A correria cotidiana, o aprofundamento nos estudos, a guinada da carreira profissional, o amadurecimento no relacionamento e os desafios impostos no mercado de trabalho foram alguns dos combustíveis para que a empresária Angelina Carvalho, 48, tomasse a decisão de ter filhos depois dos 40 anos. “Na verdade, nunca tive o sonho de ser mãe como outras mulheres. Aconteceu no momento certo”, conta a goiana. Angelina integra o grupo de mulheres que se permitiram adiar a maternidade e que cresceram nos últimos anos, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com estudos realizados entre 2018 e 2023, o número de filhos por mulher no País caiu 13%, mas cresceu dentre aquelas com mais de 40 anos, com aumento de 16,8%. O grupo de bebês nascidos de mães entre 40 e 49 anos foi o único que cresceu nos últimos anos: passou de 90,9 mil em 2018 para 106,1 mil em 2022. Desde 2010, o crescimento é ainda maior, de 65,8%. Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, a decisão de adiar ter filhos tem relação com escolarização e maior participação das mulheres no mercado de trabalho.