O senhor não é da área esportiva. O que acredita ter feito para se mostrar à altura do cargo que ocupa, já que é uma indicação política?Eu tenho uma visão muito boa da visão financeira, foram 19 anos na área. Trabalhei no setor público e grande parte da minha vida foi no setor privado. A minha visão me permitiu trazer coisas do setor privado para a iniciativa pública. Enxergo o esporte como instrumento para desenvolvimento social. Trago a minha visão de gestão para modular isso.Como está a situação do Bolsa-Atleta?Está normal, desde o primeiro mês de 2021 se pagou em dia. Hoje são R$ 3 milhões destinados para 600 atletas. Ano que vem estendemos para 3,8 milhões, que terá o acréscimo da bolsa atleta internacionalPor que o Pró-Esporte não foi reativado? Disseram que iriam reavaliar, não seria importante ter um nem que tenha que ser criado um outro?O pró-esporte teve o último ano em 2018, mas o incentivo era fiscal. Está sendo tratada uma mudança de conceito, vai ser levado para a Alego (Assembleia Legislativa de Goiás), que tem que ser transformado em fomento. Todo esse ciclo tem de ser transformado para pessoas que não tiveram oportunidade de ser alguém, de participar de um projeto para a evolução pessoal e de grupos. Não de incentivo de uma competição isolada. No passado tivemos competições isoladas que utilizaram recursos do Pró-Esporte. O nome não vai mudar, mas o conceito será de incentivar os atletas. A previsão é de retorno em 2022.Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio nós tivemos representantes goianos, e a maioria atua fora do Estado. Como manter atletas deste nível aqui?Por que não ficaram? Porque não tem investimentos, em vários atributos, para que treinem aqui. É diferente do paradesporto. Você pega o vôlei sentado, temos seis atletas, quatro goianas que treinam no Centro de Excelência. Tem impactos que podem gerar de curto prazo, outros de médio a longo prazo. As Olimpíadas de 2024 estão ali. Um atleta de 19 anos está estourando, como podemos reter ele aqui? O governador Caiado nos autorizou a criar a bolsa atleta internacional para dar condições para atletas que atuam na América do Sul e na Europa se desenvolvam. Será baseado nos rankings das modalidades. Já está orçado para janeiro, serão R$ 3,8 milhões destinados para o projeto.No início do ano as piscinas de aquecimento do Parque Aquático foram reformadas. Não foi pouco para um espaço como o Parque Aquático?O Parque Aquático tem duas piscinas em funcionamento, que são as de aquecimento. A grande piscina precisa de R$ 8 milhões, está totalmente condenada. Fomos várias vezes ao Ministério da Cidadania para conversar sobre essa importância, buscamos recursos de emendas para fazer igual estamos fazendo no Serra Dourada. Vamos fazer uma reforma para que volte a transformar o local em um espaço de legado do esporte aquático.É uma das suas prioridades?Sim, é uma das prioridades para 2022, mas ainda busco recursos. Estamos conduzindo junto com a Federação (Aquática de Goiás).Há alguns anos, existe a discussão sobre a permanência da UEG no Laboratório de Capacitação. A gestão anterior, inclusive, queria a retirada da Universidade. É melhor que fiquem ou saiam?Já está sendo definido, vamos fazer um termo de acerto com a UEG. A ideia do governador, que já fez essa determinação, é que organizem a volta para a Eseffego. Terão um prazo (a ser determinado) em 2022 para fazer isso. Eles voltarão para o espaço da Eseffego. O Centro de Excelência não foi criado para ter alunos de faculdade, mas sim para transformar o alto rendimento.O estado não poderia utilizar a UEG como parceira para melhorar a formação dos alunos, utilizando o espaço do Laboratório?Hoje temos várias salas com ioga, pilates, psicólogos, fisioterapeutas para atender os atletas daqui, de fora, podemos transformar o local em uma referência para o Centro Oeste. Temos que trazer nutricionistas, fisiologistas, transformar o laboratório para o atender o alto rendimento. Dentro desse acordo que fizemos, temos alunos que vão se tornar psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, professores de educação física e que podem nos dar suporte.O Autódromo poderá receber competições internacionais?O autódromo é considerado o melhor do Brasil, desde pista e logística. Fizemos investimentos de caixas de britas, guard-rails, muita coisa boa para melhorar a segurança. Goiânia recebeu duas provas da Stock Car esse ano, no próximo serão três, já está definido. Temos conversas com a FIA para trazer alguma modalidade internacional, mas são conversas, se vai acontecer ainda é algo que está sendo construído.Reformas visando a segurança no autódromo não podem ser feitas antes de ocorrer um acidente fatal, como foram as mortes de Welles Lins, em 2019, e da Indy Muñoz, em 2020?Foram feitos estudos de quais são as possíveis áreas de escapes do autódromo, não só por causa dos acidentes. Nós chamamos o pessoal da Stock Car, Copa Truck, da motovelocidade e definimos as áreas mais problemáticas. Infelizmente tivemos acidentes fatais, mas estamos em conversas para saber as áreas vulneráveis. Temos coisas para fazer.O Goiás Arena não está apto para receber jogos da Superliga?Está apto. A dificuldade é que temos outros eventos e teríamos que montar e desmontar pisos, tem custo para o Goiás Vôlei, para o Estado. Decidimos deixar um local fixo, acertamos com o Goiás (e ficou no Rio Vermelho).