Um passeio pela etnografia do Brasil Central é o convite promovido pelo Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG). Com um acervo de 6 mil objetos, mais de 150 mil peças arqueológicas, fotografias, vídeos e outros documentos memorialísticos, o espaço reaberto nas últimas semanas é um entre os vários museus espalhados pela cidade que promovem um giro pela história e cultura goiana.Interativo e de olho no futuro, o Museu Antropológico é centro de pesquisa e reúne um complexo arqueológico com foco nas populações indígenas e nos aspectos culturais que formam o povo goiano. O infinito relicário é ponto obrigatório para quem deseja conhecer a fundo as pesquisas antropológicas e o intercâmbio acadêmico entre diferentes pesquisadores brasileiros.Localizado no Setor Universitário, o museu tem funcionado com capacidade reduzida por conta da pandemia. Em suas salas, o local apresenta exposições de fotografia e exibição audiovisual, além de itens da história de Goiás, como adornos, utensílios, vestimentas e instalações interativas. As cerâmicas carajás, por exemplo, registram cenas do cotidiano imaginadas e realizadas por esse grupo indígena. Na vitrine, diversas formas de trabalho e da vida cotidiana da aldeia, como cena de parto, cena de enterro e outras, são mostradas.Na seção sobre religiosidade, há indumentárias de diversos povos, como a máscara ritual dos índios iawalapiti do Xingu a roupa do congo de um dos ternos das Congadas de Catalão, a vestimenta de Oxum, orixá do candomblé, a bandeira vermelha do Divino das Folias do Divino Espírito Santo. Atrás de uma cortina colorida, encontra-se a instalação Passagem, montada para apresentar o sincretismo que preside a vida religiosa dos brasileiros. Um altar reúne imagens cultuadas em vários ritos e crenças religiosas e objetos de cultos.Do sincretismo religioso brasileiro passando pelas artes goianas, outro espaço museológico que ajuda a recontar a história de Goiás é o Museu Frei Confaloni, localizado na Antiga Estação Ferroviária, no Centro. Dividido entre a Galeria Luiz Curado, com exposições permanentes, e uma galeria fixa com obras de Confaloni, o local apresenta obras de Frei Confaloni de diversas épocas que ilustram a trajetória do artista pelo modernismo e como o movimento foi inserido nas artes visuais de Goiás.Já na Galeria Luiz Curado há exposições individuais, como a do artista Elder Rocha Lima intitulada Minha Homenagem ao Frei. Os trabalhos divagam pela paisagem goiana, rica em detalhes, cores e formatos. O Cerrado, a paisagem das cidades históricas, como Pirenópolis, a flora da região, como os buritis, são alguns dos elementos figurativos das obras.CerradoDa formação geológica do planeta Terra até chegar às réplicas perfeitas de uma vila colonial, uma tribo indígena e um quilombo, o Memorial do Cerrado também está aberto para visitação após período fechado por conta da pandemia. No local, o protagonista é um só: o Cerrado. O complexo pode não ser um museu propriamente dito, mas é ponto obrigatório para se visitar e conhecer a história de Goiás.O espaço sob batuta da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) convida o público a ter uma relação mais próxima e tátil com o acervo museológico. É isso que faz a magia do Memorial do Cerrado: conhecer casinhas coloniais e ver como as famílias viviam há décadas, além de escolas, vendas, igrejas - nem os bordéis foram esquecidos; poder tocar em objetos de época e ver como funcionavam os carros de boi; imergir em uma tribo e estar dentro de uma oca.Testemunhas oculares Cravado no coração do Centro, no meio da Praça Cívica, o Museu Zoroastro Artiaga é testemunha ocular da história de Goiânia e está aberto para visitação com capacidade de público reduzida por conta da pandemia. O espaço surgiu em 1942 e, décadas após décadas, viu a capital crescer. Pioneiro, foi o primeiro museu estabelecido na então nova capital com seu desenho art déco.Tem de tudo no Zoroastro. Museu natural, trata-se de um passeio para sair de casa e adentrar à trajetória mais íntima das terras que hoje compõem Goiás. No primeiro piso, amostras de 369 rochas e minerais extraídos do território goiano são expostos ao lado de fósseis, ossos, artefatos e urnas funerárias de populações pré-colonial e colonial. Há ainda destaque para aspectos ecossistêmicos e históricos do Rio Araguaia, além de uma seção etnográfica com peças da cultura material, como plumárias e cerâmicas dos indígenas.No segundo piso, o acervo do museu reúne 542 itens de arte popular e folclore goiano, como indumentária e cerâmica. Há desde os congos de Catalão, passando pelas Cavalhadas, até chegar nos rituais da Semana Santa, na cidade de Goiás. Em outros cômodos há a reprodução de uma casa rural de Goiás, exposição de arte sacra com imagens barrocas, santuários e oratórios, além de um laboratório para pesquisa e catalogação.CasaPróximo ao Museu Zoroastro Artiaga, o Museu Casa Pedro Ludovico também ajuda a recontar a memória tátil dos primeiros anos de Goiania. Todos os objetos, móveis, artigos e a própria arquitetura do local remetem aos tempos antigos, de quando ainda Pedro Ludovico Teixeira e sua esposa, Gercina Borges, habitavam a casa. O local convida o público a navegar nas águas do passado e acompanhar como viviam as famílias entre as décadas de 1930 e 1960. Também apresenta a relação de Pedro Ludovico com a construção de Goiânia. Dê um rolê pela culturaMuseu AntropológicoEndereço: Av. Universitária, nº 1166, Setor Leste UniversitárioVisitação: de terça-feira à sexta-feira, das 8h às 18hEntrada francaInformações e agendamento: 32096010Museu Frei ConfaloniEndereço: Estação Ferroviária de Goiânia, Av. Goiás, 1799, CentroVisitação: de terça-feira à domingo, das 8h às 18hEntrada francaInformação: 35241196Memorial do CerradoEndereço: Campus II Puc Goiás, Avenida Engler, s/n - Jardim MarilizaVisitação: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17hEntrada: R$ 12 (inteira)Informações e agendamento: 39461723Museu Estadual Professor Zoroastro ArtiagaEndereço: Praça Pedro Ludovico Teixeira, CentroVisitação: de terça à sexta-feira, das 9h às 17h (aos finais de semana, até às 14h)Entrada francaInformações e agendamento: 32014675Museu Pedro Ludovico TeixeiraEndereço: Rua Dona Gercina Borges, 47, CentroVisitação: de terça-feira à sexta-feira, das 9h às 17h (aos finais de semana, até äs 14h)Entrada francaInformações e agendamento: 32014678-Imagem (1.2399178)