Inativa há mais de dez anos, a piscina olímpica (longa, de 50 metros) do Parque Aquático de Goiânia, importante e histórico espaço para a natação goiana, está às moscas e não recebe qualquer intervenção para reparo, reforma ou manutenção desde que deixou de receber competições - em abril de 2013, o último evento no local reuniu 108 atletas no Torneio Aberto de Outono.

Com problemas sistemáticos desde 2013, a piscina de 50 metros foi interditada oficialmente em 2016. Isso faz com que o Parque Aquático de Goiânia não opere em sua totalidade há mais de dez anos.

Fundado no início de 1979, o local é composto por três piscinas, duas curtas de 25 metros, que hoje são utilizadas para iniciação esportiva e atividades voltadas para idosos e paradesporto, além da piscina longa, de 50 metros. Há vestiários, salas - uma delas abrigava a sede da Federação Aquática de Goiás (Fago), que atualmente não possui um local físico -, um pódio e a arquibancada.

O POPULAR solicitou à Secretaria de Estado de Esportes e Lazer (Seel) uma visita ao Parque Aquático, mas a pasta negou. Titular da pasta há um mês, o secretário Edson Sales de Azeredo Souza disse que o “local está insalubre” e a piscina olímpica “está lacrada”.

É possível ver mato próximo da piscina de 50 metros, a infraestrutura visivelmente está em más condições, muros estão danificados e há sujeira em torno da parte interna do equipamento aquático, que também tem azulejos quebrados. Quando chove, a água fica empoçada. A cena, no entanto, nem é novidade, pois se repete há anos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/esporte/tecnicos-e-ex-nadadores-sobre-o-parque-aquatico-de-goiania-e-um-descaso-total-1.3078191" target="_blank">Técnicos e ex-nadadores lamenta situação do Parque Aquático de Goiânia: "Descaso total"</a></div>

A promessa da Seel é de que o Parque Aquático volte a funcionar por completo entre março e abril de 2025. É a previsão para a piscina longa, de 50 metros, voltar a ser palco de provas e competições.

O plano do governo é reformar o local por completo. A base estrutural será a mesma, sem alterações nas configurações de piscinas, vestiários, salas e arquibancadas. “A estrutura vai ser respeitada, em razão dos custos. Não temos laudo ainda, mas parece que a base da piscina não foi danificada (com o descaso dos anos). Tudo é previsão ainda, mas a arquibancada, por exemplo, terá poltronas, queremos aqueles placares eletrônicos para divulgação dos resultados”, detalhou o secretário Edson Azeredo.

O projeto, que está pronto segundo a Seel, foi feito com participação da Fago. “O Governo do Estado, via Secretaria de Esporte e Lazer, solicitou informações técnicas para elaboração do projeto de reforma da piscina. Acionamos a Secretaria Geral e a Diretoria Técnica da Federação, que reuniram os treinadores que se dispuseram a ajudar. Eles passaram informações relevantes à Seel”, contou o presidente da Fago, Eduardo Alcântara.

A previsão da Seel é que o custo estimado seja de R$ 3,798 milhões, sendo R$ 360 mil de contrapartida estadual, e o restante de um convênio firmado com a Caixa Econômica Federal no ano passado, como o POPULAR mostrou em reportagem publicada em abril de 2022. Se for necessário um valor maior, o secretário de Esporte disse que a Seel “já está reservando dinheiro da secretaria para, se for necessário, usar”.

“Dependemos apenas da apresentação dos projetos (para o banco) para a liberação da verba. São projetos de como ficará o Parque Aquático, luminotécnico, elétrico, hidráulico e do Corpo de Bombeiros, por exemplo. Tudo está protocolado junto à Prefeitura de Goiânia e aguardamos aprovação para abertura da licitação das obras. A gente entende que existe cobrança social e a natação goiana sofre (com essa interdição há 10 anos)”, completou Edson Azeredo.

Segundo o secretário, o cronograma é de abertura da licitação para início das obras no começo de 2024 e conclusão da reforma nos primeiros meses de 2025. “Eu acredito que consigo (concluir a obra) entre março e abril de 2025. Nosso planejamento é esse para que o Parque Aquático volte a funcionar por completo”, afirmou Edson Azeredo.

O Parque Aquático integra o Centro de Excelência do Esporte, que também possui o Estádio Olímpico, o Ginásio Rio Vermelho e o Laboratório de Capacitação. O estádio teve sua reabertura em 2016. Os gastos das obras chegaram a R$ 155 milhões para todo o Centro de Excelência.

Desde que a Seel foi recriada, em 2019, quando Ronaldo Caiado (DEM) assumiu seu primeiro mandato, a pasta teve duas mudanças de secretários: o primeiro foi Rafael Rahif, que ficou no cargo até 2021. Henderson Rodrigues assumiu na sequência e permaneceu como secretário até setembro deste ano, quando houve a nomeação de Edson Azeredo.

A reabertura das duas piscinas curtas, em 2019, foi a única ação prática do governo no Parque Aquático. O local recebe aulas de iniciação esportiva, atividades para idosos e paradesporto, todas abertas para o público. Alunos do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que utilizam o Laboratório de Capacitação, também fazem uso das piscinas curtas.

Burocraticamente, a pasta concluiu negociação com a Caixa para arrecadar a verba que será destinada para a reforma na piscina longa.

Questionado pelo POPULAR sobre o motivo de nada prático ter sido feito na piscina longa do Parque Aquático durante esse período, Edson Azeredo afirmou que “infelizmente não sei dizer (o motivo) em relação à piscina olímpica”. O secretário detalhou que, no período, as piscinas de aquecimento voltaram a ser utilizadas e citou que ginásios foram inaugurados em Aparecida de Goiânia.

“É coisa demais para ser feita e o dinheiro é regrado. Eu brinco que é igual a uma prova. Começamos pelas mais fáceis e as outras nós temos que aprofundar. Não sei responder pelo passado, mas sei que se gastou R$ 155 milhões (para a reforma do Centro de Excelência do Esporte) e a única coisa feita foi o Olímpico”, concluiu.

“Goiânia não vai perder essa piscina histórica, ela será recuperada. Está no nosso planejamento”, prometeu o secretário.

Piscina principal do Parque Aquático de Goiânia está inativa há mais de uma década

Esporte

Esporte - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Esporte

Natação

Galeria - Paula e Regis

Quando se é competidor de berço, procurar novos desafios e melhor performance a cada nova prova é algo certo para atletas. Os nadadores Paula Karoline Rodrigues de Oliveira e Regis Medeiros, ambos de 39 anos, estão em reta final de preparação para, até aqui, o maior desafio esportivo deles: nadar o percurso mais longo da prova SwimBisa, de 76km em torno da Ilha Grande, no Rio de Janeiro.

“Hoje no Brasil é a maior prova de travessia”, contou o nadador Regis Medeiros, que conhece Paula Karoline há anos. Os atletas nadam juntos e se prepararam durante quase quatro meses para iniciar o desafio que pode superar 24 horas de nado, entre os dias 29 de junho a 1º de julho.

Em fevereiro deste ano, Paula Karoline concluiu, até então, sua maior distância em uma prova ao nadar 36km durante 9h27min na tradicional travessia do Leme ao Pontal, no Rio de Janeiro. Ela treinou por seis meses e teve quase um mês de descanso antes de iniciar a preparação para o próximo desafio.

Leia também:

<a href="https://opopular.com.br/esporte/nadadora-goiana-completa-tradicional-travessia-do-leme-ao-pontal-em-9h27-1.3228267">+ Nadadora goiana completa tradicional travessia do Leme ao Pontal em 9h27</a>

“Eu já estava treinando para os 36km (Leme ao Pontal) e o Regis conhecia a SwimBisa. Ele fez o percurso de 16km e ventilou a possibilidade de fazer essa de 76km. Deixei para depois, para manter a concentração na preparação dos 36km. Eu estava no período base, que é a fase dos treinos mais intensos. Depois que concluí a prova, buscamos patrocinadores. Não é uma prova barata. Em março, no dia 6, começamos os treinos específicos”, relatou Paula Karoline.

A estimativa é que a dupla tenha gastos de R$ 30 mil com inscrições, logística, suplementação, nutricionistas e todo apoio para boa execução da prova.

<div attr-cid="policy:1.3279046" attr-version="policy:1.3279046:1750379666" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3279046" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3279046', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3279046">Galeria - Paula e Regis (1.3279046)</a></div>

Regis Medeiros pratica natação desde os 8 anos e nadou junto com Rodrigo Ribeiro, marido de Paula Karoline e técnico dos dois nadadores. Depois de um período na natação, o atleta resolveu iniciar o triatlo, acumulou conquistas até resolver buscar novos desafios e encontrou nas travessias em águas abertas novo foco no esporte. Ele já nadou a prova SwimBisa no percurso de 16km.

“Nado desde meus 8 anos, sempre voltado para competir. Minha cabeça foi moldada para questões de performance, para brigar por pódio, melhorar tempo. Até brinco que, no triatlo, eu ia treinar e sempre parecia profissional (ele é um atleta amador) por buscar melhorar toda hora. É de mim isso. Como tenho essa cabeça, busco algo maior para superar sempre”, acrescentou o competidor.

A prova do SwimBisa será de dupla, portanto haverá revezamento entre eles. Caso tudo ocorra como planejam, Paula e Regis serão os primeiros nadadores a concluírem os 76km em dupla. Trios, quartetos e quintetos já concluíram a prova em outros revezamentos, mas nunca em duplas. Os goianos poderão ser os primeiros.

Durante a volta na Ilha Grande, eles não nadarão ao mesmo tempo. Vão fazer revezamento. “Vamos fazer por hora. Dependendo da correnteza, alguns gostam de revezar em duas horas, mas nós vamos priorizar uma hora para facilitar a parte de suplementação. Nada por uma hora, entra no barco, suplementa, descansa e volta. Vão ser cerca de 24 horas, é uma prova bem longa”, detalhou Paula Karoline.

A dinâmica do revezamento é a seguinte: enquanto um está nadando, o outro está no barco. Na hora da troca, o nadador do barco pula na água, emparelha com o que está no mar e segue, enquanto o que nadou pelo tempo específico vai para o barco.

Paula e Regis já participaram de prova de duplas, em 2023, em Brasília, de pouco mais de 33km. “Nadar em dupla tem diferença (em comparação ao individual) pela conexão. É algo que demanda a parte física, mas principalmente a mental. Cansaço vai chegar, então tem que ter sintonia entre os dois. Fazemos treinos longos sempre, então estamos bem conectados”, salientou a nadadora goiana, que nos últimos anos superou marcas de 24km (Bertioga, em 2021), 28km (Uberlândia, 2023), 36km (Rio de Janeiro) e agora se prepara para o desafio de 76km, novamente no Rio de Janeiro.

O cansaço (físico e mental) dificulta a conclusão da travessia, mas há outras dificuldades que os atletas terão de superar. Boa parte da volta em torno da ilha será no escuro.

“No Leme ao Pontal, por exemplo, você tem a iluminação da orla que se torna uma referência. Na ilha, será um breu total. Uma das preocupações é o escuro, enxergar. Serão horas de nado no escuro, então é um desafio. Vai ter o cansaço físico e o sono também, mas estamos bem preparados para superar a exaustão”, disse Regis.

Dupla de nadadores goianos vai encarar travessia de 76km em volta de ilha no Rio

A reforma e a modernização da piscina olímpica (longa ou de 50 metros) do Parque Aquático de Goiânia, que está interditada desde 2016, enfim, começaram. Segundo a Secretaria de Esporte e Lazer do Estado de Goiás (Seel), gestora do local, a intenção é tornar o equipamento esportivo referência da natação brasileira e palco de competições nacionais e internacionais. A previsão é que a obra seja concluída até abril de 2026.

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

O principal desejo da comunidade da natação goiana é que o parque aquático volte a ter uma piscina olímpica (de 50 metros) em condições de uso para treinos e competições, do âmbito estadual ao internacional. O último evento realizado no local foi o Torneio Aberto de Outono, em abril de 2013, que contou com 108 atletas.

“A piscina vai atender as demandas para receber eventos nacionais e internacionais. Nós tínhamos uma piscina que não servia para esses fins. A nova piscina será adequada para receber essas competições”, prometeu o secretário de Esporte e Lazer, Rudson Guerra, em entrevista ao POPULAR.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/turismo-goiano-cresce-e-abre-oportunidades-de-trabalho-1.3221313" target="_blank">Turismo goiano cresce e abre oportunidades de trabalho</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/esporte/governo-assina-contrato-de-quase-r-38-milh-es-para-reformas-em-equipamentos-esportivos-da-seel-1.3209280" target="_blank">Governo assina contrato de quase R$ 38 milhões para reformas em equipamentos esportivos da Seel</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/economia/resort-investe-r-45-milh-es-em-parque-aquatico-1.3198175" target="_blank">Resort investe R$ 45 milhões em parque aquático</a></div>

A reportagem foi convidada pela Seel para visitar, com exclusividade, a obra na piscina de 50 metros. Funcionários da MRL Construtora, empresa responsável pela reforma, trabalham no local há cerca de duas semanas.

A piscina olímpica será uma das últimas a receber intervenções profundas no processo de reforma e modernização do lugar. O espaço em que está a piscina não será alterado. Os azulejos já foram retirados. A nova piscina será no mesmo local, com oito raias e blocos novos dos dois lados.

<img attr-cid="policy:1.3264948" attr-version="policy:1.3264948:1747428175" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3264948/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
De um lado, piscina interditada desde 2016; do outro, as piscinas de aquecimento, que recebem atividades (Diomício Gomes / O Popular)

Nos primeiros dois meses, previsão inicial, as ações serão voltadas para obras no entorno da piscina de 50 metros. Funcionários trabalham na área abaixo e no fundo da arquibancada, onde estão vestiários, banheiros e salas administrativas.

Há intervenção também em uma área ao lado da casa de máquinas (que corre risco de desabamento e não tem acesso permitido). A casa de máquinas será reconstruída e deve começar a receber os primeiros ajustes a partir da próxima semana.

“Nós discutimos com a Federação (Aquática de Goiás). Eles fizeram parte do projeto, do início ao fim. A intenção desde o início era ouvi-los para atender a demanda específica, não ter uma ideia e aplicar de maneira que não seja a correta. Até na posição do pódio eles tiveram participação”, completou Rudson Guerra. O local do pódio será invertido e ficará próximo da rua 55 - antes era do lado do prédio do Centro de Excelência.

O projeto arquitetônico do Parque Aquático está pronto desde 2020. A obra terá custo de R$ 3,349 milhões, sendo R$ 3.145.842 do convênio firmado junto à Caixa Econômica Federal e que foi aprovado entre 2023 e 2024, e R$ 203.158 de recursos do Estado.

No ano passado, no dia 19 de agosto, o Governo de Goiás definiu a MRL Construtora como empresa responsável pela reforma. O contrato só foi assinado em outubro, no dia 23. O documento prevê a conclusão das obras até o dia 13 de abril de 2026. O planejamento da Seel é que isso seja antecipado até o final deste ano. Em algumas semanas, haverá expediente na reforma todos os dias, incluindo sábados e domingos.

<img attr-cid="policy:1.3264947" attr-version="policy:1.3264947:1747428175" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3264947/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Cadeiras da arquibancada do Parque Aquático de Goiânia (Diomício Gomes / O Popular)

“Obra é algo que não dá para desenhar até começar. Por exemplo, identificamos a casa de máquina com risco de desabamento e isso está previsto no orçamento. Mas, se houver alguma necessidade de ajuste fora do planejado, não terá problema (do Estado) entrar com contrapartida para a piscina ficar pronta até o final do ano”, disse o secretário da Seel.

<img attr-cid="policy:1.3264949" attr-version="policy:1.3264949:1747428175" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3264949/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Secretário de Esporte e Lazer, Rudson Guerra, promete fim da obra para abril de 2026 (Diomício Gomes / O Popular)

Para Rudson Guerra, a reforma na piscina olímpica do Parque Aquático pode mudar o cenário da natação goiana. Além do espaço de 50 metros, o equipamento esportivo conta com duas piscinas de 25 metros, hoje utilizadas para atividades do paradesporto, prática esportiva de idosos e de iniciação esportiva.

“No setor Pedro Ludovico (na Praça de Esportes), colocamos duas piscinas novas, com aquecimento. Fizemos a reforma nas duas piscinas de 25 metros (do Parque Aquático). Essa aqui é a cereja do bolo. A natação é atendida no pró-atleta, temos 37 atletas da natação no programa. Nossa intenção é fazer com que Goiás se torne referência na natação, com competições e que os atletas possam treinar onde vão competir”, declarou o secretário da Seel.

Começa a reforma da piscina principal do Parque Aquático de Goiânia; fim está previsto para abril de 2026

Guilherme Caribé fez o melhor tempo do mundo em 2025 em uma prova dos 100m livre ao nadar em 47s10 no Troféu Maria Lenk - é o décimo nadador mais rápido da história. O bom resultado aconteceu após um “processo longo e individual” de amadurecimento, como o próprio competidor conta.

O atleta da Unisanta ressaltou que o início positivo na atual temporada acontece após algumas frustrações, mas que se tornaram combustível para chegar ao resultado atual.

“Foi um processo individual, comigo mesmo, entendendo o que eu precisava fazer para, no momento de nadar, executar da melhor maneira. Algo que eu gosto de fazer bastante é sair um pouco, respirar um ar fresco, tomar um sol. Nos Estados Unidos, a gente nada em piscina interna, passa muito tempo no quarto, sozinho, então, acredito que sair um pouquinho, espairecer a mente, pensar em algumas outras coisas, ajudou bastante”, diz.&nbsp;

Caribé citou o Mundial de Fukuoka, em julho de 2023, e os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, ao explicar como os resultados em tais competições ajudaram no desenvolvimento.

No Mundial, à época com 20 anos e já apontado como uma das grandes promessas da natação brasileira, ficou na 12ª colocação nos 100m livre. Em Paris, caiu na semifinal da prova.

“Foi um processo bem longo desde que tudo começou na minha competição em Fukuoka. Foi o meu primeiro Mundial Absoluto. Tinha treinado bastante e acredito que acabei me concentrando um pouco na pressão, entendendo que eu estava no Mundial e realizando um sonho. Acho que isso acabou me atrapalhando. Indo para os Jogos Olímpicos, acredito que aconteceu algo parecido. Aprendi a sair dos Jogos Olímpicos com outra cabeça, outra maturidade.”

“Voltei para os Estados Unidos. Acredito que lá o que me ajudou bastante também foi o trabalho todo com psicólogo, achando o que eu errei para arrumar. Natação é um esporte muito decidido no detalhe, e o que você faz fora d’água interfere dentro. Percebi que amadureci a minha cabeça no Mundial em Budapeste. Realizei o sonho de ser medalhista do Mundial e, naquela competição, entendi o que eu precisava para mim.”

Este foi o terceiro título de Caribé no Maria Lenk. De quebra, ele superou o recorde do campeonato que pertencia a Cesar Cielo desde 2009.

“Acredito que, com todas as competições que eu participei, amadureci muito. Não só fisicamente, não só como atleta, mas mentalmente também e como pessoa. Aprendi bastante com meus próprios erros. Cada queda na água é um aprendizado novo, e acredito que amadureci muito minhas ideias. É continuar fazendo um trabalho duro, pois isso fez a diferença”, disse.

O que mais Guilherme falou

Sobre o tempo no Troféu Maria Lenk: “Era algo que eu estava buscando já. Há dois anos eu vim nessa mesma piscina, nadei meu primeiro 47s. E, desde aquele dia, nunca mais tinha dado o melhor tempo da minha vida. Saí da piscina sabendo que dei meu máximo, consegui baixar quase um segundo na minha melhor marca. É bem gratificante entender que, no momento, tenho o melhor tempo do mundo. É bem legal e é bem animador para ir nadar no Campeonato Mundial e mostrar o que eu posso fazer lá representando o Brasil”.

Sobre o ciclo para LA-2028: “Temos, praticamente, ainda três anos até as Olimpíadas, mas a preparação para os Jogos começa logo depois que as Olimpíadas terminam. Então, começar o ano de 2025, na minha primeira competição de piscina longa, dando um 47s10 é bem gratificante, me deixa bem animado para voltar a treinar e saber que tem três anos ainda para mostrar o que eu posso fazer e, se Deus quiser, buscar o recorde de volta”.

Como nadador brasileiro obteve o melhor tempo do mundo nos 100m livre em 2025

A nadadora goiana Paula Karoline Rodrigues de Oliveira, de 39 anos, completou nesta quinta-feira (6) a tradicional travessia do Leme ao Pontal, de 36km, no Rio de Janeiro, em 9h27min. A atleta é a primeira pessoa de Goiás a concluir a ultramaratona aquática carioca e conquistou o terceiro melhor tempo entre as mulheres que fizeram a prova sem roupa de neoprene.

O desafio de 36km tem largada no Leme, na zona Sul do Rio de Janeiro, e chegada na praia do Pontal, na zona Oeste da cidade. A largada da travessia ocorreu pouco depois da 1h da manhã desta quinta-feira (6). Paula Karoline nadou no escuro por horas até que o dia clareasse, depois das 5h.

A principal dificuldade foram os trechos de correnteza contra. "Tive um pouco de corrente contra no início e muita corrente contra no final, nos 4km finais. A água estava boa, 26 graus. O nascer do sol veio umas 5h30. A prova foi boa, temperatura boa, organização impecável, com um barco conosco e o árbitro da prova fiscalizando", descreveu Paula Karoline.

"Teve um vento muito difícil mesmo nos 4km finais, quando era para aproximar da pedra (do Pontal) e finalizar a prova. O restante foi tranquilo", contou a nadadora após nadar os 36km do Leme ao Pontal e se tornar a 81ª pessoa a concluir a travessia no modo solo - há a possibilidade de revezamento.

A travessia pode ser percorrida sem, caso de Paula Karoline, e com roupa de neoprene, que dá ao atleta ganho em flutuação e velocidade. Entre as mulheres que fizeram a prova solo e sem neoprene, a nadadora goiana fez o terceiro melhor tempo, atrás apenas da recordista Betina Lorscheitter (8h54) e Beatriz Nantes (9h17).

A travessia de Paula Karoline estava prevista para sexta-feira (7), mas foi antecipada por causa das condições climáticas e do mar. "O tempo que a Paula fez é excelente, sobretudo pelas condições. A LPSA (Leme to Pontal Swimming Association, fundadora e organizadora da travessia) preconiza as melhores condições possíveis para o nadador desempenhar uma boa performance. Isso implica em data com menor possibilidade de vento e correntes contra e temperatura mais baixa. Mas, diante das condições de sexta, antecipamos", explicou Rodrigo Ribeiro, treinador e marido de Paula Karoline, sobre as condições de corrente contra.

"A corrente contrária foi presente em grande parte do tempo do desafio. Foi a maior dificuldade, mas superável por conta das séries que fizemos, principalmente usando material de resistência. Ela terminou&nbsp;sem dor no ombro, sem dor nos braços", descreveu Rodrigo sobre a preparação.

"Foi muito positivo e é uma forma de dar visibilidade à natação goiana, para&nbsp;despertar novas canddiatas e candidatos para fazer provas de ultramaratona", finalizou Rodrigo.