O pedido do COI (Comitê Olímpico Internacional) para que o calendário esportivo seja retirado da Rússia e a bandeira e o hino nacionais sejam banidos dos eventos não agradou o ministro do Esporte do país, Oleg Matytsin, que acusou a entidade de tentar violar os direitos dos atletas.A postura adotada pelo COI é uma das mais duras já tomadas contra um país, e é justificada, pelo comitê olímpico, pelo fato de Rússia e Belarus terem desrespeitado a Trégua Olímpica, decidida em assembleia geral da ONU no ano passado visando impedir conflitos armados em uma janela que começa sete dias antes de uma Olimpíada e termina sete dias depois das Paralimpíadas.O conselho executivo do comitê quer as sanções além das medidas já impostas pela WADA (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês) contra a Rússia como parte de uma decisão de 2019 que ordena que o país compita sob uma bandeira neutra e sem seu hino nacional."Recebemos com grande decepção a decisão do COI", disse Matytsin à Match TV. "Consideramos essas recomendações inadequadas em relação aos esportes russos. Em nossa opinião, sua implementação levará a uma violação dos direitos dos atletas russos.Ainda segundo o ministro, "o Ministério do Esporte está em constante contato com as federações esportivas para proteger os direitos dos atletas".Embora os atletas russos possam competir nos Jogos Paralímpicos de Pequim, que começam em 4 de março, o anúncio do COI ocorreu no final de uma semana de crescentes sanções esportivas contra a Rússia, a exemplo da mudança da final da Liga dos Campeões em maio de São Petersburgo para Paris.Os líderes do COI, no entanto, enfatizaram que não há eventos relacionados à entidade planejados na Rússia ou na Bielorrússia para os próximos meses e expressaram preocupações com a segurança dos atletas, acrescentando que pretendem coordenar a "assistência humanitária" na Ucrânia.