(Shutterstock) Tratar uma doença, especialmente as mais difíceis, como o câncer, é um processo de grande vulnerabilidade para muitos pacientes. Primeiro, pelas batalhas mentais que começam com o diagnóstico; segundo, pela dificuldade de compreender tantos protocolos de saúde que, até então, não faziam parte da rotina daquele indivíduo. Além disso, ninguém espera que o ambiente hospitalar se torne uma segunda casa, e tampouco se sente confortável com essa realidade. Mas, por meio de um método clínico que trabalha em colaboração com a pessoa e sua família, reconhecendo a importância das conexões sociais para um cuidado mais humano, é possível tornar esse momento mais acolhedor. O cuidado centrado na pessoa é um método clínico que transformou o modelo de atenção aos pacientes. A técnica se originou na terapia centrada no cliente, desenvolvida por Carl Rogers na década de 1940, e fundamentada na empatia e no apoio não julgador. Nesse modelo, o paciente e seus familiares participam das decisões que envolvem sua saúde, substituindo a relação hierárquica tradicional entre médico e doença. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cuidado centrado na pessoa representa uma visão mais holística da saúde, que olha além da doença. Trata-se da construção de um relacionamento contínuo entre o indivíduo e o sistema de saúde, com respeito e atenção às suas necessidades como um todo.