Dona de uma voz poética e de um corpo que desafia estruturas sociais, a cantora Liniker retorna aos palcos de Goiânia neste sábado (2) com a turnê Caju, espetáculo baseado no álbum homônimo lançado em 2024. A apresentação, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, integra uma série de shows apresentados no Brasil e no exterior com cenografia cinematográfica e repertório que celebra liberdade criativa, maturidade emocional e afirmação pessoal.

O show, dividido em quatro atos e com direção musical de Fejuca, propõe uma imersão em diferentes camadas da artista, do experimental ao festivo, reunindo músicas inéditas como Veludo Marrom e Papo de Edredom, além de sucessos de álbuns anteriores como Remonta, Goela Abaixo e Índigo Borboleta Anil. A cantora acaba de chegar de Nova York, onde se apresentou em um festival de música brasileira, consolidando sua projeção internacional.

Caju não é apenas o trabalho mais ambicioso de Liniker, é também o mais bem-sucedido até agora. Foram mais de 250 milhões de reproduções nas plataformas digitais e o topo do iTunes Brasil, pela primeira vez na carreira. O reconhecimento veio também em forma de troféus: a cantora foi a grande vencedora do Prêmio Multishow 2024, levando as categorias álbum do ano, capa do ano, artista do ano e MPB do ano.

“Agradeço imensamente por ser ouvida na realidade de um País que silencia tantas pessoas, sentimentos, realidades como a que molda o que sou”, declarou no palco da premiação. Mas Liniker já havia feito história antes. Em 2022, foi a primeira artista trans a conquistar um Grammy Latino, na categoria melhor álbum de música popular brasileira, com Índigo Borboleta Anil. O feito se somou à crescente admiração de público e crítica, e à construção de uma carreira cada vez mais sólida e independente.

Aos 30 anos, Liniker celebra quase uma década de trajetória e ocupa um lugar raro na música brasileira: o de artista que canta, compõe, atua, comanda a própria empresa e desafia narrativas normativas sem abrir mão do afeto e da arte. A ideia de Caju, conta a artista, nasceu de uma pausa forçada. Depois de anos no automático, entre a ruptura com a banda que a revelou e o sucesso meteórico como artista solo, Liniker sentiu necessidade de silêncio.

“Eu precisava entender o que vivi desde 2017”, disse em entrevistas. O isolamento da pandemia e a turnê de Índigo criaram espaço para um mergulho interno que resultou num álbum concebido como uma jornada de 24 horas. A narrativa começa com a personagem Caju chegando do Japão ao Brasil e reflete sobre os afetos que se constroem ou se perdem com o tempo e a distância.

Para a artista, Caju é antes de tudo um gesto de humanização. “Sou um CPF”, repete Liniker, expressão que usa para reforçar sua humanidade diante da imagem endeusada projetada sobre ela. Ela quer ser vista como uma mulher que erra, acerta e sente medo e não apenas como símbolo de resistência. O álbum é também um retrato dessa liberdade artística que ela tanto busca: gravado em fita analógica, com longas passagens instrumentais e experimentações sonoras que vão do arrocha ao rap, do pagode à música orquestral. A artista definiu Caju como uma experiência de cinema que se escuta.

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Show: &nbsp;Liniker – Turnê CAJU 
Data: Sábado, dia 2. Abertura dos portões às 18h 
Local: Centro Cultural Oscar Niemeyer 
Ingressos: De R$ 80 a R$ 680 (inteira, meia-entrada e ingresso social) 
Ingresso social: Mediante doação de 2 kg de alimento não perecível&nbsp; 
Venda on-line: baladapp.com.br

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Fora dos padrões

A decisão de não se encaixar em rótulos e assumir-se como artista pop no sentido mais abrangente é, segundo Liniker, um manifesto. A artista entende pop como aquilo que é feito para o povo, com o povo. “No Brasil, tudo o que é feito de forma popular é pop”, afirma. E se recusa a aceitar a invisibilidade que muitas vezes acompanha artistas pretos e LGBTQIA+ dentro dessa indústria. Por isso, também, optou manter o controle total sobre sua carreira, do jurídico à criação, da turnê ao financeiro.

A trajetória também está profundamente entrelaçada com o cuidado com a saúde mental. Há anos em terapia, Liniker afirma que esse é um dos pilares que sustentam sua vida e sua arte. “Minha vida não tem produtor, empresário, nem fã se eu não estiver inteira”, diz. Ela também valoriza sua vida espiritual, sua relação com o terreiro e os momentos longe dos holofotes na roça, no silêncio. Esse equilíbrio é o que permite continuar criando sem se perder.

Filho de mãe mineira e batizada em homenagem ao ex-jogador inglês Gary Lineker, Liniker desde cedo contrariou o destino que o nome sugeria. Ainda criança, improvisava perucas com panos para imitar suas cantoras favoritas. Hoje, é uma das vozes mais singulares da música brasileira contemporânea. Com bigode, batom e timbre grave levemente rouco, Liniker surgiu com força em 2015 ao lado da banda Os Caramelows e rapidamente virou fenômeno nas redes com a faixa Zero. De lá para cá, consolidou-se com um discurso contundente sobre identidade, amor e resistência.

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Após série de shows na Europa e EUA, Liniker se apresenta em Goiânia com turnê 'Caju'

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De corpo fechado

É de Goiás o troféu de Melhor Intérprete do 3º Prêmio de Música Instrumental Tokio Marine Hall, que celebra a força e a criatividade sonora brasileira. O músico Fabiano Chagas levou a honraria para a casa, em uma celebração realizada na última semana, em São Paulo. Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), o artista lançou neste ano o disco Salas, disponível nas redes sociais. Em entrevista ao POPULAR, ele fala sobre carreira e projetos. Confira.

Fabiano, o que o Prêmio da Música Instrumental representa para a sua carreira?

Apesar de toda a dedicação e preparação para a performance, receber o prêmio de Melhor Intérprete foi, de fato, uma surpresa muito feliz. Desde o início eu sabia que concorreria com grupos de altíssimo nível de todo o Brasil, e, ainda assim, decidi assumir o risco artístico de levar uma apresentação solo, sem qualquer músico acompanhante. Na final, fui o único músico a subir no palco sozinho, levei uma apresentação bem dinâmica explorando tanto o lado virtuosístico quanto a expressividade nas interpretações das obras, fiquei feliz por ter recebido elogios dos jurados e do grande Ivan Lins, compositor homenageado do Prêmio.

Como você avalia a música instrumental produzida em Goiás?

Temos grandes músicos em Goiás e, no segmento da música popular instrumental, o Estado vem revelando performers de altíssima qualidade nos últimos anos. Inclusive, é importante mencionar que na final do prêmio tivemos também a apresentação do flautista Sillas Rodrigues e seu quarteto, ou seja, dois músicos representando Goiás. Desde a criação do Núcleo de Música Popular da UFG, em 2009, do qual faço parte como professor de violão e guitarra, temos contribuído de forma decisiva para a consolidação e expansão desse nicho específico de produção.

De que forma o gênero pode ser mais difundido no Estado?

Hoje contamos com casas de shows que apostam nesse repertório, além de uma cena bastante ativa, impulsionada por festivais como o Canto da Primavera, o Goyaz Festival, o Claque, entre outros projetos e iniciativas. Tudo isso ajuda a fortalecer uma cadeia de criação, circulação e formação de público. Aos poucos, essa música deixa de ser consumida apenas por músicos e passa a alcançar ouvintes mais diversos, o que é fundamental para a continuidade e o fortalecimento da música instrumental produzida em Goiás.

Você participa de trabalhos que envolvem formação e aprendizado. De que forma eles contribuem para a sua relação com a música?

Sempre estive envolvido com educação. Sou professor efetivo da UFG desde 2009 e, desde então, além do trabalho que desenvolvo na universidade, ministrei diversos workshops e masterclasses em vários países da Europa e também nos Estados Unidos. Esse trabalho tem sido fundamental para difundir a música instrumental brasileira no exterior, algo que venho fazendo de forma contínua desde 2011, quando iniciei minha carreira internacional. É muito gratificante levar nossa cultura para outros contextos e trocar experiências com músicos de diferentes nacionalidades.

Quais seus projetos musicais em andamento? 

Em 2025 lancei o álbum Salas, um disco de canções em parceria com o Maninho, grande cantor e letrista do Rio Grande do Sul. Muitas dessas faixas são versões com letra de composições que nasceram originalmente como peças instrumentais minhas, o que me permitiu revisitar esse repertório sob uma nova perspectiva poética. Além disso, estou com dois projetos já finalizados para lançamento no início de 2026. O primeiro é o EP Brasis, do Trio Brasis, formado por mim, Bruno Rejan no contrabaixo e Guilherme Santana na bateria, em que exploramos diferentes paisagens da música brasileira com forte ênfase na improvisação. O segundo é o DVD da Banda Pequi, orquestra de música brasileira da qual faço parte, em que divido as composições com o Bruno Rejan. Esses trabalhos representam continuação e desdobramento natural da minha trajetória como compositor e intérprete.

Artista goiano Fabiano Chagas conquista prêmio de música instrumental

MÚSICA

Durante seu primeiro show após anunciar o fim do casamento com Daniel Cady, Ivete Sangalo, 53, protagonizou um momento bem-humorado que rapidamente viralizou. No palco do evento "Clareou", em Salvador, onde dividia a apresentação com Liniker, 30, a cantora fez brincadeiras sobre estar com "fogo acumulado", arrancando gargalhadas da plateia.

"Tenho que descarregar, não tem onde descarregar, e vai dando o famoso fogo no c*. Tem coisa mais romântica do que isso? Viva o fogo no c*", disparou Ivete, em tom de brincadeira. Em seguida, seguiu improvisando: "Vamos jogar poesia nisso. Aquele povo que diz 'viva a Bahia, viva a nossa cultura'. Grita para o universo 'fogo no c*', vai que o universo ouve".

A artista ainda sugeriu a Liniker, 30, que as duas lançassem uma música com esse nome -"Vai hitar", brincou.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/ivete-sangalo-anuncia-separac-o-de-daniel-cady-apos-17-anos-1.3342946" style="font-size: 12px;" target="_self">Ivete Sangalo anuncia separação de Daniel Cady após 17 anos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/claudia-leitte-bloqueou-ivete-sangalo-empresario-explica-suposta-treta-1.3218837" style="font-size: 12px;" target="_self">Claudia Leitte bloqueou Ivete Sangalo? Empresário explica suposta treta</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/ze-vaqueiro-anuncia-fim-do-casamento-com-ingra-soares-1.3343922" style="font-size: 12px;" target="_self">Zé Vaqueiro anuncia fim do casamento com Ingra Soares</a></div>

Os registros do momento repercutiram nas redes, especialmente no X (antigo Twitter). Seguidores reagiram com bom humor ao clima descontraído da apresentação: "Amo esses surtos de Ivete", brincou um internauta. "Ivete do Velho Testamento voltou", celebrou outra seguidora. "Ela é demais", acrescentou mais um fã da cantora baiana.

Ivete Sangalo e Daniel Cady começaram a namorar em 2008, quando o nutricionista já acompanhava a rotina da cantora. No ano seguinte, nasceu o primeiro filho, Marcelo. O casamento veio em 2011, em uma cerimônia civil discreta realizada na casa da artista, em Salvador, reservada apenas a familiares e amigos próximos. Depois, a família cresceu com a chegada das gêmeas Marina e Helena.

Após separação, Ivete Sangalo brinca sobre fogo acumulado em show com Liniker

Bom humor

A banda Clube Retrô, conhecida pelos shows animados e nostálgicos nas noites goianas, faz show nesta quinta-feira (27), a partir das 20 horas, na praça de alimentação do Shopping Cerrado. A apresentação marca a última edição de 2025 do projeto Executiva no Palco, iniciativa da Rádio Executiva que há mais de 20 anos leva shows gratuitos e de qualidade a diversos pontos da cidade.No repertório, o melhor do pop rock nacional e internacional dos anos 1960 a 2000, com pop, rock, reggae, disco e soul. O show também integra o Festival Natal Espetacular do Shopping Cerrado, que segue até o dia 7 de dezembro com apresentações gratuitas de música ou dança na praça de alimentação do centro de compras. Formado em Goiânia em 2014, o grupo tem como integrantes os músicos Alessandro Nunes (guitarra), Sarah Marques (vocais), Jason Veronez (bateria), Junior (baixo) e Rafael Medeiros (teclados). Entre as inúmeras referências musicais do Clube Retrô, artistas como A-ha, James Brown, Beatles, Tim Maia, Paralamas do Sucesso e RPM. 	SERVIÇOShow: Banda Clube Retrô no projeto Executiva no Palco Data: Quinta-feira (27), às 20hLocal: Shopping Cerrado (Praça de Alimentação) / Avenida Anhanguera, nº 10.790, Setor AeroviárioMais informações: instagram @shoppingcerradoEntrada gratuita

Clube Retrô se apresenta na última edição da temporada 2025 do projeto Executiva no Palco

Baile animado

O cantor Jorge Vercillo está na estrada celebrando 30 anos de carreira e como parte das comemorações apresenta em Goiânia o espetáculo JV30 Part 2 – Mais um Final Feliz. Sob a direção de Rafael Dragaud, o mesmo responsável pela turnê Tempo Rei, de Gilberto Gil, o show será nesta sexta-feira (14), às 21 horas, no Teatro Rio Vermelho. A montagem apresenta um mergulho nas múltiplas nuances do repertório do artista, que passeia da bossa nova ao ijexá, do samba ao R&amp;B e do reggae ao jazz.Com mais de 1 bilhão de plays nas plataformas digitais, 20 trilhas de novelas e diversos hits consagrados, Vercillo preparou um repertório especial. Estão confirmados clássicos como Que Nem Maré, Fênix, Homem-Aranha, Monalisa, Sensível Demais, Final Feliz, Encontro das Águas e Ela Une Todas as Coisas. A turnê, que vem lotando os locais por onde passa, também resgata canções mais recentes, como o ijexá Só Quem Ama, e traz uma nova leitura para a brasileiríssima e ambiental Fenômenos da Natureza.“Esse show marca um novo momento da minha carreira, com músicas que o público ama e outras que nem sempre estão no repertório, mas que os fãs pediram muito nas redes. Estou com uma expectativa enorme de reencontrar o público goiano e celebrar esses 30 anos de estrada com muita emoção, boa música e gratidão”, disse o músico em entrevista ao POPULAR. A nova turnê teve início em outubro com apresentações no Rio de Janeiro e São Paulo. O projeto é uma continuação do show anterior JV30.O novo show não se limita à música, traz melhorias nos LEDs, materiais gravados e iluminação, sem exageros, mas com um toque mais cênico. Algumas canções também receberam novos arranjos. O artista define esse conceito como uma “pluralidade não homogênea”, um jogo de camadas que equilibra o íntimo, o luminoso e o reflexivo. “Essa nova etapa tem um frescor. É como se estivesse recomeçando com toda a bagagem de 30 anos, mas com a leveza de quem quer experimentar outras possibilidades”, diz.Jorge Vercillo é bastante querido do público goiano. Em 2024, por exemplo, o músico passou com a turnê de 30 anos com uma série de shows por Goiás, começando na capital ao lado da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. “Goiânia sempre me recebe com muito carinho. É uma cidade que tem uma energia especial e um público muito musical, que canta junto e se entrega do início ao fim. Tenho lembranças lindas de todas as vezes que me apresentei aí e agora, com a nova turnê, vai ser ainda mais emocionante”, comenta. Nascido no Rio de Janeiro, Jorge Vercillo construiu uma carreira sólida a partir dos anos 1990, emplacando sucessos nas rádios, trilhas sonoras de novelas e plataformas digitais. Ganhou por dois anos consecutivos o Prêmio da Música Brasileira por voto popular e vendeu cerca de dois milhões de discos. Na discografia tem mais de 15 álbuns. Nos últimos anos, lançou trabalhos como Vida é Arte e Nas Minhas Mãos, com colaborações de diferentes gerações, incluindo Thiaguinho, Timbalada, Péricles e Vitor Kley.SERVIÇOShow: Jorge Vercillo - JV30 Part 2 – Mais um Final FelizData: Sexta-feira (14)Horário: Abertura da casa às 19 horas. Início: 21 horasLocal: Teatro Rio Vermelho / Rua 4, n° 1335, CentroIngressos: a partir de R$ 70 (meia-entrada)Ingressos: www.icones.com.brClassificação indicativa: 16 anos