A vitória do Atlético-GO sobre a Aparecidense, por 2 a 0, na quarta-feira (9), foi especial para o volante Edson. Afinal, dez meses depois da última partida que havia disputado, o jogador finalmente sentiu a emoção de voltar a atuar novamente.O prazer de entrar em campo se deu aos 12 minutos do segundo tempo, quando pisou no gramado do Estádio Antonio Accioly para substituir o volante Ramon Carvalho. “Foi muito importante, pois vinha me preparando para isso. Fiquei sabendo no banco de reservas que jogaria entre 15 a 20 minutos, mas joguei até mais um pouco. Eu me sentia bem nos treinos, esperava muito retornar e fiquei muito feliz”, disse o jogador atleticano, que não demorou para aceitar a proposta do clube, em dezembro, após passagem pelo futebol asiático, de outubro de 2020 a abril de 2021.Edson jogava em alto nível pelo Al Qadisiya, da Arábia Saudita. No dia 10 de abril de 2021, o time dele vencia por 3 a 1 o Al-Ittifaq. Faltavam poucos segundos para o término do jogo, quando o volante teve rompimento dos ligamentos do joelho esquerdo num lance maroto. O caso era cirúrgico, ele decidiu voltar ao Brasil para fazer a cirurgia e o tratamento, em Natal (RN). A cirurgia foi realizada no dia 4 de maio pelos médicos Rodrigo Braga e Osvaldo Lara e uma parte dos trabalhos físicos iniciais foi no CT do ABC-RN.Foram nove meses de recuperação e dez sem jogar. “Eu me preparei para o pior, pois quem tem a lesão (ligamento do joelho) geralmente sente muitas dores, dificuldade para se recuperar. A única coisa que tenho de reclamar é do tempo sem jogar. Achei o protocolo (de recuperação), do início ao fim, bem tranquilo”, descreveu o jogador do Dragão, cujo retorno ao time foi elogiado pelo presidente do clube, Adson Batista, que o tem como homem de confiança no elenco. Antes de machucar o joelho, a lesão mais séria que teve foi no ombro - ficou três meses sem jogar.O momento de maior emoção, segundo ele, foi a caminho do Accioly. No ônibus do Dragão, trocou mensagem com a mulher, Ariana. “Desceu uma lágrima. Disse: ‘amor, estou indo para o jogo. Após o jogo, nós conversamos’. Ela disse: ‘amor, que saudades de ouvir isso’”, detalhou o jogador, ao falar que “passou um filme”.O casal já estava com saudades de trocar mensagens antes dos jogos, rotina interrompida pela lesão. “Desceu uma lágrima. Tanto que está descendo agora”, se emociona Edson, ao mostrar os olhos marejados.Passada a fase da recuperação e da primeira atuação após dez meses, ele olha para o futuro e faz planos. Pretende atuar em alto nível, assim como nos nove meses de presença no time atleticano que fez muito sucesso em 2020.O meio-campo caiu no gosto da torcida do Dragão: Edson, Marlon Freitas e Jorginho, com Matheuzinho e Ferrareis abertos pelos lados, e Renato Kayzer centralizado. O volante espera conquistar novamente o título do Goianão. Outra meta é fazer o time passar de fases na Copa Sul-Americana, realizar uma boa campanha na Copa do Brasil e manter o ímpeto na Série A do Brasileiro.“Basta acreditar”, receita o volante, natural da turística Touros (RN), onde boa parte da família dele vive. Edson se prepara para ter o segundo filho goiano, em março. O nome ainda não foi escolhido. Na primeira passagem pelo Atlético-GO, ele e a mulher tiveram Edson Filho, de um ano e cinco meses e nascido em Goiânia.