A seleção brasileira terminou o período de preparação para a Copa América com desejo de ter um equilíbrio entre as fases ofensivas e defensivas. A equipe não apresenta mudanças drásticas no modo de jogar sob comando do técnico Dorival Júnior em comparação, principalmente, com o trabalho de Tite. O estilo do Brasil sob comando de Dorival Júnior tem novos atletas em campo, mas sem muita alteração no modo de atuação. A seleção brasileira segue um time vertical, com escalação de pontas para atacar a profundidade adversária, mas ainda apresenta problemas quando precisa furar bloqueios defensivos.“Em quatro jogos, encontrar muitas mudanças é um pouco de insanidade que toma conta do futebol brasileiro. O Dorival joga com a plataforma que já era utilizada na seleção brasileira. Linha de quatro, meio-campo com três jogadores, ele usa dois jogadores nas beiradas e mais um atacante. É uma seleção que vem apresentando com ele algo dentro do estilo que a seleção já está acostumada”, descreveu o jornalista Paulo Calçade, da ESPN Brasil.Na opinião do analista, o desafio do técnico Dorival Júnior é desenvolver ações criativas de jogo para o Brasil melhorar a condução da bola no meio-campo e criação de jogadas quando encontrar cenário em que jogue contra seleções que atuem com defesas mais fechadas.“Eu vejo que a seleção está tentando encontrar seu caminho, o Dorival tem de encontrar jogadores que se adaptam melhor ao que ele deseja. O Brasil com posse de bola no campo adversário ainda não trabalha bem a bola por ser um time agudo, que ataca a profundidade. É preciso variar”, completou Paulo Calçade.O técnico Dorival Júnior teve poucos jogos para fazer testes visando à disputa da Copa América. Ele assumiu o comando da seleção em janeiro. Foram quatro amistosos: vitórias sobre Inglaterra (1 a 0) e México (3 a 2), além de dois empates com Espanha (3 a 3) e Estados Unidos (1 a 1).Nos quatro jogos, o treinador utilizou 28 jogadores e repetiu a escalação nos jogos contra ingleses e espanhóis. Entre os duelos contra México e Estados Unidos, foram 10 alterações na equipe titular - apenas o goleiro Alisson foi mantido na equipe nesta última sequência.Após o último amistoso, contra os Estados Unidos, o treinador citou que está confiante para a disputa da Copa América, que o Brasil pode melhorar eficiência ofensiva, desempenho defensivo e que os atletas aproveitaram as oportunidades.Para Paulo Calçade, a seleção está em processo de formação e tem qualidade técnica em todos os setores do campo.O jornalista, no entanto, acredita que o atacante Endrick merece mais chance. Com Dorival Júnior, o atacante do Palmeiras, que no final deste mês vai se transferir para o Real Madrid, foi utilizado em todos os quatro amistosos, mas sempre saindo do banco de reservas. Ele marcou três gols, passando em branco apenas no jogo contra os Estados Unidos.“O Brasil precisa fazer mais gols, e por isso eu gostaria de ver o Endrick. Se levou, tem que jogar. Se for para ter cuidado, preservar, não faz sentido levar o garoto”, comentou Paulo Calçade.Dorival Júnior tem revezado Rodrygo e Vinicius Júnior como atacantes de referência. O terceiro jogador no ataque é Raphinha.“Essa escalação com o Raphinha ocorre em função de questão tática. O Danilo não é um lateral que ataca a linha de fundo, não é um lateral ofensivo. Ele joga até o meio de campo, então o Raphinha faz a função ofensiva na frente. Esse ajuste depende de trabalho e tempo”, salientou Paulo Calçade, que entende que o caminho para crescimento defensivo da seleção é a participação de todos os atletas nas diferentes fases de jogo.“Defensivamente, o trabalho é mais apurado. Todo mundo tem que participar, não são ajustes pequenos. Rodrygo, por exemplo, tem que voltar para marcar no meio-campo. Ao longo da Copa América, vamos ver os ajustes”, concluiu o jornalista.O Brasil segue na próxima semana a preparação para a Copa América, que começa na quinta-feira (20). A estreia da seleção, que está no Grupo D, será no dia 26 (segunda-feira), contra a Costa Rica, no encerramento dos jogos da 1ª rodada.