As semifinais da Copa do Mundo do Catar marcam encontros que vão além das quatro linhas. Argentina x Croácia, no Estádio Lusail, e França x Marrocos, no Estádio Al Bayt, são os confrontos que definirão os finalistas da competição no Oriente Médio. Mais uma vez, o entusiasmo de argentinos e marroquinos estará em alta nas arquibancadas, com as duas torcidas mais empolgadas da competição ajudando a empurrar suas equipes, que colocarão à prova a técnica, resiliência e qualidade dos europeus.O cenário da primeira semifinal, entre argentinos e croatas, na terça-feira (13), às 16 horas (de Brasília), aponta os sul-americanos como favoritos. Bicampeões mundiais, eles contam com o astro Messi e a força vinda dos 40 mil (estimados) torcedores que estão no Catar. “Fico receoso em dizer que somos favoritos, mas somos. De qualquer forma, é impossível prever quem vai passar”, comentou o cuidadoso argentino Italy Kristal.A Croácia, atual vice-campeã do mundo, tenta repetir a presença na final - em 2018, perdeu para a França, por 4 a 2, na decisão. Nesta terça-feira, no Estádio Lusail, em Al Daayen, a inspiração da torcida virá para além dos gramados, após eliminarem o Brasil, nos pênaltis na fase anterior. “Claro que espero ganhar (da Argentina). Temos grandes jogadores e o mais importante é que estamos motivados, pois viemos de um pequeno país (cerca de 3,9 milhões de habitantes), mas temos um grande coração”, disse o torcedor croata Damir Drinkovic.Leia também:+ Copa do Catar: os recordes que ainda podem ser atingidos+ Todos os clubes do Goianão 2023 têm técnicos definidos; veja quem é quemApesar do otimismo, Damir revela uma preocupação óbvia. “Lionel Messi é, sem dúvida, a maior ameaça da Argentina”, destacou o torcedor dos atuais vice-campeões mundiais.Os argentinos tentam se balizar pelas quartas de final para ter uma ideia do que vão ter pela frente. “Contra a Croácia, deve ser menos difícil do que seria contra o Brasil, mas, se os croatas puderam ganhar do Brasil, podem ganhar de qualquer um. Só espero que não cheguemos aos pênaltis contra eles”, riu Italy Kristal, descontraído graças à posição privilegiada de estar, mais uma vez, em uma semifinal de Copa do Mundo.O outro finalista da Copa será decidido na quarta-feira (14), também às 16 horas (de Brasília). França e Marrocos entram em campo no Estádio Al Bayt e jogam mais do que uma semifinal. A história e geopolítica também servem como pano de fundo para que os africanos se motivem para irem ainda mais longe. É a primeira vez na história que uma seleção do continente chega entre os quatro melhores do mundial.Nas fases anteriores, Marrocos passou por Espanha e Portugal, países que estão ligados a um histórico de conflitos em busca de dominação do território marroquino, assim como os franceses. O assunto não deixou de ser citado por Omar Mohsine, de Marrocos. “Por causa da geografia, estamos muito próximos de Espanha, Portugal e França. Coincidentemente, enfrentamos os três países nesta sequência. É um jogo histórico e muito difícil pela frente, mas estamos confiantes”, resumiu, sem querer aprofundar em polêmicas além do futebol.Omar espera que Marrocos siga exercendo o papel de surpresa na Copa do Mundo. Para isso, ele tem, na ponta da língua, a receita para enfrentar o poderoso ataque francês. “Nosso time é muito forte na defesa. Não temos o melhor ataque, mas somos realmente bons na defesa. Foi assim que conseguimos vencer Portugal e Espanha. Nos seguramos firme lá atrás durante esses jogos. Foi incrível.”Por falar em ataque da França, essa é a maior aposta dos torcedores do país para buscar a terceira estrela. “Em uma Copa do Mundo, há sempre muitas surpresas, Marrocos está aí para provar isso. Além disso, a Argentina tem um time muito bom. Porém, temos Giroud, Griezmann e Mbappé, que é o melhor trio do Mundial. Temos ainda uma boa defesa e um bom time para levarmos a taça novamente”, diagnosticou o francês Augustin Fox.Após passar pela Inglaterra nas quartas de final, com vitória por 2 a 1, a França sabe que terá pela frente um desafio que vai além do campo e se volta para as arquibancadas. “Contra a Inglaterra, tivemos um adversário muito complicado, com excelentes jogadores, um ataque de jovens talentosos, talvez o elenco mais valioso da Copa do Mundo.Contra Marrocos, também prevejo dificuldades, pois o povo marroquino está empurrando sua seleção”, decretou Augustin. (Rafael Xavier é colaborador especial na Copa)-Imagem (Image_1.2576463)-Imagem (Image_1.2576464)-Imagem (Image_1.2576465)