O treinador Rafael Lacerda se aproxima dos três meses de trabalho no Atlético-GO - a chegada dele ao Dragão foi anunciada no dia 19 de julho, em meio a uma das piores crises técnicas do clube na temporada. Ele conseguiu mudar o rumo da equipe na Série B e chegou a criar a expectativa de brigar pelo acesso à elite nacional.

Lacerda cumpriu a meta de livrar o time do risco de Z4, obteve a melhor sequência em termos de resultados - oito jogos invicto, com cinco vitórias e três empates -, mas agora terá a missão imediata de recuperar o Dragão na Série B no clássico contra o Vila Nova. O time vem de duas derrotas fora de casa: Coritiba (2 a 1) e Volta Redonda (3 a 0).

Apesar de elogiado pelo presidente do clube, Adson Batista, Rafael Lacerda tem futuro que vai depender da capacidade de gerir a equipe num momento de resultados negativos, de se reabilitar e de começar o processo de reformulação do elenco paralelamente à conquista de bons resultados nas seis rodadas derradeiras da Série B. O contrato dele é para a Segundona.

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Após a goleada para o Volta Redonda, Adson Batista avisou que o Dragão iniciará a renovação do elenco e terá de usar jogadores que estão com a cabeça no clube.

Em algumas entrevistas, o treinador manifestou o desejo de continuar no clube, pois oferece estrutura de trabalho e tem boa retaguarda. Adson Batista também fez alguns elogios ao treinador, mas a questão da permanência dele estará em avaliação nas próximas rodadas, inclusive na capacidade de levar o time à vitória no clássico, diante do ex-clube e no qual Lacerda foi campeão do Estadual após jejum colorado de 20 anos.

Os dois reveses seguidos na Série B esfriaram a empolgação da torcida atleticana. A atuação da equipe foi criticada, pois o time sofreu cinco gols no segundo tempo, não jogou em linha alta, criou poucas chances de gol e não repetiu a competitividade mostrada anteriormente.

A goleada de 3 a 0 sobre o Athletico-PR, antes das duas derrotas, saltou aos olhos, pois o time mostrou volume de jogo do começo ao fim, desfalcado de três titulares. A equipe também mostrou variações táticas. Além de vencer e convencer, o técnico apostou no prata da casa, o meia-atacante Yuri Alves, o que os treinadores anteriores não fizeram.

Rafael Lacerda também foi decisivo para a recuperação do lateral esquerdo Guilherme Romão, agora titular e capitão do time.

Sob o comando de Rafael Lacerda, o Dragão atuou 15 vezes - são seis vitórias, cinco empates e quatro derrotas (51,1% de aproveitamento).

Porém, as decisões e as estratégias nos últimos jogos não foram bem digeridas. Lacerda reconheceu “erros” em Volta Redonda e não deve mais arriscar na escalação de jogadores fora das posições de origem.

Dudu, recuperado de contratura muscular, voltou a treinar nesta quarta-feira (15). Um outro lateral direito, Valdir Júnior, também deve se encontrar na disputa por vaga no time.

Técnico do Atlético-GO precisa recuperar time para clássico após duas derrotas

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Série B

O técnico Fábio Carille explicou o que deseja mudar no início de trajetória no Goiás e acredita que o aspecto da confiança será o imediato a ser ajustado por ele e sua comissão. O treinador foi apresentado de 52 anos foi apresentado nesta quarta-feira (15), após comandar o primeiro treino pelo clube esmeraldino.

“Nesse momento temos que trabalhar a organização, mas deixar as coisas definidas para os atletas irem bem. Vamos trabalhar a confiança. Nesse momento (de crise), o atleta perde a confiança. Vamos resgatar isso, passar os números da temporada, um deles é esse de ter ficado três, quatro jogos fora do G4. Vamos ajudar isso (confiança) para conquistar o objetivo da temporada”, disse o treinador em uma das suas primeiras palavras como técnico do Goiás.

Fábio Carille terá quatro dias de treinos até a estreia contra a Chapecoense no domingo (19) e acredita que, em campo, deve fazer poucas mudanças no estilo de jogo do Goiás.&nbsp;

“Já vai ter algumas coisas assim do que eu penso, mas enfatizando o que estava sendo feito. Não posso chegar e querer mudar tudo de uma vez. Eu quero ajustar a confiança dos atletas para que tenham desempenho em campo”, completou o treinador, que revelou ter exigido contrato longo com o Goiás.

O vínculo do treinador é válido até o fim do ano que vem. “Eu vim com a ideia de criar um projeto. Eu acredito na continuidade. Minha maior experiência foi no Corinthians, com mais de dez anos. Eu quero ter essa continuidade no Goiás, por isso exigimos o contrato longo”, reforçou Fábio Carille.

O treinador terá seis jogos para liderar o Goiás na busca pelo acesso à Série A. O time goiano perdeu duas posições na 32ª rodada, é o atual 4º colocado com 52 pontos.&nbsp;

“Na minha cabeça não são seis jogos, é o próximo jogo. Vou trabalhar essa dinâmica com os atletas o tempo todo. O foco nesse momento é a Chapecoense, jogo em casa, confronto direto que tratamos como decisão. Vou levar assim jogo a jogo. Sei que os últimos resultados não foram bons. Acho que mais sentiu isso foi o Vagner Mancini, as coisas às vezes não acontecem como a gente quer. Existe trabalho, direção. Eu não quero chegar aqui e mudar tudo de uma vez, a chance de dar errado é grande”, salientou o novo treinador do Goiás.

A equipe goiana será a terceira que o técnico comanda na atual temporada. Antes, ele esteve no Vasco (foi demitido em abril) e Vitória (permaneceu entre julho e agosto). Para o treinador, o acerto com o Goiás também é uma chance de se reerguer.

“Todos os profissionais querem melhorar sempre. No Vasco, muitas coisas não entendemos o motivo. Eu saí com o time na zona de classificação na Sul-Americana, classificado na Copa do Brasil e em 11º na Série A, onde estão hoje. Não mudou muito, ou nada e estão na mesma. No Vitória ocorreram situações de nove, dez jogadores fora por cartões, suspensões. Perdemos o Jean Mota (acertou com o Vila Nova), o Rato (para o Goiás) e o Mosquito foi para o futebol japonês. Claro que fica o aprendizado, fiz o meu melhor. Estou aqui (no Goiás) para fazer o meu melhor, acredito que vou ter sucesso aqui”, comentou o treinador.

Confira outros trechos da coletiva de Fábio Carille:

Acerto com o Goiás 
-Meus empresários me ligaram na segunda (13), por volta de 17 horas falando do interesse. Eu acompanho tudo de futebol, então na hora que recebi a mensagem de um início da possibilidade, eu procurei informações sobre o elenco. O que me deu forças para vir, além da história, é o elenco que tem. Não ficou 29 rodadas entre os quatro primeiros sem qualidade, sem valor. Eu conheço 80% do grupo. Alguns jovens eu conheço menos, mas no dia a dia vou conhecer. Isso me deu força para acertar e buscar o acesso.

Problemas de finalização do Goiás 
-A pressão acaba acontecendo por torcida, imprensa, às vezes o jogador não se posiciona bem para finalizar. Aí acaba errando a finalização, o gol. Isso se passa muito pela confiança, o trabalho para circular a bola, que vamos ajustar.

Parcela de responsabilidade caso não conquiste o acesso 
-A partir do momento que eu aceito o desafio, a responsabilidade é minha independentemente do que aconteça. O técnico dá direção daquilo que você quer dos atletas, estou ali para suporte e confiança. A partir do momento que aceitei, sou responsável por tudo que vai acontecer.

Passagem pelo Santos 
-Tudo que aconteceu tem muito pouco do que acontecia em campo, era mais bastidor e situações que eu não podia me posicionar. Tomou proporção que ficou difícil de segurar. O que me fez ficar até o final foi que a diretoria e pessoas do clube sabiam o que estava acontecendo. Muito pouco era o que acontecia dentro de campo. Foi um ano de remontagem. Para retomar o caminho nesse momento é com muito trabalho, tem que deixar claro o que os atletas podem fazer em campo e sem deixar dúvidas do que tem que fazer. Amanhã (quinta, 16) já quero definir o time (do Goiás) para ter três dias e não ter dúvida sobre o trabalho.

Fábio Carille explica o que quer mudar no Goiás e diz que jogos finais na Série B serão encarados como decisões

Novo comando

Três auxiliares chegam ao Goiás junto com Fábio Carille, técnico contratado na segunda-feira (13) e que assume o time esmeraldino para buscar, nas seis últimas rodadas da Série B, o acesso à Série A.

Após 32 rodadas, o Goiás é o último clube dentro do G4 - está em 4º lugar com 52 pontos, a 1 ponto da Chapecoense, que está em 5º.

Na última terça-feira (14), dois adversários que poderiam ultrapassar (Chape) e encostar (Athletico-PR) no Goiás tropeçaram e empataram.

Os auxiliares que integram a comissão técnica de Fábio Carille e chegam ao Goiás são:

Cuca: é Leandro da Silva, auxiliar de Carille desde 2017, quando estavam no Corithians

César Mendes, é analista de desempenho e também trabalha com Carille desde a época do Corinthians

Denis Luup, preparador físico, é o integrante mais recente da comissão de Carille - passou a trabalhar com o técnico em 2021, a partir da experiência no Al Ittihad, da Arábia Saudita

Quem chega ao Goiás junto com Fábio Carille; conheça a comissão técnica

O trabalho do técnico Fábio Carille no Goiás vai começar com o clube dentro do G4. O time poderia deixar a faixa do acesso nesta terça-feira (14), mas o empate da Chapecoense com o Botafogo-SP por 1 a 1 manteve o clube goiano no G4. O Goiás é o 4º colocado com 52 pontos.

Se vencesse o Botafogo-SP em casa, a Chapecoense ultrapassaria e empurraria o Goiás para fora do G4. A equipe catarinense tem 51 pontos.

Fábio Carille vai estrear pelo Goiás no próximo domingo (19), na Serrinha, a partir das 20h30, diante da Chape. Também enfrenta, na ordem, Criciúma (fora), Athletico-PR (casa), Cuiabá (fora), Novorizontino (casa)&nbsp;e&nbsp;Remo&nbsp;(fora).

Goiás termina 32ª rodada da Série B no G4

Segundona

Goiás e Fábio Carille terão seis decisões na reta final da Série B para a conquista do acesso à Série A. O time goiano está em seu pior momento na competição nacional, apesar de seguir no G4, e a sequência de cinco jogos sem vencer resultou na troca no comando técnico, com a demissão de Vagner Mancini e a contração do ex-treinador de Corinthians, Santos e Vasco.Para subir à elite nacional, Fábio Carille terá de encontrar respostas de maneira rápida no Goiás, dentro e fora de campo, e vai ter de fazer isso no cenário de jogos “que valem seis pontos”, pois todos os duelos serão confrontos diretos entre equipes que buscam o acesso à Série A.“O foco agora é organizar o time e reerguer o moral. Ele (Fábio Carille) precisa dar identidade logo, pois essa oscilação do Goiás é típica de quem não sabe o que faz com e sem bola, algo que era ‘orgânico’ no 1º turno”, destacou o jornalista Elton Serra, da ESPN Brasil.“O primeiro é acalmar. O Goiás pode subir, tem boas chances, mas não dá para seguir em crise. Perto da reta final, tem de mostrar o tamanho do clube em comparação com os outros. O Goiás não pode arrumar crise. Tem que acalmar o vestiário, a situação com o torcedor”, reforçou o jornalista Mário Marra, da ESPN Brasil.Para Elton Serra, o momento do Goiás é mais preocupante fora de campo. O time aparenta ter perdido a confiança por causa da queda de desempenho no 2º turno, com apenas três vitórias em 13 jogos. “Fábio Carille precisa devolver confiança e padrão. Se fizer o Goiás parecer time de Série A de novo, o vestiário compra a ideia”, disse.“Tem alguns pontos base por onde passa o trabalho do Fábio Carille. A primeira coisa é o estado anímico dos jogadores, que já vai mudar com a mudança no comando. Sobretudo vai mexer com o vestiário. Fábio Carille é um treinador carimbado, é um cara ideal para mexer com a confiança do jogador. Não é uma certeza, mas é algo que precisa mexer no dia a dia”, salientou o jornalista Celso Ardengh, da ESPN Brasil.A defesa do Goiás é um aspecto que os comentaristas acreditam que é urgente melhorar. “O Goiás precisa voltar a defender bem sem matar o ataque. Duas ou três vitórias nessa sequência já mudam o clima, ainda mais que os confrontos diretos valem ouro”, opinou Elton Serra.No returno, o Goiás sofreu 14 gols em 13 partidas. A média no 1º turno foi de 0,7 por partida (15 gols em 19 jogos). “Estancar a sangria das últimas 13 rodadas. O Goiás, nos últimos cinco jogos, não sofreu gols em dois. Quanto mais perto da reta final, o aspecto defensivo passa a ser muito mais importante. É um grande ponto que precisa ser atacado”, acrescentou Celso Ardengh.Para subir à Série A, o Goiás terá de vencer pelo menos quatro jogos nos seis que disputou. Isso exige mudança de comportamento na fase ofensiva. Fábio Carille trabalha o estilo ofensivo de maneira diferente de Vagner Mancini e terá de implantar seu estilo com pouco tempo de trabalho e exigência de resultados contra concorrentes diretos.“Também passa por uma nova organização ofensiva para que o time seja também mais criativo. É colocar jogadores de qualidade no 1x1, que os atacantes de beirada criem jogadas para si e facilitar o jogo do Anselmo Ramon. Dividir a responsabilidade da criatividade, eu sinto que em muitos momento, o Goiás fica sobrecarregado para criar com jogadores que não tem essa característica. O Rafael Gava não é 100% criativo, é mais volante do que meia, por exemplo”, opinou o comentarista Celso Ardengh.Fábio Carille vai estrear pelo Goiás no próximo domingo (19), na Serrinha, a partir das 20h30, diante da Chapecoense. As outras decisões na reta final da Série B serão contra, na ordem, Criciúma (fora), Athletico-PR (casa), Cuiabá (fora), Novorizontino (casa) e Remo (fora).