O VAR (árbitro assistente de vídeo, na sigla em inglês) continuará a ser utilizado no Campeonato Inglês. A proposta de abolir o uso da ferramenta não teve os votos necessários para a mudança do regulamento.

O assunto foi discutido nesta quinta-feira (6), na reunião geral anual da Premier League, que organiza a competição. Era preciso alcançar 14 votos entre os 20 clubes membros da liga, porém, segundo a imprensa britânica, apenas um apoiou a volta ao modelo tradicional -o Wolverhampton-, sem a intervenção no andamento do jogo com base nas imagens.

O mero fato, porém, de ter ocorrido uma votação a respeito do tema no principal certame nacional do mundo mostra que, cinco anos após a sua adoção, a tecnologia segue sendo questionada.

Em nota, a Premier League afirmou que o VAR produziu decisões mais acuradas, mas anunciou seis pontos de atenção:

1 - Manter um alto limiar para intervenção do VAR, para proporcionar maior consistência e menos interrupções no fluxo do jogo

2 - Reduzir atrasos no jogo, principalmente através da introdução da tecnologia de impedimento semi-automático

3 - Melhorar a experiência do torcedor através da redução dos atrasos, anúncios no estádio feitos pelos árbitros e, sempre que possível, uma oferta aprimorada de replays nos telões

4 - Implementar um treinamento do VAR mais robusto para melhorar a consistência, com ênfase na velocidade do processo (mantendo a precisão)

5 - Aumentar a transparência e comunicação em torno do VAR

6 - Produzir uma campanha que buscará esclarecer ainda mais o papel do VAR no jogo.

No caso inglês, a proposta de acabar com o VAR partiu do Wolverhampton, que terminou o campeonato em 14º lugar e se sentiu prejudicado em múltiplas ocasiões. Em sua petição, a agremiação apontou que a tecnologia levou a "numerosas consequências não intencionais que estão danificando a relação entre os fãs e o futebol".

A torcida do clube aplaudiu. O grupo Wolves 1877 Supporters Trust publicou um texto no qual se manifestava "incrivelmente satisfeito" com o pedido. "O VAR tirou a alegria do jogo que conhecemos e amamos e ofereceu muito pouco benefício", observou.

Fãs de uma equipe bem maior, o Manchester United, têm a mesma visão. O Must (Manchester United Supporters Trust) conduziu uma enquete entre seus membros, com mais de 16 mil respostas, e menos de 1% foi a favor da manutenção do VAR nos moldes atuais. Mais da metade (50,6%) disse que não queria mais o árbitro de vídeo em nenhuma hipótese, nem se ele fosse muito melhorado.

Na Inglaterra, uma das principais queixas é a demora. O VAR inglês tem pouco mais de um minuto perdido por partida, em média.

Também há na Premier League um questionamento oposto a um registrado com frequência no Brasil: o assistente de vídeo britânico interfere pouco. Um painel independente contratado pela liga identificou 25 situações em que o VAR deveria ter agido, mas não o fez. Apontou também 107 revisões corretas e 6 ocasiões em que trocar a decisão de campo se mostrou um erro.

Independentemente desses números, encomendados pela própria organização da competição, a insatisfação chegou a atletas e treinadores importantes, como Mikel Arteta, do Arsenal, e Ange Postecoglou, do Tottenham.

O treinador Jürgen Klopp, que acaba de se despedir do Liverpool, chegou a pedir a repetição de um duelo com o Tottenham, partida que teve um gol de Luis Díaz equivocadamente anulado por impedimento. O alemão chegou a dizer que, se pudesse, votaria pelo fim do uso do VAR. "Não acredito que o VAR em si seja o problema, mas o modo como utilizam é", disse durante a temporada.

O Nottingham Forest foi além em confronto com o Luton Town e observou "três decisões extremamente ruins". "Alertamos a PGMOL [a comissão de arbitragem] antes do jogo que o VAR era um torcedor do Luton, mas não mudaram a escalação. Nossa paciência foi testada múltiplas vezes."

A Premier League manifestou "total apoio" ao árbitro de vídeo e conseguiu mantê-lo. Porém não há dúvida de que há uma onda de questionamento, não só no Reino Unido, e houve até a formação de comunidades para acompanhar o Campeonato Sueco -frágil tecnicamente, mas disputado à moda antiga.

"O VAR acabou com o grito de gol, só isso", resmungou à Folha o balconista corintiano Uéslei Silva Júnior, 38, habitué do estádio de Itaquera. "A torcida do Corinthians tem aquela coisa de não gritar gol antes, porque zica. Está certo, não pode mesmo. Mas agora a gente não pode gritar nem depois. Sai o gol, você não sabe se valeu", acrescentou, raivoso.

Premier League decide manter o VAR em meio a críticas sobre impacto no jogo

Esporte

Esporte - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Esporte

Tecnologia

As equipes que disputam o Campeonato Inglês vão realizar, de acordo com o The Athletic, uma reunião em junho que pode banir o VAR da próxima temporada do torneio. A tecnologia foi introduzida na competição em 2019 e, nos últimos meses, vem deixando times e torcedores insatisfeitos.

O site elaborou uma lista com nove consequências negativas da tecnologia nas partidas, segundo as diretorias dos clubes envolvidos.

Leia também 
+&nbsp;<a href="https://www.opopular.com.br/esporte/morre-o-jornalista-esportivo-antero-greco-da-espn-1.3137288">Morre o jornalista esportivo Antero Greco, da ESPN</a> 
+&nbsp;<a href="https://www.opopular.com.br/esporte/narrador-silvio-luiz-icone-dos-bord-es-no-futebol-morre-aos-89-anos-1.3137321">Narrador Silvio Luiz, ícone dos bordões no futebol, morre aos 89 anos</a>

A frustração dos torcedores em comemorações, a demora nas decisões e a distorção do "propósito" do VAR foram alguns dos pontos citados. A quantidade de erros dos árbitros e até corrupção também são itens incluídos.

Veja os nove motivos: 
1. Impacto nas comemorações dos gols e na paixão espontânea, fato que torna o futebol especial;

2. Frustração e confusão dentro dos estádios devido às demoradas verificações do VAR e à má comunicação;

3. Ambiente mais hostil com protestos, vaias ao hino da Premier League e gritos contra o VAR;

4. Distorção do propósito original do VAR de corrigir erros claros e óbvios -- agora analisando excessivamente decisões subjetivas, fato que compromete a fluidez e a integridade do jogo;

5. Diminuição da responsabilização dos árbitros de campo devido à rede de "segurança" do VAR, gerando uma abusiva autoridade em campo;

6. Erros contínuos do VAR, com os torcedores incapazes de aceitar erros humanos após múltiplos replays -- causando a desconfiança nos padrões de arbitragem;

7. Interrupção do ritmo acelerado da Premier League com verificações demoradas do VAR e mais tempo de acréscimo, fazendo com que as partidas sejam excessivamente longas;

8. Discurso constante sobre as decisões do VAR, muitas vezes ofuscando a partida em si e manchando a reputação da liga;

9. Diminuição da confiança e da reputação, com o VAR alimentando alegações de corrupção completamente absurdas

Torcida frustrada, distorção e mais: por que Premier League pode banir VAR

A Federação Goiana de Futebol (FGF) confirmou, nesta sexta-feira (26), que o Campeonato Goiano passará a ter o uso de VAR (árbitro de vídeo) a partir deste fim de semana. A entidade explicou que usará o Dartfish VAR System, chamado VAR System. A nova tecnologia substitui o VAR light, empregado ano passado, e será utilizada pela primeira vez na 4ª rodada do Goianão 2024.Duas partidas terão o uso da ferramenta: Aparecidense x Goiás neste sábado (27), às 16 horas, no Estádio Annibal Batista, em Aparecida de Goiânia, e o clássico Vila Nova x Atlético-GO, no domingo (28), no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), também às 16 horas.O primeiro jogo terá cinco câmeras, enquanto no OBA, com transmissão pela TV aberta (TV Brasil Central e TV Alego), oito câmeras estarão em funcionamento. Uma das novidades da ferramenta é que ela não terá as linhas usadas nas marcações de impedimento, mas consegue paralisar a imagem para analisar a jogada. Ela não vai traçar a linha, porém, segundo explicação da FGF, consegue oferecer o ângulo de visão correto na jogada. Caso o impedimento gere dúvidas (jogadores muito próximos, por exemplo) e não seja visível no VAR, prevalece a marcação de campo.Na explicação técnica da FGF, a argumentação é que o equipamento tem a própria conexão e não depende da internet local para transmissão da imagem no sistema com qualidade. A qualidade da imagem, do áudio e a confiança no sinal também foram levados em consideração pela FGF para contratar a nova tecnologia. Segundo a entidade, a ferramenta é superior ao VAR light, que não será mais empregado.A FGF deve arcar com os custos do VAR durante a disputa da competição – em média, custa de R$ 12 mil a R$ 15 mil (no interior, por causa dos custos com a viagem). O Estadual terá o uso do VAR System em todas as rodadas. Há previsão de utilização dele em 30 jogos, mas ainda a serem definidos pela entidade.

Goianão 2024 passa a utilizar VAR alternativo

Estadual

A Federação Goiana de Futebol (FGF) divulgou na noite de terça-feira (18) os áudios do VAR da final do Goianão 2023, entre Goiás e Atlético-GO. A gravação é do lance do pênalti cobrado pelo lateral esquerdo Hugo, do time esmeraldino, que teve cobrança anulada pela arbitragem após dois toques na bola. Foi a quinta e última cobrança da equipe alviverde, que perdeu a decisão nas penalidades.

Antes da cobrança do pênalti, Wilton Sampaio fala que “aqui, está ok” e “mantém o pé, Ronaldo”. Após a batida do pênalti, o árbitro pede para ser checado “bitoque” e fala “calma” para o goleiro Ronaldo, que correu em sua direção para reclamar que houve dois toques do adversário.

No primeiro momento, a equipe do VAR, verifica a “câmera invertida” (número quatro). O VAR da partida foi José Cláudio Rocha/SP e o AVAR foi Hugo Corrêa/GO. Em uma conversa entre eles, surge a informação de que a câmera cinco, que é focada de frente no lateral Hugo, “está chicoteada” e que é não possível ver “o bitoque aqui”, mas as outras imagens são analisadas.

No campo, o goleiro Ronaldo insiste na reclamação: “se for bitoque, perde”. O VAR pede para verificar novamente as câmeras um, quatro e cinco usadas de apoio ao VAR.

Em outro diálogo entre José Cláudio Rocha e Hugo Corrêa ao analisarem imagens da câmera dois, que está focada de maneira invertida no lateral do Goiás, o VAR diz “vê pela rotação da bola, o que você acha?”. “Não dá para ter certeza, você tem certeza que tocou?”.

O AVAR recomenda a câmera cinco e o VAR volta a questionar “você tem certeza que tocou?”. A resposta inicial do AVAR foi “por essa imagem não tem como falar”.

<img attr-cid="policy:1.3020364" attr-version="policy:1.3020364:1681905806" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3020364/WhatsApp Image 2023-04-19 at 08.53.41.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Hugo Corrêa (E) e José Cláudio Rocha/SP (centro) revisam dois toques na cobrança do lateral esquerdo Hugo, do Goiás, na final do Goianão 2023 (Reprodução/FGF TV)

Após revisar imagens por ângulos de diferentes câmeras (um, dois, quatro e cinco), José Cláudio Rocha analisa a imagem da câmera cinco e diz: “É, toca Hugo. Os pés estão muito juntos”. O AVAR Hugo Corrêa reforça na sequência: “Parece que toca, cara. Pela rotação da bola eu achei”.

O VAR pede novamente a imagem da câmera quatro (invertida), e diz “É, toca. Ele (Hugo) ia tocar a bola lá do outro lado. E perde o penal, hein”. A informação sobre o pênalti ser anulado é reforçada por Hugo Corrêa: “Perde penal, pela cinco pra mim pega, cara”.

Depois de 2 minutos e 42 segundos após a autorização da cobrança, José Cláudio Rocha chama o árbitro Wilton Pereira Sampaio e diz: “Ok, Wilton. VAR falando. Houve o bitoque, ‘tá’”. Na sequência, o árbitro de campo confirma a informação e diz: “Então perdeu o pênalti, ‘né'?!'”.

Wilton Pereira Sampaio caminha na direção da marca da cal acompanhado por Tadeu e há repetição por membros da arbitragem de que “houve dois toques” e para que o goleiro alviverde se dirija para o gol para a cobrança de Bruno Tubarão, do Atlético-GO. As cobranças das penalidades ficam paralisadas por quase quatro minutos.

Antes da cobrança final, o goleiro Tadeu chega próximo do árbitro Wilton Pereira Sampaio questiona a decisão. O árbitro diz que "pela reação dele (Hugo) foi (bitoque) Tadeu”.

Na sequência, Bruno Tubarão bate a quinta cobrança do Atlético-GO, marca e define a disputa das penalidades: 5 a 4 para o Dragão, que conquistou o bicampeonato goiano.

<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/7Gh2n10Fmk8" title="YouTube video player" width="560"></iframe>

Final do Goianão: FGF divulga análise do VAR de pênalti com dois toques do lateral Hugo, do Goiás

Polêmica

O recurso do árbitro assistente de vídeo (VAR) não funcionou no jogo de ida da final do Campeonato Goiano, no Estádio Antônio Accioly, neste domingo (2). O sistema apresentou falhas técnicas em 7 das 11 câmeras necessárias para a operação e isso inviabilizou a utilização da ferramenta.

Antes da bola rolar, o árbitro da partida Ramon Abatti Abel (Fifa/SC) chamou os capitães das duas equipes, os goleiros Ronaldo (Atlético-GO) e Tadeu (Goiás), para anunciar que não seria possível utilizar o VAR na partida. A princípio, tentativas de correção do problema seriam feitas para que o a ferramenta pudesse funcionar. Inicialmente, o problema informado era no sinal entre o campo e a central.

No entanto, o VAR não esteve em funcionamento em nenhum momento da partida. Presidente da Federação Goiana de Futebol, Ronei de Freitas explicou o que aconteceu.

“Tivemos problemas técnicos que inviabilizaram o VAR. Só tinha imagens de quatro câmeras, e o protocolo da FIFA não permite”, explicou o dirigente.

Leia também:

+&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/esporte/mozart-ve-vantagem-pequena-do-atletico-go-e-pede-humildade-para-o-jogo-da-volta-1.3014916" target="_blank">Técnico do Atlético-GO vê vantagem pequena e pede humildade</a>

+&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/esporte/apos-derrota-do-goias-guto-ferreira-aposta-em-reverter-resultado-buscar-tudo-na-serrinha-1.3014912" target="_blank">Guto Ferreira aposta em reverter resultado na Serrinha</a>

Sem o funcionamento de todas as câmeras previstas no protocolo, a árbitra Daiane Muniz (VAR-Fifa/SP), não pôde prosseguir com o trabalho e houve a comunicação com o trio de arbitragem central da partida de que o recurso não estaria disponível.

Ronei de Freitas disse que vai cobrar explicações por parte da empresa responsável pela operação do VAR. “Vou cobrar da empresa contratada e responsável pelo VAR, ela é uma das homologadas junto à Fifa.”

De acordo com o dirigente, essa conversa será decisiva para a tomada de decisão sobre como e com qual empresa será feita a operação do VAR no jogo da volta.

Dirigentes dos dois clubes comentaram a ausência do VAR em um jogo tão importante. Adson Batista, presidente do Atlético-GO, logo após o jogo, disse que não sabia da informação sobre a inoperância do sistema. “Para mim, isso é novo, péssimo, eu não sabia. Eu desci do camarote e não tinha essa informação. É muito ruim porque o VAR é justo. Quando funciona bem, ele ajuda. Mas os dois gols do Atlético-GO eu vi na televisão e foram normais”, disse Adson Batista.

Apesar de muita reclamação dos torcedores sobre a atuação de Ramon Abatti Abel, muitos cobrando até mesmo a ação do VAR sem saber sobre a situação de impossibilidade de uso da ferramenta, as duas diretorias tiraram o peso da influência da arbitragem sobre o resultado da partida. As reclamações foram pontuais em alguns lances, mas sem maiores polêmicas.

No jogo da volta, o árbitro escalado é Wilton Pereira Sampaio (Fifa/GO), auxiliado por Bruno Pires (Fifa/GO) e Tiago Gomes (GO). José Cláudio Rocha (VAR-Fifa/SP) será responsável pelo VAR.