<p><span><span><span><span>E</span></span></span></span>m outubro de 2019 começaram as sessões de quimioterapia da biomédica Daniela Prado Gomes, 45 anos. O diagnóstico de câncer de mama veio após exames de rotina, incentivados também por uma dor na mama esquerda ao amamentar a filha, com 11 meses na época. Apesar de ser um marco significativo, o fim do tratamento do câncer de mama não é um ponto final para o controle da doença. Ainda hoje, ela faz exames periódicos e toma duas medicações. “Esse acompanhamento é necessário pelo risco eventual da doença voltar a se manifestar no futuro. E quanto antes a gente descobrir, maior a chance de conseguir controlar”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - regional Goiás, Alexandre Marchiori.</p>

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<p>A campanha Outubro Rosa promove mundialmente ações de conscientização sobre o câncer de mama, reforçando, principalmente, a importância da detecção precoce, possibilitando tratamentos efetivos e elevando as chances de cura para 90%. De acordo com a pesquisa Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama corresponde a 52,74% dos diagnósticos oncológicos femininos em Goiás.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/so-1-a-cada-9-mulheres-de-50-a-69-anos-fez-mamografia-pelo-sus-1.3185067" target="_blank">Só 1 a cada 9 mulheres de 50 a 69 anos fez mamografia pelo SUS</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/magazine/diagnostico-precoce-do-cancer-de-mama-e-fundamental-para-salvar-vidas-1.3070244" target="_blank">Diagnóstico precoce do câncer de mama é fundamental para salvar vidas</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulheres-podem-solicitar-mamografia-de-graca-em-unidades-de-saude-de-aparecida-de-goiania-1.2546453" target="_blank">Mulheres podem solicitar mamografia de graça em unidades de saúde de Aparecida de Goiânia</a></div>

<p>Assim como o diagnóstico precoce é importante para que os tratamentos sejam mais eficientes, o monitoramento pós-câncer de mama identifica possíveis recidivas de doença após o tratamento inicial. Daniela conta que, além de 16 sessões de quimioterapia e radioterapias, ela passou pela cirurgia de mastectomia bilateral, sendo que a retirada da mama direita foi de forma preventiva. “Após o tratamento, fiz terapias-alvo e até hoje tomo duas medicações, uma que termina em 2025 e a outra em 2027”, conta. Hoje ela se encontra em remissão, quando o câncer não é mais detectado por nenhum exame, e no período entre o término do tratamento e o “fim” total estipulado pelo oncologista.</p>

<p><b>Genética</b></p>

<p>Fatores genéticos correspondem a 12% dos casos de câncer de mama e aumentam em 80% as chances de desenvolvimento da doença. Na família da biomédica Daniela Prado Gomes existem muitos casos de câncer de mama. “Inclusive a minha mãe, que hoje está curada”, conta ela, que está em contagem regressiva para o fim total do seu tratamento e se diz positiva. “Uma frase que gosto é: a vida não é sobre esperar a tempestade passar, mas sim aprender a dançar na chuva. E, mulheres, se priorizem e se cuidem”, diz.</p>

<p>O câncer de mama está relacionado a diversos fatores, não tendo uma única causa. O risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, sendo maior a partir dos 50 anos, de acordo com o Inca. Além disso, fatores comportamentais, ambientais, história reprodutiva e hormonal, além dos fatores hereditários e genéticos podem estar envolvidos. Em 2015, a fisioterapeuta especialista em longevidade e menopausa Gislayne Casagrande, de 46 anos, já havia perdido três mulheres da família para o câncer de mama, incluindo sua mãe, que faleceu aos 55 anos. No mesmo ano, ela estava com seis nódulos mamários e de posse de um teste genético com mutação de BRCA1 e BRCA2.</p>

<p>Com os resultados dos exames em mãos e com orientações médicas, ela tomou uma difícil decisão, mas que foi feita de forma preventiva. “Retirei as duas mamas e os dois ovários aos 37 anos de idade. Tive muitos problemas de saúde pela falta dos hormônios”, conta. “Minha autoestima ficou enterrada. O marido foi embora, fechei empresa, tive muitos prejuízos financeiros, emocionais e psicológicos. Foi um enorme desafio para mim, que tinha uma criança pequena”, diz. Hoje, no entanto, o cenário é outro: após encontrar o tratamento correto, sua qualidade de vida voltou. “Hoje sou feliz, reconstruí tudo e tenho uma família linda”, diz. O acompanhamento médico segue firme e forte, com retornos e exames a cada seis meses.</p>

<p>&nbsp;</p>

<p><strong>Prevenção</strong></p>

<p>Alguns tipos de câncer, entre eles o de mama, apresentam sinais e sintomas logo em suas fases iniciais e, por isso, detectá-los precocemente traz melhores resultados no tratamento e ajuda a reduzir a mortalidade. “A importância do diagnóstico precoce é aumentar as chances de cura da doença. A sobrevida em cinco anos nos estágios iniciais gira em torno de 95%. Na doença avançada, a sobrevida em cinco anos fica em torno de 25%. É importante alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, métodos diagnósticos e tratamento, sempre buscando o diagnóstico precoce”, explica o oncologista clínico Gabriel Santiago.</p>

<p>Mas existe prevenção para o câncer de mama? A resposta é sim, segundo Alexandre Marchiori. “A gente fala em dois tipos de prevenção, a primária e a secundária. Prevenção primária é prevenir o aparecimento do câncer, e isso se dá por intermédio de uma alimentação e hábitos de vida saudáveis, dormir bem, evitar consumo de álcool. O tabagismo também é bastante relacionado, assim como a obesidade tem uma influência muito grande em câncer de mama”, comenta.&nbsp;</p>

<p>A prevenção secundária é a prevenção de mortes, ou seja, a realização de exames para detectar e diagnosticar precocemente a doença. “A gente evita mortes realizando os exames de rotina, como a mamografia. Quando necessário, complementa-se com exames como, por exemplo, ultrassom das mamas, eventualmente ressonância, e sempre que há suspeita, realizar as biópsias”, diz. Mulheres sem sintomas de câncer de mama devem fazer mamografia de rotina a partir dos 40 anos, uma vez ao ano, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).</p>


Acompanhamento pós-câncer de mama é fundamental para monitoramento da doença

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Outubro Rosa

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Oncovida

<div style="clear:both;">
<p class="p-smartimagebox">&nbsp;</p>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3188656" attr-version="policy:1.3188656:1729274073" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3188656/Capturar.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
<span class="p-smartcaption">(Reprodução)</span></p>

<div style="clear:both;">
<div style="clear:both;">
<div style="clear:both;">
<div>O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, sendo responsável por cerca de 17 mil óbitos por ano. A descoberta da doença não é a única preocupação, mas também a jornada de tratamento. Por isso, além da prevenção, é fundamental que os casos sejam diagnosticados em estágios iniciais, pois a taxa de sobrevivência é superior a 90%. O medo durante esse processo pode representar um risco à vida, e por isso os mitos sobre a doença precisam ser desmistificados. Para abordar o tema, o Popcast, podcast do O Popular, recebeu os oncologistas clínicos Marcus Magnus Sampaio, Márcia Vilela Gonçalves e Thiago Vidal Brito, representando a Oncovida, clínica oncológica que atua desde 2010 em Goiânia.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>A médica Márcia Vilela Gonçalves agradeceu a oportunidade e destacou a importância da discussão. “Esse é um assunto que me toca muito. Ao longo da minha carreira, observo que o câncer de mama é uma doença extremamente impactante. Especialmente neste mês, em que focamos na prevenção com a campanha Outubro Rosa, é fundamental chamar a atenção para o tema. Quanto mais nos informamos, melhor podemos lidar com a situação”. A oncologista também comentou o aumento da incidência da doença.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div><cite>“Precisamos entender que o câncer de mama é multifatorial, mas a vida moderna pode sim contribuir para o aumento dos casos. O consumo excessivo de produtos industrializados, o álcool, o cigarro, pouca atividade física e o sono desregulado são fatores que, em certa medida, podem explicar não apenas o número de casos de câncer de mama, mas também de outros tipos de cânceres”, concluiu.</cite></div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Veja abaixo alguns mitos relacionados ao tratamento do câncer de mama:&nbsp;</div>

<div>&nbsp;</div>

<div><strong>Mito: a mastectomia é a única opção&nbsp;</strong></div>

<div>Na verdade, existem diversas abordagens terapêuticas, incluindo a cirurgia conservadora, que preserva a mama. A escolha do tratamento será determinada pela equipe médica, de acordo com o estágio da doença.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div><strong>Mito: pacientes com câncer não podem praticar exercícios físicos durante o tratamento</strong></div>

<div>Estudos mostram que a prática de exercícios moderados pode ser benéfica, ajudando na recuperação, melhorando a qualidade de vida e reduzindo os efeitos colaterais.&nbsp; &nbsp;</div>

<div>&nbsp;</div>

<div><strong>Mito: ao ser diagnosticado com câncer de mama, o tratamento deve ser iniciado imediatamente&nbsp;&nbsp;</strong></div>

<div>O tratamento requer planejamento estratégico. É essencial realizar uma avaliação cuidadosa, discutir as opções e planejar o melhor curso de ação com a equipe médica.&nbsp; &nbsp;</div>

<div>&nbsp;</div>

<div><strong>Mito: a quimioterapia é sempre necessária no tratamento do câncer de mama</strong>&nbsp;</div>

<div>Nem todos os casos requerem quimioterapia. O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia ou terapias hormonais, dependendo do tipo de câncer e do estágio em que se encontra.&nbsp; &nbsp;</div>

<div>&nbsp;</div>

<div><strong>Mito: tratamentos alternativos substituem a medicina convencional</strong>&nbsp; &nbsp;</div>

<div>Embora tratamentos alternativos possam ser utilizados como complemento, eles não devem substituir os tratamentos convencionais, que são baseados em evidências científicas e têm comprovada eficácia no combate ao câncer.&nbsp;</div>

<div>&nbsp;</div>

<h2>Outubro Rosa&nbsp;&nbsp;</h2>

<div>&nbsp;</div>

<div>A campanha nacional Outubro Rosa promove diversas discussões e alertas sobre a importância da prevenção eficaz, por meio do acompanhamento médico. Estudos mostram que a detecção precoce pode reduzir a mortalidade em até 30%. “O câncer de mama é uma doença curável e, quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de cura, principalmente nos estágios I e II”, reforça Marcus Magnus. Por isso, é recomendado que as mulheres conheçam seu próprio corpo e realizem o autoexame das mamas sempre que possível, além de fazer a mamografia a cada dois anos, especialmente para mulheres de 50 a 69 anos.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div><cite>“Mesmo sem fatores de risco adicional, a idade é determinante para a necessidade de realizar os exames de rastreamento. Prevenir vale a pena”, concluiu o médico Thiago Vidal Brito.</cite></div>

<div>&nbsp;</div>

<h2>Juntos na luta</h2>

<div>&nbsp;</div>

<div>A Oncovida oferece uma estrutura com profissionais especializados para proporcionar um atendimento humanizado, com uma equipe multidisciplinar composta por especialistas em oncologia, cirurgia torácica, pneumologia, cancerologia cirúrgica e cirurgia geral, além de enfermeiros, farmacêuticos e dentista. O tratamento é planejado de forma individual e personalizada, conforme as necessidades de cada paciente, incluindo desde o tratamento oncológico global até terapias específicas, como quimioterapia, imunoterapia, terapia biológica e cuidados paliativos para pacientes com doença avançada.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>O compromisso com a vida é a maior motivação da Oncovida. Por isso, os profissionais participam ativamente de eventos e iniciativas de atualização sobre os mais recentes avanços em tratamentos, prevenção e cuidados relacionados ao câncer. O resultado é um tratamento moderno e humanizado, que inclui não apenas o paciente, mas também a família, que necessita de acolhimento durante esse processo. Todas essas novidades, além de informações sobre prevenção e diagnóstico, foram discutidas durante o bate-papo com O Popular.&nbsp;</div>

<div>&nbsp;</div>

<h2>Assista ao Popcast:</h2>
</div>
</div>
</div>
</div>

<div style="clear:both;">
<div attr-cid="policy:1.3188655" attr-version="policy:1.3188655:1729274023" class="p-smartmidiabox"><span class="icon">-</span><span class="text"><a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3188655" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3188655', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3188655">youtubeoncovida (1.3188655)</a></span></div>

<h2 paraeid="{518e1d55-0dad-4cf9-a09e-5aeb040923ba}{169}" paraid="657667790" xml:lang="PT-BR"><br />
<span data-contrast="none" style="font-size: 18px; font-weight: 700; color: rgb(51, 51, 51);" xml:lang="PT-BR">Ouça o </span><span style="font-size: 18px; font-weight: 700; color: rgb(51, 51, 51);">Popcast:&nbsp;&nbsp;</span><span style="font-size: 18px; font-weight: 700; color: rgb(51, 51, 51);">&nbsp;</span><br />
&nbsp;</h2>

<div attr-cid="policy:1.3188654" attr-version="policy:1.3188654:1729273925" class="p-smartmidiabox"><span class="icon">-</span><span class="text"><a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3188654" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3188654', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3188654">Oncovida (1.3188654)</a></span></div>
</div>


Cinco mitos sobre o tratamento do câncer de mama

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<p>Apenas uma a cada nove mulheApenas uma a cada nove mulheres com idade entre 50 e 69 anos teve acesso a uma mamografia preventiva pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás no ano de 2023. O exame é indicado pelo Ministério da Saúde para mulheres nesta faixa etária sem sinais e sintomas de câncer de mama, uma vez a cada dois anos. No Estado, conforme o Censo 2022, existem 724,5 mil mulheres de 50 a 69 anos. Das 113,2 mil mamografias de rastreamento realizadas em Goiás no ano passado, somente 69,2 mil (9,5%) foram em mulheres da faixa etária indicada.</p>

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<p>A estimativa mais recente apresentada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 25,5 mil novos casos de câncer por ano em Goiás para o triênio de 2023 a 2025, sendo 1,9 mil (7,7%) casos de câncer de mama. O acesso à mamografia de rastreamento, também conhecida como preventiva, ajuda a diminuir o número de mortes pelo tumor, além do exame ser menos oneroso para os cofres públicos do que os tratamentos oncológicos.</p>

<p>O câncer de mama é o tumor que mais mata mulheres em Goiás. No ano passado, conforme painel da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), foram 635 mortes por esse tipo de câncer, o que representa 25,01% do total de óbitos de mulheres por câncer no Estado em 2023. Neste ano, já foram 409 mortes de mulheres por câncer de mama, o que corresponde a 22,61% do total de óbitos pela doença. Isso significa que a cada dez mulheres que morrem de câncer em Goiás, duas foram por câncer de mama.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/leitos-de-uti-neonatal-para-a-rede-municipal-est-o-lotados-1.3182433" target="_blank">Leitos de UTI neonatal para a rede municipal estão lotados</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ufg-inaugura-campus-em-aparecida-de-goiania-1.3185064" target="_blank">UFG inaugura câmpus em Aparecida de Goiânia</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/magazine/confira-o-roteiro-especial-de-dia-das-criancas-com-opc-es-para-todos-os-gostos-e-bolsos-1.3185015" target="_blank">Confira o roteiro especial de Dia das Crianças, com opções para todos os gostos e bolsos</a></div>

<p>Mesmo com uma proporção pequena de mulheres com idade entre 50 e 69 anos que acessam a mamografia preventiva pelo SUS, a quantidade de exames do tipo realizados pela rede pública cresceu quando analisados os últimos dez anos. Conforme dados do Sistema de Informação do Câncer (Siscan) e do Sistema de Informação do Câncer de Mama (Sismama), foram feitas 51,2 mil mamografias de rastreamento pelo SUS em 2013. O número mais do que dobrou em 2023: 113,2 mil.</p>

<p>De acordo com informações atualizadas em setembro, já foram realizados 68 mil exames do tipo em Goiás neste ano. Tanto em 2023 quanto em 2024, a faixa etária que mais acessou o exame foi a de 50 a 54 anos. Goiânia foi o município que mais realizou mamografias de rastreamento em ambos os anos. Em 2023, foram 27,4 mil; em 2024, 17,5 mil até o momento. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital, não existe fila para a realização do exame pela rede municipal no momento.</p>

<p>O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia de Goiás (SBM-GO), Alexandre Marchiori, detalha que a recomendação do Ministério da Saúde para que o exame seja feito em mulheres com idade entre 50 e 69 anos é baseada em um cálculo que envolve custo/eficiência. Já a recomendação da SBM é de que o exame seja feito anualmente nas mulheres com idade de 40 a 74 anos ou até uma expectativa de vida de mais oito anos. “Do ponto de vista de rastreamento, é mais oportuno para termos menos perdas por câncer de mama”, pontua.</p>

<p>Segundo a SES-GO, existem 38 mamógrafos em funcionamento em unidades estaduais e nos municípios goianos. Marchiori considera o número suficiente para a rede pública. “Cada mamógrafo tem capacidade para realizar cerca de 60 exames por dia”, pondera. Ele também destaca que o acesso ao exame por mulheres que são assistidas pela rede privada costuma ser maior. “Dados apresentados pelos planos de saúde para nós mostram algo em torno de 60% (de mulheres que fazem a mamografia de rastreamento)”, diz. A cobertura recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 70%.</p>

<p>Nesse sentido, o mastologista aponta que, devido ao acesso menor às mamografias de rastreamento, as mulheres mais pobres, que dependem exclusivamente do SUS, acabam descobrindo a doença em estágio mais avançado. Somado a isso, usuárias do SUS não acessam todos os tratamentos impostos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde.</p>

<p>“No Brasil, temos muitas mulheres que são arrimos de família. Para elas, deixar de trabalhar para ir fazer o exame pesa muito no orçamento familiar. Ao mesmo tempo, caso sejam descobertas lesões abaixo de 2 centímetros com a axila livre de doença, a chance de estar livre de doença em cinco anos supera os 95%”, discorre Marchiori.</p>

<p>No início deste ano, estudo realizado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, mostrou que, nas áreas de alta segregação de renda, as mulheres que não recebem o Bolsa Família têm 17% mais chances de apresentar a doença do que aquelas contempladas pelo programa social.</p>

<h2><b>Padrão ouro</b></h2>

<p>Oncologista da Oncoclínicas Goiás, Erich Pires Marota explica que a mamografia é considerada o exame padrão ouro para o câncer de mama. “Nenhum outro substitui a mamografia. Utilizam-se raios X de baixa dose para criar imagens das mamas, permitindo a identificação de nódulos ou microcalcificações que podem indicar a presença de câncer. Em alguns casos, alterações podem ser detectadas até dois anos antes de serem palpáveis”, esclarece.</p>

<p>O Bi-Rads (Breast Image Reporting and Data System, em inglês) é uma classificação que padroniza os relatórios mamográficos e prevê categorias de 0 a 6 na descrição dos achados dos exames radiológicos, como nódulos. Conforme dados atualizados em setembro, das 68 mil mamografias de rastreamento realizadas em Goiás neste ano, 551 (0,8%) apresentaram achados suspeitos de malignidade (categoria 4) e 73 (0,1%) apresentaram achados altamente suspeitos de malignidade (categoria 5).</p>

<p>A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) pretende zerar a fila de espera por mamografias de rastreamento na rede estadual. Atualmente, há 881 solicitações de exames de mamografia bilateral de rastreio, com agendamento para os próximos 30 dias. De acordo com a pasta, o tempo médio de espera é de 30 dias, mas em algumas regiões não há fila e o agendamento acontece em menos de 30 dias. Em 2024, até o mês de agosto, foram realizadas 15,8 mil mamografias nas unidades estaduais.</p>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3185069" attr-version="policy:1.3185069:1728436257" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3185069/091024-vidt_deteccaoprecoce.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /></p>

<h2>SES-GO pretende zerar fila de espera por exame&nbsp;</h2>

<p>Para zerar a fila, a SES-GO aposta em uma força-tarefa que vai acontecer entre os dias 14 e 18 de outubro. A “Semana de Portas Abertas” nas policlínicas estaduais, pela campanha Outubro Rosa – Goiás Todo Rosa, vai atender mulheres que aguardam na fila e também aquelas que chegam por demanda espontânea. A previsão é de que sejam realizados 40 exames por dia em cada policlínica. A ação, que integra o programa Redução da Fila de Mamografias, vai abranger as seis policlínicas de Goiás (Posse, Goianésia, Quirinópolis, Formosa, Goiás e São Luís de Montes Belos).</p>

<p>Desde o ano passado, Goiás oferta testes genéticos para câncer de mama e/ou ovário primário, em convênio com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Esses testes envolvem sequenciamento dos genes BRCA1 e BRCA2 para pacientes que atendem aos critérios legais. Há também aconselhamento genético a pacientes e familiares que se enquadrem nos critérios estabelecidos pela mesma lei. O público-alvo são mulheres diagnosticadas com câncer de mama ou ovário antes dos 40 anos ou aquelas com câncer triplo negativo antes dos 50 anos.</p>

<p>No dia 16 de outubro, Dia “R” em Goiás, todas as unidades estaduais serão convocadas a realizarem ações orientativas sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, além de ações educativas voltadas para a realização do exame de mamografia. Os servidores estarão vestidos na cor rosa e os prédios das unidades estaduais de saúde serão iluminados com a mesma cor.</p>


Só 1 a cada 9 mulheres de 50 a 69 anos fez mamografia pelo SUS

Cidades

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Câncer de mama

<p>O oferecimento do teste genético BCRA 1 e BCRA 2 para câncer de mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Goiás, permitirá que várias mulheres sejam diagnosticadas precocemente e possam ser acompanhadas pelo serviço de saúde. Trata-se de um exame de sangue com o intuito de identificar a predisposição para a doença.</p>

<p>A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que 3,9 mil novos casos da doença sejam registrados no estado em 2024 e 2025. Somente neste ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), foram 730 registros confirmados até julho. Entre 2020 e 2022, foram 5,3 mil.</p>

<p>O teste compõe o projeto Goiás Todo Rosa, lançado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) na última quinta-feira (19). Ele será viabilizado por meio de um trabalho da SES-GO em conjunto com o Centro de Genética Humana da Universidade Federal de Goiás (UFG), que será responsável pela realização dos exames. O câncer de mama é a primeira causa de morte pela doença em mulheres no Brasil. Em Goiás, 1,9 mil mulheres perderam a vida para a enfermidade entre 2020 e 2023.</p>

<p>A lei estadual nº 20.707, de janeiro de 2020, garantiu a realização do teste genético pelo SUS. Segundo a legislação, o exame precisa ser requisitado por um médico geneticista, mastologista ou oncologista e a paciente terá de apresentar laudo que comprove histórico pessoal de câncer de mama ainda jovem ou laudo que comprove histórico familiar de câncer de mama.</p>

<p>A mastologista Rosemar Macedo Sousa Rahal, responsável pela construção do projeto, explica que em 10% dos casos de câncer de mama as mulheres desenvolvem a doença em decorrência de uma predisposição. “É como se elas já nascessem com uma marca”, diz. O diagnóstico dessas mutações acontece por meio do teste genético. “Dependendo do tipo de mutação, a chance é de até 80% da mulher desenvolver o câncer.”</p>

<p>O diagnóstico afeta diretamente dois cenários. Primeiro, o de uma paciente que já tem câncer e descobre a mutação. “A forma de tratamento é diferente”, destaca Rosemar. O segundo cenário é de uma mulher que não tem câncer e descobre possuir a mutação. “Ela fará um acompanhamento muito mais próximo, com exames e consultas com mastologistas mais frequentes, podendo até haver a indicação de uma cirurgia profilática”, esclarece a mastologista.</p>

<p>A realização do exame depende da vontade do paciente, que é encaminhada para o Centro de Genética Humana e passa por uma triagem, chamada de aconselhamento genético pré-teste. O exame ocorre por meio da coleta de sangue. O movimento inicial para a chegada do exame ao SUS nasceu em 2018, por meio de uma pesquisa da UFG que fez a avaliação e identificação dos genes associados ao câncer hereditário em pacientes do SUS. “Com a estruturação do Centro de Genética Humana e da lei estadual, tudo se encaminhou. Sempre buscamos uma forma de devolver para a comunidade o que produzimos na universidade”, explica Elisângela Lacerda, professora e pesquisadora do Centro de Genética Humana.</p>

<p><b>Goiás Todo Rosa</b></p>

<p>O projeto Goiás Sempre Rosa é realizado em quatro frentes, que serão desenvolvidas de forma concomitante. A primeira é justamente a capacitação de profissionais da Atenção Primária, como médicos, enfermeiros e agentes de saúde. “Se eles não têm a formação adequada, é possível que uma paciente chegue com uma alteração e ela não seja diagnosticada”, diz Rosemar. A segunda frente é a ampliação da rede de biópsia mamária. “Ainda é um gargalo no Brasil”, destaca a responsável pela construção do projeto.</p>

<p>A terceira frente é dar mais agilidade para o fluxo de atendimento das pacientes entre as redes de atenção básica e especializada. “Construir o que chamamos de ‘linha rosa’. A celeridade do tratamento está diretamente ligada às melhores chances de recuperação da doença”, pontua Rosemar. A quarta frente é justamente o acesso das pacientes ao teste genético.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/diagnostico-precoce-do-cancer-de-mama-e-fundamental-para-salvar-vidas-1.3070244" target="_blank">Diagnóstico precoce do câncer de mama é fundamental para salvar vidas</a><br />
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<a href="https://opopular.com.br/cidades/cresce-o-numero-de-casos-de-cancer-em-goias-apos-covid-19-1.3037293" target="_blank">Cresce o número de casos de câncer em Goiás após Covid-19</a></div>

<p>O Goiás Todo Rosa está sendo iniciado nas Regionais de Saúde Sudoeste 1 e 2, que abrange 28 municípios com mais de 500 mil pessoas. Numa primeira etapa, serão capacitados mais de 1,1 mil profissionais da Atenção Primária para a coleta das amostras nas pacientes. A médio e longo prazo, o intuito da SES-GO é promover uma reestruturação na rede de policlínicas do estado. “O foco é na prevenção e melhoria do diagnóstico. Queremos que, aos poucos, elas (policlínicas) virem centros de diagnóstico de câncer”, finaliza Sérgio Vencio, secretário estadual de Saúde.</p>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3076105" attr-version="policy:1.3076105:1697846505" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3076105/211023-vidt_alerta.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
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Teste genético ajuda a prevenir câncer de mama em Goiás

Saúde

<p><span><span><span>O</span></span></span> movimento internacionalmente conhecido como Outubro Rosa, criado nos Estados Unidos na década de 90, tem como principal objetivo a conscientização sobre o câncer de mama. Mas mesmo com a sua força, muitas vezes não reconhecemos o seu devido impacto, já que, culturalmente, a medicina curativa ainda predomina em relação à preventiva, o que desvia o foco da otimização do estado livre de doença antes que ela seja diagnosticada. Prova disso é que, de acordo com a Folha de S. Paulo, 62% dos brasileiros só vão ao médico quando estão realmente doentes. Logo, a prevenção e o diagnóstico precoce são dois grandes norteadores das campanhas, indo de encontro a essa concepção apenas curativa.</p><p>Enquanto médica ginecologista, destaco a importância da prevenção desse câncer, que é o mais incidente nas mulheres, depois apenas do câncer de pele não melanoma. Conforme os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), é estimado um risco de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Quanto a isso, considerando os fatores de risco comportamentais, a sua incidência pode ser reduzida com ações preventivas, como: a realização de atividades físicas, a busca pelo peso corporal adequado e o controle do consumo de álcool – ou seja, com adoção de hábitos de vida saudáveis.</p><p>A esse respeito, tratando-se ainda dos especialistas em ginecologia, nosso papel é ainda mais ativo nessa luta conjunta relativa ao diagnóstico precoce. Consultas ginecológicas regulares são o ponto de partida para os direcionamentos nesse estágio inicial do câncer. A partir delas serão realizados exames clínicos e a solicitação de exames complementares, sendo a mamografia um dos importantes meios para detectar nódulos ou alterações no tecido mamário antes do aparecimento dos primeiros sintomas. </p><p>Devemos reconhecer, ainda, que os profissionais da saúde não estão sozinhos na linha de frente. As pacientes também têm um grande papel nessa luta e, para além da referida mudança de hábitos e do acompanhamento com o ginecologista, o autoexame é uma ferramenta primordial no combate à doença. Sem muita técnica específica, ao apalpar e observar a mama é possível identificar, por exemplo, caroços, inchaço, mudança no aspecto e na cor da pele e secreções que podem sair espontaneamente. </p><p>O mais surpreendente disso tudo é que, conforme o Inca, o câncer é, na maioria das vezes, descoberto de forma casual. Além disso, a boa notícia é que, com a detecção precoce, as chances de cura podem chegar a 95%, de acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). Por isso, não dá para negligenciar o efeito desse diagnóstico – de fácil realização - em fase inicial. </p><p>Por fim, compreendo que aceitar e enfrentar o câncer de mama é um desafio – e com razão -, uma vez que é uma questão não só de saúde física, mas também emocional. O esclarecimento e o apoio são capazes de transformar a vida das pessoas quanto a essa temática. Reforço, portanto, a importância do Outubro Rosa nessa conscientização da população a respeito da necessidade das medidas de prevenção e de detecção precoce do câncer de mama. Mas devemos lembrar que a busca em prol da saúde e, consequentemente, de uma melhor expectativa e qualidade de vida não podem ficar restritas a este mês. A luta é contínua. Contem com o meu encorajamento e suporte nessa jornada. O laço que, simbolicamente, em suas duas pontas, une tanto nós, médicos, aos pacientes, quanto a própria sociedade, sempre permanece para melhor enfrentarmos essa doença. </p>