A diretoria do Goiânia acredita que os problemas na montagem do elenco e mudanças feitas no plantel e comissão técnica durante a disputa do Campeonato Goiano explicam o insucesso do Galo no Estadual. Em situação complicada, a equipe alvinegra corre risco de ser rebaixada à Divisão de Acesso.

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O Goiânia é lanterna do Estadual, com apenas 7 pontos - 23% de aproveitamento em dez jogos. O Galo termina sua participação no Estadual no próximo fim de semana, em confronto direto contra o Goiatuba. Corre sério risco de queda e não tem mais chance de se classificar.

Na avaliação dos principais dirigentes do clube, o Goiânia teve problemas para definir o planejamento para o Estadual e isso resultou em ajustes que foram feitos durante a competição, como a liberação e contratação de jogadores, além da mudança na comissão técnica.

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No início de dezembro do ano passado, antes do Goiânia se tornar oficialmente uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o presidente da associação Alexandre Godoi contratou atletas e deu início à montagem do elenco. Com a chegada do presidente da SAF, Ecival Martins, ainda em dezembro, um novo planejamento foi iniciado.

Um dos movimentos feitos por Ecival Martins foi a contratação do diretor de futebol Marcelo Segurado - o anúncio foi feito no dia 20 de dezembro, menos de um mês antes do início do Estadual.

Durante as primeiras rodadas da competição, alguns jogadores foram dispensados e outros contratados. O clube também demitiu o técnico Luan Carlos, após o fim da 5ª rodada, e acertou com Wiliam Campos, que estreou na 7ª rodada.

“Houve a indefinição do clube em dezembro, se haveria a mudança para SAF ou não. Isso teve influência. A montagem do elenco começou e passamos por reformulação durante o campeonato. Este ano, todos viram, não há tempo de treinar. Joga domingo, se apresenta na segunda, na terça concentra e quarta joga de novo. Gerou desgaste físico, cobranças aumentaram e tivemos as mudanças na direção do clube, elenco e comissão técnica. Tudo isso influenciou”, justificou Ecival Martins sobre a decepcionante campanha no Goianão.

O dirigente é o investidor da SAF do Goiânia. O acordo prevê R$ 120 milhões pelos próximos dez anos. “Quando mexemos muito, e infelizmente tivemos que mexer, reflete em campo. Nós teríamos dificuldades e momentos difíceis, mas estamos confiantes que no domingo vamos conquistar a permanência”, acrescentou Ecival Martins.

No dia a dia, Ecival Martins e Marcelo Segurado estão mais envolvidos diretamente com o elenco do Goiânia. O presidente da associação, Alexandre Godoi, se afastou dessa rotina depois da mudança para SAF.

“Ainda não dá para saber o que deu errado. Estou um pouco mais fora (do futebol) neste ano. Ajudei na montagem do elenco, depois com a chegada do Segurado foram feitos movimentos durante o campeonato e acredito que o elenco não deu liga. Conversei com o Ecival hoje (segunda, 17) e estamos todos comprometidos a reverter essa situação”, disse Alexandre Godoi.

O Goiânia apresentou o projeto para se tornar SAF no fim de 2023. No evento, Alexandre Godoi apresentou metas que o clube teria a médio e longo prazos. O objetivo em 2025 era chegar na final do Campeonato Goiano e conquistar o acesso à Série C do Brasileiro.

No Estadual, o objetivo não será conquistado. O clube está em situação complicada. É o lanterna com 7 pontos. Para escapar do rebaixamento, terá de vencer o Goiatuba e torcer por derrota da Aparecidense ou do Goianésia na rodada final da fase de classificação.

<h2>Impacto</h2>

Os principais dirigentes do Goiânia divergem um pouco sobre o impacto no projeto do clube com o possível rebaixamento à Divisão de Acesso, mas concordam que poderá ser amenizado se o time conquistar o acesso à Série C do Brasileiro.

“Descer para a Divisão de Acesso é ruim para o Goiânia, para o projeto, para tudo. Temos consciência que vamos precisar ‘fazer das tripas coração’ para subir para a Série C. O recurso do Goiano de 2026 teria de ser direcionado para a Série D deste ano. Não teríamos prejuízo (com o acesso à Série C), mas estamos confiantes que não vamos cair”, comentou Alexandre Godoi.

“Rebaixamento é péssimo para a moral da equipe, da torcida, mas não dá para mudar o planejamento de uma empresa. O Goiânia hoje é uma empresa. O futebol atual é nacional, por isso o acesso à Série C é nosso principal objetivo do ano. Vamos seguir o planejamento. Temos total convicção de que não vamos ser rebaixados e a permanência vai nos dar ânimo para a Série D”, frisou Ecival Martins.

Para evitar o rebaixamento à Divisão do Acesso, o Goiânia quer ter uma semana diferente. Desde o início do Estadual, essa será a primeira semana livre para treinos que as equipes terão.

“O Wiliam (Campos) não teve uma sessão completa para treinar. Ao longo desta semana, vamos recuperar os atletas fisicamente para que possam fazer bom trabalho tático e técnico, que os jogadores possam entender a proposta do treinador”, comentou o diretor Marcelo Segurado.

Os dirigentes acreditam que a semana será importante para resgatar a confiança. Conversas com atletas serão feitas para melhorar o aspecto mental - o Goiânia não possui um profissional da área da Psicologia.

“Essas conversas são mais olho no olho, nós (dirigentes) com os atletas. Falando da importância para o clube (a permanência), para a carreira do jogador. Passa por aí. O grupo está comprometido e consciente que é possível tirar o clube dessa situação. Vamos nos fechar e sair dessa”, concluiu Ecival Martins.

Para dirigentes do Goiânia, montagem do elenco e reformulação comprometeram time no Goianão

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