A vitória do Vila Nova, por 2 a 0, no clássico contra o Goiás confirmou o bom início, ainda com recorte curto, da passagem do técnico Paulo Turra pelo time colorado. O treinador de 51 anos soma dois triunfos nos primeiros compromissos, mas, além disso, conseguiu recuperar a competitividade da equipe e elevou o desempenho de alguns atletas. Esse conjunto, com vitórias, fez com que o Tigre voltasse a brigar pelo acesso à Série A.Paulo Turra tem vivido o Vila Nova “24 horas”, como ele mesmo definiu depois da vitória no clássico contra o Goiás. O comandante do Tigre está morando no Centro de Treinamento para viver intensamente o clube e focar no trabalho, além de conhecer a estrutura e também criar relações com funcionários e jogadores.Em dois jogos, Paulo Turra escalou 20 jogadores e já deu espaços para atletas que não vinham atuando. O principal deles é o volante Ralf, que somou 184 minutos em campo nas partidas contra Paysandu e Goiás. A média do jogador, antes da chegada do novo técnico, era de 33 minutos em campo. Agora é de 92.Nathan Melo, Pedro Romano, Ruan Ribeiro e Bruno Mendes são alguns atletas que não vinham jogando com frequência e ganharam chances com Paulo Turra nos últimos jogos. João Vieira, Tiago Pagnussat, Weverton, Willian Formiga e André Luis mostraram crescimento técnico após a chegada do novo treinador.“Meu trabalho de recuperar esses jogadores é através do meu protocolo de treino, que tem muita intensidade. Atacamos direto os problemas que cada atleta possui. É meu dever como treinador dar chance para todo mundo”, comentou Paulo Turra, que repete com frequência a palavra “intensidade”.Para o treinador, o Vila Nova precisa ser um time agressivo com e sem a bola. No clássico contra o Goiás, foi isso que a equipe colorada mostrou. O lance do primeiro gol tem origem em uma cobrança de lateral, em que o lateral Elias dividiu a bola três vezes contra defensores esmeraldinos para ganhar as disputas e sair na cara do gol.Depois, o Vila Nova abdicou de jogar com a bola e optou por jogadas de contra-ataque. O time marcou forte, parou o jogo com faltas, mas mostrou competitividade sem a bola.“Eu deixo claro para eles (jogadores): quem não tiver intensidade com e sem a bola vai ficar para trás. É isso que cobro dos atletas: intensidade, que sejam agressivos no bom sentido. Nossos treinos são detalhados, específicos e agressivos. Para suportar nosso treino e jogar como quero, o jogador tem que ter a mente preparada”, completou Paulo Turra.Entre jogadores, já existe a ideia de que o Vila Nova tem a cara do novo comandante: time competitivo, que vai saber o momento de sair para jogar, para se defender e mostrar organização em campo. “Desde o primeiro momento em sua chegada, o professor (Paulo Turra) conseguiu dar a cara dele para o time. Ele resgatou o que a gente tinha de positivo, que é a competitividade e organização defensiva. Hoje, o time tem a cara do professor e podemos crescer ao seu estilo”, analisou o zagueiro Tiago Pagnussat.A vitória no clássico foi a segunda seguida do Vila Nova na Série B. Antes, fora de casa, o Tigre ganhou do Paysandu. Os resultados, com tropeços de alguns correntes, colocaram o Tigre à beira da faixa do acesso. A equipe goiana aguarda a conclusão da 22ª rodada, mas vai ficar, no máximo, a três pontos do 4º colocado.O Vila Nova terá longo período para treinos. O time colorado só volta a jogar no dia 25 (segunda-feira da próxima semana), contra o Botafogo-SP, que briga contra o rebaixamento, fora de casa. “Precisávamos ter uma sequência positiva para encostar no G4. Temos o jogo contra o Botafogo-SP agora e, com uma vitória, talvez possamos voltar ao G4. Temos 16 metas (partidas) que vamos nos dedicar ao máximo para conseguir o acesso”, disse Tiago Pagnussat.