Rogério Borges

Como sobreviver aos novos tempos? Esta é uma pergunta que povoa a mente – e os pesadelos – de muita gente atualmente. Foi esse tema tão amplo e desafiador que o jornalista e escritor Fernando Gabeira escolheu para a palestra que ministrará no dia 1º de março, às 19h30, durante a <a href="https://opopular.com.br/magazine/mostra-o-amor-a-morte-e-as-paix-es-reune-filmes-que-concorrem-ao-oscar-palestras-e-debates-saiba-como-assistir-1.3234165" target="_blank">Mostra O Amor, a Morte e as Paixões</a>, que está sendo realizada no CineX, do Centro Cultural Oscar Niemeyer. O autor do livro O que É Isso Companheiro? – que foi adaptado para o cinema e cuja produção concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1998 – é o grande homenageado do evento, que está em sua 16ª edição. Em entrevista exclusiva ao POPULAR, Gabeira, que atualmente é repórter especial e comentarista de programas do canal de notícias GloboNews, falou sobre o mundo de incertezas que vivemos, sobretudo após o retorno ao poder de Donald Trump e sua política contra o meio ambiente e de combate à imigração. Ele também comentou sobre o atual momento político brasileiro, sobre riscos à democracia, sobre o papel das big techs e elogiou o filme Ainda Estou Aqui, definindo a história do desaparecimento do deputado Rubens Paiva como mais dramática do que a que ele mesmo contou em suas memórias de luta armada contra o regime militar instalado em 1964.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a>

O tema da sua fala aqui em Goiânia, na Mostra O Amor, a Morte e as Paixões, é Como Sobreviver aos Novos Tempos. Minha primeira pergunta, portanto, é essa: como sobreviver aos novos tempos? 

A ideia é exatamente tentar mostrar que a situação fica cada vez mais complicada. Eu vou fazer uma palestra baseada em duas coisas. Em primeiro lugar, nas mudanças acontecidas nos Estados Unidos com a eleição de Donald Trump e as repercussões que isso terá na questão básica para nós. Há a saída dos Estados Unidos do acordo de Paris e o boicote dos EUA a toda iniciativa global para atenuar o aquecimento global. Também vou falar um pouco do fato de que eu nunca considerei esse grupo como negacionista. Pelo contrário, eu acho que eles consideram o aquecimento global e tomam posições a partir daí. Por exemplo, o presidente Trump quer anexar a Groenlândia. São providências que mostram que ele conta com o aquecimento global, já que a Groenlândia ficará numa rota muito mais curta para navegação. São terras muito ricas. Vou falar um pouco também sobre as expectativas que as big techs têm de fazer com que a tecnologia dê a possibilidade de criar uma vida na Terra independente do processo de destruição, caso não se consiga a possibilidade de colonizar o espaço. Então vou mostrar um pouco o fato de que a gente está diante de adversários diferentes dos adversários do passado, que apenas negavam o aquecimento global. E também eu vou falar da política da incerteza que há dentro dessa ideia de sobreviver. Vou falar sobre um livro que eu acabo de resenhar, chamado Um Cogumelo no Fim do Mundo, de Anna Tsing. É sobre um cogumelo que nasce nas ruínas do crescimento do capitalismo, nas ruínas da própria devastação capitalista. Esse cogumelo é surpreendente. Ele mostra que é possível tentar pensar numa vida nas ruínas do capitalismo, articulando exatamente um emaranhado de sobreviventes que decorrem daí. Não vou falar mais que existe o aquecimento global, que a Terra está aquecendo, com eventos extremos porque suponho que as pessoas que vão me ouvir já sabem disso. Ainda que exista no Brasil um grande número de pessoas que nem sabem o que é isso. Grandes correntes tecnológicas já estão prevendo uma reserva, uma terra devastada na qual eles vão sobreviver tecnologicamente, o que é uma previsão também de uma solidão muito grande. Viver sem as espécies de plantas, sem os animais. Mas hoje reproduzimos cantos de pássaros no celular, até o som de chuva tem um celular.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/mostra-o-amor-a-morte-e-as-paix-es-reune-filmes-que-concorrem-ao-oscar-palestras-e-debates-saiba-como-assistir-1.3234165" target="_blank">Mostra o Amor, a Morte e as Paixões reúne filmes que concorrem ao Oscar, palestras e debates; saiba como assistir</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/fernando-meirelles-esta-confirmado-na-programac-o-cultural-da-mostra-o-amor-a-morte-e-as-paix-es-1.3232432" target="_blank">Fernando Meirelles está confirmado na programação cultural da Mostra 'O Amor, a Morte e as Paixões'</a></div>

Você vem participar de uma mostra de cinema. O cinema, a literatura, o teatro, as artes conseguem, de alguma maneira, retratar este nosso momento, até com uma perspectiva de esperança, talvez?

Eu acho que embora ela possa fornecer essa esperança, isso não ocorre necessariamente. A arte não precisa nem trazer consolo nem esperança. Você pode fazer essa crítica do momento, como tivemos no filme Não Olhe para Cima, que é uma tentativa exatamente de mostrar como as coisas estão acontecendo e como a humanidade, de uma certa forma, não tomou conhecimento de questões importantes. Agora, a arte não precisa funcionar como um panfleto nem funcionar como uma orientação pra vida. Ela tem as suas leis, suas possibilidades e às vezes essas possibilidades não estão ligadas às questões de agora, mas são universais. Shakespeare, por exemplo, tratava de uma condição humana que permanece através do tempo.

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Gabeira, ainda na área do cinema, e também falando de tempos turbulentos, um livro seu, O Que É Isso Companheiro?, foi adaptado e a produção concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1998. Agora nós vivemos novamente esse momento de indicação ao Oscar, com a produção Ainda Estou Aqui, baseada no livro do Marcelo Rubens Paiva, dirigida pelo Walter Salles, também falando da mesma época daquela que você abordou, a ditadura militar. Como você está vendo esse processo e o resgate dessa memória em torno da história do deputado Rubens Paiva?

Vejo de forma muito simpática o filme, porque Ainda Estou Aqui é a história de uma família que, embora tivesse simpatias, foi atingida sem que fosse participante da luta armada, que não era militante. Esses casos são muito mais dramáticos porque as pessoas não estão preparadas para sofrer esse nível de repressão. É diferente quando se trata de militantes que estão combatendo com armas. A dissolução de uma família como a do Rubens Paiva é um problema sério. Eu escrevi um artigo elogiando o filme e dizendo que a construção era muito boa, que havia elementos realmente elegantes, poderosíssimos e um dos mais poderosos é exatamente você tratar do caso de uma família que não estava diretamente no centro dos acontecimentos quando foi atingida pela repressão. Essa família sobreviver de uma forma tão digna, tão sólida. Aquela cena em que dizem que vão sorrir porque deixar de sorrir seria recusar a felicidade da nossa amizade, da nossa fraternidade. Esse argumento dito ao inimigo é um tipo de vitória contra a repressão. Eu acho que é muito bonito o filme. Escrevi o artigo, Walter gostou, a Fernandinha gostou, a velha Fernanda também.

Dois anos atrás vivemos um momento em que toda essa luta pela democracia sofreu um abalo, uma ameaça com o 8 de janeiro. Como você vê o atual estágio da democracia brasileira? Você integra o grupo que está preocupado com a sobrevivência dela?

Eu sempre participei do grupo preocupado. Preocupado antes das eleições, continuei preocupado depois das eleições e continuo preocupando agora. Antes das eleições era um tipo de preocupação sobre a vitória de um grupo que poderia eventualmente atrapalhar o processo democrático. Durante as eleições era a preocupação com o fato de esse grupo aceitar ou não o resultado das eleições. Agora, passadas as eleições, com a vitória de uma coligação que se diz democrática, a minha preocupação é exatamente com a mediocridade. Essa mediocridade acaba representando um perigo de que as coisas voltem anos. Eu acho que a maior garantia que poderíamos ter de realmente fortalecer a democracia seriam governos melhores. Melhor na política externa, na política econômica, nas políticas sociais. Às vezes eu sinto que, pelas características do Brasil, foi necessário um governo de frente ampla, mas nós temos um governo que tem hegemonia clara do PT e ao qual outros se agregam, não em torno de um programa, mas loteando. Não há um acordo político de mais alto nível, mas uma partilha do poder governamental, resultando num governo com capacidade pequena de intervir na realidade. A experiência norte-americana me mostrou que governos medíocres acabam não conseguindo conter essa onda conservadora.

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Você foi parlamentar e acompanha hoje esse cenário como comentarista. Você concorda que o atual momento da política nacional é um dos piores já vistos, seja pelo governo federal, seja pelo papel que o Judiciário desempenha, seja pelo poder que o Congresso Nacional tomou para si com o sistema das emendas parlamentares?

Eu acho que o momento é muito ruim. Não sei se o compararia com outros, mas o momento é muito ruim. Eu considero que também é muito perigoso porque quando há um distanciamento do mundo político da sociedade, abre-se um caminho para políticas aventureiras, para propostas do tipo antipolítica, que no fundo acaba sendo uma forma também de fazer política conservadora. O Bolsonaro, por exemplo. Ele propunha uma coisa completamente diferente, mas logo foi para o orçamento secreto. Acho muito perigoso porque no momento o crescimento dessas forças conservadoras no exterior se alimenta muito da questão da imigração. Aqui no Brasil, essas forças se alimentam da distância dos políticos em relação à sociedade. Esses fatores combinados podem ser um elemento que acabe permitindo que todo esse esforço em prol da democracia não vingue ou não prossiga no Brasil. A distância do Parlamento em relação à sociedade traz essa perspectiva de utilizar parte do orçamento, quase 50 bilhões, em emendas parlamentares, algumas delas não transparentes e muito problemáticas. Também eu acho que o fato de não termos uma política de segurança pública adequada para as atuais circunstâncias é uma forma de não ver o que as sociedades sentem nos centros urbanos. A sensação hoje é que o principal problema é a segurança pública. Nós temos situações anômalas, como parte do Rio de Janeiro controlada pelo tráfico e pelas milícias. Você não tem mais o controle territorial da cidade. É o tipo de decadência progressiva que se dá em vários níveis, de não haver mais correspondência entre os eleitos e a sociedade, políticos que gastaram o dinheiro de uma forma que nem eles querem mostrar como. A situação está escapando um pouco do nosso controle.

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Você é um jornalista que se notabiliza por ir aos lugares mais profundos do Brasil, saindo da agenda. Como é mostrar esse Brasil tão rico, mas ignorado muitas vezes? 

É realmente interessante. Muitas vezes há muito nos Estados que é ignorado, por políticas públicas e pela mídia. Eu procuro esses lugares porque eles têm uma produção cultural muito rica, também para que a própria população encontre esses caminhos. São pessoas que não ganham esse espaço na narrativa. Eu tenho feito esse trabalho que também é de interesse turístico. As pessoas criam uma narrativa sobre o seu passado, sobre sua vida e também para atrair as pessoas do País para conhecê-las como turistas, aprendendo um pouco dessa história. Tento fazer esse trabalho, apresentar a cidade e as suas belezas para as pessoas encontrarem sua história para poder avançar. Mas nós temos um certo provincianismo. O mundo lá fora é sempre muito mais interessante. As pessoas se voltam pouco para o que elas têm de riqueza interna, de beleza natural. Elas não teriam nada a perder se ficassem no Brasil em termos de riqueza humana, cultural. A tendência é subestimar isso, exceto nos momentos em que o dólar passa dos 5 reais. Aí as pessoas ficam no Brasil na marra (risos).

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Você concorda que há um certo monopólio da produção cultural em poucos pontos do País?

As políticas culturais dos últimos anos têm mencionado esse problema e têm tentado, de alguma forma, resolver essa questão. É verdade que ainda hoje você tem uma concentração no Sudeste, embora o Nordeste tenha constantemente um peso cultural grande. Também seria importante termos governos estaduais mais ilustrados. De vez em quando vou a Goiás e estudo um pouco a história de Goiás. Mas você fala em Bernardo Élis, por exemplo, e as pessoas não conhecem. Parte da cultura é desconhecida.

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Existe também uma tendência a estereotipar, não? Quando se fala em Goiás, logo as pessoas pensam apenas em música sertaneja, por exemplo.

Sim e eu acho que o Estado de Goiás é muito rico e realmente muitas pessoas não sabem sobre ele. Mas acontece o mesmo com o Espírito Santo, por exemplo. É uma dureza você levar o Espírito Santo para o Brasil.

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Gostaria que você desse sugestões de filmes e livros que tenha visto e lido recentemente.

Ainda Estou Aqui. Adoro esse filme. Outro filme muito bom é Zona de Interesse, que é baseado no livro do Martin Amis, que mostra aquela família de um nazista vivendo ao lado de um campo de concentração. Agora, livros, eu leio muitos. Li um livro de ficção que me interessou muito, por tratar de questões dos imigrantes haitianos nos Estados Unidos. Ele se chama Brother, I’M Dying (Irmão, Estou Morrendo]), de Edwidge Danticat. Eu achei o romance muito interessante. Li um livro que ganhei que é Faca, do Salman Rushdie, que conta a história do atentado que ele sofreu. Chamo a atenção para o fato de que o Salman Rushdie e o Martin Amis são amigos. Acabei lendo o livro de um e citando o outro.

"A minha preocupação é exatamente com a mediocridade", ressalta Fernando Gabeira

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Entrevista

Exclusivo. O jornalista Fernando Gabeira será o grande homenageado da próxima edição da mostra O Amor, a Morte e as Paixões. Ele participará, com entrada gratuita, de um bate-papo no dia 1º de março, às 19 horas, no Cinex, cinema localizado no subsolo do Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON).

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Nascido em 1941, em Juiz de Fora, Gabeira é carioca por escolha desde 1963. Seu trabalho como jornalista já era amplamente reconhecido na época em que atuava no Jornal do Brasil, onde foi repórter de 1964 a 1968. No final dos anos 1960, engajou-se na luta armada contra a ditadura militar.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/confira-onde-assistir-aos-principais-filmes-indicados-ao-oscar-2025-entre-cinema-e-streaming-1.3223318" target="_blank">Confira onde assistir aos principais filmes indicados ao Oscar 2025, entre cinema e streaming</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/vem-ai-o-novo-cine-cultura-confira-como-ficou-o-unico-cinema-publico-de-goiania-apos-reforma-1.3220391" target="_blank">Vem aí o novo Cine Cultura: confira como ficou o único cinema público de Goiânia após reforma&nbsp;</a></div>

Foi preso e passou anos no exílio, vivendo em diversos países. Ao retornar ao Brasil, no final de 1979, dedicou-se a uma intensa produção literária, realizando análises críticas pioneiras sobre os anos de chumbo. Durante a redemocratização, exerceu o cargo de deputado federal de 1995 a 2011, deixando sua marca no cenário político.

A mostra O Amor, a Morte e as Paixões é realizada sob a curadoria do professor Lisandro Nogueira e acontecerá de 19 de fevereiro a 5 de março. O evento contará com mais de 70 obras selecionadas, incluindo filmes brasileiros e produções de várias partes do mundo.

Além das exibições, a programação inclui atrações culturais, musicais, palestras e experiências gastronômicas. Os passaportes começam a ser vendidos nesta sexta-feira (24) pelo <a href="https://www.cinex.art.br/" target="_blank">site cinex.art.br.</a> Os valores custam R$ 220 (10 ingressos) e R$ 125 (5 ingressos).

Fernando Gabeira será o grande homenageado da Mostra O Amor, a Morte e as Paixões 2025

HOMENAGEM

O ator global Thiago Lacerda participa de bate-papo com fãs nesta quarta-feira (7), às 19h30, com entrada franca, no Cinex do Centro Cultural Oscar Niemeyer. O debate compões a programação da 15ª edição da mostra de cinema o Amor, a Morte e as Paixões, que&nbsp;segue até a próxima quarta-feira (14).

Durante o bate-papo, o ator falará sobre sua carreira e estará disponível para responder perguntas e dúvidas de fãs e apreciadores de seu trabalho. Conhecido por&nbsp;trabalhar em novelas como Terra Nostra, Orgulho e Paixão e Hilda Furacão, o encontro é uma boa oportunidade para jovens atores que queiram aprender mais com o artista.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/veja-filmes-da-mostra-o-amor-a-morte-e-as-paix-es-que-est-o-fora-fora-do-circuito-blockbuster-1.3106914" target="_blank">Veja filmes da mostra 'O Amor, a Morte e as Paixões' que estão fora fora do circuito blockbuster</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/selton-mello-lanca-biografia-em-goiania-foi-uma-verdadeira-sess-o-de-terapia-fazer-esse-livro-1.3105473" target="_blank">Selton Mello lança biografia em Goiânia: “Foi uma verdadeira sessão de terapia fazer esse livro”</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/protagonizado-por-emma-stone-pobres-criaturas-estreia-nos-cinemas-1.3105380" target="_blank">Protagonizado por Emma Stone, 'Pobres Criaturas' estreia nos cinemas</a></div>

Depois do bate-papo, ainda dá tempo de pegar um cineminha. Às 21h10 será exibido o filme O Sabor da Vida, com direção de Tran Ahn Hung, na sala 1. Na sala 2, será exibido o filme A Casa dos Prazeres, com direção de Anissa Bonnefont, às 22 horas. 
 
SERVIÇO 
Bate-papo com Thiago Lacerda na mostra O Amor, a Morte e as Paixões 
Data:&nbsp;quarta-feira (7/2) 
Horário:&nbsp;19h30 
Local:&nbsp;Cinex do Centro Cultural Oscar Niemeyer 
Endereço:&nbsp;GO-020, km 01, Goiânia 
Entrada Franca

Ator Thiago Lacerda participa de bate-papo em Goiânia

Acontece

Sair de casa, pegar uma sessão de cinema e assistir a filmes que não fazem parte do circuito comercial é o convite desta semana da mostra O Amor, a Morte e as Paixões. O projeto reúne uma seleta lista de longas-metragens até o dia 14 no CineX, localizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

Tem de tudo para quem quiser aproveitar os próximos dias de mostra, desde documentários, como A Flor de Buriti (2023), premiado no Festival de Cannes, até filmes que traçam paralelos com a literatura brasileira, a exemplo de Capitu e o Capítulo (2021), dirigido por Júlio Bressane e estrelado por Mariana Ximenes.

A mostra também apresenta produções que celebram a força do audiovisual goiano, como Granada (2020), de Benedito Ferreira, e Goyania - Outubro ou Nada (2022), de Uliana Duarte. O POPULAR convidou o coordenador da mostra, o professor Lisandro Nogueira, e o diretor e roteirista goiano Jarleo Barbosa para sugerirem dez filmes imperdíveis para serem vistos nos últimos dias de evento. É pra ninguém ficar em casa. Confira. 
 
CAPITU E O CAPÍTULO 
Exibido especialmente nesta terça-feira (6), às 11h20, o filme Capitu e o Capítulo é, de acordo com Lisandro Nogueira, “o cânone do cinema de poesia de Júlio Bressane”. Livre adaptação do clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis, a produção acompanha a complexa personalidade de Capitu, interpretada por Mariana Ximenes, em contraste com os diálogos inventivos de Bentinho (Vladimir Brichta). Por meio de uma nova perspectiva, a história revela as inquietações dos sentimentos humanos, como o ciúme. 
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A Flor do Buriti (Divulgação)

 
A FLOR DE BURITI

Os últimos 80 anos do povo krahô, na comunidade da Aldeia Pedra Branca, podem ser conferidos no filme A Flor de Buriti, de Renée Nader Messora e João Salaviza. Premiado no Festival de Cannes, o documentário explora desde o massacre ocorrido na década de 1940 que resultou em um banho de sangue. Ao longo da produção, os cineastas abordam como as violências praticadas continuam a ecoar na memória das gerações que ainda resistem no Tocantins. O filme será exibido nesta quarta-feira (7), às 11h30. 
 
AS BESTAS 
Questões ambientais e humanas tecem o thriller As Bestas, de Rodrigo Sorogoyen, que acompanha a vida de Antoine (Denis Ménochet) e Olga (Marina Foïs), um casal francês que vive há muito tempo numa pequena aldeia da Galiza. Amantes da natureza, os dois restauram casas abandonadas para facilitar o repovoamento, além de praticar uma agricultura ecologicamente responsável. A paz deixa de ser uma opção quando um projeto de turbina eólica começa a provocar conflitos com os vizinhos. A ficção pode ser conferida no dia 13, na sessão das 21h15. 
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Folhas de Outono (Divulgação)

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/confira-a-programac-o-da-mostra-o-amor-a-morte-e-as-paix-es-2024-1.3104676" target="_blank">Confira a programação da mostra 'O Amor, a Morte e as Paixões' 2024</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/protagonizado-por-emma-stone-pobres-criaturas-estreia-nos-cinemas-1.3105380" target="_blank">Protagonizado por Emma Stone, 'Pobres Criaturas' estreia nos cinemas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/selton-mello-lanca-biografia-em-goiania-foi-uma-verdadeira-sess-o-de-terapia-fazer-esse-livro-1.3105473" target="_blank">Selton Mello lança biografia em Goiânia: “Foi uma verdadeira sessão de terapia fazer esse livro”</a></div>

FOLHAS DE OUTONO

O cineasta Aki Kuarismaki mais uma vez repete a dose de frescor com sacadas sobre as relações humanas em Folhas de Outono, exibido neste sábado (10), às 17h50, na mostra. Romântico e politizado, o filme narra a história de duas pessoas desconhecidas que são atraídas uma pela outra, mas uma série de adversidades e mal-entendidos faz com que acabem se afastando. 
 
GRANADA 
Exibido nesta quinta-feira (8), às 18 horas, o filme Granada tem a direção do cineasta goiano Benedito Ferreira. Como em uma conversa entre amigos no Centro de Goiânia, o documentário apresenta as memórias do ex-bailarino Dom, que percorreu o Brasil nas décadas de 1960 e 1970 apresentando espetáculos com grupos musicais ousados e disruptivos. Ao longo do filme, o espectador se vê mergulhado em histórias imaginativas. 
 
OLDBOY 
Um dos filmes mais queridos do diretor Park Chan-wook, Oldboy narra as desventuras de Dae-Su, personagem raptado e mantido em cativeiro por 15 anos num quarto de hotel, sem qualquer contato com o mundo externo. Quando ele é inexplicavelmente solto, descobre que é acusado pelo assassinato da esposa e embarca numa missão obsessiva por vingança. O filme será exibido no sábado (10), às 13h45. 
 
A CASA DOS PRAZERES 
Para ajudar no processo criativo de seu próximo livro que apresentará o universo das prostitutas, Emma (Ana Girardot) decide trabalhar em um famoso bordel de Berlim conhecido como La Maison. A aventura que deveria durar apenas algumas semanas acaba se estendendo por dois anos. Durante toda a jornada, Emma conhece os perigos da exploração da fantasia feminina. O longa-metragem A Casa dos Prazeres será exibido nesta quarta-feira (7), às 22 horas. 
 
CORPO PRESENTE 
Três moradores de São Paulo ajudam a contar as narrativas do filme Corpo Presente, que será exibido no domingo (11), às 22 horas, é dirigido por Paolo Gregori e Marcelo Toledo: Alberto, um agente funerário viciado em remédios, Beatriz, operária de uma fábrica e apaixonada por tatuagens, e Cynthia, manicure em um salão da Rua Augusta que ocasionalmente se prostitui.

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Todo Mundo Ama Jeanne (Divulgação)

 
TODO MUNDO&nbsp;AMA JEANNE

Coprodução Portugal e França, a comédia dramática Todo Mundo Ama Jeanne discorre sobre as dicotomias da protagonista interpretada pela atriz Laurent Lafitte. Endividada, ela precisa ir a Lisboa e vender o apartamento de sua mãe, que desapareceu um ano atrás. No aeroporto, a personagem encontra Jean, um antigo colega de escola excêntrico e um pouco invasivo. O filme pode ser visto nesta terça-feira (6), na sessão das 20h15. 
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Todo Mundo Ama Jeanne (Divulgação)

 
GOYANIA - OUTUBRO&nbsp;OU NADA

Sons e imagens de arquivos de épocas diversas e imagens filmadas pela diretora Uliana Duarte em câmera Super 8 ilustram o filme-ensaio Goyania - Outubro ou Nada. A obra, exibida nesta quarta-feira (7), às 16h45, reconstrói a história e a imagem da cidade, revisitando fatos históricos, lembranças pessoais e explodindo o monumento erguido em homenagem ao bandeirante.

Veja filmes da mostra 'O Amor, a Morte e as Paixões' que estão fora fora do circuito blockbuster

Maratona cult

Depois do pré-carnaval de Goiânia, vem o carnaval e mais folia. A programação da semana conta com o desfile de bloquinhos, caso do Não é Não. A mostra O Amor, a Morte e as Paixões entra na segunda semana com a exibição de indicados ao Oscar, como Oppenheimer, que retorna aos cinemas. A Vila Cultural Cora Coralina abre exposição e tem rock com a banda Liga Joe e Aline Galvão (foto). Para quem vai ficar na capital no feriado, divirta-se!

Segunda-feira (5)

O Amor, a Morte e as Paixões

A mostra O Amor, a Morte e as Paixões permanece em cartaz no CineX, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Entre os destaques da semana, os filmes Pobres Criaturas, A Cor Púrpura, Zona de Interesse e o retorno de Oppenheimer. As sessões se iniciam às 11 horas e a última está prevista para as 22h10. Os bilhetes custam R$ 30 (unitário, meia-entrada), com opções de passaportes para 5 (R$ 140), 10 (R$ 260) e 20 longas (R$ 480). GO-020, km 0, saída para Bela Vista. Informações: www.cinex.art.br.

Quarta-feira (7)

Vila Cultural Cora Coralina

Os bancos indígenas da Coleção BEĨ serão expostos pela primeira vez em Goiás a partir de quarta-feira (7), na Vila Cultural Cora Coralina. As 258 peças apresentadas foram esculpidas por artistas de 40 etnias que habitam o Território Indígena do Xingu, a Amazônia brasileira e Santa Catarina. A mostra fica aberta para visitação até 26 de maio, das 9 às 17 horas, com entrada franca. Rua 3, esquina com Rua 23, Centro. Mais informações: 3201-9863.

Quinta-feira (7)

Teatro Sesc

O Grupo Bastet de Teatro reestreia na quinta-feira (7), no Teatro Sesc, às 19 horas, o espetáculo A História é Uma Istória, de Millôr Fernandes. A trama aborda a evolução do homem de forma crítica e reflexiva, derrubando os mitos, questionando os ídolos e ridicularizando os “grandes” feitos da humanidade. Ingresso: R$ 30 (inteira). Rua 15, esquina cm Rua 19, Centro.

Sábado (10)

Aline Galvão

A cantora Aline Galvão faz show dedicado ao rock, R&amp;B e ao soul, no sábado (10), a partir das 22h30, no palco do Lowbrow Lab Art &amp; Boteco. Ela será acompanhada por banda formada pelos músicos Michel Aguiar (guitarra), Arthur Albuquerque (bateria), Bruno Conrado (baixo) e Vitor Costa (teclado). Ingresso: R$ 20 até as 20h30 e R$ 25 após esse horário. Rua 115, nº 1.684, Setor Sul. Informações: 3932-4604.

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Não é Não

Com o enredo Apoteose Feminina – o Sagrado, a Dignidade e o Poder Feminino, o Bloco Não é Não desfila no sábado (10) pelas ruas de Goiânia em parceria com o Bloco das Divas (Diversidade) e Selvática (Gabi Matos e Iara Kevene). A concentração terá início às 14 horas, no Charminho Bar, na Av. Araguaia, no Centro. A partir das 16 horas, o grupo seguirá da Av. Araguaia para a Rua 15, passando pela Rua 24, Rua 10, Rua 96, Av. 83, até chegar ao Cepal do Setor Sul. Informações: @bloconaoenao. 

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Liga Joe

A banda Liga Joe faz show no sábado (10), no palco do Bolshoi Pub. A previsão de início da apresentação é às 22 horas. Os músicos Gustavo Vaz (vocal/baixo), Sérgio Seddi (guitarra) e Gel Fernandes (bateria) vão tocar repertório de pop rock. Outra atração é a Stereo. Couvert: R$ 40 (até às 21 horas) e R$ 50 (após às 21 horas). Rua T-53 com Av. T-2, Setor Bueno. Informações: www.bolshoipub.com.br.

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