O skatista Sandro Dias, campeão mundial também conhecido como Mineirinho, encarou a descida de 70 metros e quebrou o recorde mundial. Ele fez a manobra no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), edifício que abriga a maior parte das secretarias do Governo do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e que tornou-se nesta quinta-feira (23) a maior rampa de skate do mundo.&nbsp;

As manobras foram realizadas em evento organizado pela Red Bull, que fez uma parceria com o governo gaúcho para realizar uma ação publicitária no local.

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Ao todo, foram sete descidas. A primeira começou com Mineirinho a 30 metros de altura, e ele foi aumentando gradativamente o desafio, com 40m, 50m, 55m e 60m. Um recorde mundial foi estabelecido com a descida de 65m, mas faltava uma.

A descida final, a partir de uma altura de 70m, durou aproximadamente sete segundos, do "drop" até o momento em que o atleta atingiu a proteção, já no nível da rua.

A cada manobra de skate rampa abaixo, o skatista colidia contra uma parede de espuma para amortecer o impacto. Depois, voltava ao topo do prédio e retornava de rapel ao ponto que era a base para descida.

O governo havia informado que o evento não seria aberto ao público. De acordo com o Executivo estadual, a ausência de plateia seguiria protocolos de segurança adotados em eventos semelhantes.

Apesar disso, os funcionários do Centro Administrativo lotaram o pátio, assim como centenas de pessoas que se acumularam nas calçadas da avenida Augusto de Carvalho, no bairro Praia de Belas, para acompanhar o evento.

Havia pessoas fazendo churrasco, ambulantes vendendo bebidas e jovens skatistas praticando na calçada.

Inaugurado nos anos 1980, o CAFF virou um ícone da arquitetura porto-alegrense e inspirou gerações de jovens a imaginar descidas de skate por sua fachada inclinada. Para o evento, a ala norte do prédio de 85 metros de altura e 21 andares recebeu estruturas provisórias que prepararam o local para a manobra.

"Isso sempre esteve no meu imaginário como pessoa que vive a vida toda em Porto Alegre", disse a líder de projetos em TI Marina Engrasia, 29. "Descobri que o prédio se chama CAFF hoje, porque para mim sempre foi o prédio da rampa de skate."

Além das estruturas montadas para a descida, o prédio recebeu letreiros da Red Bull e uma faixa vermelha estampada com o símbolo da grife Prada, parceira do evento.

De acordo com o Executivo estadual, não houve custos públicos envolvidos. Em troca da cessão do espaço, a Red Bull se comprometeu a construir duas rampas de skate no estado.

Sandro Dias quebra recorde mundial ao descer megarrampa em prédio

Esporte

Esporte - título

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Matéria - Esporte

Rayssa Leal é a maior campeã da Street League Skateboarding (SLS). Aos 16 anos, a maranhense conquistou, neste domingo (15), seu terceiro troféu do Super Crown, disputado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, em final decidida na última manobra. Com o título, ela supera a compatriota Pâmela Rosa, que detém dois troféus (2019 e 2021).

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Diante de um ginásio lotado que vibrou a cada manobra da brasileira desde o aquecimento, ela transformou a pressão em incentivo e somou 35.4 pontos -valem as quatro melhores notas alcançadas entre duas voltas de 45 segundos e cinco tentativas de manobra.

As japonesas Coco Yoshizawa, 15, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Paris-2024, e Yumeka Oda, 18, completaram o pódio, com 35.2 e 33.7 pontos, respectivamente.

Após um bom início nas voltas, com duas linhas limpas de notas 8.2 e 8.5, ela teve um começo ruim nas manobras, com quedas nas primeiras tentativas.

Na terceira e sem poder mais errar, pediu o apoio do público, cravou a manobra e conseguiu um 9.1. Depois, fez um 8.7 e precisava de mais uma nota 9 na última manobra para assumir a liderança. O público gritava seu nome quando o telão enfim exibiu a nota: 9.1.

Considerada a maior adversária da Fadinha na final, a australiana Chloe Covell, 14, terminou a parcial das voltas em primeiro, com um 8.6. Após fazer um 8.1 e um 8.3 nas manobras, podia ultrapassar Rayssa se alcançasse 8.8 na última tentativa, mas caiu e ficou fora do pódio, com um total de 32.9.

"As duas quedas me desanimaram um pouco, mas vocês me animaram bastante", disse Rayssa para o público após a confirmação do título. "Essa vitória é para vocês também."

Ainda neste ano, ela já havia faturado seu segundo Campeonato Mundial de Skate, este organizado pela World Skate, em Roma, e ficado com o bronze nas Olimpíadas de Paris.

Rayssa fez valer o fator casa para conquistar o tricampeonato consecutivo na SLS: em 2022, levantou a taça no Rio de Janeiro e, no ano passado, repetiu o feito também na capital paulista. 
"Quando a gente está dentro da pista parece que estão abraçando a gente, obrigada a todo mundo pela torcida", completou a tricampeã.

A única vez em que o Brasil recebeu o Super Crown e não teve Rayssa no pódio foi em 2018. À época com 11 anos, ela terminou em 13º nas eliminatórias e não avançou à fase final da etapa disputada no Rio. No ano seguinte, em São Paulo, a maranhense já apareceu no pódio e garantiu dobradinha brasileira ao ficar com a prata.

A medalhista olímpica classificou-se à final do Super Crown de 2024 de forma direta, pelo ranking, sem precisar passar pelas eliminatórias que ocorreram neste sábado (14).

Nas etapas desta temporada, ela venceu em San Diego e Tóquio, ficou em segundo em Paris e terminou na quarta posição em Sydney. Das 18 finais consecutivas que disputou nas etapas do circuito, saiu vitoriosa em 11 -é o recorde entre as mulheres.

E o que ela pretende fazer a seguir? "As próximas metas são fortalecer meu mental, meu físico, continuar bem na escola no meu último ano, ter um tempinho com a família, passar o Natal todo mundo junto e andar mais de skate", disse à reportagem.

Rayssa Leal é tricampeã mundial e torna-se a maior vencedora da SLS

Skate

Entre os dias 15 e 17 de novembro, a Ambiente Skate Shop realiza a 15ª edição do Goiânia Crew Attack, um evento de skate que reunirá cerca de 200 inscritos e tem expectativa de público de 3 mil pessoas durante o final de semana. Os organizadores também esperam a presença de Augusto Akio, o Japinha, medalhista nas Olimpíadas de Paris-2024.

Na sexta-feira (15), as baterias serão às 16 horas. No sábado (16), haverá a disputa da 3ª bateria a partir das 18 horas. No domingo (17), dia de encerramento do evento, as baterias serão realizadas às 15 horas e às 17 horas. Todas elas vão acontecer na Base Ambiente.

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De acordo com Daniel Atassio, organizador do evento, o Goiânia Crew Attack foi criado em 2009 com o intuito de reunir os amigos e disputar cinco baterias através das “crews” - grupos de três a cinco integrantes. As inscrições deste ano começaram em 1º de novembro e a edição de 15 anos já está com quase 40 crews confirmadas.

“Estamos com recorde de inscritos. A ideia era um evento híbrido, com espaços públicos e nossa pista coberta. Isso garantiria bastante público. Mas, com a iminência de chuva, vamos fazer na pista de skate coberta. Para o público é aberto, só chegar e assistir”, comentou Daniel ao POPULAR.

O número de 3 mil espectadores é uma projeção para todo o final de semana. A Base Ambiente, onde haverá a realização do evento, comporta cerca de 800 pessoas por vez, em sua lotação máxima, e a expectativa é de ter casa cheia durante os dias da competição.

Presença do Japinha

Augusto Akio, o Japinha, foi medalhista de bronze na modalidade de skate park masculino nas Olimpíadas de Paris-2024. Daniel Atassio confirmou que o skatista estará no 15º Goiânia Crew Attack e a previsão é de que ele chegue em solo goianiense nesta quinta-feira (14) para participar do evento.

Em edição de 15 anos, torneio de skate prevê convidado especial em Goiânia

Evento

Outras duas modalidades que tiveram muito sucesso nas Olimpíadas de Paris foram o vôlei de praia, com a medalha de ouro da dupla feminina formada por Duda e Ana Patrícia, e o skate, com os bronzes de Rayssa Leal no street feminino e de Augusto Akio no park masculino. Como ocorreu com a ginástica e o judô, os dois esportes influenciaram atletas brasileiros.

De acordo com Tanner Guissoni, treinador da seleção goiana de vôlei de praia, houve um aumento na procura de alunos pelo esporte, com aulas todos os dias da semana no CT Guissoni, em Goiânia. Isso se deve tanto pela influência das Olimpíadas quanto pelo crescimento de outras modalidades semelhantes no estado.

“A procura aumentou, principalmente com crianças do sexo feminino, de 10, 11, 12 anos. Tem uma procura muito grande por escolinhas, estamos até abrindo turmas infantis pela manhã e pela tarde, que não tínhamos. O vôlei de praia está crescendo muito aqui em Goiás. O aumento das quadras de areia também foi muito importante. Com o crescimento do beach tennis e do futevôlei, o vôlei de praia também cresceu. E agora, com essa medalha, tem tudo para deslanchar”, apontou, referindo-se ao ouro de Duda e Ana Patrícia.

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Júlia Porfírio (E), Ângela Porfírio (C) e Pedro Henrique Porfírio (D): família unida na prática do vôlei de praia (Wesley Costa / O Popular)

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As Olimpíadas de Paris impactaram na procura de novos alunos, mas também serviram para renovar o ânimo de quem pratica o vôlei de praia há um tempo. É o caso de Ângela de Fátima, médica ginecologista e obstetra de 54 anos, que começou a jogar a modalidade há cerca de nove meses, sendo que antes disso praticava vôlei de quadra.

“Tive o primeiro contato com vôlei aos 12 anos em aulas de Educação Física na escola e logo já era da seleção do time. Fui da seleção de vôlei de quadra em todas as escolas que estudei, inclusive da faculdade. Depois que me formei, casei e tive dois filhos, parei de jogar por muitos anos porque minha profissão exigia muito tempo e dedicação, mas fui a grande incentivadora dos meus filhos. Ensinei os primeiros passos e, depois que aprenderam, (eles) foram meus incentivadores para voltar a treinar após mais de 20 anos sem jogar”, narrou Ângela.

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Atualmente, ela pratica vôlei de praia ao lado dos filhos Pedro Henrique, de 24 anos, e Rafael Porfírio, de 22, ambos estudantes de Medicina, além da sobrinha Júlia Porfírio, de 17 anos, que está cursando o 3º ano do Ensino Médio, e da nora Paola Ochoa, de 25 anos, que também é estudante de Medicina e conheceu Pedro jogando vôlei de praia.

“Comecei o vôlei de praia em 2021, quando uma amiga da faculdade me chamou para um torneio de duplas mistas, mas treinar mesmo foi no começo deste ano, apesar de já jogar na quadra desde criança. Fui mais influenciado pela minha família do que o contrário, mais especificamente pela minha mãe, que jogava desde mais novinha também e introduziu a mim e ao meu irmão ao esporte”, contou Pedro Henrique.

Para Pedro, os Jogos Olímpicos de Paris foram uma influência positiva. “As Olimpíadas são um gás para todos que gostam e jogam o esporte, não é? Todos comentam sobre lances que viram e atletas que mais gostam. E o Brasil ter ganhado com a Duda e a Ana foi motivo de muito orgulho e alegria. Ver o esporte que amamos ser tão bem representado deixa todo mundo com mais vontade de jogar”, disse.

Ângela compartilha da opinião do filho. “As Olimpíadas não deixam de ser um incentivo porque ver as jogadoras praticando toda a técnica e jogadas que o professor nos ensina é muito legal. E hoje, além dos meus filhos, minha sobrinha e minha futura nora também se juntaram a nós. Somos uma família unida no vôlei de praia.”

Skate

O skate é uma modalidade olímpica há duas edições dos Jogos e ganha cada vez mais projeção no Brasil. Em Goiânia, um exemplo é a Associação Overall Skateboard, que tem parceria de iniciação esportiva com o projeto Educa Skate para introduzir jovens na modalidade, com prática no Parque Marcos Veiga Jardim e alugueis e vendas de patins, skates e peças em geral.

“Estamos com um ambiente bem legal, onde conseguimos receber famílias. Se (o filho) estiver na pista de skate, o pai ou a mãe pode se sentar lá no bar, comer alguma coisa, tomar um açaí depois da escolinha, espeto, hambúrguer, então está bem legal”, contou Matheus Campos, presidente da Overall e proprietário do Session Bar.

Os estudantes Lucas Leal, de 14 anos, e Elias Borges, de 13, estão entre os adolescentes que praticam skate em Goiânia. Lucas iniciou em outubro de 2022, enquanto Elias começou a se aventurar na modalidade na metade de 2023. Cada um deles se inspira em um dos medalhistas de bronze em Paris.

“Com certeza, ver todo o esforço dos skatistas posto em prática é realmente muito inspirador. Augusto Akio foi uma das minhas maiores inspirações, foi o primeiro skatista que vi andar de skate na vida, lembro de vê-lo em um vídeo do YouTube quando eu tinha 10 anos. Ele não é só uma inspiração no skate como também é na vida”, revelou Lucas.

Augusto Akio, o Japinha, conquistou o bronze no skate park em Paris mesmo depois de sofrer uma lesão no pé dias antes do início das Olimpíadas. O skatista, que é de Curitiba, também exigiu habilidade com malabares na final olímpica, o que ele diz que ajuda na concentração e no relaxamento durante as disputas.

Elias, que pegou firme no skate muito pelo embalo das Olimpíadas, tem como fonte de inspiração a “fadinha” Rayssa Leal e declarou que o skate, assim como qualquer esporte, tem o potencial de abrir portas. “Qualquer pessoa que se esforçar o suficiente pode representar o próprio país.”

Duda, Ana Patrícia, Rayssa e Augusto: as fontes de inspiração no vôlei de praia e skate

Paris-2024

A cidade de Imperatriz, no Maranhão, parou mais uma vez para receber Rayssa Leal, 16, após mais uma conquista esportiva. Medalha de bronze nas Olimpíadas 2024, a skatista chegou no início da noite desta terça-feira (13) no Aeroporto Prefeito Renato Moreira e ganhou uma recepção calorosa dos conterrâneos.

Rayssa desfilou em cima de um carro do Corpo de Bombeiros com a família e amigos próximos. Ela foi aplaudida pela multidão que acompanhava a carreata e nos registros, a atleta aparece dançando e interagindo com os fãs ao som de "A Favela Vai Virar Baile", de MC Nau, Rodrigo do CN &amp; MC RF.

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Antes de chegar à Imperatriz, a skatista contou sobre a homenagem da cidade e fez questão de agradecer aos organizadores. Rayssa Leal retornou à escola na manhã desta quarta-feira (14), onde recebeu mais homenagens com direito até da banda musical do Exército Brasileiro no pátio do Colégio Cebama.

Ela, que cursa o 2º ano do ensino médio, teve também o mural de fotos atualizado na entrada da escola com a conquista do bronze nos Jogos Olímpicos de Paris. Rayssa quebrou mais um recorde para o esporte olímpico mundial ao se tornar a mais jovem da história, entre homens e mulheres, a ir ao pódio em duas Olimpíadas diferentes. Ela já havia conquistado a prata em Tóquio 2020 no skate street.