O técnico Vagner Mancini descarta pedir demissão do Goiás e mantém a convicção que o clube goiano vai subir à elite nacional. A pressão em torno do treinador cresceu após a derrota, de virada, para o CRB, nesta terça-feira (7) e sua saída chegou a ser cogitada pela direção esmeraldina, que se reuniu ainda na Serrinha depois do jogo válido pela 31ª rodada.

“Eu largar? De maneira alguma. Eu confio em todo mundo”, afirmou. “Eu não tenho dúvida do controle. Estou há bastante tempo no clube, no futebol. Eu tenho convicção que tudo vai dar certo, eu não tenho dúvida que vamos chegar ao acesso. Eu confio no meu time de trabalho e jogadores”, completou Vagner Mancini.

O treinador esmeraldino acredita que a mudança no cenário do Goiás passará por injetar “dose de confiança” no elenco do clube goiano. O time esmeraldino chegou ao quarto jogo sem vencer na Série B, segue na 2ª colocação, mas em crise técnica e de resultados que aumentam a pressão e deixam o alerta ligado na corrida pelo acesso à Série A.

“Eu confio na mudança baseado sobre o que eu conheço de futebol e do grupo de jogadores que estão aqui. Nós temos que descansar os atletas, mas ao mesmo tempo injetar superação e boa dose de confiança, que no futebol é muito importante. Para sábado (11), vamos ter a confiança para virar a chave”, reforçou o treinador do Goiás.

Vagner Mancini definiu a atuação contra o CRB como um “horror” e disse que ficou assustado com o desempenho físico do Goiás na Serrinha. “O Goiás não está jogando o futebol que eu quero ver. Eu tenho vontade de entrar em campo e bater nos jogadores, às vezes. Estou ali também como torcedor, mas tenho que mostrar equilíbrio”, salientou.

O treinador acredita que o desgaste da equipe no empate sem gols com o Volta Redonda, no sábado (4), e o pouco de descanso até o jogo desta terça-feira (7) foram cruciais para o desempenho ruim no aspecto físico diante do CRB.

“Assustou (o desempenho físico) e percebi no primeiro tempo. Eu vi que a gente sofreria na partida. Quando você faz o gol cedo e o adversário te empurra para trás, algo está errado. Naquele momento a torcida cantava com a gente, deveríamos ter tido o ímpeto de jogar, de sair de trás. A gente não conseguiu marcar os zagueiros, quebrar as linhas de passes e estávamos atrasados. Que tipo de solução que temos que ter? Voltar a jogar bem, dar moral para o jogador, mostrar para ele que é o momento de decidir. É o momento de diferenciar os meninos dos homens”, frisou.

O Goiás volta a campo no sábado para enfrentar o Athletic-MG, fora de casa. O time mineiro será o último adversário da equipe goiana antes de uma série de confrontos diretos, diante de equipes que estão nas primeiras colocações na reta final da Série B.&nbsp;

Essa sequência de partidas, contra Chapecoense, Criciúma, Athletico-PR, Cuiabá, Novorizontino e Remo, é o que mantém a confiança do treinador na busca pelo acesso. “É exatamente por causa dos confrontos diretos que vão dar o acesso. Se a gente ganhar a partida, o adversário não vai somar pontos. Eu acredito (no acesso) justamente por isso”, justificou Vagner Mancini.

Confira outros trechos da coletiva do treinador do Goiás 
Vantagem no G4 
-Nós tínhamos uma gordura no campeonato, que foi conquistado com os mesmos jogadores que aqui estão. Nós perdemos a vantagem porque as equipes que estavam fora do G4 se recuperaram.

Desempenho físico 
-Sábado (4) a gente fez o jogo em Volta Redonda, mas antes ficamos 4 horas parado na pista (na sexta, 3). Corremos muito mais que o Volta Redonda, buscamos o gol até o último minuto. Tivemos várias finalizações, bolas na trave e fomos à exaustão. Três dias depois entramos em campo novamente, não é desculpa, mas digo que percebi meu time cansado em campo. Jogadores que dotados de condição física grande, como (Willean) Lepo, (Rodrigo) Andrade e Juninho, sentiram. Eu tive um atleta com câimbra a dez minutos do segundo tempo. Não era pra ser assim.&nbsp;

Jogo contra o CRB 
-É jogo para ser esquecido, não só pelo resultado, mas pela atuação em geral. Diante de tudo isso, tenho certeza que no jogo de sábado (contra o Athletic-MG) e nos outros sete jogos vamos retomar o acesso. Essas dificuldades todas as equipe estão tendo. Outras equipes do G4 também perderam. Poderíamos ter feito melhor, mas diante do quadro, eu confio no grupo.

Confiança no acesso 
-O Goiás vai subir e eu não tenho nenhuma dúvida disso. É importante passar isso, o torcedor fica preocupado. Ele quer ganhar o jogo e entendo quando cobra de mim, dos jogadores. O torcedor está ansioso, mas temos que ser coerentes.

Vagner Mancini descarta pedido de demissão e mantém confiança no acesso: "O Goiás vai subir"

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Pressão

O goleiro Tadeu disse que é contra uma possível mudança no comando técnico do Goiás. O defensor, que foi o único jogador da equipe esmeraldina a falar depois da derrota para o CRB, frisou que cabe aos jogadores do clube goiano mudar a postura em campo para pôr fim a fase de oscilação do time alviverde na Série B.

“Difícil falar nisso,até injusto pela situação do campeonato. Cabe a gente (jogadores) assumir as responsabilidades e vamos ter uma conversa com o professor (Vagner Mancini). Sou completamente contra a mudança neste momento, não sou eu que define isso, mas é minha opinião. A mesma comissão e atletas que colocou o Goiás nesta situação de depender de si para subir é a mesma que pode reverter esse cenário”, afirmou o goleiro esmeraldino.

Tadeu acredita que a situação do Goiás só vai mudar na reta final da Série B com alteração da postura da equipe em campo. O goleiro entende que o time esmeraldino precisa voltar a jogar como foi no 1º turno, quando construiu a melhor campanha de um clube goiano na Série B, com 37 pontos.

“Estamos em reta final de campeonato e precisamos de atitude em campo. Está claro que estamos deixando a desejar. temos que vencer de novo para colocar o Goiás na Série A. A gente precisa da postura que tivemos no primeiro turno, que os adversários temiam quando enfrentam a gente. Nós precisamos ser essa equipe, essa atitude cabe a nós jogadores. Não está passando pra ninguém, mas a maior responsabilidade é nós que estamos em campo”, reforçou o goleiro do Goiás.

Após a derrota para o CRB, a torcida do Goiás vaiou a equipe esmeraldina e protestou contra a diretoria e o técnico Vagner Mancini.

“Tem total direito, críticas e cobranças são justas. Não podemos baixar a cabeça e seguir trabalhando. Quem está envolvido hoje na 31ª rodada são os mesmos que vão colocar o Goiás na Série A. Eu posso ficar aqui a noite inteira falando, mas o que vai mudar é a postura em campo e atitude daqui para frente”, salientou Tadeu, que mantém a confiança no acesso à elite nacional.

“Tenho a plena certeza que vamos continuar onde estamos (no G4) e no final vamos comemorar. Esse grupo já demonstrou que tem poder de reverter cenário difícil, só depende de nós. Precisamos ajustar uma mudança de comportamento em campo, ter algo a mais para cravar esse acesso”, concluiu o goleiro do Goiás.

Tadeu diz ser contra demissão de técnico no Goiás e que jogadores precisam mudar postura em campo

Pós-jogo

O meia do Atlético-GO, Kauan Rodrigues, atuou por 85 minutos na goleada do Dragão por 3 a 0, contra o Athletico-PR, no estádio Antônio Accioly. O jogador foi muito elogiado pelo treinador Rafael Lacerda, que definiu sua atuação como uma das melhores desde que chegou ao comando do time. O jogador falou sobre a partida.

“Vitória muito importante para o nosso grupo, para dar uma levantada. Estamos vindo de uma sequência muito boa, com oito jogos sem perder. Isso é muito importante para aumentar ainda mais nossa confiança e fortalecer nossa briga pelo acesso, que é o principal objetivo desse ano. Fico muito feliz pelo desempenho, não só meu, mas de toda a equipe. Três a zero contra uma equipe da parte de cima da tabela é muito importante”, disse Kauan.

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O jovem de 20 anos foi o escolhido para substituir o volante Luizão, suspenso após tomar o terceiro cartão amarelo. Com a exibição destacada pelo treinador, Kauan falou sobre o encaixe com Rafael Lacerda, disse que gostou de atuar como um segundo volante, mas está preparado para ajudar como for necessário.

“Como o professor (Rafael) Lacerda fala, uma equipe não é composta só pelos que começam jogando, mas por todo mundo. Então, estou aqui pra ajudar a conquistar esse acesso tão sonhado. O grupo comprou a ideia dele. É uma posição que eu joguei e gosto, de 8, segundo volante, tem a liberdade de ir ao ataque e defender. Qualquer lugar que ele quiser, vou estar disposto a jogar. Já fui utilizado como 5, como 10, como 8, e estou aqui para desempenhar meu melhor pelo Atlético-GO e pela equipe”, disse o meia.

Na partida contra o Furacão, o meio-campo do Atlético-GO foi composto por jovens jogadores: Kauan, com 20 anos, e Ronald e Robert, ambos com 22. Para Kauan, a mescla de juventude e experiência é o que vem dando um “gás a mais” para o time.

“Nosso meio-campo era bastante jovem, eu percebi isso também, e além de nós três tinha o Yuri (19 anos) ali também, que está fazendo muita diferença. Essa mescla de juventude com experiência dá um gás a mais para o nosso time. Mas todos do elenco estão capacitado”, disse o jogador.

Restando oito jogos para o fim da Série B, o Dragão terá confrontos contra times da parte de cima da tabela, começando com o Coritiba nesta quinta-feira (9), fora de casa. Para o jogador, são equipes de Série A e o Atlético-GO irá encarar cada jogo como uma final.

“Uma equipe que está brigando lá em cima, com o objetivo do acesso, não pode escolher adversário. Tem que encarar todos como uma final. Temos que ir para cima e tentar desempenhar o nosso futebol da melhor maneira. São oito decisões, estamos encarando esses últimos oito jogos como finais”, disse Kauan.

O Atlético-GO encara o Coritiba, pela 31ª rodada da Série B. O jogo será disputado na próxima quinta-feira (9), no estádio Couto Pereira, em Curitiba-PR, às 19h30.

(Augusto Nunes é estagiário do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)

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Meia do Atlético-GO fala sobre boa atuação e projeta sequência: "Desempenhar o meu melhor"

Série B

Juninhol, gol

Aquecimento - Goiás x CRB

O Goiás perdeu de virada para o CRB, em noite que terminou em protestos na Serrinha, e segue com alerta ligado na corrida pelo acesso à Série A. Nesta terça-feira (7), o time esmeraldino abriu o placar com gol relâmpago marcado por Juninho, enquanto Mikael e Dadá Belmonte, que fez valer a "lei do ex", anotaram os gols da vitória alagoana, por 2 a 1, na Serrinha, em jogo válido pela 31ª rodada.

Em crise técnica e de resultados, o Goiás chegou ao quarto jogo (três empates e uma derrota)&nbsp;sem vencer na Série B e sua situação, assim como a pressão em torno do técnico Vagner Mancini, piora a cada novo tropeço na competição.

O time goiano, 2º colocado neste momento, não vai deixar a faixa do acesso (G4), mas pode cair para a 3ª colocação no complemento da rodada e ver a diferença de quatro pontos para a Chapecoense, que ocupa o 5º lugar, ser reduzida para um ponto.

A noite parecia que teria história diferente das últimas rodadas para o Goiás, já que com 30 segundos de partida, Juninho abriu o placar na Serrinha. Após chute bloqueado de Anselmo Ramon, a zaga cortou mal dentro da área e a bola sobrou livre para o volante que bateu forte sem chance para o goleiro Matheus Albino.

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O que poderia ser um indício de um jogo tranquilo para o time goiano não se concretizou. O CRB dominou o primeiro tempo, criou chances consecutivas (o goleiro Tadeu fez três boas defesas) e empatou o duelo com Mikael, após cobrança de escanteio, ainda no primeiro tempo.

Na etapa final, o time goiano melhorou, foi para cima, mas deu espaços e voltou a sofrer com lançamentos longos nas costas da defesa.

Em um deles, o Goiás sofreu com a "lei do ex" na Serrinha. Depois de lançamento de Léo Campos, o atacante Dadá Belmonte, ex-jogador do clube goiano, ganhou na velocidade contra Willean Lepo e bateu de cobertura na saída do goleiro Tadeu.

Dadá Belmonte defendeu o Goiás nas temporadas de 2021 e 2022, com 73 jogos. O atacante foi um dos vários jogadores punidos, em 2023, por envolvimento no caso de manipulação de eventos no futebol brasileiro.

Quando defendia o clube goiano, Dadá Belmonte aceitou receber cartão amarelo em uma partida da Série A, contra o Fluminense, e foi suspenso por 600 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva - o jogador voltou a atuar nesta temporada, pelo CRB.

O ambiente de festa até o início do primeiro tempo mudou completamente com o desenrolar do jogo. Na etapa final, os cantos de apoio passaram a ser de protestos. As primeiras cobranças foram de que “o acesso é obrigação”, mas depois foram direcionadas, com xingamentos, para o técnico Vagner Mancini e o diretor de futebol Lucas Andrino.

Na reta final da partida, a torcida chamou o time do Goiás de “mercenário”, gritou “olé” ironicamente a cada troca de passes do CRB e vaiou a equipe goiana depois do apito final.

O elenco esmeraldino terá pouco tempo de descanso e se reapresenta nesta quarta-feira (8). No sábado (11), o Goiás encara o Athletic-MG, pela 32ª rodada, fora de casa, em nova tentativa de voltar a vencer na Série B. O lateral Diego Caito será desfalque após receber o terceiro cartão amarelo.

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FICHA TÉCNICA 
Campeonato Brasileiro Série B - 31ª rodada 
Jogo: Goiás 1x2 CRB 
Local: estádio Hailé Pinheiro (Goiânia/GO) 
Data: 7/10/2025 
Horário: 21h30

Árbitro: Matheus Delgado Candançan/SP 
Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa/SP e Leandro Matos Feitosa/SP 
VAR: Adriano Barros Carneiro/MA

GOIÁS: Tadeu; Diego Caito (Lucas Rodrigues), Luiz Felipe (Gonzalo Freitas), Messias e Willean Lepo; Juninho (Wellington Rato), Rodrigo Andrade (Welliton Matheus) e Rafael Gava; Jean Carlos, Anselmo Ramon e Moraes. Técnico: Vagner Mancini.

CRB: Matheus Albino; Matheus Ribeiro, Henri, Fábio Alemão e Léo Campos (Hayner); Higor Meritão, Crystopher e Danielzinho (Gegê); Dadá Belmonte (Douglas Baggio), Thiaguinho (Willian Pottker) e Mikael (Breno Herculano). Técnico: Eduardo Barroca.

Gols: Juninho, no 1º minuto (Goiás), Mikael, aos 27’ do 1ºT (CRB) e Dadá Belmonte, aos 16’ do 2ºT (CRB)

Cartões amarelos: Danielzinho, Léo Campos (CRB) e Diego Caito (Goiás)

Público pagante: 6.647 
Público total: 6.842 
Renda: R$ 103.245,00

Goiás perde de virada para o CRB e chega ao quarto jogo sem vencer na Série B

Crise

Nas últimas entrevistas coletivas, o técnico do Atlético-GO, Rafael Lacerda, se diverte quando algum repórter cita a questão da “ofensividade” para definir as vitórias do time comandado por ele na Série B. No último domingo (5), o Dragão foi avassalador e, mesmo sem três titulares – o lateral Dudu, o volante Luizão e o atacante Lelê – soube se impor para aplicar a goleada (3 a 0) sobre o Athletico-PR.O treinador abre um sorrisão sobre a mudança de patamar, dele e do time rubro-negro, no returno da competição. “É legal ouvir a palavra ofensividade”, disse, após os 3 a 0 sobre o Furacão, no Accioly.No primeiro semestre, Rafael Lacerda ganhou no Vila Nova a fama de “retranqueiro”, mesmo tirando o clube da fila que completaria 20 anos sem títulos do Estadual. Pode-se dizer que o treinador é pragmático.Isso pode ser percebido no trabalho e nos resultados dele. Foi por isso que, também numa entrevista, o treinador tentou explicar os conceitos técnicos e táticos que passou a empregar nos clubes em que trabalhou em seis anos de carreira. O vídeo da entrevista viralizou nas redes sociais.Rafael Lacerda vem da escola gaúcha, uma das mais organizadas e respeitadas do futebol brasileiro. Basta lembrar que, no século 21, a maior parte dos técnicos da seleção brasileira nasceu no Rio Grande do Sul: Dunga, Mano Menezes, Tite (nas duas últimas Copas) e Luiz Felipe Scolari (pentacampeão em 2002, mas duramente derrotado na goleada de 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal do Mundial de 2014, no Brasil).“De onde venho, ‘retranqueiro’ é sinônimo de organização, é organização defensiva”, rebateu o treinador no vídeo. Então, explicou que, ao chegar no Vila Nova, foi cobrado por três objetivos: não perder clássicos, não perder do Paysandu (o time foi goleado na final da Copa Verde, por 6 a 0 e 4 a 0) e ganhar o título do Goianão. As metas traçadas foram cumpridas. Por isso, fez questão de expor o ponto de vista sobre futebol.No Vila Nova, o sistema ofensivo não era letal no ciclo de Lacerda. Ele conseguiu levar o clube ao título do Estadual com goleada (3 a 0) sobre o Anápolis no jogo final, com os três gols marcados no segundo tempo, quando a situação parecia difícil de ser revertida. Antes, no começo do Goianão, o time foi primoroso e impiedoso, abrindo três gols sobre o Atlético-GO no Accioly – o placar final foi 3 a 1.Rafael Lacerda explicou que, entre as concepções de trabalhando, costuma formar as equipes conforme aquilo que “tem na mão”. Mas, partindo da resposta dada por ele, o treinador se preocupa com a organização defensiva, um princípio usado pela maioria dos técnicos.Quando Rafael Lacerda chegou ao Atlético-GO, foi possível ver a fragilidade defensiva do time, goleado logo na estreia dele pelo Operário-PR, em Ponta Grossa-PR (3 a 0). No jogo seguinte, o Dragão o conseguiu empatar (0 a 0) com a Chapecoense. O técnico começou a moldar o Atlético-GO. Disse que não abre mão do “ambiente” e, aos poucos, resgatou isso no Dragão. O elenco atual tem uma energia diferente e passou a assimilar os conceitos de Lacerda. Ele tem usado as peças conforme o jogo exige. Em alguns jogos, escalou um trio de zagueiros, descolando o versátil volante Luizão para as laterais. Em outras partidas, arriscou terminar com Maranhão e Lelê juntos no ataque, mas foi possível perceber que o time perdeu velocidade.Do ponto de vista ofensivo, Lacerda conseguiu encontrar o melhor espaço de atuação do uruguaio Federico Martínez, mais aberto e como segundo atacante. No outro lado, apostou no jovem Yuri Alves, de 19 anos e que, mesmo inexperiente, vai se firmando no time. Lelê fez quatro gols, mas ainda não conseguiu superar os goleadores da fase anterior do elenco: Marcelinho e Caio Dantas, ambos com sete gols cada um.Nas mexidas, Lacerda também recuperou jogadores como Guilherme Romão – cotado para ser negociado, virou capitão e uma referência ofensiva -, deu moral ao criticado Talisson (participou de gols nos últimos jogos), soube encaixar Jean Dias na lateral direita e não teve dúvidas ao escalar o zagueiro Tito na defesa, assim que foi contratado junto ao Maringá-PR e com poucos treinos no Dragão. Rafael Lacerda ajustou o Atlético-GO, que não tem marcado tantos gols na temporada atual, mas que resgata a intensidade. Os números são 16 gols em 13 partidas sob a direção de Lacerda. A equipe está há oito jogos sem derrota e tem a perspectiva de brigar pelo acesso.