Mais pessoas morrem de ataques cardíacos entre o Natal e o ano-novo do que em qualquer outra época do ano. O que antes parecia apenas uma percepção nas emergências hospitalares ganhou respaldo em dados da American Heart Association (AHA). Levantamento da entidade mostra que o risco de ataques cardíacos sobe 15% durante as festas de fim de ano e que a véspera de Natal concentra um aumento de 37% na chance de enfarte. No Brasil, médicos explicam que dezembro é historicamente um período crítico nas emergências cardiológicas. “Dezembro é o mês do exagero. As pessoas comem mais, bebem mais, dormem menos e passam mais estresse. Somado ao calor, isso aumenta a pressão, acelera o coração e facilita enfartes e arritmias”, explica o cardiologista intervencionista Arthur Pipolo. Com viagens, almoços e jantares sucessivos, a sobrecarga das festas torna-se especialmente perigosa para o coração. Segundo o médico, valores altos de pressão, colesterol e glicemia já sinalizam que o organismo precisa de cuidado. “Em dezembro, qualquer excesso faz esses números subirem rápido, e isso pode desencadear um enfarte mesmo em quem nunca teve sintomas”, alerta.