsp;despertar novas canddiatas e candidatos para fazer provas de ultramaratona", finalizou Rodrigo.

Nadadora goiana completa tradicional travessia do Leme ao Pontal em 9h27

Natação

O nadador Gabriel Almeida vive a expectativa de em 2025 conquistar uma vaga na seleção brasileira. O atleta goiano de 15 anos tem acumulado conquistas, que o credenciam para participar de torneios internacionais a partir da próxima temporada. As mais recentes foram cinco medalhas, sendo uma de ouro nos 200 metros borboleta, no Campeonato Brasileiro Juvenil de Verão, que ocorreu entre os dias 26 e 30 de novembro, em Uberlândia-MG.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; text-align: justify; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Gabriel Almeida conquistou o lugar mais alto do pódio na modalidade pela terceira vez consecutiva em uma competição nacional. As duas anteriores foram nos Campeonatos Brasileiros Infantis de inverno e verão, em 2023.

Além do ouro, Gabriel Almeida conquistou mais quatro medalhas no Campeonato Brasileiro Juvenil de Verão: três de prata, nos 1500 metros livre, 200 metros livre e 400 metros livre, e uma de bronze, nos 800 metros livre. O atleta de 15 anos faz parte da equipe Swimmers/Sesi, que tem Pedro Durães e Najla como treinadores, e vive a expectativa de figurar entre os convocados da seleção brasileira juvenil de natação em 2025.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/esporte/nadadora-goiana-coleciona-titulos-no-esporte-e-na-vida-1.3205153" target="_blank">Nadadora goiana coleciona títulos no esporte e na vida</a></div>

O que ajuda o goiano a entrar no radar da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) são os expressivos resultados nas competições nacionais.

O garoto, no entanto, segue com os pés nos chãos e foca em evoluir alguns aspectos que ele acredita que o ajudarão em uma provável convocação. “Um pouco da minha parte (dedicação), mas também com patrocínios para conseguir fazer training camps em outros lugares e com técnicos e atletas que estão em lugares mais altos”, disse o nadador.

O técnico Pedro Durães, da Swimmers/Sesi, acredita que o nadador tem totais condições de conquistar uma vaga na seleção - a equipe goiana terminou o Campeonato Brasileiro Juvenil de Verão na 12ª colocação (de 46 equipes e cerca de 500 atletas).

“Não só no ano que vem, como nos próximos anos. Os critérios de convocação são muitas vezes definidos no ano dos campeonatos. Ano que vem a gente tem o Sul-Americano juvenil, e o Gabriel entra. A gente ainda não sabe quais são os critérios que a confederação vai adotar, mas o fato dele ser o campeão brasileiro coloca ele em situação importante para se configurar entre os melhores do País”, comentou o treinador do atleta goiano.

O pai do nadador também reforça a expectativa de mais conquistas para Gabriel Almeida em 2025. “Seria a realização de um sonho dele, o que nos traria também grande alegria, por estar coroando o árduo trabalho feito à várias mãos. A comissão técnica, nutricionista, fisioterapeuta, atleta e família. Seria fantástico”, completou Helder Almeida, que era professor de natação e ajudou o filho a iniciar sua relação com o esporte.

Gabriel Almeida começou a nadar com quatro meses. Aos sete anos, o nadador iniciou treinos e competições no alto rendimento.

“O interesse maior sempre foi dele. O mérito é dele. Por mais que alguém dê incentivo, se o próprio atleta não estiver disposto a se submeter à rotina pesada de treinos, abrindo mão de horas de lazer e convivência familiar e com os amigos, jamais atingirá os resultados que o Gabriel tem hoje”, comentou Helder Almeida.

Além de ajuda financeira da família, Gabriel Almeida contra com duas bolsas - o Pró Atleta (estadual) e a Bolsa Atleta (no âmbito nacional).

Sobre o futuro, Gabriel Almeida sonha alto. “Quero me tornar recordista olímpico nas provas que eu nado e superar Michael Phelps no quadro de medalhas”, afirmou o nadador goiano, que está no 1º ano do ensino médio e concilia rotina de estudos com os treinos.

“Eu vou para a escola de manhã, das 7 horas às 12h20. Volto para casa, almoço e treino a partir das 15 horas, de segunda a sexta”, detalhou Gabriel Almeida, que também faz musculação duas vezes por semana - na quarta e sexta.

Em alguns dias, Gabriel Almeida também alterna horários de treinos na natação, incluindo atividades na madrugada com o objetivo de “conseguir atingir maior rodagem durante a semana e ter mais capacidade aeróbica”, explicou o nadador, que além das provas em piscinas também participa de competições de maratona aquática.

(Renata Akutsu é estagiária do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)

Nadador goiano é tri campeão brasileiro e sonha com chance na seleção

Luna Roriz

A 2º sargento do Corpo de Bombeiros Luna Roriz reveza entre um atendimento à comunidade em Goiânia e muitos treinos na piscina, além de atividades de corrida e crossfit, que a ajudam a se destacar em competições nacionais e internacionais da academia de bombeiros e policiais. A atleta goiana de 36 anos foi destaque no Campeonato Brasileiro de Salvamento Aquático - XXIII Sobrasa Rescue e aumentou sua prateleira de conquistas.

A competição ocorreu em João Pessoa-PB, entre os dias 7 e 9 de novembro. Na ocasião, a atleta conquistou cinco medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.

As medalhas de prata e bronze, inclusive, foram conquistadas na categoria masculina. Luna Roriz fez dupla mista com seu colega, Gustavo Gimenes.

“A prova era em dupla, já que é sempre um simulando uma vítima e o outro simulando um socorrista. Não tinha nenhum homem para competir com ele e eu não tinha outra mulher, então fizemos essa dupla mista concorrendo na masculina, porque na feminina geraria uma desvantagem para as meninas”, explicou a atleta.

Luna Roriz também tem participações em torneios mundiais, sendo um na Suécia e outro em Dubai, e diversas premiações em edições nacionais. Ao todo, já são 48 medalhas de ouro, 18 de prata e dez de bronze, contando apenas premiações em competições nacionais - no cenário internacional ela tem uma medalha de bronze por equipes.

“Quando comecei a competir, vi todo esse leque de competições, não só nacionais, mas mundiais. Tem mais de 60 esportes para praticar, inclusive os específicos de polícia e bombeiro. Eu nunca parei, estou sempre me desafiando”, comentou a bombeira.

Além de atuar como bombeira, Luna Roriz realiza treinamentos de natação, e pratica crossfit e corrida, como preparação para os campeonatos. “Cada competição é um novo desafio, uma nova oportunidade de testar meus limites, minha resistência. Isso me traz um prazer imenso”, destacou a atleta.

Luna Roriz destacou que uma das partes que mais gosta nas competições é o intercâmbio cultural e de conhecimento, pois além das atividades físicas, também são realizadas palestras, cursos e apresentação de projetos, por parte das equipes dos estados.

A goiana entrou na piscina pela primeira vez com 20 dias de idade. Desde então sempre gostou da natação e praticou o esporte. Já adulta, em 2012, decidiu fazer a prova para a academia do Corpo de Bombeiros por causa de uma aposta feita com um conhecido.

<img attr-cid="policy:1.3205170" attr-version="policy:1.3205170:1732928465" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3205170/lluna.JPG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Bombeira Luna Roriz também compete em simulações de salvamentos (Diomício Gomes)

“Um professor da academia da minha mãe me chamou para fazer o concurso. Na época, eu estava fazendo Educação Física na UFG, não tinha formado. Aí ele chamou para fazer, eu falei que não queria, mas eu sou muito competitiva. Tudo que me desafia, eu quero ganhar. Aí ele falou: ‘duvido que você passe’. Então, comecei a estudar por conta própria e passei”, contou Luna Roriz.

A prova foi em 2010, mas a jovem só foi chamada em 2012, possibilitando que a atleta concluísse a graduação de Educação Física antes de entrar no Corpo de Bombeiros. Após ser aprovada no concurso e concluir o treinamento básico dos bombeiros, Luna Roriz ainda fez um treinamento especial de guarda-vidas, para só então descobrir a existência das competições.

“Eu não sabia que existiam essas competições. Desde que fiz o curso de guarda-vidas, o major, que era o diretor de esporte, sempre formou seleções dentro do Bombeiro. A gente ia lá, fazia as provas e pegava a vaga para disputar os campeonatos brasileiros”, explicou.

Ela tem o treinamento completo do Corpo de Bombeiros, portanto atua em todas áreas. Atualmente, a sede Luna Roriz é a Casa Militar, na unidade de Resgate no prédio do Palácio Pedro Ludovico, atendendo a população no entorno da Praça Cívica, quem trabalha no prédio do Estado e também a família do governador Ronaldo Caiado (UB).

Inclusive, por conta de toda a familiaridade com a água, e por todo o treinamento, Luna Roriz também auxilia na elaboração dos manuais de salvamento aquático do Corpo de Bombeiros no âmbito estadual.

Além disso, Luna Roriz foi promovida a 2º sargento após um ato de bravura. Em um dia de folga no rio Araguaia, a bombeira salvou uma garota de 14 anos e o pai de se afogarem, sem o equipamento adequado para o resgate. A atitude, além de conceder uma medalha de bravura, ainda agilizou o processo para subir de patente.

<div attr-cid="policy:1.3205172" attr-version="policy:1.3205172:1732928746" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3205172" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3205172', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3205172">Luna Roriz (1.3205172)</a></div>

Plano para novo torneio internacional 
Luna Roriz planeja participar de mais um torneio internacional ainda neste ano. A goiana quer garantir vaga no Campeonato Mundial de Polícia e Bombeiro que vai ocorrer em Birmingham (Alabama), nos Estados Unidos, entre os meses de junho e julho.&nbsp;

No entanto, a atleta aguarda a divulgação de como será a seletiva para definir os atletas que vão participar da competição. “Esse evento permite competir em várias modalidades, como natação, bombeiro de aço e CrossFit”, completou a bombeira.

A goiana tem histórico de destaque em competições internacionais. Em 2016, a atleta participou do 48º Campeonato Mundial de Salvamento Aquático, em Halmstad, na Suécia.

Luna Roriz ficou em 4º lugar em três modalidades: no revezamento 4x25 de resgate de manequim (manekin rescue), no salvamento com prancha (board rescue) e na corrida com prancha (board race).&nbsp;

Em 2017, Luna Roriz foi para a 2ª União Esportiva Internacional das Polícias, em Abu Dhabi. nos Emirados Árabes Unidos. Ela foi a 8ª colocada nos 50 metros nado livre. Além disso, conquistou a medalha de bronze por equipes.&nbsp;

As duas participações da atleta nos campeonatos mundiais foram por seletivas de outros estados. Para a competição na Suécia, a delegação brasileira foi em nome da Marinha do Brasil, que fez um teste para selecionar as atletas. Já para Dubai, Luna fez a seletiva para representar a Polícia Militar de São Paulo.

A goiana ainda destacou que sempre recebeu o apoio da família, tanto para seguir na área esportiva, como para participar das competições:&nbsp;

“Minha família me apoia muito. Sempre que pode, eles vão assistir às competições. Minha mãe foi à Suécia e a Dubai para me acompanhar, e meu pai é meu técnico de natação. Quando volto, sempre tem uma festa em casa, com direito a fotos e medalhas. O apoio da minha família é essencial para a minha motivação”.

(Renata Akutsu é estagiária do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)

Nadadora goiana coleciona títulos no esporte e na vida

Águas

A imagem do nadador Guilherme Costa, o Cachorrão, chorando quase inconsolável na borda da piscina da La Défense Arena, em Nanterre, foi um dos retratos mais dolorosos para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

“Só sei que não quero sentir isso nunca mais”, desabafou o atleta pouco após a 5ª colocação na prova dos 400 m nado livre, com o tempo de 3min42s76. Nem a confirmação do recorde pan-americano o consolou.

No último dia 13, ainda em adaptação ao fuso brasileiro, ele já apresentava um semblante diferente com a conquista do ouro em Florianópolis na disputa do Troféu José Finkel, mas ainda não conseguiu esquecer a frustração recente.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/esporte/jornal-o-popular-e-g1-goias-realizam-5-torneio-de-boliche-interagencias-1.3166278" target="_blank">Jornal O Popular e G1 Goiás realizam 5º Torneio de Boliche Interagências</a></div>

“Em Tóquio-21, fiquei em 10º na eliminatória e fora da final. Depois, vi vencer o nadador que estava na raia oito, que ninguém esperava. Aquilo já me machucou muito. Transformei isso na base deste meu ciclo, lembrava o tempo todo, mas agora foi muito maior. Não estive só perto da medalha, mas do ouro. Carrego essa dor todos os dias agora para Los Angeles”, disse à reportagem.

Ao sair da prova, o carioca de 25 anos apontou os 50 metros finais como decisivos para a perda da medalha que parecia certa. Conquistaram lugar no pódio o alemão Lukas Maertens, que levou o ouro com a marca de 3min41s78, o australiano Elijah Winnington, prata com 3min42s21, e o sul-coreano Wooming Kim, bronze com 3min42s50.

O brasileiro conta que não conseguiu sequer assistir à prova completa e aponta novos erros que podem ter comprometido o feito histórico.

“Só consegui ver os meus últimos 100 metros. Claro que foram cruciais os 50 finais, que sempre fechei na casa dos 26 segundos e dessa vez foi com 27. Eu tenho esse gap de vantagem que diminuiu, mas também dei azar pelo fato de os dois adversários ao meu lado estarem à frente, formando marolas. Na virada para o desfecho, também saí muito mais forte. Geralmente dou umas quatro braçadas antes de acelerar, fui rápido demais para não perder tempo”, explica.

De fato, ele foi o melhor nos 50 metros finais, com 27s31. Para comparação, o medalhista de ouro teve 28s25.

O nadador da Universidade Santa Cecília (Unisanta) agora seguirá um conselho do técnico Rogério Karfunkelstein: esquecer temporariamente a natação para “zerar a mente”, como diz.

Cachorrão ficará as próximas seis semanas de folga antes de iniciar o novo ciclo olímpico, agora visando 2028.

“Não estou exausto de competições. Se tirasse duas semanas, estaria pronto, mas conversei com o meu técnico e ele disse que preciso de um tempo para voltar. Não é só zerar agora, mas pensar em quatro anos. Ele já montou toda a nossa programação anual e pontos para trabalharmos, mas me impediu de ver. Me pediu para relaxar”, afirma.

Cachorrão viajará acompanhado da namorada para Fernando de Noronha, Manaus, Belo Horizonte e pretende passar um período maior no Rio de Janeiro, onde nasceu. “Vou tirar a cabeça da natação. Viajar, aproveitar a praia. Esquecer um pouco tudo”, resume.

A prova dos 400 m livre já era previamente aguardada como a mais disputada. Do trio que ficou no pódio, todos os atletas têm idade inferior à de Cachorrão: Maertens e Kim, 22, Winnington, 24.

O tempo obtido por Cachorrão asseguraria medalha em todas as Olimpíadas anteriores. Ele ficou fora da prova dos 200 m nado livre e terminou os 800 m em 20º lugar.

“Lógico que dói olhar para outras provas [de outras Olimpíadas] e ver a minha como a mais forte, é um pouco ruim, mas sabia que seria assim. E quis encarar, não corri. Sinto que entreguei tudo”, concluiu.

Dias depois da prova, o nadador ainda deixou a competição de maratona aquática após 1h16 justificando não ter treinado para competir e que não alcançaria mais o pelotão principal. Ocupava a 22ª colocação.

A natação do país não conquistou medalhas em Paris. A melhor colocação foi alcançada por Ana Marcela Cunha, que terminou a maratona em 4º lugar.