Após período de licença da presidência do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro está de volta e promete time competitivo e com poucos erros para a disputa da Série A do Brasileiro, que começa em dois meses. O dirigente não tem pressa para contratar treinador e quer preparar o clube, por meio de alterações no estatuto, para se tornar Sociedade Anônima do Futebol (SAF) por acreditar que isso pode fazer o alviverde “buscar novos patamares dentro do futebol brasileiro e mundial”. Confira os principais trechos da entrevista ao POPULAR.Você disse, após voltar da licença, que não vai mais viver 24 horas o clube. O que isso significa, o que você tem delegado para outras pessoas?Tenho feito uma gestão mais normal, menos centralizadora, com mais poderes aos vices e diretores. Apenas isso, como em qualquer empresa.Vai chegar técnico até a estreia do Goiás na Copa do Brasil?Técnico vai chegar quando encontrarmos um nome que nos agrade, que entenda nossa filosofia e que se encaixe em nosso orçamento financeiro.Você avalia que as dificuldades no início do Campeonato Goiano já passaram, que continuam, que são normais?São totalmente normais. Vários e vários clubes da Série A estão passando por adequações, e temos até o dia 31 de março para formatar a equipe. Sabemos de nossas carências na equipe, estamos atrás, mas sem fazer loucura. Em 2021, erramos muito pouco e assim queremos fazer este ano, contratar o mais certo possível. A torcida tem que entender que trazemos jogadores para jogar e para compor elenco. Não vão vir só jogadores de alto nível, não temos essa condição financeira ainda e a (categoria de) base do clube não nos entregou ninguém para este ano. No início de temporada, o mercado está muito aquecido, um leilão a todo momento e querem luvas para trazer jogador. Agora, já estão bem mais reais os valores. Vai dar certo. Além disso, precisamos trazer jogadores desconhecidos com potencial para, quem sabe, ao fim da temporada podermos fazer algum ganho (financeiro) com eles.O que ficou decidido sobre a próxima etapa de construção na Serrinha?Não temos nada decidido, apenas planos e conversas iniciadas ainda no ano passado que esfriaram muito. Teremos algumas obras pontuais para adequação a normas e regulamentos, estamos dobrando o tamanho dos banheiros do tobogã, finalizando uma parceria para os bares e nova logística de venda para eles e, talvez, o Bar VIP saia do papel através de uma parceria. Fora isso, qualquer outra coisa demanda muitos recursos financeiros que não temos. Ainda temos dívidas a serem pagas neste ano que, se não tivermos nenhum imprevisto, ficarão apenas as mais antigas que não nos atrapalham tanto.O primeiro ano de sua gestão teve como mote principal a volta para a Série A e a reorganização do clube. Qual será o principal objetivo de 2022?Como sempre disse, desde a minha posse, o Goiás precisava voltar a crescer em todos os setores, mudar a forma de pensar e de fazer gestão. O primeiro passo foi conhecer as dívidas herdadas, equacionar a forma de pagamento, planejar como pagar, enxugar os gastos, otimizar a gestão e subir a equipe para a Série A. Tudo que foi planejado para 2021 deu certo, em todos os aspectos. Em 2022, continuamos com os mesmos projetos de 2021, precisamos dar, no mínimo, mais um passo de crescimento, subir mais um degrau rumo ao topo. Para isso, estamos discutindo um novo estatuto. Dentro dessa discussão, se abre um leque de outras, como uma nova forma de gestão, de governança, um novo modelo político interno, a preparação para se tornar uma SAF (Sociedade Anônima para Futebol) para buscar novos patamares dentro do futebol brasileiro e mundial. Não pretendo ter mais nenhum cargo após meu mandato, apenas deixar o Goiás em rota de crescimento e preparado para o futuro, e esperar que os outros companheiros que vierem assumir não tenham medo das críticas, do fracasso e que não apareçam apenas nos bons momentos.